P.V.O Meninos

Noahl e seus três amigos andaram até a cantina da escola assim que o sinal tocou para o recreio. Aquele era o último lugar que gostaria de frequentar, mas estava lá e era ali que todos passavam o recreio. Ele não podia se tornar uma exceção, não tendo que cumprir o seu novo papel. O papel que Brant arranjou para ele naquela festa e que agora teria que manter até o final do ano.
Assim que entrou no local onde todos se amontoavam para pegar seus lanches, um súbito silêncio se prolongou e muitos olhares viraram em sua direção. – Noahl Capelli nunca fora de não chamar atenção. Ele era bonito, simpático. Todos o idolatravam e era exatamente isso que incomodava Brant. O cara não suportava alguém que fosse considerado melhor que ele, ainda mais se este alguém não participasse do time de futebol e não tivesse o melhor carro da escola, como era o caso de Noahl. Até aí tudo se explicava, apenas uma inimizade. Mas as coisas ficaram bem piores quando Kelly a namorada de Brant o largou por Noahl. Foi aí que tudo começou. – Mas ninguém naquela cantina sabia da metade da história, todos só tinham em mente o que Brant planejou que teriam. Um novo Noahl, este nada admirável.

Harry estava de olho em seu amigo, não saberia como agir em uma situação como aquela e não gostaria de estar na pele dele, então estava preocupado. Ele sabia que Noahl não era maduro o suficiente e por isso apostará aquilo com Brant, por isso e por orgulho. O amigo tinha em mente que não perderia e era fato, ele realmente não iria perder se não o tivessem passado pra trás. Agora Harry se culpava, se culpava por não ter previsto o que Brant planejara para torturar Noahl. Orgulho ferido é um problema e Harry bem sabe com isso pode deixar alguém louco, então não se opôs, como os outros dois amigos fizeram, quando Noahl aceitou entrar na racha com Brant.
E lembrar-se disso só o deixava pior, fazendo-o querer soquear até o fim Brant, ele não sabia como alguém poderia ser tão ardiloso a ponto de planejar o estrago de uma pessoa assim, achava que isso só era possível em novelas. Mas não, aquilo era a prova de que ‘’a arte imita a vida’’ e que aparências enganam. Brant sempre pareceu ser um cara legal e Harry chegara a trocar algumas palavras com ele entre uma partida ou outra de futebol. E daí isso, ele arranja uma destruição pública para seu melhor amigo, ‘’Ah sim, Brant deve mesmo ser um cara legal... ’’ pensou, rindo da ironia.