Educação À Moda Antiga escrita por Sarinha Myuki


Capítulo 8
Capítulo VIII – Tentando Controlar a Situação


Notas iniciais do capítulo

Ok, vamos lá, algumas notas.
Eu notei que a maioria dos meus leitores aqui prefere ler sobre CDZ e que os meus leitores da fanfiction.net preferem a saga crepúsculo.
Decidi que vou atualizar os doids sites juntos para que vocês vejam que não estou parada, mas sim atualizando outras histórias. Irei atualizar uma ou outra de acordo com os reviews e o que vocês quiserem :)
Beijos enormes!



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Capítulo VIII – Tentando Controlar a Situação

Eu estava tão nervoso pensando em como seria minha conversa com a minha filha que mal conseguia pensar em outras coisas. Claro que não ter levado uma surra do meu pai foi algo quase inimaginável e de certa maneira bom, seria difícil bater na minha filha sentindo os efeitos de uma surra do Carlisle.

Eu caminhei até o chalé com passos humanos, eu me condenava internamente por sequer pensar em levantar a mão para a minha filha. Na realidade eu tinha medo que ela não me amasse mais por isso ou que me enxergasse como um monstro, eu tinha medo de me exceder.

Por diversas vezes eu parei no caminho de casa e me sentei num tronco para pensar sobre o que fazer, me questionava sobre lhe dar ou não umas palmadas, o medo de machuca-la me dominava... Mas ela precisava daquilo, assim como eu precisei tantas vezes e Carlisle me deu.

Eu tentava não me esquecer de respirar e mantinha minha mente nos pensamentos da casa, minha mãe e Bella estavam preocupadas e Jacob viajava Renesmee que mantinha uma pose de garota durona.

Foi quando eu bufei e levantei decidido a acabar com aquele traseirinho malcriado de uma vez por todas, era inadmissível que em naquele momento ela perdia o nariz empinado. Assim que abri a porta, minha mãe já chegou com mil e um motivos para eu não bater na minha filha.

- Ela já passou por um susto enorme, por favor, filho, seja...

- Chega Esme, vamos para a casa – Meu pai apareceu na porta chamando minha mãe e cortando o discurso dela, me surpreendendo.

- Bella, meu amor – Eu disse com suavidade – Vá com minha mãe, por favor. Não quero interrupções aqui, não hoje.

Eu sabia que Bella queria que eu desse uns tapinhas na minha filha, mas também sabia que ela seria a primeira a pular em cima de mim quando começasse a sentir pena da filha. Ela franziu o cenho e ia protestar, mas bastou um olhar duro do meu pai para ela aceitar minha proposta.

Eu olhei para baixo, enquanto ouvia os passos dos meus pais e minha esposa indo em direção a outro lugar. Eu sentia que suava um pouco, mas aquilo era impossível, vampiros não suam. Eu olhei em direção ao quarto da minha filha, no topo da escada.

Eu respirei fundo e comecei a andar em direção à escada, quando ouvi a conversa em sussurros quase inaudíveis, foi quando corri até porta do quarto dela para ver toda a cena.

- Me larga Jake, me larga! – Ela sussurrava tentando se soltar dele segurando seu braço.

- Você não vai pular essa janela, ficou maluca? Seu pai vai te matar!

- Ele vai me matar de qualquer jeito, você não ouviu a vovó tentando salvar minha pele e o vovô tirando ela e a minha mãe daqui?

- Nessie, você não vai sair daqui, você entendeu? Não piore as coisas para... AAAAAAAAIIIII – Jacob parou de falar quando foi mordido pela pestinha da minha filha, ele era um lobisomem, mas ela tinha os dentes afiados de um vampiro.

Nesse descuido, Nessie se soltou e quando estava prestes a pular eu disse com a voz mais rígida e dura que jamais havia usado com ninguém.

RENESMEE, NÃO SE ATREVA A PULAR ESSA JANELA OU VOCÊ VAI SE ARREPENDER!

Eu falei, ela virou aquela cabecinha cheia de caixinhos ruivos para mim e me lançou um olhar de cachorro abandonado e indefeso.

Não adianta me olhar assim, depois de tudo que você fez, você ainda tem a CORAGEM de morder o Jacob e tentar fugir DE NOVO?

Minha filha estava paralisada, eu via em seus pensamentos a total confusão e medo do que estava acontecendo, ao mesmo tempo ela estava revoltada com o fato de ser tratada daquela maneira sendo que não era mais uma criancinha.

- Jaboc, você pode ir embora para a sua casa. E você, mocinha, venha até aqui AGORA – Eu disse apontando para os meus pés.

Foi quando o teatro começou, Renesmee começou a chorar e se jogar atrás de Jacob, o segurando para que não fosse embora, ela gritava como se estivessem prestes a assassiná-la.

- NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAO PAIII, JACOOOOOB ME SALVAAAA – Ela dizia entre choro e soluções altos misturados a pequenos e agudos gritos desesperados.

Jacob estava sem saber o que fazer, alternava os olhos entre mim e a pequena alma gêmea o segurando.

- RENESMEEEEEEEEEE...

Eu tentei avisar, mas ela continuou gritando e fazendo a maior birra da história, com certeza se houvesse um prêmio por isso ela ganharia de Alice naquele momento...

Eu franzi o cenho, fechei os olhos levando a minha mão até a ponta do meu nariz tentando me acalmar com a crise histérica da minha pequena. Foi quando caminhei até eles e, em meio aos gritos da menina, segurei seu braço e a virei de costas pra mim dando um forte e pesado tapa naquele traseirinho.

PAFT

Jacob abriu os olhos assustado e Renesmee começou a gritar e chorar esfregando seu bumbum com a sua mão livre. Foi quando eu, ainda segurando o seu braço, abaixei até o seu ouvido e disse com toda a determinação que havia em mim.

Se você não acabar com esse showzinho AGORA, você vai apanhar na frente do Jacob, é isso que você quer?

Eu perguntei nervoso e vi o desespero e a vergonha tomar conta daquela adolescente insolente que eu criei.

- Não papai, não... Não... – Ela dizia chorando e quase implorando pela privacidade de sua surra.

- Então, pare-já-com-isso! – Eu disse e pude observar ela tentar engolir o choro e não dizer mais nem uma palavra. Foi quando me virei para Jacob – Pode ir Jacob, obrigado pela ajuda, mas agora eu e a Renesmee teremos uma longa conversa.

Jacob olhou para mim e vi que ele me olhava com certa afronta, em seus pensamentos ele oscilava entre protetor e preocupado. Mas, para o meu alívio, ele me ouviu e obedeceu sem discutir.

Quando ele foi embora Renesmee começou a chorar novamente. Eu a puxei a forcei que ela se sentasse na cama e caminhei até a poltrona que ficava na frente da onde ela estava sentada e fiquei a encarando sem dizer nada.

Aos poucos, ela cansou de chorar e ficou apenas soluçando, me olhando.

- Vo-você v-vai me ba-bater?

- Eu quero conversar com você, Nessie...

Eu tentei falar com calma, com cuidado, não a queria amedrontada e, assim como meu pai, não bateria nela sem que ela entendesse o real motivo.

- Eu não entendo você, Renesmee. Eu realmente não entendo você – Eu disse juntando as mãos e balançado a cabeça devagar, fazendo movimentos de negação.

- Eu e sua mãe somos pais absolutamente presentes, você tem avós cuidados, os tios mais corujas da história, todos fazem de tudo por você. Todos, sem exceção, são absolutamente malucos por você, te amam e fariam tudo por você.

Eu olhava profundamente para os olhos da minha ruivinha, estava atento a cada reação e pensamento dela. Era nítida a revolta que ela sentia, que logo foi posta para fora num rompante explosivo.

- Pois é disso que não aguento mais, todo mundo no meu pé!

Eu fiquei sem reagir, queria que ela falasse tudo que estava preso dentro dela, eu realmente queria entende-la.

- Todos vocês, sem exceção, me vigiam o tempo todo, controlam minha vida, com quem eu ando, o que eu faço, aonde vou. Até esses merdas dos amigos e amigas do vovô vem visitar a gente e ficam me analisando, sem falar nas primas do Alasca! Como se eu devesse satisfação a todo mundo!

- Nessie, você sabe muito bem da história mocinha, se está viva hoje é graças a todas essas pessoas que vieram nos ajudar a contar sua história aos Volturi. Eles se arriscaram e não vem até aqui te julgar ou controlar, mas ver a bela moça que está se tornando... Você deveria ser mais agradeci...

Antes de eu poder finalizar a palavra, minha filha me cortou com sua rispidez de costume.

Eu não pedi nada para ninguém!

Eu respirei fundo e olhei para baixo cruzando os braços, estava sendo muito difícil encontrar a paciência que eu precisava para aquele momento. Mas eu não podia pular etapas, aquela conversa era muito importante e ia acontecer de um jeito ou de outro.

Eu percebi que minha filha me olhava enraivecida através de seus pensamentos, foi quando subitamente abri os olhos que estavam escurecidos pela minha raiva, a assustando. Eu a encarei.

- Renesmee, você vai ter duas opções agora. Ou responder tudo que eu perguntar ou responder tudo que eu perguntar.

- Ah, que bom que eu tenho opções... – Disse minha insolente pirralha revirando os olhos com uma voz sarcástica.

- Sim, podem não parecer, mas são. A primeira é me responder tudo que eu perguntar e poder mostrar sua visão das coisas como uma menina que já entende das coisas, que é o que penso de você. A segunda é continuar a se portar como criança, aí você VAI SIM RESPONDER TUDO QUE EU TE PERGUNTAR, mas debaixo do meu cinto. O que acha?

Rapidamente ela trocou o narizinho empinado pelo olhar preocupado e baixo.

- Ok, Renesmee, essa será minha última tentativa. Agora me diga, porque você fugiu de casa?

- Eu estava cansada de todos me dizendo o que fazer ou não fazer, não aguento mais a mamãe brigando comigo e o Jacob sempre no meu pé. Sem falar no pé no saco do vovô e seu ar de quem tudo sabe. Tudo isso é uma bosta sem...

Eu a interrompi prontamente.

- É o segundo palavrão da conversa, no próximo você vai engolir um sabonete!

Ela olhou para mim novamente, engolindo seco. Aquela conversa estava mais difícil do que eu esperava. Foi quando decidi começar o meu discurso.

- Você me diz que está exausta de todos tentando controlá-la e vigiá-la. Minha filha, sobre os amigos do vovô e as nossas primas, você tem que entender que se hoje estamos todos vivos foi por ajuda deles, que não querem te controlar, mas sim olhar para você com orgulho pelo risco que eles correram para salvar a sua vida.

Ela continuava com os bracinhos cruzados, olhando para o teto como quem se segura para falar alguma coisa. Eu continuei.

- Você deveria ser mais grata a eles!

Ela me olhou, e franziu os lábios um contra o outro, para segurar o que tinha para falar.

- Sobre seus avós quererem controla-la, seus tios estarem sempre por perto, Jacob não "largar do seu pá" – eu disse fazendo aspas no ar – e, principalmente, eu e sua mãe não a "deixarmos em paz"- eu disse fazendo novas aspas no ar e levantando da cadeira.

Ela me olhava preocupada, eu fui até perto da onde ela estava sentada e disse com o dedo em riste na frente do nariz dela.

- Você deveria ser mais grata! Você é uma criança mimada que tem tudo que quer, todos aos seus pés! E ainda assim só faz traquinagens... Você tem noção do número de crianças abandonadas nesse mundo? No número de família que não têm nada do que temos?

Eu olhava para o rostinho dela, pela primeira vez ela olhou para o chão pensando no que eu falava, em seus pensamento havia uma pequena ponta de arrependimento.

- Como você OUSA fugir de uma família que a coloca em primeira plano, que vive por você e que quase morreu por você sem pensar duas vezes? COMO?

Pronto! As lágrimas se formaram no canto dos olhos dela, ela não queria dar o braço a torcer... Mas eu havia amansado um pouco a fera.

- Mas... – Ela disse meio perplexa.

- Mas o que Renesmee?

- Eu não pensei...

Eu respirei profundamente com a mão na ponta do meu nariz, ela havia entendido meu ponto, agora era a hora dela entender as consequências de suas atitutes. Eu apontei para os meus pés.

Vem aqui Renesmee!

 

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado meus amores!!! Um beijo enorme =D



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