Será que eu preciso dizer que eu fiquei mais que impaciente até o Jacob chegar? Acho que não, né? Depois que eu li trezentas milhões de vezes aquele bendito e-mail, eu comecei a ficar nervosa, ansiosa, impaciente, não sei como explicar. São tantos sentimentos juntos que o tio Jasper preferiu sair de casa a ficar sentindo o mesmo que eu. Ele e tia Alice ficaram num hotel até o Jake chegar. Fazer o que? Meu pai me deu cada olhada fulminante com os olhos, quando o tio Jazz resolveu ir. Minha mãe resolveu me proteger, ela estava tão alegre porque o Jake ia chegar!

Eu, tia Alice e mamãe arrumamos o quarto de hóspedes para ele. E os dias que passavam arrastados? Cruzes! Eu definitivamente estava enfartando, até as meninas me perguntaram se eu não queria passar o ano novo no Alaska para esquiar, mas eu não quis, papai até liberou. Mas vocês acham mesmo que eu iria para o Alaska sendo que o meu lobo favorito estava chegando para passar o ano novo comigo?   Só o meu pai e a tia Rose pra acreditar nisso!

Finalmente amanhecera o dia 31 de dezembro de 2013. Antes das sete eu já estava de pé e me arrumando para ir ao aeroporto. Coloquei minhas roupas de frio já que estava nevando, pus uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas e gola alta branca, uma bota sem salto preta de camurça por cima da calça, meu casaco da cor bege e só. Meus cabelos estavam presos numa trança de lado e fiz uma maquiagem básica. (n/a: look da Nessie) Minha mãe estava com uma calça jeans escura, sapatilhas pretas – mesmo depois de vampira ela ainda tinha aversão a salto, vai entender − blusa bege com listras pretas, um sobretudo preto, e seus cabelos estavam soltos também. Tia Alice estava com uma calça jeans preta, uma blusa cinza, um poncho branco e um par de Louboutin.

Só íamos nós três, já que tia Rose e tio Emmett viajaram para uma milionésima lua-de-mel. Meu avô estava de plantão e minha avó estava atarefada fazendo um café da manhã para o Jake. Papai havia ido caçar com o tio Jazz. Chegamos ao aeroporto às sete e quinze da manhã e o vôo do Jake chegaria às sete e meia. Ainda tínhamos muito tempo.

Mamãe e tia Alice conversavam animadamente sentadas numa daquelas cadeiras que tem no aeroporto. Enquanto eu andava de um lado para o outro, ansiosa.

- Nessie, pelo amor de Deus! Será que dá pra parar de andar desse jeito? – dizia tia Alice visivelmente nervosa. – Você vai acabar com o salto dessa bota maravilhosa! – ela fez cara de bebê chorão.

- Ai tia Alice! Eu estou nervosa, será que dá pra entender? – eu disse mais nervosa que ela.

- Acalme-se minha filha, sabe que Alice está nervosa, pois não irá ver o futuro de ninguém e principalmente o seu quando Jake chegar. – mamãe disse calma. Não sei como ela consegue.

- Ah tá bom! – eu bufei e me sentei ao lado dela de braços cruzados com um bico.

- Coisa mais linda da mamãe! – minha mãe falou com voz de bebê e de quebra apertou as minhas bochechas coradas de irritação.

- Menos mãe, por favor! – eu disse emburrada.

Minha voltou à conversa com tia Alice e eu fiquei olhando pro teto. Mas a cada minuto eu olhava para o relógio. Quando finalmente eu ouvi algo que me fez sorrir.

“Chegada do vôo 7834, procedente de: Seattle, WA. Desembarque no portão três.”

Falou a mulherzinha com voz sexy do aeroporto. O vôo do Jake chegou! Eu quase começo a pular saltitante, mas contive essa vontade a lá Alice. Nós fomos para o portão indicado pela mulherzinha. Ficamos lá e depois de alguns minutos algumas pessoas começaram a sair. E ONDE ESTÁ AQUELE CACHORRO?

Depois de tanto esperar eu finalmente o vi. Ele estava lindo, mais do que antes. Não pude conter o sorriso. Jake estava com uma calça jeans normal, tênis, uma blusa preta, casaco preto, luvas e um gorro escondendo seu cabelo que pelo que pude perceber estava curto. Ele sorriu para mim assim que me viu e foi pegar suas malas. Quando ele finalmente saiu pelo portão eu não consegui me controlar. Saí correndo e me joguei em seus braços.

Só não caímos porque ele é bem forte. Minha mãe e tia Alice sorriram e vieram na nossa direção.

Nossa! Como era bom sentir os braços quentes do Jake de novo! AH MAIS EU AINDA TENHO QUE MATÁ-LO ANTES! Eu me soltei dele e o mesmo sorrira radiante pra mim, eu dei um sorriso forçado e comecei a estapeá-lo com força!

- SEU CACHORRO IMBECIL! – eu gritei e todos voltaram à atenção pra mim. Minha mãe e tia Alice me olharam assustadas. – COMO VOCÊ ME PASSA TRÊS MESES SEM ME DAR NOTÍCIAS! IDIOTA, NÃO SABE O QUANTO EU TE ODEIO POR ISSO! – eu berrei novamente e me virei para sair do aeroporto. Todos ficaram estáticos, sem reação nenhuma.

Eu estava realmente furiosa. Por mais que eu sentisse muitas saudades daquele cachorro idiota, a minha vontade de socá-lo até morrer ainda era enorme. Fui para o estacionamento onde estava o meu carro, já que tia Alice e mamãe vieram no Porsche amarelo da tia.

Dirigia acelerado e bufando de raiva. Cheguei a minha casa e subi imediatamente para o meu quarto. Nem dei atenção a minha avó que estava na sala. Entrei no meu quarto, tirando o casaco, o gorro e as luvas. No meu quarto tinha um daqueles sacos de lutadores de boxe, já que tio Emmett me ensina desde pequena.

Comecei a socá-lo só de raiva. O QUE SERÁ QUE ELE PENSAVA? QUE EU IRIA ABRAÇÁ-LO E DIZER QUE ESTAVA TUDO BEM? NUNCA! ATÉ PARECE QUE ELE NÃO CONHECE RENEESME CARLIE CULLEN! IMBECIL! CACHORRO DUMA FIGA! AHHH!

- PÁRA NESSIE! – alguém entrara esbravejando comigo no meu quarto. Era meu pai.

- O QUE? – não pude deixar de gritar. – SERÁ QUE NÃO SE PODE MAIS SE IRRITAR NEM EM PENSAMENTOS? – eu o olhei com raiva.

- Acalme-se minha filha, sei que está com raiva. – ele me abraçou ternamente. Eu o abracei mais forte e comecei a chorar. – Sei que Jacob tem uma razão para ter feito tudo isso, você vai ter que ouvi-lo. – ele me dera um beijo na cabeça.

- Você o defendendo pai? – eu disse entre as lágrimas.

- Só estou sendo justo, querida. – ele riu. – Pare de chorar, por que você não esperou a sua mãe? – ele me olhara.

- Eu estava tão furiosa comigo mesma que saí sem esperar ninguém. – eu disse limpando as lágrimas. – Eles já chegaram? – eu o olhei fazendo careta.

- Já. – ele riu pra mim. – Jake está acabando com a torta de morangos que sua avó fez, não vai querer nenhum pedaço? – ele me olhou divertido.

- MAS É LÓGICO! – eu disse gritando e saí correndo pra cozinha.

Assim que pus os pés na cozinha todos pararam de falar e se puseram a me observar. Eu olhei furiosa para o Jacob que me retribuíra com olhar de medo. Isso é um dos vários sentimentos que você terá agora Jacob Black. Sorri ao pensar isso.

- Você mal chega à minha casa, Black e já está acabando com a minha torta de morangos? – eu o olhei debochada.

- Você sabe que torta de morango é a minha preferida. – ele sorriu maroto.

- Sei, já que é a minha também. – eu sorri do mesmo modo.

- Quer um pedaço Nessie? – ele me olhou, malicioso.

- Pra você é Renesmee, Black. – eu disse sorrindo. – E eu não preciso que você me ofereça um pedaço da minha torta, querido. – eu ri.

Todos nos olhavam e sorriam. Sempre fazíamos essa discussão besta sobre a torta quando minha avó Esme a fazia. Eu sentei ao seu lado e comecei a comer junto com ele. Todos saíram da cozinha a fim de nos deixar a sós.

- Não pense que ainda se livrou de uns tabefes Black. Ainda temos muito que conversar. – eu disse ao terminar de engolir um pedaço da torta.

- Eu sei Nessie. E estou disposto a responder todas as suas perguntas! – ele sorriu, daquele jeito que me deixa sem ar.

Nós comemos rindo e nos lembrando de algumas coisas do passado. Até que eu finalmente perguntei.

- Por que você não deu mais notícias Jake? – eu o olhei triste.

- Estava resolvendo uns assuntos da minha volta Nessie. – ele respondera afagando os meus cabelos. – Como eu finalmente me desliguei do bando para viver com vocês, eu tive que ajeitar apartamento, universidade e essas coisas todas. – ele sorrira.

- Então você veio mesmo para ficar? – eu sorri que nem uma criança quando ganha presente de natal.

- Sim, minha monstrinha. Agora eu vou pra onde você for! – ele disse rindo.

- AHHH! – eu gritei de emoção e o abracei. Mas espera aí... – E o seu pai Jake?

- Meu pai entendeu e eu fiquei de ir pra lá todas as férias. – ele disse simplesmente.

- Ah... Sendo assim! – eu sorri. – E você também vai estudar em Yale? – eu perguntei curiosa.

- Sim, por isso que eu não tinha tempo de te ligar. Estava estudando para fazer uma prova da universidade, era pra ganhar uma bolsa de estudos. – ele disse. – E eu passei, consegui ganhar bolsa integral em Yale pra cursar Engenharia Mecânica. – ele disse orgulhoso.

- Que bom Jake! – eu fiquei mais orgulhosa ainda. – Você vai morar aqui conosco, não é? – eu tinha que perguntar isso.

- Infelizmente não Nessie. Consegui com as minhas economias mais a ajuda da sua mãe, comprar um pequeno apartamento perto do campus. – ele disse. – E a sua tia doida, baixinha e vidente, me presenteou com a decoração.

- Bem a cara da Alice mesmo! – nós rimos. – E você trouxe o seu carro? – eu adorava o carro do Jake quando ainda morávamos em Forks.

- Não, eu o vendi. – ele sorrira. – Vou comprar um aqui e a senhorita vai me ajudar a escolher!

- Lógico Jake! – nós rimos e depois ficamos nos olhando por uns minutos.

Era bom estar com Jake novamente. Pareceu que agora tudo estava se ajeitando, com Jake aqui a minha vida voltaria a ser mais alegre. Ah se ia!

- E então... – Jake disse quebrando o silêncio. – Estou perdoado?

- Só se você me levar para conhecer o seu apartamento! – eu disse rindo.

- Então já me considero perdoado! – ele riu.

[...]

Jacob me levou para conhecer o seu apartamento. Era pequeno, mas aconchegante, a decoração era bem moderna e a cara do Jake, tia Alice acertara na decoração. O quarto dele era enorme! E tinha uma big cama de casal, também com Jake daquele tamanho. Adorei o apartamento todo! Como tia Alice conseguiu me esconder que estava decorando o apê dele? Gostaria de ter ajudado. Na sala tinha uma estante com a TV e o DVD, e tinha várias fotos espalhadas pela sala, à maioria de nós dois. Gostei disso!

Íamos passar a virada numa praça bem famosa de New Haven, eu estava terminando de me arrumar para ir buscar o Jake no seu apê. Eu vestia uma calça jeans, uma blusa branca de mangas compridas, um sobretudo preto, minhas botas brancas preferidas, cabelos soltos e feitos cachos nas pontas e maquiagem básica. Desci as escadas e encontrei meus pais sentados no sofá da sala. Minha mãe estava belíssima com um vestido longo azul e meu pai estava todo lindo de terno cinza, camisa branca social por dentro e sem gravata.

- Mãe... Você está maravilhosa! – eu sorria para ela.

- Obrigada meu anjo! – ela retribuiu o sorriso. – Já vai buscar o Jake?

- Sim mãe! Vamos para a praça, vou encontrar alguns amigos. – eu disse já saindo.

Meus pais e meus tios Alice e Jazz iam a uma festa de gala da faculdade. E não sei por qual milagre meu pai deixou que eu passasse o ano novo com o Jake numa celebração que ia ter numa praça aqui por perto. Fui dirigindo o meu bebê vermelho até o prédio do Jake. Buzinei e não demorou muito ele desceu todo lindo. Jake vestia uma calça jeans clara, blusa branca e casaco preto, assim como eu. Ele entrou e o cheiro do seu perfume invadiu as minhas narinas me fazendo hiperventilar. DROGA! MALDITAS REAÇÕES HUMANAS!

Nós fomos o caminho todo conversando bobagens. Chegamos e a praça já estava lotada, também já eram onze e meia. Estacionei o carro, peguei a champanhe com as duas taças e fomos caminhando até o gramado. Jake segurava uma cesta que tinha algumas coisas que vovó Esme preparou pra nós. Ele estendeu uma toalha e sentamos em cima dela.

- Jake, eu gostaria de te perguntar uma coisa. – eu disse meio receosa.

- Perguntei Ness... – ele disse ajeitando as coisas na toalha.

- Mamãe me disse que você já tivera a sua imprinting. – ele arregalou os olhos pra mim. – Quem é ela? E onde ela está? – eu perguntei calma.

- Nessie... – ele respira fundo. Acho que foi pego de surpresa. – Ainda não posso te contar, mas assim que eu puder, eu esclareço toda essa história pra você. Mas não se preocupe com isso, certo? – ele riu nervoso.

- Será que você não pode me contar mesmo ou está com medo da minha reação Jacob? – eu o olhei.

- Nenhum nem o outro Nessie, só que eu tenho uma promessa a cumprir. – ele me olhou sério. – Vamos deixar essa conversa pra quando eu puder te contar, ok? Por hora, vamos curtir o ano novo. – ele sorriu e me abraçou.

Eu simplesmente assenti com a cabeça e deixei de lado essa história, mas somente por hora, como ele mesmo disse. Não sei pra quê tanto mistério! Mas eu senti uma dor no meu peito ao pensar no possível imprinting do Jake. Por que isso agora? Coisa mais louca.

Passamos à virada juntos e os dias seguintes também. Mas pena que as aulas já iriam começar.