Diferentes Direções (romione) escrita por Nicole Marcon


Capítulo 14
Brilho dos Olhos


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer os comentários de:
LindaLua, Marina Machado, Geovanna Torres e Bruna Farias.
Obrigada, vocês fizeram o coração de uma autora feliz ^.^
Opa, já estamos quase nos trinta reviews! Essa fic cresceu rápido, nem percebi...
Agradeço quem lê esse capítulo e acompanha a fic, muito obrigada :)
BOA LEITURA ♥



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POV Rony

Tomara que a Hermione consiga ver a família, a tosse dela realmente me preocupou. Tomara também que pare de se machucar, mesmo eu achando que não foi um machucado acidental e que não foi feito por ela. Queria poder investigar tudo isso. Mas não posso me meter na vida das pessoas assim.

– Ronald? Pode vir aqui um momento? – chamou meu chefe, Vincent Goulard.

– Senhor? – falei, parando de secar copos e dirigindo-me ao escritório dele.

– Filho, quando é que você foi contratado? – pediu Vincent, acariciando uma foto.

– Há um mês, mais ou menos... Senhor.

– Tenho notado muita eficiência de sua parte.

Sem POV/Narrador

Rony se animou. E se lhe oferecesse alguma vaga na cozinha?

– E pensei seriamente em... – o chefe continuou, agora apoiando a cabeça nas mãos entrelaçadas. – Em te dar um aumento, sabe, filho... Estou ganhando muito dinheiro, não sei como administrá-lo e resolvi chamar o funcionário mais competente para ajudar a distribuir o dinheiro.

A alma de Rony estava pulando, mas o corpo estava sólido, como deveria estar.

– Sim, senhor. – apenas respondeu.

– Filho, qual é o seu salário atual?

– Seiscentos e setenta $*, senhor.

– Que tal aumentar para mil $?

– O senhor... O senhor está falando sério?

– Sim, garoto.

– Eu... Eu ficaria muito feliz, de verdade, senhor. É verdade, agradeço muito, eu...

– Tá, tá, tudo bem. O salário do próximo mês já virá alterado.

– Muito obrigado, muito mesmo, vai me ajudar muito, eu não sei como te ag...

– Pode voltar pro seu trabalho.

Rony se virou, mas foi chamado novamente no momento em que pôs o pé esquerdo fora da sala.

– Ronald. Só mais uma coisa: Não acostume, ok?

– Sim, senhor.

– Chame Carlos para mim.

– Sim senhor. Com licença.

O ruivo deu passos largos até o balcão deu o recado a Carlos. A seguir, continuou a fazer seus afazeres, fazendo-os melhor pelo novo salário.

Conseguiria ajudar mais que nunca seus pais a refazerem a conta, conseguiria talvez comprar um carro, com tudo o que já estava guardando em seu cofre escondido. Conseguiria finalmente fazer algo de bom, faria tudo para reverter o que aconteceu no passado. Agora nada poderia pará-lo, tudo estaria bem. Tudo voltaria ao normal.

* $: aqui você escolhe a moeda que quiser, podem ser reais, pesos, dólares, libra, euros, barra de chocolate, simoleons, pizza...

**

POV Hermione

Acordo com o barulho de batidas na porta do quarto. Levanto-me assustada e a abro.

– O que foi, Draco? – falo em meio a tossidas, me acalmando repentinamente.

– Estou com fome.

– Que bom. – respondi e fui fechando a porta.

– Que bom nada! – ele disse, empurrando a porta novamente e quase me derrubando. – Faz alguma coisa lá pra mim, estou cansado.

– Ah, Draco, se vira! Faz uma miojo pra você, ou vai ao restaurante chinês aqui perto, eu não tenho paciência pra ficar te fazendo comida enquanto estou gripada. – digo muito rouca e com o nariz fungando.

Fecho a porta e a tranco sem mais nem menos, deixando-o lá plantado. Volto a dormir.

POV Draco

Que vadia! Me deixou na mão. Mas é uma imprestável mesmo, só não a mando embora porque é muito chato ter que cozinhar todo o dia, lavar roupa, arrumar cama... Além de que, comprometido, tenho uma ótima reputação na empresa de imóveis.

Vou à cafeteria, nada melhor do que bolinhos para um lanche.

Chegando lá, na bancada, um cara ruivo me atendeu. Olhei bem pra cara dele, que não me era muito estranha. Onde tinha visto esse cara antes? Sei lá, só me importei com os bolinhos de morango e o meu achocolatado.

– Você é o marido de Hermione, não? – pediu o cara enquanto dava meu troco. Ele tinha um olhar desconfiado, o que me deu vontade de dar um chute na sua canela.

– Quase isso, por quê?

Ah, agora sim, eu me lembrava! Ele era o boiola dos cosméticos.

– Nada, não.

O cara tava tirando onda comigo. Ele ficava me olhando de canto, parecia que queria ver se eu tinha uma arma ou coisa do tipo. Falava com voz ameaçadora e alta, com um toque de suavidade.

– Se liga. – ele ficou quieto, então eu peguei minha sacolinha e fui saindo. Antes de sair, pude falar uma última coisa, o que rendeu gargalhadas do colega de trabalho dele. – Boas vendas com seus cosméticos e vê se não exagera na maquiagem pra não parecer que tomou chinelada na cara.

POV Rony

Aquele cara tava zoando comigo, não tava? Afinal, por que Hermione teve que me esconder? Acho que o cara é ciumento ou coisa do tipo.

Tive que aturar o Carlos me chamando de marica pelo resto do dia, mesmo isso não atingindo a minha felicidade pelo aumento de salário.

Sério, eu não entendo: como a Hermione atura ele? Só ouvi umas dez palavras e já tive vontade de metralhar a bunda do cabelo-oxigenado.

O que importa é que, se a Hermione está feliz com ele – apesar das brigas -, eu estou feliz.

Sem POV/Narrador

E tudo acontecia muito rápido.

A mãe de Hermione ficou preocupada pela ausência da filha na hora marcada.

Rony ficou feliz pelo aumento.

Hermione abalou-se pela gripe que durou aproximadamente uma semana.

Draco vivia sua vida como sempre vivia, cheia de segredos e tranquilidade.

Foram três dias, uma semana, duas semanas, três semanas, mais quatro dias, mais uma semana... Quatro semanas e meia de Rony se comunicando com Hermione por mensagens de texto, já que Draco passava a maior parte do seu tempo em casa, agora que recebera uma promoção e podia trabalhar lá mesmo.

Mais brigas entre o casal aconteceram, vasos de flores se quebraram junto com partes do coração de Hermione. Cacos de vidro caíam no mesmo ritmo que as lágrimas da morena, manchando o chão com ódio e tristeza.

As brigas se tornavam mais pesadas, quase sempre envolvendo muita gritaria e, após Draco perder o medo das denúncias, violência.

Os dias se arrastavam para Hermione, ela não era mais feliz. Não conseguia mais viver lá, não conseguia aturar o horror que aturava. Tinha hematomas nos braços e até um corte na perna direita.

Chorava todas as noites.

Ainda não tinha se partido ao meio por causa do ruivo, que a cada dia a fortalecia indiretamente via mensagens. Ele não sabia o que acontecia, só sabia que ela estava triste ora por machucado ora por sono ora por carência.

As desculpas para Rony não ir visita-la eram cada vez mais esfarrapadas, cada vez piores.

“A gripe voltou” “Estou muito ocupada, não tenho tempo” “Estou muito cansada”. Tudo sempre seguido de pedidos de desculpas e ofertas para outras visitas em outras ocasiões.

Mesmo não aparentando, Rony sofria com a dor de Hermione. Era como um vodu: Hermione se machucava, Rony sentia, algumas vezes até mais dolorosamente. Era torturador saber que não podia vê-la, saber que não podia toca-la. Não por enquanto.

**

"Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí quando eu

Eu... eu olho para você"

When I Look At You - Miley Cyrus


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Notas finais do capítulo

Já tenho em mente a minha próxima fic, estarei fazendo pedido de capa e afins... Acho que vocês vão gostar bastante.
É versão trouxa, hehe... Vai ser longa, não muito.
Aguardem, hehehe...
Boa semana :)