As Desastrosas Aventuras da Guilda escrita por Hikaru


Capítulo 1
Prólogo: A Ultima Noite do Antigo Mundo


Notas iniciais do capítulo

Esse prólogo é feito apenas para situar a história, mais do que propriamente começar ela. Os acontecimentos deste capitulo explicam a situação que o nosso mundo se encontra nos próximos capítulos.



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Amelia sentou-se exausta contra a parede da catacumba e deu uma olhada nas suas provisões. A bateria da lanterna ja havia acabado a muito, e logo o óleo do lampião também chegaria ao fim, deixando-a completamente no escuro. Ela checou seu relógio e viu a data. 21 de dezembro de 2012. Ja fazia uma semana que ela estava presa dentro da maldita catacumba. A comida provavelmente não duraria mais que dois dias, e a água também.

"Bom, não vou achar a saída se ficar aqui sentada lamentando" pensou ela, enquanto colocava a mochila nas costa e começava a vagar novamente. Procurou se concentrar no seu objetivo: O livro. O segredo mais bem guardado da Igreja Católica. O objeto de estudo de boa parte de sua vida. Seus colegas arqueólogos e historiadores sempre acharam que ela acreditava demais em teorias conspiratorias, mas ela descera uns bons quilômetros adentro dos subterrâneos mais esquecidos de Roma para provar a existência do livro. É claro que ela se arrependeu profundamente depois que percebeu que estava completamente perdida.

Ironicamente, ela não fazia a menor idéia do que estava escrito no livro, ou sobre o que o livro trata, mas acreditava que era muito importante, e que a melhor maneira de descobrir era achando o livro.

Depois de mais algumas horas de andanças, Amelia parou para descansar de novo. Assim que sentou, percebeu um movimento sutil pelo canto do olho. Virou-se rapidamente na esperança de achar alguem, mas se decepcionou prontamente.

"Olá?"

Sua voz ecoou pelos corredores escuros várias vezes, como se respondesse ao seu próprio chamado. Mais vezes do que ela esperava. Amelia olhou pro escuro com as sonbrancelhas franzidas, tentando processar o fato, e começou a aceitar que talvez estivesse perdendo um pouco da sanidade. Desembrulhou uma das últimas barras de ração nutricional, enquanto pensava em quantos orgãos ela trocaria por um prato de espaguete a bolonhesa.

Nesse momento ela percebeu a chama do seu lampião abrindo a portinhola.

Amelia piscou várias vezes até se convecer que seus olhos não estavam lhe pregando nenhuma peça. Observou, incrédula, enquanto uma pequena labareda empurrou a portinhola do lampião, e outra estendeu-se mais adiante e encostou o chão. Em pouco momentos, a pequena chama pos-se a andar lentamente pelo corredor da catacumba, com suas várias "pernas" dando passos desajeitados típicos de quem tenta pela primeira vez. A exploradora levantou-se num salto e abafou um grito. A chama olhou pra ela, soltou um chiado agudo e, após alguns tropeços, começou a correr para longe de Amélia, que logo correu atrás.

Após alguns minutos de perseguição, as longas pernas da exploradora lhe puseram na vantagem. Ela tentou um pulo para frente, a fim de agarrar a pequena chama com as mãos; no entanto, no momento em que ela a pegaria, a chama desapareceu por entre os tijolos da parede. Amelia socou a parede, frustrada, e esta se abriu com um rangido.

Ela olhou para frente, e não acreditou no que estava vendo.

A sala era ampla, e as paredes eram cobertas de vinhas e trepadeiras, com flores que ela nunca havia visto antes. O teto em abóbada convergia para uma luz intensa. O ar tinha um cheiro delicioso que ela não conseguia identificar, e estranhamente a melhor palavra que lhe ocorreu para descreve-lo foi "roxo". No centro da sala, havia um pedestal imponente, com um livro de aparência milenar. Envolvendo o livro havia uma grossa corrente, trancada por um cadeado pesadíssimo, adornado de cruzes e imagens de anjos.

Amelia aproximou-se lentamente do pedestal, observando boquiaberta a beleza e a bizarrice daquele lugar. Ela tocou o cadeado com cuidado, e, com um clique, ele abriu-se. A exploradora rapidamente o jogou para o lado e libertou o livro. Com cuidado, ela o abriu na primeira página. Nela, apenas uma frase estava escrita, e abaixo, um desenho intricado de um cadeado. Ela leu em voz alta:

"Liberet quid nunquam fuit clausa"

O cadeado na página abriu-se com um estalar profundo, que ecoou até os confins mais distantes da Terra. O livro levitou das mãos de Amelia, enquanto suas páginas se soltavam e flutuavam num círculo ao redor da sala, primeiro lentamente, mas logo ficando mais rápido do que os olhos poderiam acompanhar. Então, o livro emitiu um clarão, que desintegrou a jovem. E um novo mundo começava naquele momento


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Notas finais do capítulo

Não sei quando farei um novo capítulo. Não esperem regularidade, ou rapidez.



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