– Por que você não conta para os nossos amigos o que você conversou com Naruto? – disse o Uchiha.

– Nada disso é da sua conta Sasuke. – respondeu Sakura irritada. – Eu e o Naruto só tivemos uma discussão boba, em alguns dias tudo vai voltar ao normal.

– Você quer dizer quando a Hinata for embora? – desafiou o moreno. – Você pode tentar manter a amizade, ou perdê-lo de uma vez por todas.

– Já entendemos o que está acontecendo aqui, mas não nos diz respeito, então porque não esquecemos esse assunto? – pediu Shikamaru.

– Você tem razão. – falou Sasuke. – Termine logo Karin, quero ir embora.

– Não estou me sentido bem Ino, será que pode me levar para casa? – pediu a rosada.

– Não acha que devia pedir isso ao Sai? – falou a loira.

– Ela fez bem em pedir a você, ela não precisa da minha companhia, não agora. – falou Sai com cara de poucos amigos.

– Tudo bem Sakura. – disse a loira. – Só preciso pagar minha parte.

– Não precisa Ino. – falou Sasuke. – Faço questão de pagar a conta, é como se fosse uma comemoração por Naruto ter tirado a venda que cobria seus olhos.

– Vamos Ino, não consigo mais ficar aqui. – disse a rosada, indo em direção à saída.

– Agente se vê depois. – falou a loira correndo atrás da rosada.

– Hum... – começou Shikamaru. – Por que insiste em provoca-la? Isso é problemático.

– A Sakura sempre foi uma irritante. – falou pensativo. – Só estou me vingando das vezes que ela descontou sua chatice em mim.

– Estou feliz por meu primo estar se dando bem com alguém. – disse Karin contente.

– Não fique tão feliz por isso. Cedo ou tarde Hinata se lembrará de tudo, e irá embora. Eu gostei dela, gostei muito mesmo, acho até que seria uma ótima namorada para o Naruto, mas não quero ver o meu amigo sofrer quando ela for para casa.

– Tem relacionamentos que dão certo a distância. – Temari tentou argumentar.

– Ela é bonita demais, não daria certo. – começou Sai. – Se eu fosse o namorado sentiria ciúmes mesmo estando perto, longe então nem sei o que faria.

– Ela já pode estar namorando, só não se lembra. – comentou Chouji.

– Tudo tem seu tempo. – falou o Uchiha. – Não podemos impedir que os dois envolvam-se, é só dar tempo ao tempo. – suspirou. – Já estão terminando? Quero ir para casa do Naruto, dar uma surra nele no futebol.

– O que adianta ganhar do Naruto se vai perder pra mim? – provocou Shikamaru.

– Vamos ter de arranjar alguma coisa para nos distrairmos Temari, pois os meninos vão esquecer que existimos quando puserem as mãos naqueles controles.

– Não se preocupe Karin, já pensei em tudo. – respondeu a Sabaku.

Enquanto os amigos conversavam sobre o que iam jogar, Sai estava quieto, pensando sobre o que tinha acontecido entre Naruto e Sakura. Ele gostava muito da rosada, mas será que valia a pena manter um relacionamento com alguém que não se importava em magoar seus sentimentos? Sim, ela o magoara, é não parecia se preocupar a respeito, muito menos interessada em conversar sobre o assunto. Seu relacionamento com a Haruno dependia da conversa que teria com ela em breve.

~II~

Gaara, Hinata e Naruto haviam acabado de chegar à casa do loiro. A morena achou o jardim que havia em frente à residência muito bonito, e o que lhe chamou atenção foi uma moto que estava estacionada próxima à garagem. Ela era preta com chamas laranja, ela ficou imaginando se era de Naruto, mas não teve coragem de perguntar.

– Vamos Hinata. – falou o loiro a pegando pela mão, puxando-a rumo à porta da frente. – Acho que você vai gostar de passar um tempo aqui, é mais confortável que o hospital.

– Obrigado por lembrar que eu existo. – disse Gaara se fingindo de chateado. – Gosta de jogos Hinata?

– Que tipo de jogos? – ela perguntou curiosa.

– Temos jogos eletrônicos, mas podemos jogar cartas também. – falou sorridente. – Quem sabe um strip poker. – deu um sorriso safado.

– Como se joga isso? – perguntou Hinata inocente.

– Vamos entrando Hina, não ligue para as besteiras que o Gaara fala. – falou o loiro puxando a morena.

Assim que observou a casa do loiro Hinata deu um sorriso tímido. Ela não conhecia os pais dele, mas sabia que a decoração daquele lugar dizia muito sobre a família.

– Gostou da casa? – perguntou o loiro curioso.

A decoração era bem moderna, as cores amarelas e laranja eram predominantes na decoração, mesmo assim faziam um composé maravilhoso.

– Seus pais parecem ser bem alegres. – ela disse tímida. – Gostaria de conhecê-los.

– Eles estão na cidade vizinha, chegam hoje à noite. Não sei quanto tempo ficará por aqui, mas espero que seja o suficiente para conhecê-los, sei que vão gostar de você assim como eu. – falou o loiro sem perceber que tinha falado mais que o necessário.

Hinata estava um pouco mais corada devido ao fato de saber que Naruto gostava dela.

– Você me intriga de inúmeras maneiras. – começou ela. – Deve ter percebido que fui muito fria com você, mas isso não foi empecilho para que ficasse mais próximo de mim, gostaria de saber o por quê.

– Quando nos interessamos por uma pessoa procuramos conquista-la, mesmo que ela não goste da gente. Acho que foi o que aconteceu comigo, quando te vi percebi imediatamente que queria ser seu amigo. É claro que não te obrigaria a isso. – ele riu. – Espero que tenha mudado seu conceito em relação a mim.

– Pode ter certeza que sim. – ela respondeu sorrindo.

– Ei pessoas. – gritou Gaara do sofá. – Já liguei o vídeo game, vamos jogar. – falou animado.

– Se quiser comer alguma coisa a cozinha fica ali. – disse o Uzumaki apontando para uma porta que ficava oposta a sala.

– Acabamos de comer Naruto, impossível querer algo agora. – falou a morena.

– Esquece isso Hinata, esse loiro faz jus a sua cabeleira loira. – brincou Gaara. – Agora parem de enrolar e se sentem ao meu lado.

Naruto e Gaara começaram a jogar um jogo de ação enquanto Hinata observava a disputa acirrada dos dois. A morena achava graça das provocações deles enquanto se divertiam. Ela começou a observar o tempo pela grande janela que tinha na sala, uma chuva forte começou a cair, dando impressão que não cessaria tão cedo. Aos poucos uma pesada lembrança se apoderava da mente de Hinata.

Ela ainda corria desesperada pela rua, sem rumo, sem pensar para onde iria. Para piorar sua situação ouviu alguém gritar seu nome.

– Ei Hyuuga, volte aqui, quero falar com você. – gritou um rapaz loiro que ela conhecia muito bem.

Ela não lhe deu ouvidos, queria ficar o mais longe possível daquelas pessoas que ela tanto odiava no momento. Continuou correndo, mas parou um pouco para observar que o rapaz loiro e um ruivo corriam atrás dela. Desesperada ela voltou a correr o mais rápido que podia, mas já estava cansada, e correr com um pé descalço e outro calçado só tornavam as coisas mais difíceis. Em um determinado trecho ela caiu perdendo o outro sapato, se machucando novamente e diminuindo a distancia entre ela e os garotos. Cansada e muito dolorida ela se levantou sem forças para continuar.

– Ei Hyuuga. – disse o loiro próximo a ela. – Eu disse para você parar. – gritou irritado desferindo uma forte bofetada no rosto da morena que se desequilibrou e caiu batendo a cabeça no asfalto.

– O que foi que você fez? – gritou o ruivo desesperado chegando próximo ao amigo.

– Levante-se daí garota. – gritou o loiro irritado.

Ela não tinha forças nem para abrir os olhos, aos poucos estava perdendo os sentidos.

– Vamos Hyuuga, não faça doce, não te bati tão forte. – falou o loiro empurrando o corpo dela com um dos pés.

O ruivo se abaixou e a colocou de barriga pra cima percebendo que ela havia batido a cabeça, a testa da colega de turma sangrava bastante, e ela respirava com muita dificuldade.

– O que foi que você fez Deidara? – perguntou o ruivo desesperado. – A respiração dela está muito fraca e o machucado que você fez está sagrando bastante.

– O que vamos fazer agora? – perguntou o loiro preocupado.

– Foi você quem fez isso. – disse o ruivo irritado.

– Mas você concordou com isso tudo, se eu me ferrar levo você junto.

A morena ouvia vagamente a discussão dos rapazes até que ouviu uma terceira voz que ela não conseguiu reconhecer.

– O que os pirralhos aprontaram?

– Você precisa ajudar agente. – disse o loiro desesperado. – Não sabemos o que fazer.

– Se você não tivesse batido nela não estaríamos nessa situação. – disse o ruivo.

– Se afastem. – disse o rapaz um pouco mais velho que os dois. Ele se aproximou de Hinata e avaliou a situação. – Que problemão vocês arranjaram, machucaram a filha do cara mais rico da cidade. – falou entediado. – Talvez se a levarem para o hospital ela sobreviva, mas vocês terão que se explicar com o pai dela e as autoridades. Diga adeus à faculdade e ao resto de suas vidas. – disse se afastando.

– Espera. – gritou o ruivo. – Por favor, me deu muito trabalho conseguir uma bolsa de estudos naquela faculdade, eu não quero perder essa oportunidade, nos ajude. Se responsabilize pelo que aconteceu, eu faço qualquer coisa.

– Não seja idiota Sasori, quando essa garota acordar ela vai contar tudo. – gritou o loiro.

– Já sei o que fazer. – disse o rapaz que Hinata não conhecia. – Vamos fazer o seguinte...

Foi a ultima coisa que a garota ouviu, pois perdeu os sentidos.

Ela voltou a si desesperada, havia se lembrado de seu sobrenome, e de quem havia lhe machucado.

– Naruto. – chamou baixinho ganhando a atenção de Uzumaki e de Gaara. – Eu já sei quem eu sou, sei de onde vim, eu preciso ir pra casa. – disse desesperada.