– Estou bem. – disse pausadamente. – Pare de me olhar desse jeito Sasuke, preste atenção na estrada. – ralhou com o amigo.

– Bem que estou tentando prestar atenção na estrada, mas fica difícil com você gritando desse jeito. – respondeu um pouco rabugento.

– Não ligue para o Sasuke primo, ele só está mal humorado por causa do cansaço que está sentido. Aliás, senhor Uchiha, já está na hora de descansar um pouco, que tal trocar de lugar comigo? – sugeriu Karin.

– E morrer jovem? Não mesmo.

– Por que você nunca me deixa dirigir? Pelo menos uma vez na vida gostaria de assumir o controle, você nunca me deixa fazer nada, está sempre decidindo o que devo ou não fazer.

Naruto e Hinata se entreolharam assustados, pelo clima da conversa os dois iriam brigar na certa, e tudo por culpa do machismo de Sasuke.

– Isso é porque você não sabe tomar decisões corretamente Karin, devia me agradecer por impedir que faça besteiras. – falou fingindo ser superior.

– Você está me chamando de burra? – perguntou indignada. – Eu não acredito que você pensa isso de mim.

– Eu não te chamei de burra meu bem...

– Não me chame de meu bem, não quero mais falar com você. – falou se virando para o lado com cara de emburrada.

– É disso que estou falando. – falou o moreno bravo. – Que atitude mais infantil.

– Antes que você vire e fale ao Sasuke que ele é o infantil. – começou o loiro. – Que tal trocarmos de posição? Vou dirigir com a Hinata do meu lado. – disse pegando a mão da Hyuuga. – E você e o Sasuke descansam um pouco aqui atrás. – sugeriu.

– Mas está chovendo lá fora. – disse o Uchiha.

– Não, está chovendo aqui dentro. – falou a ruiva sarcástica. – Desde quando você é de açúcar? Encoste logo a porra desse carro para trocarmos de lugar.

Sasuke preferiu não contrariar a namorada, pois sabia que se continuasse com aquela discussão boba, ela iria acabar magoada, e ele com sérios problemas para desculpar-se. Parou o carro em um acostamento para trocarem de lugar. Karin aproveitou o fato de o banco de trás ser bem espaçoso para ficar o mais longe possível do namorado. A ruiva sempre ficava chateada quando ele vinha com papo machista.

Naruto prestava atenção na estrada enquanto Hinata o analisava hora ou outra. Estava animado para conversar um pouco mais com a morena, mas isso podia esperar. Passou algumas horas, e o loiro continuava a dirigir velozmente, enquanto o amigo e sua prima pareciam dormir serenamente.

– Não acha que eles ficam melhor assim? – perguntou a Hinata.

– Assim como? – perguntou sem entender.

– Dormindo... Assim brigam menos. – disse concentrado na estrada.

– Acho que eles formam um casal bonito, mas ambos parecem ter um gênio bem forte.

– Vez ou outra alguém tem de ceder. Acho que esse é o segredo para ter uma boa convivência.

– Concordo e discordo de você. – sorriu docemente. – Nem sempre devemos ceder aos caprichos de nossos parceiros, devemos deixar claro nossa opinião, ainda mais quando é algo que seja importante para nós.

– Você já namorou Hinata? – perguntou mostrando mais interesse que o necessário.

– Pensei que tinha ficado claro que nunca namorei. – respondeu sem graça. – Sou o tipo de garota que não atrai o sexo masculino.

– Você só pode estar brincando comigo. – ele riu do próprio entusiasmo. – Você é do tipo de garota que todo cara gostaria de namorar... É meiga, tímida, linda, fofa... – antes que ele pudesse continuar ela o interrompeu.

– Não creio que eu seja tudo isso que você disse, mas obrigada pelos elogios. – agradeceu corada. – Você namoraria uma garota como eu? Quer dizer... – ela parecia desconcertada. – Hipoteticamente falando.

– Até casaria com uma garota como você. – respondeu sorridente, vendo o rubor na face da morena. – Não te conheço há muito tempo Hinata, mas sei que é uma ótima garota. Possui todas as qualidades que citei, e é adorável te ver corada.

– Obrigada, por tudo. – agradeceu sem graça.

Ela não sabia explicar, mas Naruto a fazia sentir sensações jamais imaginadas por ela. Ele possuía um sorriso tão espontâneo que fazia seu coração acelerar aos poucos. Por algum motivo estranho desejava um contanto mais intimo com o loiro.

– Diga-me Hinata, tem algum amigo?

– Meu primo Neji. – sorriu bobamente ao lembrar-se de seu fiel companheiro. – Também não posso esquecer-me da minha pequena Hanabi.

– Quem é essa?

– Minha irmã mais nova.

– Espero poder conhecê-los. – disse sinceramente.

– Hanabi vai adorar te conhecer.

– A é? E por quê?

– Espere para ver, sei que gostará dela também.

– Veja só, chegamos a um posto de gasolina. – disse o loiro ao estacionar no local. – Vou encher o tanque, e depois ligarei para vovó, ela deve estar preocupada contigo, afinal não a avisei que levaria você para casa.

– Tem razão Naruto, ela deve estar preocupada. – falou pensativa.

– Por que não liga para sua casa enquanto eu abasteço o carro? Pegue o celular do Sasuke. – disse entregando o aparelho na mão da morena. – Já estamos fora da cidade, talvez aqui ele funcione.

– Obrigada Naruto.

O loiro foi abastecer o carro, enquanto Hinata passou a andar pelo local para procurar um canto que melhorasse o sinal, pois o mesmo estava péssimo. Quando finalmente conseguiu, discou o número de sua casa. Esperou alguns instantes até que alguém atendeu.

– Alô? – disse a voz máscula do outro lado da linha.

– Neji? Sou eu, Hina. – falou emocionada.

– Hinata, onde você está? Estávamos todos preocupados com você. – disse preocupado.

– Agora estou bem. – respondeu sem pensar.

– O que você quer dizer com agora? Aconteceu alguma coisa Hina? Diga-me onde está e vou lhe buscar.

– Não se preocupe primo, já estou bem melhor, e a caminho de casa, amanhã estarei aí, eu acho.

– Me conte o que aconteceu, estou ficando mais preocupado. – Sua voz saiu falha, devido ao péssimo sinal, provavelmente era culpa da forte chuva.

– Por favor, Neji, diga ao papai que estou bem, e que logo estarei em casa, diga a Hanabi que a amo, e logo estarei aí para cuidar dela.

– Não desligue ainda Hinata, me diga onde está. Você não sabe a falta que está fazendo aqui em casa. Estamos tão preocupados com você, Hanabi piorou ao saber do seu desaparecimento.

– Bem, acho que estou... – antes que a morena pudesse terminar a ligação caiu.

– Droga. – disse baixinho.

– O que foi? – perguntou Naruto se aproximando.

– A ligação caiu, e não tem mais sinal. – falou entregando o celular ao loiro. – E você nem pôde ligar para senhora Tsunade.

– Não se preocupe Hina, usei o telefone público, sabia que isso provavelmente iria acontecer. Comprei café para nós e alguns biscoitos; se quiser posso esperar até que use o telefone público.

– Já falei o suficiente com meu primo, sei que ele está preocupado, mas já está ciente de que estou bem. Vamos, quero chegar o quanto antes se não for incômodo. Hanabi não está bem pelo que ele me disse, não quero ser responsável por complicações na saúde da minha irmã.

A morena foi em direção ao carro angustiada pela noticia que acabara de receber. Naruto sentiu vontade de perguntar se a irmã da Hyuuga tinha algum problema de saúde, mas preferiu deixar para depois, não queria a deixar mais chateada do que já estava.

O loiro dirigiu até o amanhecer, depois trocou de lugar com o amigo. O restante da viagem ocorreu tranquilamente. No fim da tarde para o inicio da noite do dia seguinte já estavam em Tókio, a partir de então Sasuke passou a receber dicas de Hinata sobre qual direção tomar.

Naruto olhava o tempo, parecia que ia chover novamente. Ele não prestava atenção na conversa dos demais dentro do veículo. Sobre as coordenadas de Hinata, Sasuke entrou em um bairro nobre. Depois de alguns minutos entrou em uma rua longa, onde havia várias mansões. O loiro ficou um pouco assustado. O Uchiha dirigiu mais alguns metros até parar em frente à residência Hyuuga. Eles não sabiam, mas Naruto já conhecia aquele lugar.