The Hunger Games: We Always Were escrita por Beatriz Costa


Capítulo 9
Onze! - PARTE 2


Notas iniciais do capítulo

AQUI ESTÁ A SEGUNDA PARTE DO CAPITULO
BOA LEITURA
:)



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Haymitch deu um tapinha nas costas de Peeta. “Consegue acreditar nisso? Um onze? E você… o que você fez para conseguir um oito? Pensei que você tivesse dito que apenas jogou uns pesos?” Haymitch tirou seu frasco e deu um gole. Ele o deixou cair, quando ouviu um vaso quebrar contra a parede.

Peeta tinha as duas mãos em punho e tentava não dar um soco em seu mentor.

“Que diabos, garoto? Que foi isso? Você me fez derrubar a bebida!” Haymitch fechou a porta do quarto de Peeta.

“Você poderá quer se afastar, Haymitch.” Peeta praticamente rosnou. “Você me pode ter socado uma vez, mas eu prometo, que dessa vez não.”

Haymitch recuou e disse cuidadosamente: “O que é que parece ser o problema aqui, garoto? Vocês dois foram ótimos.”

Peeta olhou para ele. “Eu passei os últimos dias tentando me tornar o alvo dos Carreiristas. Tentar fazer com que eles me vissem no Centro de Treino, não uma… garota pequena. Inferno, Cinna e Portia nos pegaram fogo, certo? Nós dois estávamos na droga daquele desfile! E agora ela tem um onze. Um onze!” Peeta se virou e socou a parede. “De quem você acha que eles vão atrás, assim que o gongo tocar? Não o cara que tem um oito!”

Haymitch levantou os olhos. Ele deveria ter percebido isso imediatamente, pensou para si mesmo. “Sim, Peeta. Mas com um onze os patrocinadores…”

“Esqueça os patrocinadores. Todo o mundo sabe que a primeira pessoa a abater é a que tem a pontuação mais alta. Não haverá ninguém para patrocinar!” O olhar no rosto de Peeta, trouxe os sentidos de Haymitch.

“Precisamos de um plano.”

“Bem, temos esta noite e amanhã para pensar em algo.”

“Temos esta noite. Effie e eu vamos estar treinando vocês dois em…”

“Não mais,” interrompeu Peeta.

“Quê?”

“Não vamos mais treinar juntos.” Peeta informou. “Se vamos elaborar um plano, precisamos de tempo e se ela treinar comigo, não vamos ter nenhum. Então…“ Peeta balançou a cabeça. “Droga!” ele gritou. “Eu odeio isto!” Ele estava frustrado com toda a situação. Ele olhou em volta do quarto, tentando se recompor. “Me dê um minuto, pode ser Haymitch?”

Peeta entrou no banheiro e jogou um pouco de água em seu rosto. Colocou as mãos na borda da pia e olhou seu reflexo no espelho. Ele odiava o Distrito 12. Não, ele pensou, ele odiava a vida que a Capital tinha forçado sobre todos no Distrito 12. A fome, o medo, os Jogos. Ele fechou os olhos e pensou em Katniss. Ela não sorria com muita frequência. Quando ela andava pela escola, ela tinha sempre uma expressão estoica, mas normalmente Peeta poderia suavizar essa expressão durante o almoço. Ele amava seu cabelo. Por vezes ele envolveria a trança dela em volta de sua mão e puxava sua cabeça para baixo, para que pudesse sussurrar em seu ouvido e então beijá-la no rosto. Ele respirava ela. Inspirava seu perfume. Ela cheirava a pinho e ar fresco. Como ele imaginava que seria o cheiro da floresta. Quando ele lhe mencionou que gostava mais de coelho que esquilo, ela traria coelho para o almoço. Quando lhe explicou que não se sentia bem tirando comida dela, ela disse que tinha caçado um extra para eles, assim não estaria tirando nada de ninguém. Ela era tão generosa. Ela atirou nos Gamemakers, ele riu para si mesmo. Não, se ela tivesse atirado nos Gamemakers, eles estariam mortos. Ela atirou na maçã na boca daquele estúpido porco assado. Ele olhou no espelho e disse: “É por isso que você a ama.” Ele bateu no balcão do banheiro. Secou o rosto e lembrou a si mesmo. “Você pode fazer isto, Peeta. Pela Katniss.”

Peeta voltou para quarto se sentindo como ele próprio e disse a Haymitch: “Nós vamos ter que criar uma estratégia para a arena essa noite. Quanto á entrevista, nós vamos ficaremos dentro do horário e trabalhamos nisso amanhã. Tenho certeza que vou ficar bem, mas no caso de precisar algumas sugestões…”

“Eu vou deixar Effie saber.” Haymitch saiu do quarto e Peeta começou a juntar os pedaços quebrados de cristal que jogado contra a parede.

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Katniss não podia acreditar. Ela tinha conseguido um onze. Todos pareciam felizes por ela, exceto Peeta. Ela não entendia. Ele queria que ela ganhasse. Ele continuava dizendo que ela precisava voltar para casa. Katniss se deitou pensando nele. Ele conseguira um oito. Ela estava tão orgulhosa. Ele disse que jogou algumas coisas ao redor da sala, mas ela sabia que ele deveria ter feito mais do que aquilo e se perguntava o que a garotinha do Distrito 11 teria feito para obter sete. Ela não era maior que Prim. Imaginou a pequena criança se escondendo na rede no teto do Centro de Treino, brincando com a faca do Distrito 2. Imagens de Prim brotaram na mente de Katniss, mas logo as afastou. Mais uma vez pensou em Peeta. Porque é que quando ele a felicitou, ela sentiu que não era sincero? Ela o conhecia bem o suficiente para saber quando ele estava mentindo. O sorriso que lhe deu nessa noite não era genuíno. Não era um sorriso que dizia “bom pra você” ou “estou feliz por você”. Estaria ele finalmente confrontando sua própria morte? Ela ponderou. A morte de Peeta era algo que Katniss não queria enfrentar, então ela poderia entender como seria doloroso para ele. Ela rolou para o lado e puxou um travesseiro para seus braços, desejando que fosse Peeta. Ela estava tentada em ir bater em sua porta.

Ela ficou assim por vários minutos, até que finalmente pegou no controle remoto que estava em cima do criado mudo. Quando tocou, uma grande imagem da Capital á noite ocupou a parede do quarto, mas não queria ver isso. Tocou novamente no controle remoto. A imagem seguinte mostrava o mar, as ondas contra as rochas e a areia. Katniss passou imagem após imagem. Desertos, árvores que lhe lembravam a floresta, planícies com montanhas de fundo e, em seguida ela sentou direita na cama. Ela viu algo familiar na tela. Parecia… casa. Não era, mas parecia. Havia umas casas de pedra familiares. Ela viu fumaça saindo das chaminés e para trás das casas estava uma floresta, mas faltava a cerca. Katniss sabia como o Distrito 12 era. Os chalés encantadores que a Capital mostrava na tela, eram na realidade estéreis e desertas. Atrás ficava a floresta, mas havia uma grande cerca com avisos, avisando os moradores para se manterem fora ou seriam mortos.

Katniss aproximou-se da tela e colocou a mão a dois cm da casa central. Ela lembrava daquela manhã como se fosse ontem. Peeta tinha perguntado se ela poderia encontra-lo lá. Seu tinha pedido para fazer uma entrega para os Pacificadores e Peeta tinha conseguido se esgueirar por alguns minutos. Eles tinham combinado se encontrar na casa central, longe dos olhares.

Flashback

Katniss deveria ir encontrar-se com Gale como fazia todas as manhãs de domingo, mas hoje ela estava esperando Peeta aparecer no lado oposto da floresta.

“Você veio!” Peeta correu até Katniss e jogou seus braços ao redor dela.

Katniss colocou os braços em redor do pescoço dele. “É claro que vim.”

Peeta sussurrou em seu ouvido: “Eu não tinha a certeza se você viria ou não.” Ele deu um passo para trás e olhou nos olhos dela. “Eu sei que você deveria se encontrar com Gale essa manhã.”

Katniss podia sentir seu pulso acelerar com a proximidade de Peeta: “Gale pode esperar.”

As mãos de Peeta deslizaram por seus braços e enlaçaram seus dedos: ”Senti sua falta.” Ele encostou sua cabeça na dela.

“Também senti sua falta.”

“Odeio ficar longe de você.”

Era domingo. Eles tinham se visto na sexta-feira na escola, mas parecia uma eternidade. “Eu também odeio ficar longe de você.”

“Katniss? E se eu falasse com sua mãe? Se pedisse permissão?”

“Não, Peeta.” Katniss não estava preocupada com sua mãe. Ela estava preocupada com a dele. Se a mãe dele descobrisse que Peeta gostava de uma garota do Seam, não saberia que tipo de problemas teria Peeta. A mãe dele era uma bruxa. Ela se lembrou quando Peeta tinha queimado um pouco de pão quando tinha onze anos. Embora ela não tivesse provas, Katniss tinha certeza que ela lhe tinha batido. No dia seguinte, na escola, Peeta apareceu com um olho roxo. “Nós não podemos dizer a nenhum dos nossos pais.”

“Porque não?”

Katniss precisava proteger Peeta. Ela levantou a mão e a pôs na bochecha de Peeta. Seu polegar acariciou a área debaixo do olho que tinha sido ferido anos antes. “É melhor assim.”

A mão de Peeta cobriu a dela, ele inclinou-se e beijou suas bochechas. Seus lábios estavam tão perto dos dela, mas não se tocaram. Katniss o beijou de volta. Foi a primeira vez que ele fez aquilo. A primeira vez que se beijaram.

Katniss tocou no controlo remoto e fez a imagem desaparecer. Ela não acendeu a luz do quarto com medo que alguém visse. Ela deslizou as mãos pela parede em direção á porta. Girou a maçaneta e olhou ao longo corredor. Quando teve a certeza que ninguém andava por ali, ela saiu na ponta dos pés e fez o caminho até ao quarto de Peeta. Ela precisava vê-lo. Ela tinha de tocar nele. O maior contacto que tiveram foi quando seus dedos se tocaram levemente naquela tarde. Ela sentia falta da segurança dos seus braços em volta dela. Quando ela estava do lado de fora da porta, ela tentou decidir se batia ou não. Se ela batesse, corria o risco de acordar mais alguém. Ela entraria, decidiu. Quando estava prestes a girar a maçaneta, ela ouviu uma voz. Duas vozes. Uma masculina e outra feminina. Ela se inclinou contra a porta, tentando ouvir. Será que Peeta tem outra garota no quarto, ela se perguntou. Em seguida ouve uma terceira voz, esta pertencendo a Peeta. Depois de alguns segundos, Katniss percebeu que alguém estava vindo. Ela correu de volta para seu quarto e espreitou pela porta, tentando descobrir quem estava no quarto de Peeta. Effie! O que raios estava Effie Trinket a fazer no quarto de Peeta aquela hora? Katniss não sabia, mas estava disposta a descobrir. Ela ficou olhando para a porta, esperando… observando… imaginando, mas nada acontecia. Depois de meia hora, ela viu Effie voltar para o quarto com uma garrafa de algo marrom. Katniss levantou uma sobrancelha. Não havia dúvida que era álcool para Haymitch. Ela tinha acabado de descobrir quem era a outra voz no quarto. Ela sentou no chão e continuou a vigiar. Uma hora se passou. Duas. Ela continuou com a cabeça encostada contra a parede. Quando ouviu um bocejo vindo do corredor, Katniss sentou-se e olhou pela fresta da porta. Effie e Haymitch indo para seus quartos. Katniss olhou o relógio. Passava das 3h00. Ela levantou-se e fechou a porta o mais silenciosamente possível. Antes, ela queria rastejar para os braços de Peeta, agora havia muitas perguntas. O que estava Peeta a fazer com Haymitch e Effie a portas fechadas? Porque ele não ficou feliz com o seu 11? Será que ele realmente queria que ela fosse para casa ou estaria a lutar para tentar salvar a própria vida?

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Peeta apenas dormiu três horas. Haymitch, Effie e Peeta tinham feito um plano sobre o que fazer na arena. Se resultasse, Katniss teria uma boa chance na arena. A partir daquele momento, Peeta teria um papel importante a desempenhar. Ele só esperava não passar os últimos dias de vida com Katniss a odiá-lo.

“Peeta, você tem certeza sobre isso? É muito perigoso”, Effie sussurrou-lhe ao pequeno-almoço.

“Há alguma coisa na arena que seja segura?” perguntou Haymitch.

“Acho que não, mas isso? Sério?” Effie perguntou preocupada.

“Olha Effie, eu sei o que estou fazendo. Vamos manter o plano, tudo bem. Se continuarmos a fazer perguntas, então vamos cometer erros”, Peeta sussurrou. “Nenhum de nós dormiu muito a noite passada, e nós temos um longo dia pela frente. Vamos apenas tentar… ela vem aí. Vamos sentar.”

Effie, Haymitch e Peeta sentaram em seus lugares á volta da mesa e começaram a comer em silêncio. Quando Peeta estava terminando seu prato de guisado, Katniss perguntou: “Qual é a agenda para hoje? Você vai nos treinar para as entrevistas, certo?”

“Bem, houve uma mudança de planos.” Os olhos de Haymitch vagaram entre Katniss e Peeta. “Peeta pediu para ser treinado em separado.”

Peeta podia sentir os olhos de Katniss sobre si.

“O quê?” Katniss jogou o garfo contra o prato. “Você fez o quê?” Sua voz era fria. “Pediu para ser treinado em separado?”

“Este tipo de coisas acontece, docinho.” Haymitch tentou acalmar a situação.

“Se me derem licença” Peeta levantou-se da mesa desviando os olhos de Katniss a todo o custo. “Estou cheio.”

Katniss ficou em pé e olhou para as costas de Peeta. “Tudo bem. Isso é bom.” Ela queria que eles fizessem isso desde a Colheita, pensou consigo mesma. Isto era o melhor. E agora ela sabia sobre o que era o encontro clandestino da noite passada.

“Você vai começar com a Effie, Katniss.” Haymitch e Effie se entreolharam, enquanto Katniss encarava com dor no olhar, a figura que desaparecia de Peeta, que caminhava pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

O que acham que vai acontecer agora? Irá Katniss confrontar Effie, Haymitch e Peeta? Não irá fazer nada? Vão descobrir no próximo capitulo...
Bjs:)



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