We Found Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 11
A Partida




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Os dois se olharam e então Loki se levantou e começou a se vestir. Thor ficou apenas olhando-o ainda anestesiado por tudo o que tinham feito, por tudo o que tinha acontecido.

– Saia agora, asgardiano. Por favor. – ele disse indo até a sua penteadeira e se olhando no espelho, de costas para Thor.

– Ah, claro. – Thor respondeu um tanto surpreso e ligeiramente ofendido. Mas o que poderia esperar? Era esse o combinado, não era? Se para Loki não significaria nada, para ele também não, ora!

Começou a se vestir lentamente, esperando que Loki desistisse e pedisse para eles ficarem juntos.

– Então...é isso. – ele disse encarando o reflexo de Loki.

– É.

– Eu te vejo no jantar?

– Claro. Já vou descer...

– Certo. Até mais então.

Thor abriu a porta do quarto e caminhou lentamente para o seu, as pontas de seus dedos passando pela parede lisa.

Não era necessário nem ao menos fechar os olhos para reviver tudo aquilo que tinha passado nas últimas horas. Era normal se sentir assim? Era esperado que se sentisse tão perdido e tão certo de algo que nem ao menos sabia dar um nome?

Loki havia chamado sua atenção desde o primeiro dia que havia chegado em Asgard, isso era bem verdade. Mas tantas coisas, pequenas coisas, tantos detalhes haviam mudado a forma de enxerga-lo.

E agora isso. Tudo isso passava por sua mente de maneira violenta, fazendo-o se lembrar do beijo dele, do seu toque.

Loki que havia concordado em consumar o casamento, mas em até que ponto aquilo era apenas interesse politico?

Certa vez o jotun tinha comentado que nunca havia sentido nada por ninguém antes, e que não sabia como seu povo se portava diante de uma situação, de um sentimento como o amor.

Será que Loki se apaixonaria algum dia por ele?

Será que ele algum dia se sentiria como Thor tinha que admitir que estava se sentindo agora, completamente apaixonando?





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Quando Loki chegou à mesa, Thor, Odin e Frigga já estavam sentados.

Sentou-se de frente para o príncipe que o olhou rapidamente antes de voltar para o seu prato.

– Está tudo bem, Loki? – a rainha perguntou.

– Sim, tudo certo.

– Thor nos mostrou a aliança. A espécie de tatuagem que surgiu...vocês consumaram o casamento mesmo...quem diria! – comentou o pai de todos.

Loki apenas o encarou friamente e não disse mais nada. Se alimentou de cabeça baixa e não olhou para ninguém. Odin se voltou ao seu filho e disse:

– Bom, assim como segue a tradição, após o baile de Inverno, nós, pertencentes da realeza viajamos à caça para Vanaheim.

– Oh. Sim...o senhor havia comentado. Quando partimos?

– Na próxima semana. É quando o inverno começa a ficar rigoroso aqui em Asgard. Como eu não quero virar um gigante e tenho certeza que você também não, vamos para um lugar bem quente. Lá será Primavera.

O comentário de Odin fez Thor e Loki se olharam por um milésimo de segundo antes de retornarem para suas refeições.

– Quanto tempo ficaremos fora?

– Seis meses. Já havia dito isso...- o mais velho respondeu.

Loki o encarou rapidamente, agora parecendo levemente desconfortável.

– Loki virá conosco, certo? – Thor perguntou um pouco sem graça.

– Naturalmente não. Por motivos óbvios. Jotuns não são bem vindos lá. Ele ficará com sua mãe...

– Não se preocupe, asgardiano. Eu me sentirei em casa, como nunca havia me senti antes...e vocês vão caçar, no final das contas. Não vejo sentido nisso, não perderei nada. – Loki respondeu tentando sorrir para Thor.

– Estranho vir esse comentário de você, Loki! Os Jotuns não gostam de lutar, não são estrategistas? A Caça me parece um esporte bem adequado. – comentou a rainha enquanto tomava mais um pouco de vinho.

– Você está completamente equivocada, se me permite dizer. Nós gostamos de caçar sim...mas apenas quem nos faz mal. Apenas nossos inimigos, não animais, seres indefesos.

Frigga ficou sem reação enquanto Thor então disfarçou a risada e disse:

– Eu não aprecio a caça em si...mas Vanaheim é um belíssimo lugar, Loki. Você deveria conhecer, um dia...

Os dois trocaram mais um longo olhar e Loki então respondeu:

– Quando você voltar eu estarei aqui e você poderá me contar sobre sua viagem. Se me derem licença, vou para biblioteca antes de me deitar.

Ele então não esperou a resposta dos outros e saiu rapidamente em direção do cômodo que ficava do outro lado do palácio. Assim que se distanciou, ouviu passos de botas, sabia quem era.

– Ei, Loki. Espera!

Os dois então se olharam, ali, no meio daquele corredor mal iluminado. Thor se aproximou e disse:

– Eu sinto muito. Pelo meu pai e seus comentários, eu...

– Por quê, asgardiano? Nada mudou. Eu sou o mesmo jotun de ontem...não me importo com comentários ignorantes de seu pai. Nem os de sua mãe.

– Certo. Eu, eu acho que você deveria ir...comigo, conosco. Lá tem praias, Loki...algumas tão belas quanto as que existem em Midgard!

– Não. Eu ainda prefiro ficar. Mas obrigado por...pelo convite.

– De nada.

– Então...seis meses, hã? Muito tempo.

– Seis meses? – perguntou Loki disfarçando.

– Sim. É o tempo que ficarei fora...

– Oh. Espero que aproveite bastante.

– É...o que você fará neste tempo? Quero dizer, além de ficar aqui com minha mãe?

– Talvez eu vá até meu reino, ver meu pai. Não pensei sobre isso.

– Claro. Bom, eu...eu...tenho que voltar. Então, boa noite.

– Boa noite, asgardiano. Até amanhã.

Ambos trocaram um sorriso e Thor sumiu pelo mesmo corredor que havia surgido. Loki antes de seguir, fechou seus olhos por alguns instantes. Arrependia-se amargamente de ter deixado aquilo tudo ter chegado tão longe. Ter permitido se apaixonar por Thor, ter concordado com a consumação do casamento, ter deixado-o, tocá-lo, conhece-lo da forma que havia feito. Não tinha mais volta, sabia.

Nunca pensou que agiria assim, por simples impulso e vontade própria. Seu pai viria atrás assim que soubesse, ele podia sentir. Mas ao mesmo tempo era algo tão libertador, tão além dele.

Agora tinha dois grandes problemas: arranjar uma boa desculpa para contar ao seu pai e nunca mais se deixar levar, nunca mais se permitir chegar tão longe com Thor novamente.





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A neve começava a cair em pequenos e grossos flocos naquela tarde. Loki estava sentado em uma mesa de concreto jogando xadrez sozinho.

Havia chegado o dia da viagem de Odin e Thor. Ele tentava se concentrar ao máximo, mas a verdade é que não queria se despedir. Tinha evitado qualquer contato com o príncipe e parecia ter surtido efeito. Nos últimos dias os dois não haviam se falado e ele achou melhor assim.

Apenas em ouvir a voz, a risada...ouvir seu nome já fazia Loki sentir uma dor queimar seu peito e algo parar em sua garganta.

– Não me recordo direito de como se joga, mas e se você colocar o cavalo na F3? – Thor sugeriu ao se aproximar sorrindo e sentar em sua frente.

– Cavalos não fazem este movimento, asgardiano. Seu movimento é em “L”...

– Oh, é mesmo. “L” de Loki...verdade! Viu? Não me lembro direito desse jogo.

Os dois sorriram um para o outro e o loiro continuou:

– Eu vim me despedir, só faltava você...pelo jeito está se adaptando rapidamente a este clima, hã? – ele comentou enquanto tremia de frio, apesar de estar muito bem agasalhado.

– Esse frio está tão agradável...veja, nem preciso de mantas ou algo parecido.

– Uau. Bom, vou indo antes que eu congele. O pessoal me aguarda...vamos partir antes que a neve cubra a estrada e nos impeça de viajar. Fique bem, Loki.

– Eu ficarei. Meu objetivo é apenas matar o rei e a rainha. Me refiro ao jogo, é claro.

– Oh, claro. Jamais pensaria o contrário. – Thor riu fazendo Loki sorrir junto.

– Boa viagem, asgardiano.

– Obrigado. E não ligue para as implicâncias de minha mãe, quero dizer...eu sei que você não liga e não sei o por que eu estou dizendo isso, de novo...mas fique bem.

– Se cuide também. E aproveite muito.

Um silêncio então tomou os dois e Loki percebeu o quanto Thor era realmente lindo. Com seu rosto rosado por causa da baixa temperatura e seus olhos ainda mais azuis, ele pode perceber que sua beleza transcendia além do que era externo, visível. Na verdade aparência era apenas uma parte ínfima, insignificante se comparada a toda beleza que ele tinha por dentro.

– Então, até daqui seis meses! – Thor disse quando seus olhos se encontraram de novo.

– Até.

Ele sorriu e então saiu do pátio. Alguns minutos depois ele ouviu o barulho de cavalos se afastarem.

Foi neste momento em que ele teve a certeza que aquele seis meses seriam uma tortura.



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Notas finais do capítulo

Boa semana!;D



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