Mft - The Adventure escrita por Larissa Amorim
Levou-se cerca de meia hora para que a floresta, assim como a própria vila tornasse-se apenas um pequeno ponto no horizonte. Com o sol ainda ameno da manhã, caminharam várias e várias léguas.
No decorrer do dia dois grupos distintos foram formados. O primeiro, contendo Thor, Fipha e Silver. Os mais excitados com a aventura. O segundo foi uma dupla feita de qualquer jeito, formada por Teor e Mahana. Raramente trocavam alguma palavra.
O grupo dos excitados tomava a frente, enquanto seguiam em fila indiana.
Houve pequenas paradas no caminho. A maior parte devido a alguém cansado demais para continuar, com fome, ou natureza chamando. Mas essas nunca levavam mais que cinco minutos.
Houve também uma parada mais longa, com cerca de duas horas. A parada para o almoço. Nela, depararam-se com um problema:
– O que nós vamos comer? – Fipha estava indignada.
– Eu não sabia que haveria penetras! – Retrucou Teor.
– É graças a esses penetras que vamos poder atravessar o mar!
– Certo, certo – concordou – Mas não me culpem por ter trago pouca comida.
Depois de discutirem, concordaram que a melhor solução era caçar algum animal pequeno e fácil.
Dividiram-se em dois grupos.
No primeiro, ficaram Thor e Teor. No segundo, obviamente os que restaram.
Thor e Teor foram capazes de abater três pequenos ratos campeiros. Mas isso não é tão relevante. O importante mesmo vem a seguir...
Fipha, Mahana e Silver seguiram por um caminho oposto aos outros. Esse caminho os fez adentrar a uma floresta densa e úmida. No caminho acharam muitos répteis, mas nada apetitoso.
A procura por alimento os levou cada vez mais floresta à dentro, e quando deram por si, já não sabiam como voltar.
– Nos perdemos... –Observou Mahana.
– Nos perdemos... – concordou Fipha.
– Não nos perdemos não! – Disse Silver – Eu não estou com vocês como enfeite.
– Isso é obvio. – Fipha riu.
Pigarreou.
– Pois bem, eu sei um jeito de voltarmos.
– E como seria? – perguntou.
– Com... – Mexendo em sua bolsa, o professor de repente tirou um aparelho redondo, com uma espécie de ponteiro – Isso!
– Isso?
– Uma bússola.
– Oh, uma bússola! – Comemorou mesmo sem saber do que se tratava.
– Sim, uma bússola!
– Agora... Como se usa?
– A bússola foi inventada pelos humanos, é uma tecnologia extraordinária. Este ponteiro – mostrou – Ele está sempre virado para o norte. Você só precisa ajeitá-la assim... – mudou a bússola de posição, para que o ponteiro estivesse no grande N – Que se pode saber exatamente para onde ir.
– Nossa! Incrível!
– Pois é!
– Então, para onde vamos?
– É só descobrir de onde viemos!
– De onde viemos?
Silencio.
A surpresa não foi só quanto a quem interrompeu o silencio, foi ainda mais quanto ao por que.
– Ei... – disse Mahana – Tem algo se mexendo...
Todos olharam, curiosos, um arbusto pequeno, do qual vinha uma luz menor ainda. Essa luz balançava as folhas, fazendo barulho.
– O que é isso? – Perguntou Silver.
– Eu não sei – Fipha respondeu, empunhando uma faca – mas se passarmos muito tempo aqui, precisaremos de algo para comer!
Todos se curvaram, até estarem bem perto do arbusto. Fipha ainda tinha a faca em mãos.
– Cuidado... – Silver murmurou.
– Um... – começou – Dois...
De repente, uma luz muito pequena voou rápida e descontroladamente até o topo da árvore. Com alguns segundos, deu para entender do que se tratava.
Era um ser muito pequeno, com cerca de quinze centímetros, humanoide e não trajava nenhuma roupa, porém não aparentava estar nu. O corpo era feminino, adulto, e brilhava intensamente.
Todos olharam, fascinados.
– Uma fada! – Gritou Fipha.
– Não, não é. – Silver corrigiu, cabisbaixo.
– Então você sabe o que é. – concluiu.
– Sei que é perigoso.
O professor, ainda cabisbaixo, tomou distancia e sentou-se na relva. As meninas continuavam a olhar, enfeitiçadas. Ao contrário de Teor, elas nunca haviam tido contato com um ser de espécie diferente. Ainda mais um tão interessante.
– É uma variedade rara de ninfa? – Mahana perguntou.
– Não sei... Mas de alguma forma, sinto que...
Fipha levantou o braço, deixando seu dedo indicador no ar. Timidamente a “fada” foi descendo, e aproximando-se de seu dedo. Tocou o dedo de Fipha com suas pequenas mãozinhas e as recolheu quase que instantaneamente. Foi ganhando confiança numa descida lenta, cheia de retraídas, até estar bem próxima de seu rosto. Ela a encarou com seus minúsculos olhinhos, tocou seu nariz com seus dedinhos e soltou um som quase inaudível.
– Fía...
– Ela falou? – perguntou Mahana, de olhos arregalados.
– Falou...
– Fipha... – Murmurou.
– Ela disse o seu nome!
– Eu sei...
Fipha estava hipnotizada. Ambas estavam.
De repente, ela sentiu um forte puxão em seu braço. Quebrando a hipnose.
– Ei, Fipha! – Gritou Teor.
– Me solte!
– Vocês se perderam não é? Francamente! Rodamos a floresta inteira atrás de vocês! – Gritou.
– Teor... Olhe... – Apontou.
– Mas o que diabos...
– Mas o que diabos?! – Thor exclamou.
Silver o encarou.
– Eu disse que era uma criatura perigosa, mas não quiseram me ouvir.
– Você... Você conhece isso, forjador?
– De vista.
– Sei. – Desconfiou – Por enquanto, vamos embora. Esse ser não deveria estar aqui.
– Então vamos leva-la para o seu lugar! – Propôs Fipha.
– Não! – Silver gritou.
Thor olhou-o, ainda mais desconfiado.
– Tem razão, traga-a. – Disse.
Após receber um olhar mutilador de Silver, sussurrou para o mesmo:
“Converso com você depois.”
Formaram novamente a fila indiana e voltaram para a clareira. Silver e Thor não trocaram olhares nem uma única fez.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Curto. Mas era o que precisava passar nesse capítulo.