Mft - The Adventure escrita por Larissa Amorim


Capítulo 5
A Fada




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Levou-se cerca de meia hora para que a floresta, assim como a própria vila tornasse-se apenas um pequeno ponto no horizonte. Com o sol ainda ameno da manhã, caminharam várias e várias léguas.

No decorrer do dia dois grupos distintos foram formados. O primeiro, contendo Thor, Fipha e Silver. Os mais excitados com a aventura. O segundo foi uma dupla feita de qualquer jeito, formada por Teor e Mahana. Raramente trocavam alguma palavra.

O grupo dos excitados tomava a frente, enquanto seguiam em fila indiana.

Houve pequenas paradas no caminho. A maior parte devido a alguém cansado demais para continuar, com fome, ou natureza chamando. Mas essas nunca levavam mais que cinco minutos.

Houve também uma parada mais longa, com cerca de duas horas. A parada para o almoço. Nela, depararam-se com um problema:

– O que nós vamos comer? – Fipha estava indignada.

– Eu não sabia que haveria penetras! – Retrucou Teor.

– É graças a esses penetras que vamos poder atravessar o mar!

– Certo, certo – concordou – Mas não me culpem por ter trago pouca comida.

Depois de discutirem, concordaram que a melhor solução era caçar algum animal pequeno e fácil.

Dividiram-se em dois grupos.

No primeiro, ficaram Thor e Teor. No segundo, obviamente os que restaram.

Thor e Teor foram capazes de abater três pequenos ratos campeiros. Mas isso não é tão relevante. O importante mesmo vem a seguir...


Fipha, Mahana e Silver seguiram por um caminho oposto aos outros. Esse caminho os fez adentrar a uma floresta densa e úmida. No caminho acharam muitos répteis, mas nada apetitoso.

A procura por alimento os levou cada vez mais floresta à dentro, e quando deram por si, já não sabiam como voltar.

– Nos perdemos... –Observou Mahana.

– Nos perdemos... – concordou Fipha.

– Não nos perdemos não! – Disse Silver – Eu não estou com vocês como enfeite.

– Isso é obvio. – Fipha riu.

Pigarreou.

– Pois bem, eu sei um jeito de voltarmos.

– E como seria? – perguntou.

– Com... – Mexendo em sua bolsa, o professor de repente tirou um aparelho redondo, com uma espécie de ponteiro – Isso!

– Isso?

– Uma bússola.

– Oh, uma bússola! – Comemorou mesmo sem saber do que se tratava.

– Sim, uma bússola!

– Agora... Como se usa?

– A bússola foi inventada pelos humanos, é uma tecnologia extraordinária. Este ponteiro – mostrou – Ele está sempre virado para o norte. Você só precisa ajeitá-la assim... – mudou a bússola de posição, para que o ponteiro estivesse no grande N – Que se pode saber exatamente para onde ir.

– Nossa! Incrível!

– Pois é!

– Então, para onde vamos?

– É só descobrir de onde viemos!

– De onde viemos?

Silencio.

A surpresa não foi só quanto a quem interrompeu o silencio, foi ainda mais quanto ao por que.

– Ei... – disse Mahana – Tem algo se mexendo...

Todos olharam, curiosos, um arbusto pequeno, do qual vinha uma luz menor ainda. Essa luz balançava as folhas, fazendo barulho.

– O que é isso? – Perguntou Silver.

– Eu não sei – Fipha respondeu, empunhando uma faca – mas se passarmos muito tempo aqui, precisaremos de algo para comer!

Todos se curvaram, até estarem bem perto do arbusto. Fipha ainda tinha a faca em mãos.

– Cuidado... – Silver murmurou.

– Um... – começou – Dois...

De repente, uma luz muito pequena voou rápida e descontroladamente até o topo da árvore. Com alguns segundos, deu para entender do que se tratava.

Era um ser muito pequeno, com cerca de quinze centímetros, humanoide e não trajava nenhuma roupa, porém não aparentava estar nu. O corpo era feminino, adulto, e brilhava intensamente.

Todos olharam, fascinados.

– Uma fada! – Gritou Fipha.

– Não, não é. – Silver corrigiu, cabisbaixo.

– Então você sabe o que é. – concluiu.

– Sei que é perigoso.

O professor, ainda cabisbaixo, tomou distancia e sentou-se na relva. As meninas continuavam a olhar, enfeitiçadas. Ao contrário de Teor, elas nunca haviam tido contato com um ser de espécie diferente. Ainda mais um tão interessante.

– É uma variedade rara de ninfa? – Mahana perguntou.

– Não sei... Mas de alguma forma, sinto que...

Fipha levantou o braço, deixando seu dedo indicador no ar. Timidamente a “fada” foi descendo, e aproximando-se de seu dedo. Tocou o dedo de Fipha com suas pequenas mãozinhas e as recolheu quase que instantaneamente. Foi ganhando confiança numa descida lenta, cheia de retraídas, até estar bem próxima de seu rosto. Ela a encarou com seus minúsculos olhinhos, tocou seu nariz com seus dedinhos e soltou um som quase inaudível.

– Fía...

– Ela falou? – perguntou Mahana, de olhos arregalados.

– Falou...

– Fipha... – Murmurou.

– Ela disse o seu nome!

– Eu sei...

Fipha estava hipnotizada. Ambas estavam.

De repente, ela sentiu um forte puxão em seu braço. Quebrando a hipnose.

– Ei, Fipha! – Gritou Teor.

– Me solte!

– Vocês se perderam não é? Francamente! Rodamos a floresta inteira atrás de vocês! – Gritou.

– Teor... Olhe... – Apontou.

– Mas o que diabos...

– Mas o que diabos?! – Thor exclamou.

Silver o encarou.

– Eu disse que era uma criatura perigosa, mas não quiseram me ouvir.

– Você... Você conhece isso, forjador?

– De vista.

– Sei. – Desconfiou – Por enquanto, vamos embora. Esse ser não deveria estar aqui.

– Então vamos leva-la para o seu lugar! – Propôs Fipha.

– Não! – Silver gritou.

Thor olhou-o, ainda mais desconfiado.

– Tem razão, traga-a. – Disse.

Após receber um olhar mutilador de Silver, sussurrou para o mesmo:

“Converso com você depois.”

Formaram novamente a fila indiana e voltaram para a clareira. Silver e Thor não trocaram olhares nem uma única fez.



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Notas finais do capítulo

Curto. Mas era o que precisava passar nesse capítulo.