Stumbling Stones escrita por TuttiLune


Capítulo 2
Capítulo 1 - Novo colega de quarto


Notas iniciais do capítulo

Vai aí o 1º capítulo, espero que gostem... Demorou pra escrever por que estava com um grande bloqueio mental e porque minha mãe não tava deixando eu escrever até muito tarde (não que eu tenha respeitado essa regra)....



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Foi um choque para mim ter conseguido chegar lá mesmo depois de alguns anos, mas ainda assim a “casa” vitoriana de 4 andares estava lá ainda. Imagino que agora ela esteja um pouco menos vazia com o atual marido da minha mãe.


Enquanto eu subia as escadas até a porta, parei e respirei fundo antes de tocar a campainha. O meu Deus, agora que eu estou parada aqui, o que eu vou falar pra ela? Me imaginei com cara de idiota falando: “oi, mãe, vou passar uma temporada com você não se importa. Sabe como é, está na temporada de cadelas em casa...”


Antes de sequer tocar a campainha e formular uma frase decente, um cara (leia-se: um idiota) abriu a porta com força e bateu em mim com ela. Eu gritei, enquanto o “agressor” corria em minha direção, porque eu tinha caído um pouco mais longe do que se espera, só tinha rolado das escadas e estava estatelada na grama molhada pelo orvalho.


–Você está bem?- Ele pergunta, parecendo atônito e surpreendido.


–Claro, estava, até uma inconveniência me acertar! – Respondi surpresa com a irritabilidade carregada em minhas palavras, deve ser a TPM. Ou o fato que meu nariz está sangrando bastante. Ou o fato que doeu. É, você já entendeu, estou irritada e ponto.


–Você quer ajuda? - Quando ele perguntou isso, fiquei ainda mais irritada.


–Não. - E foi só isso, uma resposta monossilábica carregada de gelo.


Ele olha primeiramente confuso, e depois dá uma resposta feroz.

–Bem, se você não quiser ajuda, nem precisa olhar pra mim. Fui. – E virou-se para a direção da rua.


Apoiei-me sobre as mãos e levantei meio tonta.

–Você não vai nem me perguntar o que estou fazendo aqui? – Gritei para ele, que já estava do outro lado da rua.


Ele me ignorou prontamente. Idiota.


Toquei a campainha e depois de alguns minutos – e muitas reclamações do outro lado, pelo que pude ouvir- uma mulher que não era minha mãe atendeu. Devia ser a empregada.


–O que deseja, há essa hora da noite? – Perguntou com impaciência. – Se veio aqui para pregar sobre sua religião ou pedir doações, não estamos interessados.


É claro que não vim pregar, velha estúpida. Tenho cara de crente?

– A senhora, ahh- estranho chamar minha mãe de senhora- Clark está? Eu juro que não vim pregar ou pedir dinheiro.


Ela me olhou (Leia-se: escaneou) e grunhiu:

– Todos dizem isso - Mas, ainda assim, me deixou entrar. – Como é mesmo seu nome?


– Sou Libby Simmons


–Libby, a filha da senhora Clark?- Detectei algo como um sotaque, talvez Irlandês? – O que aconteceu com seu nariz? – Ela me perguntou, como se meu nariz estivesse a coisa mais temível do mundo.


Ai, essa mulher já estava me irritando.

– Sim, ahn, ela é minha mãe. E meu nariz está sangrando por que quando eu ia tocar a campainha, mas uma pessoa abriu a porta na minha cara.


Ela franziu as sobrancelhas

– Uma pessoa? Quem sairia a essa hora... – Então ela me deu as costas, murmurando algo sobre adolescentes problemáticos e falando que ia chamar a minha mãe.

¬¬¬


A casa era ampla e tenha grandes colunas de mármore branco, estilo Grécia, janelas grandes e cortinas chiquérrimas. Era estranho, eu não vinha aqui há muito tempo, e ela morava à uma hora de mim. Claro, ela provavelmente estava ocupada com as várias viagens a trabalho que fazia. Acho que deve ter sido assim que conheceu seu marido francês.

¬¬¬


Minha mãe me interrompeu das indagações se o seu marido parecia ou não Napoleão Bonaparte, me dando um grande abraço.


–Libbie! Você cresceu tanto!- Falou ela. Claro que eu tinha crescido. Da última vez que eu tinha vindo pra cá, eu tinha 15 anos. Dois anos tinham passado desde então, e muita coisa tinha ocorrido nesse meio tempo.


–Sim, quanto tempo!- Eu não queria falar, mas estava com um pouco de saudades dela também.


–O que você está fazendo aqui há essa hora? Seu pai te trouxe? E por que seu nariz está sangrando? – Perguntou ela, imediatamente fazendo cara de mãe preocupada, que eu não via há muito tempo.


–Surpresa! Posso ficar um tempo aqui?-Respondi, chegando direto ao ponto, e não respondendo a última pergunta da minha mãe. Sim, me crucifiquem, eu me aproveito da minha mãe.


Ela arregalou os olhos, e disse:

– Minha garotinha está bem? Está tudo bem entre você seu pai?


–Está mãe- disse automaticamente.


– Então está tudo bem, mas receio que você vai ter que dividir o quarto com uma pessoa. Tudo bem, vou dar um jeito de não ser tão desconfortável para você. - Abri a boca em um O descrente. Minha mãe era cega, por acaso? Não via quantos quartos tinham ali?


–Mãe, quantas pessoas estão morando aqui? Quer dizer, essa casa tem quatro andares, deve ter um lugar para eu dormir sozinha. – Perguntei, receando que ela não me deixasse ficar e eu voltasse para casa, tendo que aturar meu pai e a vadia.


–Você não teve outros filhos e esqueceu de me contar, certo? – Perguntei, brincando, mas com um leve nervosismo na minha voz, que não passou despercebido por ela.


– Não, claro que não, mas a família do Claude está aqui. Sua irmã, e seus sobrinhos.


Ah, então aquele idiota que bateu a porta em mim deveria ser um dos sobrinhos de Claude. Resolvi perguntar.


–Então, mãe, Claude tem um sobrinho da minha idade?- Perguntei, sem malícias.


O sorriso da minha mãe parecia que tinha ido até o céu não tão azul de Londres, que no momento estava saindo do preto da noite para o comumente cinza.


–Ah, claro filha, e todos eles são muito bonitos, caso esteja interessada em saber- respondeu essa segunda parte em um sussurro e depois terminou com uma piscadela.


Puta merda, eu não esperava que alguma frase parecida algum dia fosse dita pela minha mãe para mim.


–Não, mãe, não é o que esta pensando. É só que caso não tenha notado, meu nariz está sangrando uma cachoeira, e é tudo culpa daquele idiota que bateu com a porta em mim. - Ok, o nariz não estava sangrando tanto assim, mas quis me queixar.


–Ele bateu com a porta em você? – Perguntou descrente.


– Aham, não está vendo o sangue? –Apontei idiotamente para o meu nariz- Aposto que foi um dos sobrinhos dele, que nem me ajudou, só atravessou a rua e saiu.


Ela arregalou os olhos, e depois murmurou:

– Ele atravessou a rua? Assim, no meio da noite? Como ele era?


– Sim, ele tinha mais ou menos da minha idade, acho eu. – Respondi.


– Só um segundo- e em seguida correu desembestada para o segundo andar

¬¬¬


Uma mulher de roupão vermelho desceu acompanha de um cara que podia ter uns 24, 25 anos. Ele não era apenas bonito, como também gostoso, mas não tive muito tempo para pensar sobre isso, já que começou a me chacoalhar com perguntas.


– Você viu Scott? Aonde ele foi? Atravessou a rua? Que horas isso aconteceu?


Acenei afirmativamente a todas as perguntas, e disse:

– Agora há pouco... – Não entendi porque eles estavam tão nervosos. Quer dizer, deveriam estar irritados por ele ter saído, mas na verdade estavam apenas nervosos. Imaginei se meu pai já sabia da minha fuga, e o que ele estava fazendo, ou faria a respeito. Imagino que ele fosse ficar irritado, a ponto de querer me dar uns socos (não que isso fosse acontecer algum dia, claro) e que a cadela fosse fingir que se importava, mas por dentro deveria estar dando saltos mortais de alegria. Só em pensar nela, eu ficava irritada. Vadia.


– Oliver, vá procurá-lo! – Pediu com tom de ordem a mulher de robe vermelho. Ela tinha um sotaque francês bem carregado.


– Estou indo, mamãe – Respondeu Oliver, o cara gostoso, que chamava a mãe de mamãe.


Enquanto se dirigia à porta, Scott abriu-a pelo lado de fora e se deparou com olhares vorazmente ansiosos. Meu coração deu um pulo. O cara que tinha me acertado com a porta era tão, mas tão lindo que meus olhos cinza-escuros chegavam a doer. Claro, eu só tinha percebido isso agora porque antes estava cega pelo escuro da varanda e pela raiva de ter sido derrubada por uma porta.


– O que houve aqui? – perguntou Scott, como se nada do que estava acontecendo se relacionasse a ele.


A mulher francesa, de robe vermelho deu um passo à frente e cacarejou, como uma galinha, por causa do seu sotaque estranho:

– Me diga você o que houve! Não pode sair sem avisar! Ainda mais há essa hora!


Scott deu um meio sorriso ( matador de mulheres) e disse simplesmente:

–Sou maior de idade, não podem me deter de sair. E caso queiram explicações, eu estava apenas caminhando. Isso por acaso é um crime, agora?


-Scott, não fale assim com a mamãe! E só porque é maior de idade não significa que precise preocupá-la desse jeito- repreendeu o mais velho. Cara, quem da idade dele chama a mãe de mamãe... francamente...


– Foi mal, Oliver, não queria acordar ninguém. E se tivesse acordado vocês, não iam me deixar sair mesmo. – E sem mais explicações começou a subir as escadas, mas foi detido no meio do caminho pela voz de minha mãe.


– Scott querido, tenho um pedido a lhe fazer. Pode ceder uma cama do seu quarto para minha filha hoje? É que é o único que tem uma cama sobrando, onde Emma costuma dormir, e tenho certeza que Libby não vai se incomodar, certo, Libby?


O QUE?! Era com ele que ela queria que eu dividisse o quarto? Tá de sacanagem. Nunca iria conseguir dormi com um cara daqueles do meu lado. A resposta dele foi o que mais me chocou.


Nem olhando para mim, ele disse:

– Claro, mande-a subir.

Mal sabia eu que meus problemas haviam acabado de começar...









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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capítulo? Tentei fazer meu melhor, já que tenho um grande bloqueio para continuar uma história. Me ajudem com reviews, preciso me forçar a continuar. Vamos lá, eu não mordo ;)



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