A notícia se espalhou rapidamente pela escola, ninguém conseguia acreditar que a menina mais certa e sensata da escola havia sido capaz de fazer uma vingança como aquela contra Scorpius.

- Você está bem? - perguntou Alvo enquanto eles saiam da sala de Transfiguração e iam a caminho do Salão Principal para jantar.

- Sim, estou bem melhor desde que confessei para McGonagall o que eu havia feito. - Rose disse e Alvo passou seus braços pelo ombro da prima. - Eu só acho que seus irmãos nunca vão me perdoar.

- Essa não será a primeira nem a ultima detenção deles Rose, não se preocupe com isso.

Scorpius já havia voltado a conversar com seus amigos naturalmente, mas sempre que Rose estava perto dele, ele a olhava com desprezo e raiva. Assim que terminaram o jantar Scorpius e Rose se dirigiram á sala do professor Slughorn, para o primeiro dia de detenção.

- Entrem, entrem. - disse Slughorn assim que Rose e Scorpius chegaram á sua sala. - Eu quero que vocês me ajudem com os convites da festa que eu darei daqui á três semanas. Aqui está a lista de coisas que eu preciso, quero que encomendem tudo o que eu preciso.

- Tudo bem professor. - Rose disse e pegou uma lista, enquanto Scorpius pegava outra.

O loiro fez questão de se sentar o mais longe possível da ruiva e depois de horas Rose acabou de escrever as cartas com tudo o que havia na lista. Depois ela se levantou e foi até seu professor de poções.

- Professor aqui estão as cartas com os pedidos.

- Está bem, eu mandarei essas cartas pela minha coruja assim que ela voltar. - disse Slughorn. - A senhorita virá para minha festa não?

- Sim senhor.

- E já tem um par?

- Sim senhor.

- Eu posso saber quem é?

- Claro professor, é o Jason Andrew. - Rose disse e ouviu Scorpius bufando antes de trazer as cartas para seu professor de poções.

- Aqui. - disse Scorpius ríspido.

- Muito bem senhor Malfoy, o senhor virá a minha festa? - disse Slughorn.

- Sim, e eu venho com a Sophi Queeny, ela me convidou. - disse Scorpius com seu tipo ar de sonserino arrogante.

- Muito bem, podem voltar para seus dormitórios, nos vemos amanhã. - disse Slughorn.

Rose e Scorpius saíram da sala de poções e foram para o Salão Comunal em um silencio constrangedor, Rose ainda se sentia um pouco arrependida, ela sabia que havia exagerado com sua vingança, mas o Scorpius também não era nenhum santo.

Scorpius chegou ao Salão Comunal e subiu as escadas com passos rápidos e Rose seguiu tranquilamente para seu quarto, tudo o que ela queria era deitar em sua cama confortável e dormir o máximo que podia.

Com as detenções a noite Rose não tinha mais tempo para visitar Skin, pois ela acabava acordando mais tarde e não tinha como vê-lo antes do café da manhã. Mesmo em suas horas vagas Rose ia para a biblioteca estudar e fazer os trabalhos que os professores davam.

Sábado Rose resolveu visitar Skin, a ave já tinha penas vermelhas muito bonitas e não era mais tão pequena. Rose decidiu que pegaria logo a lágrima da ave e o soltaria. Ela estava perdida em seus pensamentos andando á caminho do Salão Comunal para almoçar quando acaba esbarrando em alguém fazendo com que seus livros caíssem.

- Desculpa. - disse o menino pegando os livros que Rose havia deixado cair e assim que foi devolver seu olhar cruzou com o de Rose e sua voz tornou-se ríspida novamente. - Devia olhar por onde anda Weasley.

- Foi você que esbarrou em mim Malfoy. - Rose disse pegando seus livros da mão de Scorpius e acabou tocando em sua mão fria fazendo com que um arrepio passasse por seu corpo.

Rose entrou rapidamente no Salão Principal para que Scorpius não notasse o tom avermelhado em suas bochechas.

O resto do dia foi tranquilo, Rose foi com seus amigos sonserinos para perto do lago. Já que a escola estava praticamente vazia, pois os alunos do terceiro ano em diante haviam ido á Hogsmeade.

Á noite Rose e Scorpius foram para a sala de poções para mais uma detenção com Slughorn. Rose estava começando a gostar menos dele, pois ele sempre perguntava sobre seus pais e seu tio Harry, ele contava também histórias sobre sua mãe que ela estava cansada de ouvir.

- Podem entrar. - disse o professor animado. - Hoje eu recebi minhas encomendas de poções e vocês podem levar isso para abastecer o estoque, não se esqueçam de separar as poções em pequenos vidros e nomeá-las.

Rose e Scorpius levaram a grande caixa com vários caldeirões e começaram o trabalho. Rose pegava os frascos e os colocava na prateleira do armário.

- Eu vou enviar alguns convites, continuem trabalhando. - disse Slughorn saindo da sala.

Rose e Scorpius continuavam com o trabalho monótono. Scorpius às vezes olhava na lista cada poção para identificá-las, mas Rose sabia reconhece-las pelo cheiro e cor e não precisava perder tempo olhando a lista.

- Polissuco. - disse Scorpius e soltou um riso abafado.

- Algum problema Scorpius? - Rose perguntou girando seu corpo na escada e acabou escorregando.

Scorpius correu até ela e a segurou antes que ela caísse. Rose estava assustada e ao mesmo tempo confusa enquanto olhava para Scorpius. Rose sentia sua respiração acelerada enquanto o loiro apertava sua cintura, mas logo se recompôs e voltou com sua postura séria.

- Eu estou bem, já pode me soltar. - Rose disse fazendo com que Scorpius acordasse de seu transe.

- Da próxima vez, deixo você cair. - disse Scorpius voltando para onde estava.

- Eu não pedi para que me segurasse Malfoy.

- Agora eu entendo porque você foi para a Sonserina. - disse Scorpius rindo.

- Sério? E eu posso saber o por quê? - Rose perguntou arqueando a sobrancelha.

- Simplesmente porque você é uma pessoa muito arrogante e orgulhosa. - disse Scorpius parando de mexer na poção e encarando-a.

- Eu sou arrogante e orgulhosa? Poupe-me Malfoy. - Rose disse rindo. - Eu assumi para McGonagall tudo o que eu fiz com meus primos. Eu pus em risco toda a minha amizade que eu tinha com eles e mesmo depois de tudo você não quis mais olhar na minha cara.

- E o que você queria? Que eu te abraçasse e comemorasse por você ter contado a verdade? - Scorpius riu com desdém.

- Não Malfoy, eu não esperava nada disso. Só queria que você parasse de me olhar com ódio.

- Não se faça de santa Rose Weasley, você quis se vingar de mim por uma coisa completamente estúpida! Acha que eu vou deixar barato o que você fez? Só porque você decidiu contar a verdade? - Scorpius disse e riu com desdém. - Sinceramente Weasley, você espera que? Eu não vou cair nessa sua desculpa esfarrapada de que está arrependida e tudo mais, já vi que você é uma ótima atriz. Nunca imaginaria que a santinha de Hogwarts se rebaixaria a esse ponto. Você é desprezível Rose Wesley.

Os olhos de Rose se encheram de lágrimas, mas ela sabia que não valia a pena derramar sequer uma lágrima por ele e não o deixaria que a visse chorando. Com um aceno de varinha Rose terminou tudo o que tinha que fazer para terminar sua detenção e saiu correndo chorando pelos corredores até que acabou tropeçando em alguém.

- Rose? - disse Teddy fazendo com que o menino parasse e chegasse mais perto da prima que estava chorando. - Por Merlin Rose o que aconteceu?

Rose não conseguia responder, ela estava muito mal. As palavras de Scorpius se repetiam em sua cabeça e a fazia chorar ainda mais. Teddy a pegou no colo e a levou para seu quarto de monitor-chefe.

- Calma Rose. - disse Teddy deitando-a em sua cama.

- Eu sou uma pessoa horrível. - disse Rose em meio ao choro abraçando-o ainda mais forte.

- Não Rose, você não é. Você é uma pessoa incrível.

- Não Ted, eu acabei com a vida dele e agora ele me odeia. - disse a menina chorando.

Teddy entendeu de quem se tratava, sabendo das fofocas que rolavam pelo castelo e apenas ficou ali abraçado á ela enquanto ela adormecia.

Alvo acordou no domingo e ficou esperando as meninas descerem como sempre fazia. Sophi foi a primeira a descer e se sentou ao lado de Alvo.

- Al, você viu a Rose? - Sophi perguntou.

- Não, por quê?

- Bem... Ela não está no nosso quarto.

- Eu vou chamar os meninos e vamos para o café da manhã, quem sabe ela não aparece. - Alvo disse pensando na possibilidade de a prima ter dormido na Sala Precisa.

Rose acordou e não reconheceu o quarto em que estava. Ela se levantou rapidamente da cama e se arrependeu quando sua cabeça começou a doer.

- Ai! - murmurou Rose.

- Olá bela adormecida. - disse Teddy entrando no quarto com um sorriso no rosto. - Não precisa se levantar, eu pedi para um elfo trazer seu café da manhã aqui e disse para Victorie que você estava aqui comigo e consegui convence-la a voltar mais tarde.

- Me desculpe Teddy, eu não devia estar aqui.

- Não se preocupe você é como uma irmã para mim Rose. - Teddy disse e se sentou na ponta da cama. - Agora me diga, o que aconteceu?

Rose contou á Teddy tudo o que havia acontecido enquanto comia o café da manhã que o elfo havia levado á ela. Teddy ouvia tudo pacientemente e a incentivava á continuar contando sua história quando Rose parava para de contar e seus olhos enchiam de lágrimas.

- Olha Rose, eu estou me controlando muito para não dar uma surra no Malfoy, mas não vou fazer isso, pois sei que você precisa de mim aqui. - Teddy disse abraçando Rose.

- Obrigada Teddy, você é muito especial pra mim.

- Você também ruivinha, pode tomar um banho aqui no meu quarto, eu vou lá buscar suas coisas.

- Não precisa, você já fez muito por mim... Eu estou bem.

- Não se preocupe Rose, eu te entendo e o melhor para você agora é não sair tão cedo para não se encontrar com o idiota do Malfoy. Vai lá para o banheiro, pode usar a toalha que está lá, ela é nova e eu vou até o salão comunal da Sonserina e trago sua roupa, não se preocupe.

- Obrigada Teddy. - Rose disse sorrindo.

- Não precisa agradecer. - Teddy disse e foi para o salão comunal da Sonserina.