Wanted escrita por Miss Elyon


Capítulo 10
Capítulo 10 - Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!
Desculpe a demora! Estudando e trabalhando muito e não foi dessa vez que consegui passar na OAB. Mais nada de desanimo! Economizar dimdim pra pagar a próxima prova e passar de uma vez por todas!
Orem por mim!
Ah! e não esqueçam de comentar!

Ps: Alguém tem alguma musica para eu me inspirar?



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Capitulo 9 

            Tortura. Presa naquela cama pequena sem poder sequer  mover-se direito sem seu corpo entrar em atrito com aquele homem.

            Encurralada. Não havia imaginado que sua atitude para salvar as amigas geraria uma represália  incrivelmente tentadora. Aquele maldito pirata controlador havia lhe jogado sobre os ombros como um saco de batatas e a jogado na cama como qualquer meretriz, esgueirando seu corpo sobre o seu, prendendo suas mãos no alto da cabeça impedida de se mexer. O que mais a deixava mais inebriada e sem quaisquer reações para agir, era talvez a luminosidade vista da janela com o crepúsculo. O sol podia estar fraco, mas a sua luz deixara aquele ambiente denso e os dois únicos seres, que não ousavam a pronunciar nenhum som, apenas se encaravam.

            Kyouko via a profundidade de um sentimento desconhecido nascendo nela e podia ver que naquele rosto sublime e olhar de predador que o pirata possuía, sabia em seu intimo que não poderia fugir dele, mas a questão crucial, era que não queria mais fugir de nada. Os olhos dele, tão azuis e profundos como o próprio mar, imersos em fúria como uma tempestade, deixando-os incrivelmente belos.  A respiração dele estava descompassada, e ela sabia o quanto ele estava se controlando para não toca-la.

            Lembrava de suas palavras, que apenas a tocaria novamente quando implorasse e que não iria parar quando começasse. A boca dela entreaberta, parecia tão convidativa e presa sob suas mãos a sua mercê podia fazer o que bem entendesse, no entanto sabia que para a jovem aquele ato deveria ter mais significado. Por mais que a honra dela fosse ainda imaculada, ela foi sujeita a todo o tipo de tortura sob seu corpo, que provavelmente eram mais profundas do que qualquer cicatriz que teve na vida. Ela parecia tão frágil e ao mesmo tempo tão tentadora, naquela posição. Os olhos de lince pareciam incrivelmente belos e repletos de desejo. Sim, desejo. Ela o desejava de uma forma que o mesmo sabia desde o primeiro beijo que compartilharam. Ela seria sua, custasse o que custasse e, levasse o tempo que for ela seria apenas sua.

            Perdida naquela imensidão, não sabia mais o que estava fazendo, nem aonde aquilo iria leva-la, mas o súbito desejo de ter aqueles lábios tocando os seus era mais forte do que tudo. A possibilidade de sentir o frenesi que suas línguas proporcionavam ao dançar em um ritmo descontrolado, para ver quem cederia primeiro era inebriante. Não sabia o que estava fazendo, mas não podia controlar seus instintos que clamavam por liberdade, queria sentir aquele toque nem que pelo menos durasse um segundo queria tocar-lo.

- Ren...por favor – disse ela em tom de suplica, que o faz abruptamente saltar da cama, com a respiração descompassada e a encarando com raiva.

- Com mil demônios mulher! – berrou ele – Como não pode seguir apenas a uma ordem! Tem que logo se meter com oficiais do palácio!

-Eu não procurei nada disso! Eles que vieram atrás de mim por eu portar duas espadas – disse ela em sua defesa, ainda com a voz embreada.

-Então por que raios você tem que se meter em confusão! – disse ele – Você pode ser descoberta e condenada a forca por isso!

-Eu não ia ser descoberta e você está sendo um tolo e imbecil comigo – disse ela

-Eu sou um tolo e imbecil? Eu acolho você neste navio cercado de cães no cio e tento a todo custo te proteger e privar de que você se exponha e sou considerado isso? È essa a consideração que você tem por mim?

- Você sabe muito bem que eu não disse isso! –disse ela – Quando age feito um homem das cavernas, você é um idiota.

            Kyouko encarava Ren. Não conseguia entender o motivo para tamanha raiva que ele possuía. Mal sabia a jovem que o capitão estivera ao ponto de resgatar velhos fantasmas do tumulo se fosse necessário para salvá-la. Ela via que o homem em sua frente estava determinado a questiona-la sobre muitas coisas, e sabia que não podia fugir  por muito mais tempo daquele interrogatório. Respirou fundo e tocou-lhe delicadamente a face daquele homem.

            -Ren, você não pode se culpar pelo que me aconteceu – disse ela – Nem posso culpar a mim mesma. Apesar de ter sido condenada a anos de sofrimento, jamais perdi minha fé que reencontraria você novamente. Você era o único naquela corte que não me olhava com desprezo e sou realmente grata a você pelas memórias que carrego da minha infância. Por isso, por favor não se torture com isso.

            -Você era a única que não tinha medo de me enfrentar de verdade, mas eu nunca entendi ao certo por que sua mãe estava a encorajando a lutar com esgrima – disse ele, segurando a mão da jovem em seu rosto, sem deixar de observa-la – Mas o modo como você luta, sempre me surpreendeu. Admito que eu tinha certa inveja de você por ter agilidade de manejar duas espadas. Hoje percebo que sua mãe queria que você soubesse defender-se do mundo. 

            -Você então me entende o porque eu faço o que faço? – disse ela – Apesar de você ter me tratado como um saco de batatas a pouco, e sem nem ao menos ouvir o que eu tenho a dizer.

            -Simplesmente ainda estou com raiva de você -  disse ele em um tom sério, mas parecia soar como infantil.

            -Ren, eu lutei sim contra os guardas por que eles muito provavelmente levariam a mim e as meninas sob custódia, e talvez você saiba o que eles fazem com as damas que os interessam? Pedi pra elas corressem e avisassem você do ocorrido, por que eu sabia que se algo desse errado você viria me ajudar.

            -Mesmo sabendo do perigo iminente por que ainda cisma em contrariar tudo o que eu faço pela sua proteção?- disse ele – Minha vontade é de amarra-la a esta cama e fazer com que você se torne mais submissa aos meus anseios.

            As palavras dele lhe atingiram de surpresa e ao mesmo tempo, que seu rosto ardia em chamas, não conseguia tirar os olhos dele nem mesmo se o tentasse. Ele a puxara para mais perto e a abraçara com força. Nos braços dele sentia que nada no mundo poderia atingi-la. O que era esse sentimento tão arrebatador que a tomava em fúria quando se deparava com aquelas duas safiras? O que raios aquele homem, estava fazendo com ela? Não. Pensava ela. Em nenhum momento aderira a ideia de se envolver com sentimentos tão puros quanto os que estava pensando sentir. Ela não era digna de tais sentimentos e se algum dia ele sequer desconfiar ou acabar por descobrir sua verdadeira natureza iria repudia-la e condena-la ao esquecimento, que para ela seria o mesmo que a morte. Possivelmente, sabia que aquilo era um erro, mas sabia que aquele sentimento se tornaria mais forte com o tempo e nada que fizesse irai muda-lo. Mas para continuar a estar ao seu lado, ela esconderia tais sentimentos em um baú e o jogaria na imensidão do mar.

            -Ren, eu consegui uma entrada para o castelo do Sheik – disse ela- Quando eu estava sob a guarda daquela mulher horrenda, acabei por salvar um garoto de uns mercenários. Acontece que o garoto é filho do Sheik a quem me deve eterna gratidão por ter lhe salvo a vida.

            - E como pretende entrar no castelo? – perguntou ele transparecendo certo interesse e ao mesmo tempo um ódio que não conseguia entender

            -O próprio garoto intercedeu à luta e me entregou isto – disse mostrando a colar com o pingente de uma pirâmide peculiar – Ele disse que com este item real eu teria acesso ao castelo.

            O capitão do navio ainda encarava tal item curioso. O garoto devia ser incrivelmente idiota a entregar aquele colar a bel prazer. Ele tinha uma gratidão isto era fato mas, porque essa estranha sensação que invadia-lhe de uma forma doentia? Era como se esse colar emitisse uma aura sombria por traz dele. Estaria louco se admitisse em voz alta, mas estava com raiva deste homem por dar-lhe um colar. Não podia imaginar quaisquer hipóteses, dela se envolvendo com outro homem. A ideia ou simples menção de um homem tocando-lhe os lábios ou tocando qualquer parte do corpo, lhe causava uma ira mais profunda que o oceano. Aquela garota era sua e nada e ninguém tirariam ela dele, nem mesmo o grande rei dos mares.

            -Então entraremos pela porta principal e roubaremos a estátua, simples assim? – disse ele – O numero de soldados deve ser de 300, provavelmente a guarda será reforçada para o evento. Uma missão com toda a certeza suicida e é claro não podemos descartar que muito provavelmente haverão ilustres convidados de todos os reinos, trazendo  além de presentes, suas herdeiras, na esperança de casar com o filho do Sheik. Mas eis que o futuro soberano se interessou por uma raposa e a essa raposa lhe entregou o colar que pertenceu aos seus ancestrais para que ela apareça a festa e lá ele a proclamará como sua futura esposa.

            Kyouko ouvia a aquela analise sem conseguir acreditar. Aquele homem sempre fora muito inteligente quando mais jovem, em outras palavras ele era extremamente preciso como se estivesse seus inimigos fossem peças em um imenso tabuleiro de xadrez.

            - O que está dizendo? – disse ela

            -Estou dizendo que sua alteza real lhe entregou este colar, porque elegeu sua favorita. Ou seja, você foi eleita como noiva ou por via das dúvidas, como sua concubina, para realizar todos os desejos sórdidos a que tem em mente. E não posso culpa-lo, por que eu também sinto da mesma forma. – disse ele voltando a empurrar na cama e ficar em cima dela. – E se faltou alguma duvida, ainda estou com raiva de você e pelo sermão que levei a pouco.

            Antes que pudesse expressar algo, Ren capturara seus lábios com loucura. Ela tentou, apenas tentou por alguns segundos, mas não podia negar que queria aqueles lábios nos seus. Pelos deuses! Como sentira falta daquela dança que suas línguas trocavam, da fome pelo toque um do outro, e da maneira que sentia seu ser queimar, a cada gesto que compartilhavam. Apenas por esse momento, esqueceu-se o que era, e apenas desejava que o tempo parasse nesse momento, em que estava nos braços do único homem que podia permitir ser tocada.

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            Os tripulantes do navio Black Bird, faziam suas apostas acerca do que aconteceria naquela cabine. Sabiam que seu capitão era realmente impetuoso quando estava com raiva, aliais desde a chegada da jovem o humor do capitão mudava constantemente.  Yashiro conheceu o Ren Tsugara, quando ainda ele ainda era apenas um menino e utilizava outro nome. Lembrava-se daqueles tempos, de como o garoto de linhagem pura e nobre acabara por tornar-se um dos piratas mais temidos dos mares. Sua cabeça valia um premio e tanto aos cães da marinha, afinal ninguém invade Port Royal e invade a casa do Grã-duque Sawara e saia ileso. Lembrava que voltara a aquele lugar, que segundo ele era mais uma prisão, apenas para buscar um único pertence, que até mesmo para ele seu braço direito, ele não revelou o que era. Sabia o quanto o amigo era alguém incomum, não apenas por sua agilidade e inteligência para lidar com todo o tipo de situação que estava a sua frente, mas também pela sua integridade e força para lutar por seus ideais.

            Muitos de seus inimigos tentaram de todas as formas derrotarem-lhe e encontrar algum ponto fraco em sua vida. Inutilmente buscaram, porque o único ponto fraco para aquele homem era certa amiga de infância, que há pouco tempo ele achou que estava morta. Lembravas se de quando em certo dia, acordara animado e andara alegremente pelas ruas enlameadas e de cheiro grotesco de Tortuga, para reencontrar com uma amiga de infância que não via acerca de dois anos. Não soube o que aconteceu, mas quando retornara naquele dia ele mudara. Já não tinha o mesmo ímpeto e a paixão pela vida como antes ou almejava em conhecer o desconhecido. Parte de si morrera no instante em soube que a amiga havia morrido, e o pior não podia nem visitar seu tumulo, pois foi cremada e jogada ao mar. Naquele mesmo dia Ren Tsugara nasceu, o pirata extremamente habilidoso, amante dos prazeres da vida e o pirata mais procurado pelos sete continentes. Sabia que o coração do amigo estava destroçado. Mas com suposta volta da amiga do mundo dos mortos, por assim dizer, ele aos poucos voltava as suas origens. Era o que seu primeiro imediato pensava.

            Ele então desviou de seus pensamentos quando vira Kanae debruçada sobre o convés admirando a paisagem, enquanto ria das especulações dos demais sobre o que estava acontecendo naquela cabine, e o mais engraçado, ou até mesmo bizarro, de tudo era que a pequena Maria participava dos devaneios. Aproximou-se dela, afinal aquela jovem lhe fascinara desde o primeiro instante.

-Você não vai participar das apostas? – perguntou ele

- O que acontecem com aqueles dois é de interesse apenas deles – disse ela sem encara-lo – mas se quer minha opinião, vosso capitão vai ainda penar para conseguir algo mais que um simples beijo.

            -Diz isso pela personalidade dela – disse ele – Acredito que aqueles dois nasceram pra ficar juntos, só que ainda não se deram conta disso.

            -Do jeito que ambos são teimosos e cabeça dura, jamais admitiram isso em voz alta – disse ela encarando seus olhos – No entanto, o destino pode ser muito cruel as vezes, e lhe pregar uma peça que você jamais estará preparado.

            -Mas também pode ser muito bom dependendo do ponto de vista – disse ele enquanto – disse ele a encarando com um sorriso.

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            Ofegantes e o suor em seus rostos transpareciam. Não haviam trocado nada mais que beijos excitantes e capazes de perder o fôlego. Ren estava em êxtase. Beija-la era como encontrar o paraíso e o inferno ao mesmo tempo, o primeiro por saber que ela correspondia ao seu toque e o segundo pois a forma com que ela reagia o tornava louco e a vontade de proclamar aquele corpo como seu era imensa. Tudo o que mais ansiava era poder tocar-lhe de todas as formas humanamente possíveis, e beijar-lhe todos os dias, horas ou minutos até que o ar seja eliminando de seus pulmões. A morte seria bem vinda, cumprimentaria Hades e o chamaria de melhor amigo, mas repousar eternamente nos Campos Elíseos, não seria o que sua alma realmente precisava. Se apenas aquele beijo, carregado de tanto desejo o afetava assim, mal podia ansiar pelo que aconteceria quando ela realmente fosse sua. Mas isso ele sabia que iria demorar. A jovem fora magoada de todas as formas possíveis e o contato com o sexo oposto ainda que não totalmente desconhecido, era uma tortura para ela, pois sempre permaneceriam as memórias que passara quando escrava. Mais ele sabia esperar, e que os deuses o ajudassem.

            Pousou sua cabeça entre os seios da jovem, que detinha a respiração descompassada. Naquele lugar podia ouvir o coração dela martelar em constantes batidas, e saber que era o causador disso o deixava com uma felicidade que não poderia conter.

            -Escute bem, nós vamos a essa festa mais em nenhum momento deixe o meu lado, ouviu bem? – disse ele que permanecia no mesmo lugar.

            -Você realmente...-disse ela ainda com a respiração descompassada – tudo bem, não sairei do seu lado, mas como pretende roubar o Sheik, com tantos guardas?

            -Se á algo que aprendi nestes anos como pirata – disse ele agora levantando e a encarando sentado na cama – é de nunca desconfie de um bom elemento surpresa. 


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários? Apedrejamento? guilhotina? Viajem só de ida pra Askabam?



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