Welcome Again To The Hunger Games escrita por Malu


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oie genteeeeeeeee!!
Esse é o último capítulo antes da preparação para os jogos...
Espero que gostem (:



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A plateia grita e me aplaude. Estou muito envergonhada. Vou em direção as cadeiras. Enquanto ando, aceno para a plateia. Viro meu rosto em direção ao apresentador. Ricky. Um homem que aparenta ter 30 anos, de cabelo cinza e roupas formais com um sorriso enorme no rosto.

- Olá Melissa, como vai? Você está linda – ele beija minha mão.

- Obrigada. Eu vou... Bem. E você? – sorrio.

- Eu também estou ótimo, obrigado. Vamos, sente-se! – ele me mostra o sofá de couro cinza para nos sentarmos. Me sento e cruzo as pernas. Ele se senta ao meu lado e vira pra mim.

- Então, Mel. Posso te chamar de Mel? – ele me pergunta sutilmente.

- Pode, claro.

- Tudo bem então, Mel. Como você se sentiu quando foi sorteada?

- Bem, eu não sei exatamente o que eu senti, Ricky. Mas eu acho que eu fiquei mais espantada e surpresa, sabe?

- Entendi. Está ansiosa?

- Ansiosa pra morrer? – rio irônica – Por que estaria?

- Como você tem certeza que vai morrer? Você é uma forte concorrente na disputa. Tirou 8.

- Forte concorrente? Você já viu o tamanho dos outros tributos? – a plateia ri – Eu definitivamente não tenho chance.

- Nunca diga que não pode fazer, sem nunca ter tentado – ele fala sério olhando em meus olhos. Assinto e ele prossegue com a entrevista – Está sentindo saudade de casa?

- Muita. Principalmente da minha família e do meu namorado.

- Quem da sua família? E como seu namorado se chama? – Ricky me pergunta curioso - Conte-me tudo!

- O nome dele é Liam. E bem, da minha família tem minha mãe, meu pai, minha irmã Karen, e meus quatro irmãos. Robert, Chris, Joseph e Richard.

- Caramba! Que família grande! – Ricky e a plateia dão gargalhadas. Dou uma risadinha envergonhada – Estou só brincando. E sobre a Capital? O que está achando?

- Aqui é bem diferente lá de casa. As pessoas se vestem bem coloridas e... Exóticas. É bem diferente pra mim.

- Tenho certeza que é – ele ri – E quais são suas táticas para o jogo?

- Eu vou dar o máximo de mim para conseguir vencer. Eu quero muito voltar pra casa, voltar pra minha família... Eu estou há pouco tempo longe deles, mas eu sei que eu vou para uma arena lutar com outras pessoas. E eu posso morrer lá. E nunca mais vê-los... Eu queria pelo menos poder dizer adeus... – lágrimas aparecem nos meus olhos.

Ele me olha solidário.

- Eu tenho certeza que eles vão ficar muito orgulhosos por ver você se sacrificando pelo que você quer. E também tenho certeza que você vai voltar e rever sua família e seu namorado. Melissa Darlen, pessoal! – todos me aplaudem. Sorrio e aceno. Então, saio do palco.

- Você foi ótima! – Abby me abraça.

- Obrigada – dou um sorriso fraco.

- Muito bom – Claef me parabeniza. Ficamos assistindo a entrevista de Daniel. Só agora eu pude perceber o quão incrível ele está nesse terno branco. A entrevista começa, e ele conquista o público logo de cara. Fazendo um monte de piadinhas e dizendo o quão bom ele é em tudo o que faz.

- O que você espera do jogo? – Ricky o pergunta.

- Eu tenho certeza que posso vencer. Tenho potencial pra isso – Apesar dele só falar disso, a plateia grita novamente.

Olhando daqui, ele nem parece o Daniel tímido que eu vi pela primeira vez. Agora ele está com um ar de autoridade. Um soberano. Como se fosse o melhor. Com o peito estufado. Ele está realmente determinado a vencer esse jogo. Eu também deveria estar.

Quando ele sai do palco, Abby e Claef o parabenizam pela entrevista. E eles já estão indo embora, quando a garota do distrito 10 sobe ao palco.

- Esperem! – grito, e fico em frente à televisão. Ouço sussurros de Daniel e Abby atrás de mim.

Ricky começa a fazer perguntas a ela e ela o responde completamente seca. Como se estivesse morrendo no palco. Quando ele lhe faz a última pergunta, que é o que ela vai fazer nos jogos, ela olha para a câmera e diz:

- Eu vou matar qualquer um que estiver na minha frente.

Meu corpo estremece. Foi como se ela tivesse falado isso pra mim. Olhando bem no fundo dos meus olhos. Começo a andar, ainda assustada, e os três me acompanham. Entramos no elevador e vamos até o nosso andar.

Entro e vou direto para o banheiro. Tiro meus sapatos e meu vestido. Não consigo tirar o arco da cabeça, então o deixo. Encho a banheira e entro.

Ela vai tentar me matar. Ela vai me matar. Por que ela tem tanto ódio de mim? E se eu matá-la primeiro? Eu vou conseguir matá-la? Eu vou conseguir matar alguém? Será que eu vou morrer na Cornucópia? Será que tem algum jeito de desistir desse jogo? É claro que não. Mas será que se eu me afogar na banheira, a minha morte vai ser menos trágica do que na Arena?

Mergulho minha cabeça na água, e depois de um tempo, começo a ficar sem fôlego. Desesperada por ar, volto e respiro fundo. Como sou fraca...

Saio da banheira, me enxugo e coloco uma calça preta e uma blusa azul-clara. Vou até a cozinha calada e encontro todos prontos para o jantar.

Pego meu prato, coloco qualquer coisa e me sento sem ânimo.

- Deveria comer mais – Claef coloca dois pedaços de bife no meu prato.

- Eu sou vegetariana.

- Por isso você está tão magra. Vamos, coma. Não vai lhe fazer mal algum.

Claro, eu vou morrer amanhã de qualquer jeito, não é verdade? – penso.

Mordo um pedaço. Não é tão ruim, mas meu corpo não está acostumado com esse tipo de comida. Continuo a comer em silêncio enquanto Abby nos dá instruções para os jogos, e eu presto atenção em tudo.

Depois de quase uma hora falando, ela se levanta e diz que volta em um instante. Claef permanece sentado na mesa calado. Depois de uns minutos, ele se levanta, nos dá boa noite e entra em seu quarto.

- Você está nervosa – Daniel me diz.

- Estou.

- Foi uma afirmativa, não uma pergunta. Eu sei que você está nervosa.

- Por que você está assim? – olho pra ele e pergunto.

- Assim como? – ele pergunta confuso.

- Diferente. Você mudou desde o primeiro dia.

- As pessoas não vão ser as mesmas pra sempre, Mel querida – ele diz com ironia, se levanta e eu o sigo com os olhos. Ele entra no quarto e tranca a porta. Abby reaparece na cozinha.

- Abby – ela olha pra mim – Será que eu posso conversar um pouco com você?

-Claro, querida – ela se senta na minha frente.

Dou um suspiro.

- Eu estou com medo. Muito medo.

- Não se preocupe. Tudo vai dar certo. Você é bem forte. Tem chance de vencer.

- Obrigada pelas palavras, Abby. Mas eu sei que eu não posso. Eu sou minúscula comparada aos outros. Até o Daniel é mais forte que eu. Até ele tem mais chance.

- Realmente, ele é bem forte... Mas tudo vai dar certo. Agora se deite e tente dormir pra ficar com a consciência tranquila, e preparada para amanhã – ela se levanta e me leva junto.

Abby me deixa na porta de meu quarto e me abraça. Começo a chorar em seu ombro. Nos soltamos do abraço, e ela com uma expressão muito solidária, me deseja boa sorte. Ela se afasta de mim e eu entro no quarto.

Coloco um pijama, e começo a observar todos os mínimos detalhes do quarto. As paredes, o teto, o chão, e até a bagunça que eu deixei o meu edredom.

Abro o armário e começo a ver todas as roupas. Vários vestidos, blusas, calças, shorts, sapatos. De cores diferentes e variadas. Tudo completamente perfeito. Queria poder ter tido oportunidades para usar todas essas roupas.

Volto minha atenção ao banheiro. Observo cada detalhe das espumas em volta do sabonete, a minha escova de dente laranja, o tapete molhado no chão, a torneira onde uma gota d’água pinga. Pinga. Pinga. Pinga. Fecho a torneira com força e a água para de pingar.

Me viro lentamente de volta para a porta do banheiro e observo a cama a minha espera. Eu deveria estar dormindo. Dou um passo e paro. Outro passo e paro de novo. Até eu sair do banheiro. Me viro pra direita e começo a praticamente rastejar pelo chão. Viro pra direita de novo e encaro a porta branca do quarto. Fico uns cinco minutos parada quando volto à realidade e ando mais um pouco até alcançar a porta.

Giro a maçaneta e abro a porta. Olho para o corredor. Não há ninguém aqui hoje. Mas apesar disso, continuo parada. Só observando atenta cada detalhe.

Provavelmente é a última vez que farei isso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Obrigada pelos comentários! Continuem deixando xx



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