Welcome Again To The Hunger Games escrita por Malu


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oie genteeeeee!!
Se lembram que a Melissa desmaiou, não se lembram? Vamos ver o que vai acontecer agora.
Boa leitura!



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Abro os olhos e vejo Aisha me dando algo para beber. O gosto é horrível. Cuspo tudo no chão.

- O que é isso? – pergunto secando a boca.

- Isso é o que te fez acordar. Seus mentores mandaram – ela me mostra algo parecido como um pequeno paraquedas – Veio escrito “Acorde-a” e com as letras “A” e “C” no final. Ai eu dei pra você beber. Eu tinha dado há alguns minutos atrás, mas você não acordou. Então eu estava te dando isso pra beber de novo.

- Por quanto tempo eu fiquei desmaiada? – pergunto me sentando direito.

- Por algumas horas. Provavelmente o dia inteiro, não sei. Ninguém morreu hoje. Acho que agora já estamos no oitavo dia.

- É. Deve ser isso... – me levanto – Agora que eu acordei, vamos para outro lugar.

- Por quê? Aqui estamos seguras.

- Estou com sede – digo.

Aisha tira uma garrafa d’água da mochila e me entrega. Bebo um pouco e a devolvo. Ela também bebe e depois guarda de volta na mochila. Me sento ao seu lado e fico olhando para frente.

- Eu aceito suas desculpas – Aisha diz. Olho para ela. Ela permanece olhando para o chão – Só prometa que não vai fazer isso de novo. Nunca mais – ela olha para mim.

- Eu juro – quando digo isso, a caixa some.

- Bem, agora vamos ter que ir – Aisha ri e se levanta.

Me levanto e seguimos sem rumo.

- Eu perdi totalmente a fome quando bebi aquele negócio horrível – faço uma careta e Aisha ri. Olho para Aisha - Obrigada por ter me acordado – sorrio. Ela sorri de volta. Olho para cima – E obrigada por terem me mandado isso, Claef e Abby.

- Esses são os nomes dos seus mentores? – Aisha pergunta.

- É sim. E dos seus?

- Ninguém me disse! Nem ele, nem a mulher maluca. Nem mesmo o Benjamin. E eu só descobri o nome do Benjamin, quando meu mentor o chamou. Só tinha maluco lá – ela bufa. Tento disfarçar pra não rir, pois concordo plenamente – Nem devem estar querendo que eu ganhe.

- Ah, estão sim. Você que não acha – digo.

- Por que eles estariam? Não falavam comigo direito, só pra me dar instruções. E na verdade, nem explicavam pra mim. Só para o Benjamin. Eu só ficava ouvindo. Mal olhavam na minha cara... Eles querem é que eu morra. Isso sim – ela bufa.

- Não diga isso – a conforto.

Nos sentamos quando encontramos um lugar para ficar. Apesar de pequeno, Aisha coloca as pernas na parede e no teto pra conseguir ficar deitada. Olho pra ela.

- Posição confortável, não? – pergunto.

- Incrivelmente sim. Vou ficar assim até a caixa desaparecer – ela fecha os olhos e sorri.

Fico sentada encarando minhas pernas. Finas. Agora estão mais ainda. Será que elas vão aguentar andar e correr mais? Estou exausta. Exausta de estar aqui. Exausta de ver gente morrendo. Exausta de tudo. Queria tanto sair daqui.

- Sabe o que eu estive pensando? – Aisha me pergunta. Olho pra ela – Se você ganhar vou te dar o Phil.

- Oh, Aisha! Pare de falar uma coisa dessas – peço.

- Estou falando sério! Pode ficar com o meu hamster. Phil é tão comportado! Ele adora a casinha dele. Mas ama ficar correndo pela casa.

- Se ele corresse pela minha casa, ia acabar sendo pisoteado – rio – Lá em casa tenho eu, os meus pais, minha irmã e meus três irmãos.

- Na minha sou só eu, meu pai e o Phil. E quase sempre meu pai está fora de casa, então não tem problema.

- Desculpe perguntar, mas o que aconteceu com a sua mãe?

- Ela morreu no parto. Era eu ou ela. Então ela escolheu me deixar viva.

- Foi uma atitude muito bonita da sua mãe – digo.

- Eu sei... Ah! Ele também gosta de sementes de girassol – ela ri.

- Aisha, não precisa ficar me dizendo essas coisas. Você vai voltar pra casa e vai cuidar do seu hamster.

Ela ri e olha para cima. Fecho os meus olhos por um instante.

- Ah, droga! – Aisha reclama. Abro os olhos depressa – A caixa sumiu! A posição estava tão boa – ela se levanta dando uma cambalhota pra trás.

- Uau! – bato palmas e ela agradece fazendo uma reverência. Ela me puxa e me levanta – Eu nunca consegui dar uma cambalhota normal. Quanto mais pra trás.

- É bem fácil. Já tentou? – ela pergunta.

- Na primeira vez que fui tentar fazer, quase quebrei o pescoço. Então nunca mais fiz e prefiro nunca mais fazer – rio.

Aisha pega uma garrafa d’água.

- Todas as outras já estão vazias e só tem um restinho nessa. Vamos beber mais tarde – ela fala.

O aparelho começa a apitar. Aisha procura pelas paredes, mas não acha nada. Então o chão começa a tremer e aparece água.

- Beba agora – rio – Me dá as outras pra eu encher – ela me entrega as outras.

Encho as garrafas enquanto ela termina de beber. Ela termina e enche. Não demora muito para o chão tremer de novo. Voltamos a andar.

- Vamos procurar comida ou outro lugar? – pergunto.

- Você está com fome agora? – Aisha arqueia uma sobrancelha.

- Pra falar a verdade, estou um pouco – rio sem graça.

- Então vamos.

Passamos um tempo andando.

- Somos oito, não somos? – pergunto.

- Acho que sim – o aparelho começa a tocar e Aisha acha o muro – Acho que encontrei comida – vou até lá. Fico de pé enquanto vejo Aisha cortando a parede. Começo a ouvir gritos. Olho para o lado e vejo Jasmim, seguida de Agatha, o garoto que matou o tributo masculino do distrito 13 e Roger.

- Aisha! – grito. Ela vira para trás e começa a brigar com Jasmim. Olho para o lado e Agatha vem correndo, ainda longe, para cá. Aisha quase consegue acertar Jasmim com a arma do Roger, mas Jasmim arranca a mão de Aisha com o machado e ela cai no chão – Não! – grito. Olho para o lado de novo e Jasmim está com o machado pronto pra me acertar. Fecho os olhos com força, mas não sinto nada. Abro-os de novo e vejo Agatha com um martelo na mão. Ela acertou Jasmim. Ela fica parada na minha frente olhando pra mim. Por que ela não me mata também? Ela balança a cabeça, mas não entendo o que significa. Não consigo fazer nada. Estou em choque. Assim que traio do transe, vejo o garoto chegando.

- Corre! – Agatha grita.

Levanto Aisha e a levo embora correndo. Olho para trás. Agatha e o garoto brigam. Roger joga a sua antiga arma, que caiu no chão quando Jasmim acertou Aisha, pra ele e ele mata Agatha. Depois os perco de vista. Ela se sacrificou por mim. Olho para Aisha. Ela corre com dificuldade por causa da dor na mão.

- Deixa o seu braço pra cima, se não seu sangue vai escorrer – falo enquanto corro. Encontro um lugar e coloco Aisha deitada – Calma, vai ficar tudo bem. Vão te mandar alguma coisa pra você ficar bem! Ai você vai poder voltar pra casa e cuidar do seu hamster – tento sorrir, mas quero mesmo chorar.

- A minha hora chegou, Melissa... E você vai vencer – ela diz. Começo a chorar. Ela levanta um pouco a cabeça e olha dentro de seu braço – Olha... – ela ri – É o meu sangue. Olha como ele é vermelho, Melissa, olha! – ela me mostra.

- Fica quietinha, por favor, Aisha. Já vão te ajudar! – minhas lágrimas não param.

- Já te disse que não vão me ajudar, Melissa! Ninguém quer que eu ganhe! Ninguém se importa!

- Eu me importo! – digo, e ela me olha com lágrimas nos olhos – Me desculpe por todas as vezes que eu fiz algo que você não queria. Me desculpe por todas as vezes que eu te irritei. Me desculpe – começo a chorar mais.

- Eu não tenho porque te desculpar. Na verdade, você não deveria me pedir desculpas – tento parar de chorar – Eu que deveria pedir desculpas, porque minhas atitudes com você mudam o tempo todo... Mas afinal, tudo isso valeu a pena. Sabe por quê? – balanço a cabeça – Porque eu te conheci – ela sorri. As lágrimas escorrem pelo rosto dela. Começo a chorar mais ainda. A abraço forte – Não esqueça da minha mochila... – ela diz. Continuo a abraçando e ouço um barulho de canhão. Então solto do abraço e olho para ela. Mas ela não abre os olhos.

- Aisha... – ela não responde – Aisha, fala comigo – a balanço – Por favor, Aisha! Me responde! – a coloco deitada no chão, deito do lado dela e começo a chorar incessavelmente. Me levanto e abro a caixa para que a levem. Mas antes, pego sua mochila e dou um beijo em sua testa – Durma bem – digo e seco minhas lágrimas. Saio de perto para que o aerodeslizador a leve embora. Fico observando ela ser levada. A colocam lá dentro e o aerodeslizador sai. Coloco a mochila nas costas e, fungando, procuro algum lugar. Não conseguiria ficar lá com o sangue de Aisha do meu lado e sabendo que ela morreu lá.

Quero vencer pela Aisha. Quero fazer isto por ela. Cuidar do hamster dela para nunca esquecê-la. Para ter um pedaço dessa louca, não tão louca, comigo. Sento em cima de uma caixa e fico olhando para o céu branco quando o hino começa. Aparece a foto de Jasmim, Agatha e Aisha. Então o símbolo da Capital some e o hino para.

Jasmim matou Aisha, e foi morta por Agatha que só a matou para me salvar, e morreu por mim. Mas por quê? Ela tanto me encarava, e no final, me salvou? Estou devendo um favor pra ela.

Devo matar quem a matou.


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Notas finais do capítulo

OHHHH NÃO!! A Aisha morreu!!! Como a Melissa vai se virar sozinha?
Foi tão triste ter que escrever a morte da Aisha ):
O que será que vai acontecer? Será que a Melissa vai continuar sozinha? Será que ela vai conseguir matar o garoto que matou a Agatha??
Até o próximo capítulo!! Xx



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