Welcome Again To The Hunger Games escrita por Malu


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oie galeraaaaaa!! Será que a Melissa vai conseguir se safar dos dois tributos que estão lá com ela??
Boa leitura!



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- Achei comida aqui! – o garoto grita e ela volta.

Uma sensação de alívio percorre todo o meu corpo. Estou com uma vontade enorme de sair daqui e abraçar aquele garoto. Mas com isso, ele iria me matar.

Eles pegaram nossa comida. Vamos ficar sem o que comer. Queria matá-los, mas não vou conseguir. Continuo parada.

- Vamos ficar aqui – a garota fala. Droga, eles não podem ficar aqui.

- Não. Vamos continuar procurando um lugar pra ficar. Aqui é tudo aberto. Podem nos ver – obrigada, garoto. Estou te devendo vários favores. Apesar de não ter ideia de quem você é.

- Então tá. Mas depois vamos parar pra descansar.

As vozes deles começam a ficar mais baixas. Depois de um tempo, não ouço nada.

Coloco o rosto pra fora e não vejo nada. Nada mesmo. Nenhuma parede ou muro. Então, a caixa desaparece.

- Aisha – a cutuco. Ela se vira para mim – Todos os muros sumiram. E... pegaram nossa comida.

- Você deixou pegarem a nossa comida? – ela se apoia nos cotovelos – Por que não os matou? Ou por que não me acordou pra eu os matar? – ela se senta.

- Estava com medo de que você morresse.

Ela pega uma garrafa d’água e bebe um pouco.

- Como se vai ao banheiro aqui? – ela pergunta calma.

Pela primeira vez, ela consegue me fazer rir num momento tão desesperador.

- Acho que ninguém morreu hoje – Aisha se levanta.

- É. Ninguém morreu.

- Bem, melhor ninguém do que as mortas sermos nós, certo?

- Claro - me levanto – É melhor nós irmos.

- É – ela pega a mochila e começamos a procurar algum outro lugar pra ficar.

Ficamos horas andando até encontrarmos um lugar totalmente fechado. Só com passagens.

- Parece que nada sumiu ainda por aqui.

- Temos que tomar cuidado com as curvas. Pode ter alguém do outro lado – Aisha pega um machado.

- Verdade – seguro uma das facas com força.

Começamos a andar e eu observo todos os cantos.

- Aisha, já pensou na possibilidade de isso aqui ser um labirinto? – pergunto.

- Mas não é o que isso é?

- Não sei... Me parece. Um labirinto que some aos poucos. Será que é isso?

- Não faço ideia, mas concordo com você – ela ri.

Andamos devagar, e sempre olhando para trás. Alguém pode aparecer de surpresa.

Em uma das curvas, Aisha empurra e puxa meus ombros e faz um barulho assustador. Tremo a cabeça aos pés.

- Aisha, por favor, não faz isso! Você quase me matou, sabia? – coloco a mão no coração. Ele bate muito rápido.

- Desculpa – ela ri – Mas você tinha que ter visto a sua cara! Você tava tipo – ela faz cara de assustada para tentar me imitar.

- Tá. Só não faz mais isso. Por favor – me viro bufando e continuo andando – Nunca mais.

Claro que ela nunca mais vai fazer isso. Uma de nós vai morrer. Ou nós duas.

Me lembro do que eu disse: “Você quase me matou!”. E se essa for a intenção dela? E se ela estiver se fazendo de boazinha só pra me matar depois? Me viro para trás e fico a encarando.

- O que foi? – ela pergunta.

Balanço a cabeça.

- Nada – me viro para frente e continuo andando.

Paramos quando encontramos uma caixa grande para ficar.

- Estou com fome – Aisha reclama.

- Eu também. Mas talvez se dormirmos, a fome passe. Amanhã procuramos comida – fecho os olhos e tento dormir.

A fome é mesmo difícil. Passamos horas ouvindo o som de nossas barrigas roncando. Depois de um tempo, consigo dormir.

Acordo com um barulho de canhão.

- Olá – Aisha sorri enquanto afia as facas – Você dormiu quase o dia todo. Eu não quis te acordar porque, afinal, aqui não estamos correndo perigo – ela se vira pra mim – Você tem sono profundo.

O hino começa a tocar, colocamos os rostos pra fora, e o símbolo da Capital aparece no céu.

- Por quanto tempo eu dormi? – pergunto espantada.

- Não sei. Mas te disse que você dormiu muito. Provavelmente o dia inteiro.

- O dia inteiro? – fico espantada.

O menino do distrito 12, Peter, aparece e o símbolo da Capital some.

- Uma morte. Agora somos... – Aisha pensa – Onze, não somos?

- É. Em três dias – me sento. A caixa some – Bem, já que eu dormi o dia inteiro, vamos andar por ai agora.

Nos levantamos alguns minutos depois.

- Nunca fiquei tão feliz por comer – digo – Estava morta de fome.

Terminamos de comer e saímos em busca de um lugar pra ficar.

- Será que já estamos no quarto dia ou esse ainda é o terceiro?

- Por que a pergunta?

- Não sei – ela diz – Curiosidade.

Continuamos procurando por algum lugar por horas. Encontramos um lugar e ficamos nele até ele sumir, o que não demora muito.

Assim que damos a curva para procurar outro lugar, encontramos Beatrice.

Levo um susto e me abaixo. Sem pensar duas vezes, Aisha pega o machado e corta a cabeça dela fora. Que nem fez com o boneco no primeiro dia de treinamento. Fico horrorizada e tampo meus olhos com as mãos. Escuto um barulho de canhão. Aisha pega na minha mão e me arrasta. Olho para o chão de relance e vejo muito sangue. Tampo meus olhos novamente.

- Já posso abrir os olhos? – pergunto após um tempo.

- Deveria estar com eles abertos o tempo todo. Nunca se sabe o que acontece aqui.

Olho para Aisha e o rosto e as roupas dela estão ensanguentadas. Coloco a mão na boca por desespero e sujo meu rosto de sangue. Olho para minhas mãos. Estão ensanguentadas. Quero gritar, mas Aisha não deixa.

- Não grita – ela diz e tampa minha boca, deixando meu rosto completamente sujo de sangue.

Fico com a imagem de um corpo sem cabeça caindo ao chão bem na minha frente. Espero nunca mais ver uma coisa dessas. Ou quase ver. Começo a chorar.

- Por que está chorando? – Aisha me pergunta.

- Porque... Eu não queria estar aqui. Eu não quero morrer. Não quero que você morra. Não quero que pessoas morram sem motivo! – começo a soluçar e minha respiração começa a ficar apertada por causa do choro.

Aisha segura meus braços com força.

- A gente não tem escolha! A única coisa que temos que fazer é matar os outros e ficarmos vivas. Para de ficar desesperada! Agora que estamos aqui que você dá um ataque? Tenta ficar calma e joga! – ela olha no fundo dos meus olhos e fala com os dentes cerrados.

A encaro assustada, mas assinto.

- Ótimo. Agora vamos, silenciosas, procurar algum lugar pra ficarmos. Tudo bem? – ela pergunta. Assinto novamente.

Ela começa a andar na minha frente. Enxugo minhas incesáveis lágrimas e permaneço andando atrás dela.

Já faz quanto tempo que estamos andando? Acho que já estamos no quarto dia.

Por que ela foi tão ignorante comigo agora? Provavelmente por causa dos meus pensamentos negativos. Talvez eu esteja a perturbando.  Por que ela não se livra de mim logo e acaba com isso de uma vez só? Provavelmente ela sabe que não conseguiria sozinha. Mas pelo menos, eu acho que ela conseguiria. Nunca se sabe o que se passa na cabeça de uma louca.

Não vejo Daniel desde a Cornucópia. Pelo menos, sei que ele está vivo.  Mas será que está bem? Ele, além de Aisha, é outro grande forte concorrente pra vencer. Queria encontrá-lo. Pelo menos com os dois do meu lado, me sentiria muito mais segura. Não que eu não me sinta segura apenas com Aisha. Mas com os dois matando todos que aparecem, fico viva por mais tempo. E eles também.

Andamos por mais algumas horas e encontramos água. Enchemos as três garrafas e limpamos o sangue de nossos rostos e mãos.  Logo depois, a água some do chão.

Continuamos provavelmente dando voltas até que encontramos um lugar bem escondido.

Me deito e Aisha se deita ao meu lado. Permaneço olhando para cima por um tempo, até que ela começa a falar:

- Desculpa se te assustei hoje – olho pra ela. Ela encara o teto – Eu sei que ficou nervosa porque eu arranquei a cabeça da garota – ela da um sorriso fraco e olha pra mim – Mas é que eu fiquei irritada e nervosa, entende? Você fica chorando o tempo todo e falando essas coisas. Que vamos morrer, que não deveríamos estar aqui... Eu sei disso. Você acha que eu queria estar aqui? Eu não queria. Ninguém quer. Mas eu estou. E sou obriga a matar os outros se eu quiser continuar viva. Você não pode simplesmente dizer que vai morrer. Vinte e cinco vão morrer, mas você pode não ser um deles – abro a boca para falar, mas ela me impede e continua – Não quero saber se você não acha que vai vencer. Estou dando um exemplo. Você acha que vai conseguir vencer sem pelo menos matar alguém? Isso pode até acontecer. Mas se você encontrar alguém? O que você vai fazer? Vai ficar parada esperando a pessoa te matar? Não. Você vai matá-la. Ou não, se você for burra. Mas você não é. Se proteja. Não deixe te matarem. Você é boa demais pra morrer – ela se vira.

O hino começa, e abrimos um pouco da caixa pra olhar para o céu. O símbolo da Capital some e a foto de Beatrice, a garota que Aisha matou, aparece. O símbolo da Capital volta, e some.

- Dez – dizemos ao mesmo tempo.

Fecho a caixa e me deito. Aisha se vira contra mim novamente e dorme rapidamente.

Continuo deitada sem conseguir dormir. Esse discurso todo que a Aisha fez, me lembrou de Abby e Claef.

Fico imaginando onde os outros tributos estão. E como estão se lidando. Daniel, Agatha, até mesmo Roger... Será que Daniel está sozinho? Ele é orgulhoso demais pra se aliar com alguém. Só se a pessoa for melhor que ele. Mas eu acho que a melhor já está aqui comigo.

Olho para Aisha, agora já virada pra mim. Seu rosto fica calmo e sereno enquanto dorme. Muito diferente de seu rosto sério, ameaçador, e às vezes confuso, de quando está preparada para matar alguém.

Me viro para o outro lado. Por favor, que ninguém nos encontre enquanto dormimos. Melhor, que ninguém nos encontre em momento algum.

Meus olhos começam a se fecharem sozinhos lentamente. Deixo-os fecharem e durmo.


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Notas finais do capítulo

Ufa!!! Ainda bem que eles foram embora, não é?
O que vocês acharam da reação da Melissa quando a Aisha matou a Beatrice? Vocês ficariam assim também?
Por favor, deixem comentários!! Xx



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