Ponto De Vista escrita por Tati Machado


Capítulo 3
Revelações


Notas iniciais do capítulo

espero que gosteeeeeeeeeeeeeeeeeeeem.



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Acordo e vejo que estou atrasada para a escola. Tomo um banho rápido e, ao lembrar que vou passar na Dalton depois da escola, desisto de assistir ao primeiro tempo para fazer meu cabelo e escolher uma roupa linda. Quando estou saindo de casa passo na frente do espelho e começo meu ritual matinal.

–Santana, você está deslumbrante. Nunca deixe ninguém te convencer do contrário... E quanto ao Sebastian, você irá naquela escola e fará com que ele fique te desejando dos pés a cabeça. Dê todos os sinais de que está interessada e depois pode devorar o coraçãozinho pequeno e delicado dele. Vamos ver se ele ainda vai ficar te pertubando!

Pego meu carro e vou direto para a escola. Está no intervalo e a caminho do meu armário encontro o porcelana.

–Santana, você está linda!

–Me conte uma novidade, Kurt. Como foi ontem? Não machucou seu pulso, machucou?

–Santana, certas coisas não precisam ser compratilhadas!

–Não se preocupe, Porcelana. Seu segredinho sujo está seguro comigo... Falando em sujo, sabe onde está o punho pequeno?

–Nossa, Santana! Você está mesmo impossível hoje. Ele está na biblioteca.

–Obrigada. Vou falar que você mandou uma chupada!

Dou um sorrisinho e me viro a tempo de vê-lo revirar os olhos... Amo implicar com ele. Sinto que eu vim ao mundo para fazer os dias desta pobre alma mais divertidas... Ok, ok. Ele é meu amigo também e só eu tenho esse direito. Já avisei que se alguém fizer alguma coisa para chateá-lo, essa pessoa vai acordar presa em uma caixa com vinte serpentes em Cuba.

Entro na biblioteca e vejo o pequeno Blaine sentado lendo um dos livros de mil páginas dele. Me aproximo e sento do lado dele, que imediatamente sorri.

–Oi San.

–Olá, pequeno Blaine. Preciso de um favor seu.

–Pode falar, San.

–Preciso que você vá na Dalton comigo.

–Na Dalton? Para fazer o que?

–Eu falei com o Sebastian que nós iríamos passar lá mais tarde..

–Sebastian? Quando você falou com ele?

–Ele me encontrou pelo Skype, deus sabe como.

–Eu estou começando a achar que ele tem sérios problemas, Santana... Acho melhor você ter cuidado.

–É por isso que eu vou lá hoje. Vou acabar de uma vez por todas com isso.

–Bom, eu não vou te deixar ir sozinha para uma escola só de meninos. Você ia sair de lá só escoltada pela polícia. Então, pode contar comigo.

–Valeu. Nos encontramos no meu armário no último tempo!

Dou um beijo na bochecha dele e me levanto. Quando estava prestes a ir embora me lembro do recado e susurro no ouvido dele

–Kurt mandou uma chupada.

Ele me olha com uma cara de assustado e envergonhado enquanto eu dou gargalhadas ao som de "shiis" de pessoas da biblioteca. Nerds!

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Quando o último sinal toca, dou um pulo da cadeira e vou imediatamente ao banheiro para retocar a maquiagem. Quando dava a última checada no meu gloss Quinn aparece por entre os boxs com um sorriso no rosto.

–Cheguei muito tarde ou você pode retocar esse gloss depois de um beijo?

–Hoje não, Fabray. Eu tenho um lugar para ir.-Disse olhando para o reflexo dela no espelho.

–Posso saber que lugar é esse?-Disse ela se aproximando de mim

–Vou na Dalton. Marquei com uma pessoa e..

–Mas não é uma escola só para garotos? Ah, já sei... Aposto que foi seu namoradinho gay que te arrastou para ir lá.

–Olha só, Fabray, eu só vou lá para conversar e não fale do Blaine desse jeito.

–Desculpe.. É que eu estava me sentindo tão sozinha.

Ela segurou minha cintura por trás e começou a dar beijos na minha nuca. Uma de suas mãos subiu e começou a apalpar meu peito. Estava quase me rendendo quando Rachel entra no banheiro com um olhar incrédulo.

–Não acredito que vocês não me chamaram! Vocês sabem muito bem que eu posso ser uma pessoa aplicada quando se diz respeito de um sexo grupal.

–Quer saber, Berry? Quinn estava aqui falando o quão solitária estava. É melhor fazer compania a ela. Eu tenho que ir mesmo..

Viro para Quinn e dou um selinho nela. Faço a mesmo coisa com a Rachel e quando estou saindo me viro para elas e digo:

–Está na hora de vocês se assumirem meninas. É bem mais divertido! Amo vocês.

Saio do banheiro e vou para o meu armário onde o Pequeno Blaine e o Porcelana estão conversando de mãos dadas.

–Olha só, se não é o meu casal gay preferido de todos os tempos!

–Santana, você tem que ser sempre tão amigável?-Disse Kurt com um tom de ironia na voz.

–Só quando eu gosto da pessoa. Então, pequeno Blaine, vamos?

–Vamos sim. Kurt, a gente se vê depois e...

–FAREMOS SEXO COMO NUNCA!

–Santana, por favor!

–Relaxa Porcelana. Blaine já me mostrou o vídeo de vocês e me deixou muito impressionada. Que flexibilidade, ein!

–VOCÊ O QUE, BLAINE?

–Eu não mostrei nada, Kurt!

–Ahh, então realmente tem um vídeo?

Eles se entreolharam e pude ver como os dois estavam sem graça. Blaine segura na minha mão e me puxa tentando livrar Kurt daquela situação.

–Tchauzinho Kurt! A gente se vê mais tarde!

Disse a tempo dele escutar.

Ele fez questão de ir com o carro dele porque não queria deixar o carro na escola até a volta, já que não sabíamos se iríamos demorar. Depois de cinco minutos ele joga um saco no meu colo e quando abro, está cheio de doces.

–O QUE? Não! Nem pensar. Assim já é demais!

–Calma San! Não é para você comer tudo. Só come o que aguentar...

–Ah sim, isso facilita muito as coisas.

Mesmo não querendo, como todos os doces que eu consigo até chegar na Dalton. Quando descemos do carro, Sebastian está esperando por nós na porta.

–Olá Srta.Lopez. Está deslumbrante como sempre.

–Agradeço o elogio, Sr.Smythe.

Ele pega na minha mão e delicadamente dá um beijo nela. O gesto me faz corar e eu dou um sorriso sincero para ele.

–Olá, Blaine. Os garotos estão ansiosos com a sua visita.. E quando disse que Santana viria, eles ficaram ainda mais animados. Claro que tive que deixar claro para nenhum deles te importunar então se isso acontecer me avise e tudo estará resolvido.

Com meu plano em vista vou em sua direção até minha boca ficar a um centímetro da sua, assim como ele fez no nosso primeiro encontro, e digo:

–Com certeza eu vou, Sr.Smythe.

Ele sorri entendendo o meu jogo de provocações e resolve começar a visita.

–Por aqui, Srta.Lopez.

Blaine estava certo... Dalton não poderia ser mais perfeita. Parece ter sido construída para um filme tomântico do séc.xx

–Blaine, que tal você ficar conversando com o Nick e o Jeff enquanto eu mostro meu quarto para a Santana.

–Eu.. Eu não acho que seja uma boa idéia Sebastian. Acho melhor ela ficar aqui. Eu quero muito que ela conheça o Trent também e-

–Ah, pequeno Blaine. Qual o problema? Sebastian só quer ser gentil e me mostrar seus aposentos. Eu volto em cinco minutos no máximo.

Dou um beijo na bochecha do Blaine e logo em seguida vou para o lado do Sebastian e seguro sua mão. Para minha surpresa, ele não se assusta nem um pouco com a ação. Subimos as escadas e sinto os garotos me olhando com desejo enquanto Sebastian os fuzila com os olhos. Quem diria que o Sr.Smythe é um cara ciumento?

Quando ele diz que chegamos, ele abre a porta e me deparo com um quarto impecável. O chão é todo revestido de um tapete vermelho, as paredes azuis escuras com linhas horizontais vermelhas e sua cama dava perfeitamente para quatro pessoas.

–Que quarto lindo, Sebastian. É só seu?

–Sim. Meu pai pagou o dobro para que eu ficasse com um individual.

–Você é muito chegado aos seus pais?-Pergunto e um segundo depois me arrependo. Porque eu estou interessada na vida pessoal dele?

–Na verdade minha mãe morreu quando eu tinha sete anos.. E meu pai não lidou muito bem com o lance da homossexualidade então não nos falamos direito.

–Eu sinto muito, Sebastian.

–Está tudo bem. Aposto que alguém da sua família também não gostou quando você se assumiu.

–Minha abuela.

Quando digo isso, sinto um aperto no peito. Não havia falado isso nem para o Blaine, que era meu melhor amigo. Olho para os nossos sapatos como tentativa de me acalmar e impedir que as lágrimas comecem porque não quero chorar na frente dele. Eu não estava pronta para falar sobre isso ainda e acho que ele percebeu porque em menos de um segundo ele está na minha frente, segurando minhas mãos.

–Está tudo bem, Santana. Não quero que você fique triste.

Paro de encarar o chão e pela primeira vez reparo em seus olhos. Sãos os olhos mais bonitos que eu já vi. Tem tons de mel, castanho, verde e azul. São sinceros e brilhantes como de uma criança. Eu queria que esse momento não acabasse nunca.

–Santana, quando eu disse que eu queria você eu não estava brincando. Eu realmente quero te conhecer como nunca quis com ninguém. Para mim era tudo uma transa rápida e depois nem dar sinal de vida.

Volto a encarar o chão porque sempre foi assim comigo também. Nunca fui de me envolver de mais com alguém.. Para mim sempre foi diversão. Nunca envolvia o sentimento.

Ele segura meu rosto com as duas mãos e levanta fazendo com que eu volte a encarar seus olhos.

–Mas com você é diferente. Eu quero que tenhamos algo mais... Algo especial.

Quando me lembro do porque estou aqui dou um passo bruto para trás, me livrando de suas mãos macias e ternas.

–É melhor eu ir... Blaine vai ficar preocupado.

–Santana, eu...

–Não. Não precisa. Mesmo.

Saio do quarto e posso escutar ele gritando meu nome mas eu não quero dar ouvidos. Como isso pode acontecer? Eu estou mais confusa que nunca! Até ontem eu era 100% lesbica e jurava que nunca mais iria me aproximar de nenhum homem de novo e aí aparece o Sebastian e faz com que minhas pernas fiquem bambas só de ele olhar para mim como uma garotinha de 13 anos com seu primeiro... Amor? Não. Isso está errado. Eu sou lésbica, não sou? Estou de novo com aquela sensação horrível de não saber quem eu realmente sou. Estou muito confusa e só quero ir para casa.

Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto e quando Blaine me ve ele corre para me abraçar.

–O que foi, San? O que aquele merda fez com você?

–Nada, Blaine! Eu juro.. Eu só quero ir embora.

Ele acena e coloca o braço por volta da minha cintura enquanto nos dirigimos para o carro. Ele me coloca no banco do passageiro e quando percebo, Sebastian está vindo em direção do carro.

–Santana! Por favor! Eu não queria que..

–Deixa pra lá, Sebastian. Você não fez nada de errado eu é que estou me sentindo mal...

–Eu não quero que você vai embora.

Mais uma lágrima escorre pelo meu rosto e quando olho para ele vejo que ele também está chorando. Como deixei que isso fugisse do meu controle?

–Eu sei, Sebastian. Eu sei.

Blaine da a partida e posso ver pelo retrovisor que Sebastian está no mesmo lugar. Parado. Imóvel. Observando o carro se afastar cada vez mais.







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Notas finais do capítulo

Ok. Tenso?