I Want To Break Free escrita por Dhampir


Capítulo 4
Capítulo 3 - Estrelas




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Era o loirinho. Diamantine quase infartou e começou a falar sem parar:

- O que…? Baixista? A gente? Não. Não sei. A gente conhece algum baixista? Porque eu não me lembro de nenhum. Mas tem um cara que toca pandeiro por aqui, se você qui… - tampei a boca dela, e falei por cima:

- É, eu conheço um.  

- Conhece? Quem é? – Disse assim que soltei-a.

- Sim, conheço. - Falei com naturalidade.

- Hm, posso me sentar com vocês?

- Ahhh, por favor – disse Diamantine derretendo-se. Ele sorriu sem jeito e sentou-se de frente pra nós. Diamantine ficou catatônica.

- Bem, o que tá fazendo aqui essa hora? E os outros onde estão? - Indaguei.

- De certo se divertindo… se é que me entende... Mas a única coisa que me interessou essa noite está aqui. – Disse olhando nos olhos de Diamantine, que corou. 

- Bem, pois eu vou indo então… - Anunciei, sem querer quebrar o "clima" dos dois.

- Avise a seu amigo sobre o teste.

- Amigo? – Delay, delay, delay, download completo. - Ah! Sim, é meu irmão. Aviso sim.

- Seu irmão? – Diamantine despertou do coma.

- Meu irmão. - Confirmei.

- Ele toca baixo?

- E como...

- Nossa… nunca vi ele tocar…

- Verá amanhã. - Sorri - E você, cuida bem da minha amiga, é a única que tenho. – Pisquei e fui pra casa.

Diamantine’s POV

Ele era absurdamente lindo. Seus olhos de gato e o cabelo perfeitamente dourado que caía desajeitadamente sobre um olho. E não era só bonito. Bonito qualquer um é... Parecia um príncipe. Sim, daqueles de contos de fada. Seus gestos eram orquestrados, calculados perfeitamente. Sua voz era doce e firme. 

- Então… - Ele parecia tímido. – Como é por aqui?

- Assim… - Admito, eu deveria estar com uma cara de boba… Nossa… Mas ele pareceu nem ligar... – É sempre assim.

- Assim? - Ele sorriu confuso.

- É... Aliás, é mais como uma tarde de domingo eterna. Tudo é lento… Nada muda. As coisas são arrastadas.

- Sendo um domingo eterno, pelo menos não tem as segundas-feiras… 

- Alguma coisa boa tinha que ter, ne?

- Às vezes tenho vontade de morar num lugar assim... Tranquilo… 

- Aqui é tranquilo demais… Acredite. É como se o tempo parasse.

- Você já saiu daqui?

- Bem, tenho uns tios em Westown, às vezes vou pra lá. Estudei 6 meses na Sweet Amoris… Bem, é uma escola de lá, você provavelmente não conhece.

- Ah! Não brinca! Não acredito! – Ele parecia ter descoberto o fogo.

- O que? Você conhece?

- Eu moro lá! Como nunca te encontrei antes?

- Não sou de sair de casa…

- Nem eu… - Sorrimos feitos bobos. - Mas sou representante de turma da Sweet, com certeza te veria…

- Ah, não. Mas isso faz muito tempo. Eu era criança ainda. Bem criancinha… Foi na Sweet Baby, na verdade. Minha prima disse que agora dividem assim. Talvez você a conheça. O nome dela é Charlotte.

- Charlotte??? É amiga da minha irmã! 

- Ambre? 

- Você a conhece?

- Sim, quando éramos crianças, já brinquei com ela. Você sempre morou lá?

- Não, fui há três anos. Minha mãe não é a mesma de Ambre, somos irmãos por parte de pai. Minha mãe casou-se de novo, preferi ir morar com meu pai. Enfim… que coincidência, sermos tão próximos e nos encontrarmos tão longe.

- Às vezes o destino faz isso. Espera a hora certa...

Ele ficou me olhando docemente, com aquele sorriso de canto.

-  Sabe, estamos em turnê porque estamos em Julho. Mas ainda estudo na S.A…. Se um dia você for em Westown de novo… Sabe onde eu moro. Se não souber Charlotte sabe, com certeza.

- Muito louco isso…

- Muito…

Ficamos olhando pro chão por um tempo. Eu não era normalmente tímida, mas ele me deixava completamente sem jeito.

- É bem… - falamos quase ao mesmo tempo.- Pode falar – eu disse.

- As damas… - ele respondeu e sorrimos. 

- Vamos dar uma volta?

Caminhamos em volta da praça, não que tivesse muita coisa a se ver lá, mas… Ficamos rodando e sentando, e levantando, e conversando até os primeiros raios de Sol aparecerem. 

- Eu tenho que ir… - falei.

- Ah… - Ele pareceu triste. – Eu te deixo em casa. Fomos de mãos dadas, quando chegamos na porta indaguei:

- A gente vai se ver de novo?

- Tenho certeza que vim parar aqui pra encontrar você. – deu-me um beijo leve nos lábios. Quando afastou-se um pouco e sorrimos. Então pus meus braços em volta de seu pescoço e o trouxe pra mim. Foi um beijo intenso, mágico, lindo. 

- Eu volto pra te buscar. - Transferiu-me um beijo na testa. - Em um mês. Quando as turnês acabarem, eu volto.

- Pra quantas você já disse isso? 

Ele limitou-se a sorrir. Pegou uma correntinha que estava em seu pescoço e pôs no meu. Enquanto fechava sussurrou:

- Quem disse que destinos não são traçados por estrelas?

Deu-me um beijo no rosto. Entrei e fiquei um bom tempo com uma mão sobre o colar e outra sobre o rosto, onde ele tinha beijado. Sorrindo. Feliz.

FIM DO POV

Nathanniel’s POV

Fui para o trailer que viajávamos, pegar uma roupa antes de ir para a pousada dormir alguns minutos, andando como se estivesse nas nuvens. Só alguém que já sentiu algo parecido poderia me entender. Um sentimento incrível, impossível de ser descrito. Nunca fui adepto de teorias de “Amor à primeira vista” mas ela… Ela tinha o olhar mais doce, meigo e ingênuo que já vi. Parecia saída de um seriado medieval, uma princesa. Já tinha ficado com outras garotas em viagens, apenas trocado uns beijos, mas nada parecido com aquilo. Quando cheguei no trailer, Castiel estava no sofá, dormia e duas meninas dormiam com ele, balancei a cabeça, e entrei sem fazer barulho. Fui para a pousada e sonhei com Diamantine.

FIM DO POV


       Levantei às 5 horas, não tinha dormido, estava esperando o dia amanhecer para andar pela casa sem ligar luzes ou fazer barulho. Fui no quarto de meu irmão, Joseph Louis. É minha mãe tinha uma espécie de fixação por nomes “nobres”, nobres segundo ela... Eu não via nobreza nenhuma em ser chamada Emilly Catarinne Winston Vasconcelos Holanda II, não sei de onde tinha saído esse II, só na cabeça da minha mãe mesmo, porque ninguém mais da família se chamava assim.

Por sorte ninguém se arriscava a me chamar por meu nome completo, sempre era Cat, Catrinn ou Dhampir, apelido que ganhei por causa de um jogo, meus cabelos vermelhos curtos, que hoje não são mais curtos, e olhos verdes, lembravam os da Rayne. Ken começou a me chamar assim, logo todos o imitaram, depois se banalizou com os mais distantes achando que era alguma variação de vampiro só por ser... Quando ia saindo do quarto dele, Louis acordou-se:

- O que foi Cat? – disse ainda sonolento.

- Ah… Você vai pra uma audição hoje.

- O que?

- É… Você vai tocar baixo e entrar em uma banda hoje.


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