Always! escrita por Srt Dubs


Capítulo 15
Capítulo 15 - O treinamento.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora..rs
Espero que gostem!!



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- Pronta para começar seu treinamento? – Murilo perguntou aparecendo na escuridão que me envolvia.

- Tenho medo de assumir essa responsabilidade e não conseguir protegê-la. – eu confessei e o Murilo não pareceu surpreso.

- Não será fácil, Sophia, mas precisa ter em mente que o que manterá vocês a salvo será esse carinho que existe entre você. Juntas vocês serão ótimas parceiras. – Murilo parecia seguro do que dizia e eu realmente acreditava nele.

- O que preciso fazer?

Murilo segurou minha mão e disse:

- Vamos caminhar! – andamos por um bom tempo em silencio até que a escuridão se transformou em uma praia deserta, era como naquele seriado “Lost”.

- Este treinamento será para fortalecer a sua alma que, na verdade, é o que mais importa em você. – Eu concordei começando a me preocupar com o que viria. – Sua missão é chegar a montanha que tem no meio dessa floresta, me encontre lá em cima.

- Só isso? – eu desconfiei, Murilo sorriu de um jeito diferente o que provavelmente significava “não!”

- Seja cautelosa, Sophia, nem tudo é o que parece, siga seu coração, e encontrará as respostas para os problemas que aparecerão. Encontre o riacho e parte do caminho já terá sido trilhado. – Murilo começou a desaparecer e antes que o fizesse disse. – Você tem até o por do sol, ou seja, cinco horas. Até breve e boa sorte!

Já estava andando a mais de meia hora pela mata, era um lugar lindo com muitas árvores altas e alguns tipos diferentes de flores, aos poucos animais fofinhos apareceram. O único problema era que eu não sabia exatamente para onde estava indo, pois não havia uma trilha definida.

Precisava achar o riacho, pois essa foi a única informação que o Murilo me disse, andei e andei, mas algo me dizia que eu não estava saindo do lugar.

- Estou andando em círculos... – eu peguei uma pedra pontuda no chão e comecei a riscar algumas árvores no caminho e acabei confirmando o meu pensamento ao ver o X que fiz na primeira marcação. – Se para esse lado eu ando em circulo, talvez se eu for para lá...

Tomei outra direção e continuei marcando as arvores, mas dessa eu parecia esta indo para o lugar certo. Não sabia quanto tempo havia se passado desde que eu havia deixado a praia e eu não sabia julgar pela posição do sol, além do mais mal podia vê-lo.

Parei e me sentei sobre uma pedra, precisava descansar os pés e pensar em qual direção eu deveria tomar. Dentro da mata era um pouco abafado, mas, às vezes, eu sentia uma brisa passar o que era bem animador. Elas começaram a ficar mais frequentes e fortes, por isso deduzi que deveria haver alguma clareira ou riacho por perto.

Fechei os olhos e como já esperava minha audição ficou mais aguçada, meu corpo estava agitado por causa da caminhada e devido a isso foi difícil me concentrar nos sons a minha volta. Após alguns minutos pude ouvir o baixo som de água corrente, difícil foi definir de onde vinha, entretanto, eu consegui, graças as minhas aulas de piano que apuraram minha audição.

Fiquei muito feliz em encontrar o riacho que mais parecia um rio devido a agua aparentemente funda e a sua largura.

- E agora? – eu me perguntei percebendo que precisava atravessar.

Coloquei minhas mãos na agua, molhei o rosto e os braços para refrescar, pensei em possibilidades, mas percebi que teria que atravessa-lo andando. Comecei a entrar na agua, percebendo que a agua parecia estar me puxando para o fundo, como se o fundo fosse feito de areia movediça, mesmo assim continuei andando.

Péssima ideia! Tarde demais para perceber isso... Me senti afundando no riacho, mas como isso era possível se nem era tão fundo assim, meus tornozelos estavam abaixo da terra. Como me livrar daquilo? Ai, meu Deus! Tentei impulsionar um dos meus pés para cima e felizmente consegui.

Minha marca formigou e algo me dizia que eu precisava voltar a margem do riacho e como daquele jeito não dava para atravessar voltei lentamente para meu ponto de partida. Ridículo ter que voltar, mas não tive opção. Pela altura do sol, eu acreditava ter ainda pelo menos três horas antes do entardecer, e por não saber que problemas encontraria do outro lado precisava achar logo uma solução para a minha travessia.

Algumas árvores ao longo do riacho formavam arcos sobre ele e para mim essa parecia uma ótima resposta para a minha questão. Subi uma dessas árvores o mais alto que pude, avistei a montanha que não parecia estar muito distante dali. Comecei minha caminhada no galho, imaginando os cabos de aço do circo, sabia que não me aguentaria por muito tempo, por isso precisava ser rápida.

Cair não parecia uma boa ideia, mesmo que eu estivesse apenas sonhando, quando o galho começou a baixar eu me concentrei para continuar andando, tentando não me preocupar com o chão que estava tão distante de mim. Cheguei ao ponto de encontro das árvores quando ouvi um monte de “crec” juntos e percebi que era o galho quebrando.

- Quanta sorte! – eu murmurei ironicamente enquanto pulava no galho como se fosse um trampolim para conseguir impulso suficiente para pular. – Ainda bem que continuei meu treinamento de circo...

Entrei novamente na mata, segui na direção da montanha que ao contrario do que pensei não era tão perto assim. Por sorte não encontrei nenhum outro obstáculo e até que estava achando tudo muito fácil. Porém ao ver o pé da montanha minhas ideias começaram a mudar.

- Tenho uma longa escalada... – eu constatei que não haveria outra forma de subir.

Eu me lembrei do desenho que assistia, “Katekyo Hitman Reborn”, no qual os personagens passavam por treinamentos diferenciados e o principal tinha que escalar uma montanha para ganhar resistência e força. Devia ser essa a ideia...

Já sentia minhas mãos doerem e mal tinha começado a subir, eu já tinha um pouco de resistência por causa dos meus treinos de boxe e corridas aos finais de semana, mas subir aquela montanha parecia impossível.

Os apoios eram poucos, por isso a escalada foi demorada e trabalhosa, quando ultrapassei as arvores percebi que meu tempo estava acabando e eu não via como conseguir, pois minhas reservas de energia estavam se esgotando.

- A Marina não desistiria, mas... – eu não podia pensar no “mas”, eu queria terminar aquele treinamento, pois essa seria a afirmação de que eu poderia proteger a Marina. – É engraçado pensar em proteger alguém como ela, não consigo me imaginar fazendo algo assim, entretanto se o Murilo queria a minha ajuda, então eu iria ajudar.

Foi então que minha marca formigou e uma onda de energia revigorou a minha força e rapidez. Vinte minutos depois, ou mais ou menos isso, eu cheguei ao topo da montanha.

- Muito bem! – o Murilo disse segurando minha mão para me ajudar a subir. – Agora, venha! O ultimo desafio...

Ele se afastou e fechou a guarda como um lutador... Nossa! Até nessas horas ele conseguia ser lindo! Ele esperou pacientemente que eu recuperasse o folego.

- Isso não faz sentido... Por que tenho que lutar contra você? – Apesar disso também me posicionei com a guarda fechada.

- Você precisa ter em mente, Sophia, que o que encontrará nessas missões não será o mesmo que encontra nas suas aulas de boxe... São pessoas que não esperam você recuperar o folego e por isso você precisa saber controlar sua concentração...

Tirei meu bastão do bolso e o girei para que crescesse, como na noite em que o Murilo havia me entregue junto com os outros apetrechos. Murilo esperou que eu o atacasse, mas nunca daria o primeiro golpe, principalmente sem conhecer o estilo do meu oponente.

Ele era forte e incrivelmente rápido, era difícil acompanha-lo, ou melhor, detê-lo. Seus golpes passavam a maioria a poucos centímetros de mim, percebi meus batimentos acelerarem e a respiração ficou ainda mais desregular.

- Você está ficando sem folego, e nós nem começamos... – Murilo comentou e eu me odiei por deixar isso transparecer tanto. – Concentre-se, Sophia, não se esqueça de respirar...

Com isso ele me atingiu com um chute na região do pulmão, cambaleei para trás controlando meu peso, para que não caísse. Se antes eu já estava ficando sem ar, agora então, não me restava mais nenhum. Murilo não demorou a voltar com sua sequencia de golpes, que parecia sempre a mesma, no entanto todas as vezes que pensava em um meio de quebra-la ele me surpreendia com algo novo.

Girei o bastão em minha mão e isso nos deixou com uma momentânea distancia. Ele sorriu e desapareceu ressurgindo atrás de mim, girei a tempo de impedir, com o bastão, outro de seus chutes. Dessa vez pela força eu iria cair, mas lembrei mais uma vez do circo e dei um mortal caindo de pé.

- Suas técnicas, de circo, irão te ajudar muito, pois isso te torna um pouco imprevisível...  – ele comentou satisfeito e caminhou em círculos a minha volta, sem aparente pressa. – Para que a marca funcione é essencial que você tenha confiança no que sabe fazer, você deve ter percebido isso em sua escalada.

Murilo cruzou seus braços nas costas, como se estivessem atados, e quando voltou a ficar de frente para mim correu e ameaçou dar um de seus chutes no ar, mas no ultimo segundo ele abaixou e me deu uma rasteira.

- Precisa estar atenta a todos os detalhes, em todas as circunstancias... Sua vida dependerá disso! – Murilo ainda de braços cruzados, desferiu uma serie de chutes na mesma rapidez de quando começamos e eu me sentia cada vez mais cansada. – Use a marca, Sophia! Ela é sua fonte de energia, de força e rapidez... Pense que a Marina está em perigo agora, e eu sou o cara que a prendeu e está torturando. Você é a única que pode encontra-la, e salva-la. Precisa me vencer para conseguir tira-la do perigo.

Enquanto ele dizia, eu tentava imaginar tal situação de olhos fechados, era boa para imaginar coisas assim. Minha mão voltou a formigar, ardia, pois supostamente a Marina estava em perigo, senti uma urgência em meu coração, eu precisava salva-la.

Abri os olhos e vi um Murilo sorridente que partiu para cima de mim com mais força. Dessa vez a energia que a rosa angelical estava me mandando me permitia estar bem perto do nível dele de luta. E quando pela primeira vez consegui acerta-lo com o bastão ele caiu no chão.

- Agora tenho certeza de que poderá me ajudar! – Murilo disse sorrindo sem se levantar do chão. – Venha descanse um pouco...

Eu me deitei reparando que o sol estava terminando de se por, eu estava cansada e ainda meio sem folego. Ficamos em silencio admirando o lindo céu estrelado que tínhamos acima de nós.

- Murilo... Eu tenho medo da reação da Marina... – Eu disse olhando para ele que me olhou preocupado, permaneceu calado até me dirigir o habitual sorriso que tanto me tranquiliza.

- Também teria se estivesse no seu lugar, entretanto eu sei o quanto ela gosta de você... Acredito que isso só aumentará a amizade e o carinho entre vocês. – A confiança do Murilo me fez pensar que talvez ele conhecesse mais a Marina do que aparentava, mas isso era óbvio afinal ele era o anjo da guarda dela. – Tenha fé, Sophia, em você mesma, na Marina e, principalmente, em Deus. Tudo ficará bem, você verá!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??



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