Always! escrita por Srt Dubs


Capítulo 14
Capítulo 14 - Uma rosa angelical.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem....



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Na quinta aula, eu estava deitada no banco lateral da quadra, os meninos estavam jogando futebol, como sempre faziam na aula de Educação Física.

- Stwart! – eu levantei ao ouvir meu sobrenome, mas quando vi que era a Diane, a menina mais insuportável da escola, tive vontade de deitar de novo.

- O que você quer? – perguntei sem muito interesse.

- Ouvi dizer que você sabe andar na corda bamba... – eu concordei me perguntando como ela sabia.

- Anda ouvindo a conversa dos outros? – eu me aproximei e ela riu.

- A Melaine contou para a Paula... Porque não mostra suas habilidades para nós. – ela usou um tom de desafio que nem me fez cocegas.

-Não estou afim de me exercitar hoje, sinto muito! – eu disse dando as costas para ela que riu com desdém.

- Foi o que pensei, não passava               de mais uma historinha da Melaine. – ela realmente tinha o dom de irritar as pessoas. Não queria ceder a vontade dela, mas não iria deixar que ela falasse da Milly.

- Tudo bem, eu mostro, em troca você me deixará em paz...

Ela concordou e eu fui buscar uma corda no armário do professor, amarrei entre duas pilastras de aço da quadra, e assim que todos se juntaram para me ver eu subi. Em outra situação eu acharia aquilo muito legal, mas a Diane me tirava do serio. Depois do primeiro passo dei dois ou três pulos para demonstrar que tinha certeza do que estava fazendo e que não era sorte ou nada do tipo.

- Satisfeita? – eu disse jogando a corda em cima da Diane e ela fez uma careta, que valeu a pena.

Durante toda a semana, eu e a Milly treinamos no circo, relembramos algumas coisas que havíamos aprendido anos antes e tivemos até uma pequena participação na ultima apresentação.

Eu estava tentando de todas as maneiras ocupar minha mente com musicas, livros, treinos de boxe e estudos. Por um bom tempo eu resisti a vontade de falar com a Helena ou com a Marina.

O Murilo disse que em breve voltaria, mas havia se passado duas semanas desde nossa ultima conversa. Estava começando a achar que era mesmo coisa da minha imaginação, até que ele finalmente apareceu.

- Olá, Sophia! – Murilo disse sorrindo. – Desculpe a demora!

- Sem problemas! – Eu disse omitindo meu alivio ao vê-lo.

- Queria dar um tempo a você, afinal a decisão que tomou no nosso ultimo encontro é fundamental para acontecimento futuros... – Murilo me pediu para sentar, na mesa de piquenique que havia surgido a nossa frente. – Quer mesmo assumir essa responsabilidade?

- Quero! – Eu estava mesmo disposta a ajudar a Marina. – Mas como alguém como eu pode ajudar uma agente da CIA?

- Você é muito mais forte do que imagina, mas tenho algo para você... – Murilo estendeu a mão para mim, eu a segurei e senti algo quente na palma da minha mão, quando olhei tinha uma rosa tatuada nela. – É uma marca angelical. Ela apurará seus sentidos, te dará coragem, força e equilíbrio extra. Se a Marina estiver em perigo você saberá, pois a rosa se aquecerá.

- Vou saber se ela está em perigo, mas como chegarei a ela? – eu perguntei preocupada com o tal “aquecimento”.

- A rosa não irá te machucar, apenas alertará... – Murilo disse percebendo minha preocupação. – E quanto a encontrar a Marina, você saberá como na hora que precisar...

- Maravilha! Mais enigmas... – eu disse chateada, Murilo segurou novamente minha mão, mas dessa vez era só para apoio. - Não quero ficar reclamando, pode continuar o que estava dizendo.

- É importante, Sophia, que mesmo com todas as duvidas e enigmas você esteja certa de que quer mesmo fazer isso. Essa marca na sua mão só fará efeito enquanto você tiver certeza de que quer ajudar a Marina. – O Murilo não estava me impondo nada, mas eu me sentia obrigada a aceitar, meu coração me dizia que era meu dever. – Se por alguma razão as coisas tenham mudado, quero que me diga agora.

- Não vou dizer que as coisas não mudaram, no entanto eu acredito que o que importa é que me preocupo com a Marina e quero ajudar. Nunca a deixaria na mão... – Murilo concordou e eu me senti melhor por verbalizar aquilo.

- Tenho mais algumas coisas a dizer antes de te mandar para um breve treinamento... – Murilo fez uma caixa branca aparecer, pra variar fiquei surpresa, fiquei pensando em quão ampla a palavra “treinamento” poderia ser, mas quando o Murilo sorriu, me acalmei de novo. – Esses são instrumentos que te ajudarão nas futuras missões.

Me senti naquele desenho “As três espiãs demais” quando o chefe entregava os apetrechos.  Murilo retirou da caixa, uma tiara, um tubinho que parecia um batom, um macacão e um par de chinelos.

- Esse digamos que é seu uniforme, o macacão literalmente se ajusta a qualquer situação, a tiara evitará que a Marina te reconheça, os chinelos te darão mobilidade e o bastao será para a defesa. – Murilo rodou o tubinho que se transformou em um bastão que tinha mais ou menos o mesmo tamanho que eu, olhou para mim e perguntou: - Alguma dúvida?

- Muitas! Mas deixa para lá... – eu disse achando graça de tudo aquilo. – Quando começo?

- Em breve... – Murilo disse entregando a caixa para mim e sumindo em seguida.

Acordei como se nem tivesse dormido e se não fosse pela caixa branca sobre a minha cabeceira eu nem teria me lembrado do sonho. Havia também um bilhete:

Sophia,

Sinto muito, por não termos acabado nossa conversa. Quero avisa-la que essa noite você fará o seu treinamento, mas não fique preocupada dará tudo certo.

Até breve!

Murilo.

Preocupada? Eu? Que nada! Não queria confessar, mas tinha medo do que estava por vir, do mundo que estava prestes a entrar. Entretanto se eu podia fazer algo para ajudar, ou melhor, manter a Marina viva eu o faria.

- Porque tudo que tem que ser difícil quando se trata da Marina? – eu me perguntei pensando no quão difícil tinha sido me aproximar dela.

- Não teria graça se fosse fácil... – Maria disse entrando no meu quarto bem na hora que eu fiz a pergunta. – Bom dia, Sophia!

- Tem razão, mas não me decepcionaria se ela facilitasse de vez em quando... – eu comentei me levantando. Maria sorriu e me entregou o uniforme que havia passado na noite anterior. – Maria, o que você faria se hipoteticamente a vida de alguém querido dependesse da sua ajuda?

- Bem, hipoteticamente, eu faria o meu melhor para ajudar. – Maria me observou tentando entender o contexto da minha pergunta. – Por que?

- Nada. Tive um sonho maluco, no qual tive que responder a mesma pergunta...

Subi para o segundo andar e por estar olhando para o pé da escada acabei esbarrando em alguém.

- Ah, meu Deus! Me desculpa, eu... – eu parei de falar ao ver que era a Marina, me abaixei para pegar as folhas que ela havia deixado cair. – Sinto muito!

- Sem problemas! Sei que não fez por mal... – Marina disse pegando as folhas da minha mão. – Obrigada!

Eu concordei e dei passagem a ela que permaneceu me olhando por alguns segundos. Tive vontade de perguntar se estava tudo bem ou se precisava de alguma coisa, mas tinha medo da resposta dela.

- Você está diferente... Está tudo bem? – Marina perguntou para minha surpresa.

- Não diria bem, mas está voltando aos poucos a ficar bem de verdade. – eu disse tentando me mostrar mais forte, Marina sorriu meio de lado e com um aceno foi embora.

- Ela falou com você? – a Milly perguntou depois que contei do incidente da escada.

- Sim, Milly, o que há de mais nisso? – Erika perguntou com naturalidade. – A Marina não tem que deixar de falar com você , não só pela amizade que vocês tinham, mas também por você ser aluna dela.

- Faz sentido... – Milly admitiu e eu preferi não falar nada, olhei para a palma da minha mão me lembrando naquele instante da rosa que o Murilo havia marcado em mim. – Sophia, você está bem? Machucou a mão?

- Não, porque a pergunta? – eu levantei a mão esperando a reação delas ao verem a marca, mas elas não podiam vê-la – Estou bem.

- Cadê os meninos? – Paula perguntou sentando-se conosco.

David e Stefan estavam na quadra, pois foram chamados pelo treinador. Era ruim lanchar sem eles no grupo, pois eles eram a diversão dos nossos intervalos.

Voltei a vagar em pensamentos, lembrando do sonho da noite anterior, mas fui interrompida novamente, dessa vez, porem, era a Diane.

- Que cara é essa? – eu perguntei quando a vi olhando para mim.

- Estava pensando como alguém pode aturar aquela maldita professora de português. Se achando a mais esperta de todos e com aquele tom irritante de deboche. – Diane parecia a ponto de explodir e eu imaginava que a Marina devia ter dado um bom corte nela.

- Sim eu reconheço que ela tem uma personalidade difícil de lidar, mas porque está me dizendo isso? Não tenho nada haver com suas opiniões. – eu disse tentando aumentar meu tom de desprezo.

- Agora entendi o porque de vocês se darem tão bem. Você é irritante como ela...

- Diane, já disse que não tenho nada haver com o que pensa ou deixa de pensar... E se irritante é dizer a verdade e no caso da Marina cobrar dos alunos, então você realmente precisa rever seus conceitos... – Todos no refeitório pareciam interessados em nossa conversa e aquilo me irritou. – Se quer falar da Marina, vá até ela, tenho certeza de que ela te ouvirá.

Diane fechou os punhos e foi embora bufando, eu comecei a rir daquela situação.

- Alguém me explica o que aconteceu aqui? – Milly perguntou rindo também.

- Digamos que na aula de hoje a Diane tenha querido insinuar coisas demais... – Paula disse e nós prendemos nossa atenção nela.

- É mesmo? Como assim? – Erika perguntou curiosa.

Paula olhou para mim e eu já imaginava quais eram as tais insinuações, todos na escola acreditavam que a Marina facilitava as coisas para mim. Tanto não era verdade que chegamos na situação em que nos encontramos.

- E o que a Marina fez? – eu perguntei sem conseguir imaginar nada.

- Sabemos o quanto ela adora ser interrompida quando está dando aula, ainda mais por um motivo tão idiota. – A Milly tinha razão, mas a Marina era centrada de mais para se irritar com coisas bobas.

- A Marina tentou ignorar, porém a Diane insistiu e ela teve que mudar de postura, embora seu tom de voz não tenha se alterado em nenhum momento. Era evidente a irritação que a Diane estava causando nela. – Paula descrevia a cena e eu podia imagina-la perfeitamente. – Por fim ela disse a Diane: Não gosto de facilitar demais com meus alunos, sempre deixo isso bem claro, a proposito a Sophia nunca precisaria que eu desse qualquer vantagem a ela.

- Serio? – eu fiquei feliz por saber que ela reconhece meu esforço.

Paula concordou e a Milly me olhou com uma cara de “Vai com calma!”

Voltei para casa e fui direto para o meu quarto, não estava com fome. Deitei com a cara no travesseiro e tentei dormir.

- Você está bem? – Maria veio me perguntar.

- Estou sim, não quero comer agora... – eu disse olhando para ela, Maria pôs a mão na cintura como quem pede satisfação. – Estou cansada, depois faço um lanchinho.

- Tudo bem.

Fechei os olhos respirando fundo, senti meus batimentos caírem e meu corpo relaxar. Minha mente vagou entre minhas velhas lembranças e eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que achou? Sua opinião é fundamental!



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