Os Legados De Lorien - A Origem escrita por Cherles Belem


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Penltima luta!
Comentem, comente, comentem...!!!



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Meu irmão, que aparentemente havia se tornado o enfermeiro oficial da Garde, e o Cêpan do Seis o haviam trazido até onde estávamos. O Cêpan dele Seis, que se apresentou como Chon, realmente não parecia nada com seu discípulo. Tinha a pele morena e era alto, mas seu cabelo era desarrumado, como se tivesse acabado de acordar, e sua barba estava por fazer. Suas roupas eram folgadas e meio amarrotadas, como se ele tivesse pego a primeira coisa que encontrou no fundo do armário.

Me meu irmão começou a tentar curá-lo Kent.

- Não adianta.

                Todos se viraram para mim com uma expressão inquisitiva.

- Seu legado não vai adiantar. Você só consegue curar as pessoas fisicamente e fisicamente ele está em perfeitas condições. Sua super-resistência cuidou disso. Seu dano foi mental. O legado que eu usei não causa danos físicos, apenas na mente da pessoa. Ela não sente dor de verdade, afinal eu nem toco em seu corpo, eu atinjo diretamente o cérebro. É só deixa-lo quieto que logo-logo ele se recupera.

- Desculpa mas, será que você poderia explicar melhor? Eu sinceramente fiquei intrigado.

                Eu me virei para ver quem perguntara. Havia sido um dos Cêpans, um homem branco alto, de cabelos acinzentados com franja sobre a testa e óculos.

- Perdão, eu me chamo Adrien, sou o Cêpan da número Cinco, Maya, e fiquei extremamente intrigado em como seu legado e o da Dois funcionavam.

- O meu? – Perguntou a Dois surpresa. Ela agora já estava de pé, totalmente curada e revigorada, postada perto do meu irmão assim como o garoto de Kupin.

- Sim, o que você usou para surgir atrás da Um. Não me pareceu teletransporte ou hipervelocidade.

- Ah... – Dois parecia levemente constrangida. – Bom, na verdade realmente não foi nenhum dos dois. Teletransporte realmente é uma habilidade rara realmente, mas a minha e ainda mais. Eu consigo parar o tempo. – Todos pareceram admirados. – Mas só por períodos curtos e mesmo assim não consigo usar muitas vezes seguidas, ele exigente muita energia. Se eu tentasse usar demais poderia acabar inconsciente.

- Fascinante! – O tal Adrian parecia realmente fascinado. Depois de ter a explicação que tanto queria se virou para mim. – E o seu?

- O meu... Bom, quando nós nos ferimos de alguma forma, nossa pele transmite sinais elétricos ao nosso cérebro dando-nos a sensação de dor, como uma forma de defesa para que paremos com o que está nos causando danos físicos. A dor que sentimos na verdade é uma forma de defesa e prevenção do organismo. O que eu faço com meu legado é gerar no cérebro da pessoa impulsos elétricos que lhe causam a sensação de dor. Assim eu posso escolher o tipo de dor que a pessoa sente, sua intensidade e o local do corpo teoricamente afetado, seja externo ou interno, ou mesmo o corpo inteiro. Se usado de maneira intensa e por um período longo pode facilmente levar a pessoa à loucura.

                A maioria parecia apreensiva devido minha explicação. Bom, eles já haviam descoberto meu legado, então era melhor que soubessem o quão perigoso ele era. Apenas Adrien parecia ainda mais fascinado com a explicação do meu legado do que com o da Dois.

- Bom, já que o número Seis não sofreu danos graves e logo estará bem, vamos continuar. – Um dos Anciãos se pronunciou. – Como agora restam poucos, por que não vão a Cinco e... Oito.

                Quando ouvi seu número olhei na mesma hora para ela. Então finalmente eu poderia descobrir suas reais habilidades.

                Uma mulher de cabelo cacheado ruivo, provavelmente sua Cêpan, pôs a mão no ombro de Oito desejando-lhe sorte e pronunciou seu nome, Luna. Ela agradeceu com um sorriso, chamando a moça de Clyo. Oito e Cinco se dirigiram para o centro da sala. Cinco era tinha uma pele olivácea, cabelos preto-azulados, escorridos, até a altura dos ombros e picotados nas pontas, olhos azul-escuros muito profundos e uma expressão séria e compenetrada. Parece que seria uma boa disputa.

- Boa sorte. – Desejou Oito.

- Obrigada.

                Mas Cinco não deixou tempo a perder. Assim que agradeceu o cumprimento de Oito partiu em disparada em sua direção. Oito assumiu uma posição defensiva. Mas quando estava se aproximando, Cinco saltou para cima de Oito e... sumiu. Maya parecia ter entrado no corpo de Luna. Mas o que era aquilo afinal?

                Luna desfez a posição de defesa. Depois simplesmente deu um soco forte em seu próprio rosto, fazendo-a cambalear levemente para trás. Mas o que ela estava fazendo? Em seguida se deu outro soco do outro lado do rosto. Seu lábio estava sangrando. Ela deu um soco forte no lado de seu estômago, depois outro no rosto. Em seguida segurou a cabeça e empurrou-a contra o chão e deu mais dois socos do lado do rosto que estava virado para cima. Ela se levantou com dificuldade. Seu rosto estava arranhado, um pouco sujo, sangrando, seu olho esquerdo inchado. Ela se deu mais um soco no rosto e caiu sobre um dos joelhos.

                Cinco então literalmente saiu de dentro da Oito em um salto, deu alguns passos à frente e se virou para ela.

- Você já pode desistir, está bastante machucada.

- O... o que... foi isso? – Oito gaguejou. Ela parecia mesmo machucada. Aquilo me gerou uma leve pontada de raiva contra a Cinco.

- Se chama possessão, é um dos meus legados. Eu posso entrar literalmente no corpo de alguém e assumir seu controle. Claro, por estar lá dentro eu sinto tudo o que o corpo sente, mas assim que saio estou ilesa, diferente do meu hospedeiro. – Ela apontou para Oito.

- Incrível. – Oito elogiou com um sorriso. – Mas eu não vou desistir. – Oito se colocou de pé. – Você ter me batido com tanta força, e se queria me incapacitar tinha outros métodos para isso.

- Eu sei, mas foi divertido.

- Eu não gosto de injustiças. Eu sinto que você é uma boa pessoa, mas tem um lado malicioso. Eu não vou perder pra você.

                Oito então se ergueu no ar, parando a uns seis metros do chão e ficou lá flutuando. Ela então olhou com intensidade para Cinco. Mas depois disso não consegui entender mais nada. A expressão no rosto de Cinco começou a mudar. Ela parecia nervosa agora, apreensiva, tensa. Olhava para os lados com apreensão, como se estivesse procurando por alguém. Ela se virou para a gente e começou a recuar, como se estivesse com medo de nós. Depois olhou para cima na direção de Oito que continuava apenas parada no ar, olhando para Cinco. Ela de repente deu um grito, parecia horrorizada. Começou a correr em nossa direção gritando. Ela começou a bater na porta querendo desesperadamente sair da sala.

- NÃO! NÃO! ME DEIXEM SAIR DAQUI! ME TIREM DAQU! AAAAAARRRRRRRRRRR!

                Ela se virou para nós com uma expressão aterrorizada. Ficou olhando de um para o outro, arfando. Mas sua expressão foi mudando. Ela cerrou os punhos, parecia estar ficando com raiva de nós. Eu me levantei por precaução. Ela se virou para Oito e a encarava com raiva.

- Maldita!

                Urrando de raiva Cinco começou a correr em disparada para o centro da sala onde Oito estava. Ela deu um salto para o alto. Mas Oito estendeu o braço direito e fez um leve movimento com ele. Uma das placas de aço que recobriam a parede se desprendeu e voou na direção de Cinco jogando-a para longe. Ela caiu com força no chão, mas logo se levantou ficando sentada encarando Oito ainda com raiva. A placa de aço levitou até Oito e ficou girando atrás dela.

- O seu legado de tomar o corpo dos outros é mesmo incrível, mas para isso você precisa chegar até ele, e você não é intangível como o Seis. Se eu bloquear seu caminho, não há o que você possa fazer.

                Os olhos de Cinco então começaram a encherem de lágrimas e do nada ela começou a chorar, e foi chorando mais forte, a ponto de soluçar. Todos olhávamos para ela sem entender. Afinal ela era louca ou o quê? Então ela foi parando de chorar e só ficou quieta, de cabeça baixa, com um olhar vazio, perdido. Ela se levantou de vagar, ainda olhando para o nada e veio andando em nossa direção.

- Eu desisto.

Ela disse sem ânimo. Se recostou na parede e sentou no chão. Então seu olhar entrou em foco de novo e ela se levantou rapidamente, parecendo assustada.

- O que foi que houve?

- Ãããã... Você desistiu Maya. – Respondeu-lhe Adrien meio hesitante.

- Eu sei, mas eu não queria.

                Oito veio levitando em nossa direção e a placa de aço de volta a seu lugar. Ela aterrissou com leveza perto de meu irmão.

- Me desculpa abusar de você, mas se importaria de me ajudar, meu corpo está realmente dolorido.

- Claro. – respondeu meu irmão.

- Espera ai, a luta não acabou, eu quero voltar a lutar.

- Você já desistiu da luta, acabou. – Respondeu Oito.

- Mas eu não queria. Bom, eu queria, mas foi só por um instante. Eu não entendo o que houve comigo, eu só fiquei sem ânimo para lutar, mas...

- Acabou! – Disse Oito de forma enfática.

- Ela está certa. – Disse um dos Anciãos. – Você desistiu da luta, tendo sido por sua vontade ou não, então a vitória é da Oito.

                Cinco parecia indignada.

- Então, você pode me ajudar? – Oito perguntou para meu irmão.

- Ah sim, me desculpa.

                Ele começou a curá-la, passando sua mão levemente sobre seu rosto, sua barriga, seu braço. Por algum motivo aquilo me deixava incomodado. Mas seus ferimentos iam sumindo.

- Bom, então para finalizarmos, Quatro e Sete, por favor. – Disse um dos Anciãos.

                Quatro foi até Sete e sorriu para ele. Ela era alta, tinha um corpo realmente escultural, cabelos longos e castanhos ondulados, olhos igualmente castanhos. Era bem maquiada e usava roupas justas que demarcavam o contorno de seu corpo. Sete, o Laubriano, era o mais baixo e mais novo do grupo. Seus olhos vermelhos se destacavam no rosto de pele branca que fazia contraste com os cabelos curtos e de um preto intenso. O garoto parecia assustado. Quatro apertou sua bochecha de forma carinhosa.

- Eu vou adorar lutar com você.

                Ela deu uma piscada para ele, que ficou vermelho, e saiu andando em direção ao centro da sala, rebolando levemente. O garoto de Kupin acompanhava seu andar com os olhos, de boca aberta quase babando, mas pela direção do seu olhar não era exatamente para as pernas da Quatro que ele olhava. Admito que dessa vez não podia criticá-lo pela cara de bobo que fazia. 


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