Eles saíram do ônibus um pouco cansados, mas ainda sim havia euforia em cada um, eram as Nacionais, eles esperaram tanto por esse dia, para ganhar e mostrar ao McKinley do que são feitos. E Quinn estava mais confiante do que qualquer um.

            Ela e Rachel se sentaram na cama, esperando até alguém ter a brilhante ideia de sair. Por fim Tina e Mercedes decidiram arrastar Sugar para o bar do hotel e aproveitar as dependências do lugar com Kurt para relaxarem. Santana e Brittany foram “tomar banho”.

            – Como está Damon? – Rachel lançou a última peça de roupa para fora da mala.

            Quinn sorriu involuntariamente, o garoto tinha um papel para provar que há duas semanas ele era um Fabray. Não foi fácil, mas o garoto queria isso e tudo conspirara ao favor deles.

            – Judy disse que podemos leva-lo conosco – Quinn sentou na cama.

            – Quando formos para a faculdade? – Rachel sentou em sua cama de frente para Quinn.

            A loira assentiu.

            – Mas eu prefiro terminar o curso antes de leva-lo – Quinn mordeu o lábio.

            Dessa vez Rachel assentiu.

            Quinn chamou-a para mais perto num abraço forte e carregado de saudades que só elas sentiam uma da outra. Elas não se viam desde o fim de semana depois do pequeno jantar na casa de Rachel onde Leroy fez questão de matar a filha de vergonha com perguntas inoportunas, e Judy numa grande tentativa de ajudar apenas deixou Quinn mais vermelha.

            – Depois da nossa vitória nas Nacionais? – Rachel queria apenas confirmar o que Quinn lhe dissera no jantar.

            – Sim – ela assentiu – nós esfregaremos o troféu na cara de cada um deles, então sairemos de lá como um casal. E se isso te deixa mais confiante, Santana e Brittany também vão.

            Rachel se apertou mais no abraço.

            (...)

            – E nosso plano? – Finn saltou da mesa em que se empoleirava antes que um dos empregados do hotel o visse.

            – Está perfeito. Só preciso que você vá até Santana quando eu der o sinal e diga isso – Blaine passou um papel ao garoto. – Não abra ainda. E o sinal você saberá qual é...

            Finn apertou o papel entre o polegar e o indicador com certeza de que ali estava uma garantia perfeita de paz.

            O momento de cumplicidade entre os garotos foi atrapalhado por Tina limpando sua garganta a fim de chamar a atenção de Blaine, o que ela conseguiu já que Finn foi despachado da forma mais educada que Blaine pode pensar.

            Ele virou sua atenção apenas para Tina.

            – E o plano? – Tina ergueu a sobrancelha.

            Blaine riu sarcástico.

            – Acha que eu não sei de qual lado você está? – Ele balançou a cabeça. – Mas saiba que será um “uau!” para toda a escola.

            – Por que isso? – Tina segurou-o pelo braço quando ele fez menção de sair.

            Blaine voltou a ficar de frente para ela, olhando-a de novo nos olhos, dessa vez mais intensamente e com certa raiva da garota. Ele sorriu de canto.

            – Há algum tempo eu fiz uma coisa, que colocava em risco o meu namoro com o cara que eu amo. E então um cara e três Cheerios intrometidas fizeram exatamente isso. Eu precisei suar um pouco para recuperar. E agora eu me vingarei de um por um.

            – Blaine, você já tentou gravar isso e se ouvir para ver o quão infantil isso soa?

            – Dane-se, não vou por meses de trabalho no lixo por um surto de bom senso. – Ele deu de costas.

            (...)

            Rachel estava feliz porque no final ela ficou com seu solo!

            O precioso solo que a colocaria em NYADA depois do fracasso de sua audição.

            Depois dela e seu solo sobraria Kurt e Tina em um dueto; Santana, Mercedes e Puck liderando o número grupal que com certeza dar-lhes-ia a vitória que tanto desejavam.

            Rachel checou outra vez a plateia de trás da cortina vermelha do grande palco, ligeiramente ela viu um grupo de rapazes entrarem com uniformes e não pode evitar sorrir, até os Warblers estavam ali por eles. E Sebastian quem tinha o maior sorriso.

            Ela subiu no palco para uma performance que surpreendeu os que já os conheciam. Uma apresentação perfeita de My Way, Frank Sinatra. Rachel quase não conteve os pulos e gritinhos quando viu o sorriso da mulher que estaria ali para lhe avaliar.

            Logo o restante do grupo subiu com ela, dessa vez Kurt e Tina sob os holofotes, cada um em um canto do palco.

            Kurt começou a música

            Imagine there's no heaven

            It's easy if you try

            No hell below us

            Above us only sky

            Tina suspirou, olhando Blaine de canto.

            Imagine all the people

            Living for today

            Kurt segurou firme a mão de Tina, fazendo um pequeno carinho e tentando de todas as formas não olhar muito a frente da plateia e encontrar lá Sebastian e seu afável sorriso que com certeza o faria sair dali depois da apresentação e correr para o garoto.

            Imagine there's no countries

            It isn't hard to do

            Tina olhou diretamente para Blaine, cravando seu olhar no garoto, enquanto se separava de Kurt.

            Nothing to kill or die for

            And no religion too

            Todos fizeram uníssono de mãos dadas.

            Imagine all the people

            Living life in peace

            Quinn ficou por perto de Kurt, e Blaine tomou o lugar que deveria ser de Artie e ficou por perto de Tina.

            Imagine no possessions

            I wonder if you can

            Kurt abraçou Quinn de lado e Tina abraçou Blaine, olhando-o diretamente em seus olhos, eles imploravam para que o garoto ficasse longe de suas amigas e os olhos negros do garoto eram pavimentados por deboche.

            You may say, I'm a dreamer

            But I'm not the only one

            I hope someday you'll join us

            And the world will live as one

            Eles terminaram aplaudidos por todos, em pé. A apresentação continuou com I Was Here com Santana e Mercedes e a ajuda de Puck, o que conseguiu arrancar algumas lágrimas da plateia.

            (...)

            – Eu estou tão orgulhoso de vocês, pessoal – Will levantou novamente o troféu de primeiro lugar na reunião antes de voltar para Lima.

            – Nós também estamos orgulhosos! – Sam socou o ar.

            Puck se levantou, pedindo o silêncio de todos considerando os inválidos esforços de Rachel em fazer tal.

            – Eu queria agradecer a Quinn – Rachel respirou fundo – por evitar que eu monopolizasse tudo como sempre fiz, ela me ensinou algo muito bom e... No final tudo deu certo.

            Todos permaneceram chocados com a pessoa que se levantou antes que qualquer um para abraçar Rachel. Santana Lopez. Com direito a parabéns pelo ingresso em NYADA e pelo solo.

            Ela olhou para todos como se fosse uma coisa mais que natural Santana Lopez empurrar Kurt para abraçar Rachel primeiro.

            – Que foi? – Ela franziu a testa. – Existem raros momentos na vida em que a Hobbit merece um abraço meu. E finalmente eu só serei obrigada a ver ela... – Santana mordeu o lábio – em raras ocasiões... – ela continuou.

            Eles caíram na gargalhada, deixando Santana e Rachel coradas de tal forma que aos olhos de Quinn pareceu algo simplesmente fofo. Fofo, bonitinho e qualquer outra coisa que possa se pensar quando se olha um cachorrinho.

            Brittany levantou com um sorriso, abraçando sua latina e caminhando com ela para o ônibus que acabava de estacionar, aos poucos cada um foi pegando seu “par” e saindo com as malas. Puck socava as costelas de Finn e recebia tapas na nuca como vingança; Mercedes servia de travesseiro para Tina e a garota de descanso para os pés; Santana sim era o travesseiro macio e quente de Brittany, a latina passava a mão pelos fios loiros recebendo sorrisos involuntários como resposta, em uma determinada hora Brittany mordeu os lábios e Santana soube exatamente o que ela sonhava.

            (...)

            A escola estava reunida no lado de fora da escola, todos exceto os garotos do time de futebol que não faziam parte do Glee Club. Eles festejavam o troféu do New Directions com urras de felicidade.

            Blaine cotovelou a costela de Finn, ele soube instantaneamente que aquele era o sinal para abrir o pequeno bilhete em seu bolso. O pequeno papel branco com letra bonita desenhada por toda a extensão, Finn teve uma pequena dificuldade em entender, mas não questionou, apenas assentiu e andou até Rachel.

            – Oi? – Ela tirou a atenção de um grupo de garotas que perguntavam com era estar de frente para uma plateia, sozinha no palco para cantar uma música de tal importância.

            Ele não falou nada, segurou-a pelos cotovelos, virando o corpo pequeno da morena para si, conectando os lábios deles.

            Toda a multidão parou para observar aquilo sem mexer um músculo sequer, Quinn fechou os olhos e as mãos para conter um pouco da raiva, ainda tinha seu discurso Cheerio para fazer antes de finalmente expor seu namoro.

            – Eu estava com tanta saudade dos seus lábios... – Finn deu um breve selinho nela.

            Rachel ficou paralisada com o susto e a sensação estranha de repulsa que a aproximação do grandalhão lhe causava. Quando ele voltou a atacar seus lábios, ela fechou os olhos como se chupasse limão...

            Blaine sorriu quando percebeu como era esperto, porque Santana quem deu o primeiro passo para proteger suas amigas, visto que Quinn não queria se mexer e Rachel não podia.

            – Saia de cima dela – Santana o segurou pelos cabelos da nuca.

            Ele esfregou a nuca reclamando de dor, e Santana afastou Rachel dele um pouco.

            – Você precisava ver a cara de nojo dela.

            – Cara de nojo? – Finn riu. – Porque não é essa cara que ela faz quando nós ficamos no parque à noite.

            Rachel olhou-o incrédula, porque ela sabia exatamente o que ia provocar em Quinn, depois de alguns dias onde ela precisava realmente estudar e ficar em casa, passando os encontros com Quinn para outra data. ELE SABIA!

            – Afinal de contas, por que isso te interessa? – Finn arqueou as sobrancelhas. – Pegar a Brittany não é o suficiente? Dar uns amassos com a Quinn na festa? Agora tem que passar o rodo na Rachel?

            Das portas antes trancadas do McKinley saíram os jogadores do time de futebol com uma expressão meio chocada, acompanhados das Cheerios com expressões divididas entre imparcialidade e raiva, mais atrás os jogadores do rúgbi com olhares safados dirigidos para Santana e Quinn, eles cercavam todo o coral.

            Quinn viu quando Tina prendeu a respiração e veio caminhando em sua direção com o lábio entredentes. O olhar imperativo de Finn para Rachel, como se compartilhassem algo secretamente.

            Ela saiu, segurando nas mãos de Santana, correndo o mais rápido que podia para dentro da escola, como no ano anterior poderia haver um maldito bilhete no quadro de recados com seu rosto do tamanho de uma bola de basquete, mas era pior do que isso! Todo e qualquer anúncio fora substituído por fotos dela e Rachel, abraçadas, bem próximas, beijando. Uma delas Quinn lembrava-se perfeitamente daquela, foi o dia do passeio de balão.

            A loira só sentiu que não estava sozinha quando Santana pressionou sua mão ao ver fotos dela e Brittany.

            E então ela ouviu toda a escola se aglomerar onde elas estavam, Brittany apertava a mão livre de Santana por trás e fazia um pequeno carinho nos ombros da outra loira – ela era a única preparada para aquilo, diferente das outras, ela não ligava.

            Até mesmo Finn prendeu a respiração.

            Ela balançou a cabeça, algumas coisas gritavam em sua mente.

            – Vadia – Rachel deixou cinco dedos registrados no rosto branco de Quinn.

            Ela colocou a mão sobre o local que ardia, puxou Rachel para olhá-la nos olhos e repetiu a ação da morena.

            – O mesmo para você.

            Quinn convidou Santana e Brittany para saírem da escola o mais rápido possível.

            (...)

            Sebastian desceu do piano quando a silhueta de Blaine tomou forma.

            O moreno estranhou, conferindo novamente seu telefone, a mensagem vinha de Kurt.

            – Ninguém no mundo é capaz de tirar essa sua arrogância, não é? – Sebastian deu de ombros.

            – O que quer?

            – Saber se está feliz com isso, sabe? Faz uma semana e elas se odeiam mais do que tudo – ele colocou as mãos no bolso. – Sua tentativa deu tão errado comigo, eu não me perdi Blaine... eu estou aqui e vou ser seu pior pesadelo.