Solitary Ground escrita por DanDelRey


Capítulo 7
Capítulo 7: Vivos ou mortos?


Notas iniciais do capítulo

Agradecendo aos lindos comentários! *-* Boa leitura!



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Soltei meu braço de Daryl e parei de correr. Ele voltou em mim sabendo que tínhamos que lutar... Não poderíamos correr, ali era como um labirinto e mais cedo ou tarde eles iam nos achar, ou pior, achar o grupo todo de uma vez... Eu não podia fazer isso com Rick.

         Passei a lanterna na parede que estava atrás de mim.

--- Vou fazer o que eu posso. --- Daryl voltou correndo. Meu coração disparou. Eu não queria que ele fosse até lá, mas teimoso como ele foi não me deixou acompanhá-lo. Ele queria fazer tudo sozinho... E foi o que ele fez... Ele me deu as costas e eu apenas acompanhei suas costas indo embora e meu coração apertando.

         Vi que tinha uma pequena porta que parecia ser aonde os produtos de limpeza eram guardados. Não era muito grande, cabia uma pessoa bem encolhida, e era um pouco alta do chão.

--- Entre aqui Carl. --- O peguei no colo e o ergui até em cima.

--- O que? Eu quero ir com vocês.

--- Não pode, não precisa... É muito perigoso.

--- Mas... --- Ele tentou teimar comigo.

--- Cale sua boca e fique aqui. Prometa que vai sair apenas quando não ouvir mais nenhum barulho. Você sabe usar sua arma e não hesite, mas só saia daí quando realmente tudo estiver super calmo. Não queira ser o herói. Eu e Daryl vamos levá-los para longe. Eu prometi a seu pai...

--- Eu quero ir com vocês...

--- Carl! Não!

--- Vocês vão morrer!

--- Prometo que eu e Daryl voltaremos com vida. Promete que vai fazer o que eu disse? Não saia daí por nada, e quando sai procure o caminho e volto com muito cuidado para seu pai.

--- Sim.

--- Bom menino. Até mais Carl. --- Disse a ele enquanto fechava a porta com força. Alguma coisa em mim estava dizendo que não ia ser um bom dia. Sai correndo e dobrei o corredor com minhas facas em mãos.

         A cena mais perturbadora... Daryl no chão, deitado com as mãos imobilizadas nas costas, dois homens apontando armas para sua cabeça e outros três segurando tacos para mim. Daryl estava tentando se levantar. Eu sentia a sua dor.

--- Jade! --- Daryl tentou falar e eu olhei em seus olhos.

Ergui minha mão para matar um deles, mirei em seu pescoço, estiquei minha mão e aquele desgraçado homem conseguiu segurar meu pulso, firmemente, e chutar a boca de meu estomago.

         Eu me ajoelhei no chão de dor, e senti um chute em minha espinha, ouvi o estralo e logo após a dor inigualável me obrigando a me deitar no chão gelado. Soltei as facas que ecoaram.

--- Ela não! --- Daryl gritou querendo se soltar.

--- Parece que temos companhia. --- Um dos homens com aparentemente 40 anos de idade e 2 metros de altura pegou em meus cabelos da nuca e ergueu minha cabeça até seus olhos que eram intimidadores. --- Meu nome é Vanco. --- Eu tremi e olhei para Daryl. --- São um casal?

--- Não! --- Daryl gritou.

--- Então qual é a preocupação?

--- Não deixaria que alguém batesse em uma mulher dessa maneira. Seu covarde de merda!

--- Cala a boca Daryl! --- gritei com ele.

--- Sua namoradinha parece ser bem esperta. --- Vanco soltou meu cabelo e outro homem segurou minhas mãos nas costas como as de Daryl.

         Vanco soltou de mim e logo fechou seus pulsos querendo socar o rosto de Daryl com força e ele não ia pedir piedade, ele ia ser morto antes de matar seu orgulho. Eu não podia deixar que Daryl sofresse qualquer coisa... Foi quando eu gritei.

--- Não bate nele. --- Vanco olhou de volta para mim e Daryl o acompanhou no olhar, meus ossos doíam de tensão. --- O que querem?

--- Comida, sair dessa cadeia, camas, coisas mais confortáveis... Armas...

--- Não temos isso... Acabamos de invadir essa cadeia em busca das mesmas coisas.  

--- E nós ainda não tivemos oportunidade de ver tudo. Isso aqui estava completamente tomado por zumbis. Vir para esse lado era suicídio. Então passamos a maior parte do tempo encurralados. --- Outro rapaz de 30 anos mais ou menos e alto da mesma maneira se aproximou de nós ainda com um taco na mão, e eu puder ler seu nome no uniforme: Jason. Nome de psicopata. Pensei comigo mesma.

--- O que pensa em fazer com a gente? --- Perguntei tentando me erguer, mas tinha um pé sobre minhas costas que me obrigava a ficar deitada.

--- Não sei... Matar?

--- Escutem aqui somos como vocês. Procuramos as mesmas coisas. Podemos juntar ao seu grupo... Para ajudar! --- Tentei me fazer de boazinha.

--- Por hora vamos levar vocês dois com a gente e trancá-los em alguma cela. Depois... Quando eu me cansar da cara de vocês eu despacho.

         Ergueram-me pelo cabelo e seguravam firmemente minhas mãos em minhas costas. Minhas lágrimas de dor e desespero começaram a cair. Daryl foi levantado e preso da mesma forma que eu, obrigado a andar mesmo com todas as dores que ambos sentíamos.

--- Não chora. --- Daryl cochichou comigo.

--- Acho que acabou.

--- Não acabou e não chora. Não vou deixar que esses filhos da puta nos matem.

--- Eles...

--- Eles não vão encostar em você. E acabou.

--- Sem cochicho. --- Vanco deu um tapa em minha face esquerda. O gosto do sangue saiu em minha boca.

          Fechei meus olhos para apreciar minha dor. Não era justo, minha vida estava se esvaindo por minhas mãos. Eu apenas ouvia Daryl batendo os pés no chão, e gritando com Vanco tentando vigar o tapa que eu levei. E ouvia também o barulho dos socos que Daryl recebia na barriga. Eu ouvia o chorar silencioso de Daryl. Eu estava morrendo.

         Vive durante meses, sem ninguém, lutando contra zumbis e eu estava ali, morrendo pelas mãos dos sobreviventes. Maldição. Daryl e eu não merecíamos morrer assim. Dessa forma tão cruel. Eu não aceitava aquela morte, eu não ia aceitar ser morta assim. Nós íamos sobreviver, eu ia sobreviver... Abri meus olhos sabendo que eu tinha que continuar firme, até o ultimo minuto eu ia lutar pela minha vida, eu ia conseguir ser a sobrevivente que voltaria para o mundo, eu não ia morrer, não ia mesmo. E eu tinha convicção que eu conseguiria. Eu sabia que era forte e como Daryl me ensino: Eu não poderia chorar, o mundo não tinha lugar para pessoas fracas, o mundo não iria me perdoar e não estava me perdoando. Eu achei minha força na minha dor.

         Olhei para Daryl que tentava andar. O sangue escorria de sua boca, como a minha. Daryl estava mal.

         Andamos por poucos minutos e entramos no bloco D. E já na primeira cela jogaram eu e Daryl lá dentro como dois ratos, dois animais.

         As celas, o chão, as paredes, as grades, as barras, tudo era exatamente como as outras.

         Não tentei sair, não segurei nas barras, apenas recolhi meu corpo dolorido até o canto mais escuro da cela e sentei abraçada novamente com meus joelhos que no momento era tudo que eu tinha para abraçar. Meus olhos quiseram chorar, mas dessa vez eu estava no controle. Me mantive forte com a cabeça encostada na parede.

         Daryl ainda tentava sair, achar alguma brecha... Ao ver que era inútil ele voltou seu olhar preocupado para mim. E achou o vácuo nos meus olhos que um dia eram apenas dor e desespero.

Não sei o que Daryl pensava, mas ele estava ficando com medo da minha expressão que era extremamente vazia e eu já não chorava mais.

--- Jade você está bem? --- Ele perguntou chegando mais perto de mim, ainda querendo parecer distante.

--- To. --- respondi sem abrir muito a boca.

--- O que eu disse antes... --- Eu me surpreendi e ai sim minha expressão mudou, desencostei a cabeça da parede e me virei para ele interessada.

--- Não precisa. Deixou muito claro que você não dá a mínima para mim.

--- Não é...

--- Eu sei que é. Mas eu gostei que você fez isso comigo. Me manteve firme e me fez ser mais forte.

--- Não era o que eu queria dizer.

--- Mas disse.

--- Sabe que as coisas ficarem tensas...

--- Estou pronta.

--- Parece que eu te ensinei direitinho.

--- Ensinou o que?

--- Ser fria, distante e grossa.

--- Ensinou perfeitamente. --- Encostei minha cabeça a parede novamente e olhei para o teto branco e vago daquela cela que cheirava morte.

--- Ensinei você a ser uma idiota.

--- Sou como você!

--- E quem disse que eu não sou um idiota? Cresci com pessoas que me tratavam assim, nunca soube ser bonzinho e nunca fui com as palavras.

--- Isso não justifica.

--- Não justifica mas você vê que a culpa não é inteiramente minha.

--- É mais fácil você apenas dizer: me desculpe.

--- Não é só isso que eu quero dizer.

--- E o que seria?

         Daryl era irritantemente bonito. Eu estava me perdendo nele... Foi quando eu olhei para ele mais intensamente e queria sentir o gosto do seu beijo, o calor de seus braços e o seu carinho. Eu queria descobrir todo o corpo de Daryl Dixon do meu jeito e sem restrições ou qualquer medo.

         Eu o queria.

Sendo meu.

Apenas meu.

--- Não sei se é o certo...

--- Daryl fala logo.

--- Eu não sei o que é... Mas não consigo para de pensar em você. 


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Notas finais do capítulo

deixem suas opiniões e o que vcs acham que vai acontecer daqui por diante.



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