A Casa Dividida escrita por Redbird


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais uma fic Peetnis. Espero que gostem. Bjos pessoal



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Katniss estava pela milionésima vez evitando sua mãe, se escondendo na biblioteca da cidade. Não tinha como a mulher ser mais intragável. Ela passara amanhã inteira falando sobre como Katniss, sendo uma dama, deveria aprender a se comportar melhor, sorrir mais e ser mais simpática com os homens que a rodeavam. “E pelo amor de Deus Katniss, ajeite esse vestido”.

Ela nunca seria simpática com os homens que a rodeavam. Principalmente por que dá ultima vez que um tentara se aproximar dela, ele acabara deixando escapar que tinha uma posição bem contrária a abolição. Vivendo no oste, em plena São Francisco, Katniss sabia que isso era quase unanimidade, mas mesmo assim não conseguiu evitar dar um sorriso amarelo e sair de fininho, com uma desculpa mais esfarrapada que as calças do Nhô Lau, o tio de sua melhor amiga Rue.

Sim, Katniss era amiga de uma negra liberta. O que por si só já deixava sua mãe de cabelo em pé. Ela costuma frequentar os bares de "gente de cor", as tardes, escondida é claro. Não que ela gostasse da música, ela até gostava, mas por mais que quisesse Katniss sabia que nunca seria igual a eles. Livre, desimpedida e alegre. Talvez, ela nem quisesse. Ela só queria se sentir um pouco livre de vez em quando. E principalmente se sentir conectada com o pai. Que amava os estranhos sons feitos pelos negros.

Peter Everdeen era filho de um dos maiores algodoeiros do oeste dos Estados Unidos. Alguém que cedo entendera que o ouro não era mais a resposta, mas sim o Algodão, um pequeno pedaço de nuvens que dava em uma flor. Só que, o que ninguém fazia questão de lembrar, era que Peter Everdeen, o rico herdeiro dessa fortuna, também era filho de uma negra. Mais uma das histórias complicadas de amor de São Francisco.

Com o tempo, todos na pequena cidadezinha esqueceram a descendência dos Everdeen. Peter conseguira se casar com Agnes Boyceene, filha de uma rica família de imigrantes franceses, que ao ver a fortuna considerável do pretendente, logo ficou feliz de entregar a filha, mesmo que fosse para alguém, muito que remotamente, ligado a uma escrava.

Ele conseguira uma linda mulher e filha loira, de olhos azuis, sem nenhum traço de descendência africana... E Katniss, que tinha a pele morena como oliva e o cabelo mais negro do que carvão. Sorte que pelo menos seus olhos era cinzentos, cortesia do avô Paterno. Seu cabelo teve o bom senso de nascer liso, o que deixou Katniss parecidíssima com as hispânicas do outro lado da cidade. Sem mencionar sua altura que, por deus, era baixa demais.

Peter Everdeen morrera há mais de 5 anos, mas mesmo assim, era algo que Katniss odiava ter que se lembrar toda amanhã. Ele não estava mais lá, a única pessoa no mundo que tinha entendido Katniss. Só sua mãe e sua irmã, implorando para que ela fosse alguém que ela nunca seria.

Então lá estava ela, pela quarta ou quinta vez na semana escondida entre os livros, na biblioteca de Greasy Sae. Greasy era filha de imigrantes chineses, os chinas, como as outras etnias que formavam gostavam de se referir pejorativamente a esses imigrantes. Katniss duvidava que existisse alguém mais doce que ela. As duas tinham um acordo tácito. “Você não me viu aqui e eu não vi que você tem livros sobre a abolição e pornografia”. As duas se cumprimentaram e iam fazer o que tinham que fazer, sem maiores trocas de palavras.

Mas assim que Katniss baixou os olhos para uma edição envelhecida Macbeth alguém entrou na pequena livraria esbaforido.

—Oh graças a Deus, finalmente encontrei você- diz o desconhecido se dirigindo a moça.

O homem tinha um estilo diferente. A garota logo soube que ele tinha vindo do norte. Além disso seus olhos azuis eram tão inocentes que ela teve certeza absoluta que ele nunca tivera que lidar com os perigos de São Francisco.

—Humm, er... desculpe eu sei que deveria estar em casa, já estou indo- Katniss falou, achando que de novo sua mãe a tinha encontrado e ela estava prestes a receber uma bronca.

— Casa? Não eu não estou aqui para falar sobre isso- diz o desconhecido se sentando na frente dela – Meu nome é Peeta Mellark, e eu vim lhe oferecer um emprego.



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Notas finais do capítulo

Eae? Curtiram?



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