Entre Livros E Maldições escrita por Witch


Capítulo 11
O meu senhor é generoso... Só que não.


Notas iniciais do capítulo

Pequeno, eu sei. Mas, é o máximo que eu consigo com a minha rotina ;-;

Ah, espero que gostem A.A



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Emma Swan se considerava uma pessoa simples. Tudo que precisava era seu velho bug amarelo, seu filho e um teto sobre ambas cabeças. Desde criança e principalmente depois de Neil, ela perdera qualquer vontade ou esperança de ter uma família, então veio Henry, anos depois vieram Storybrooke, Mary Margareth, David, Ruby, Graham, August, Granny e ela se viu, supreendentemente, rodeada por algo que ela poderia chamar de família.

E então a maldição quebrou.

Mary Margareth se tornou Snow, David continuou sendo David, mas ele também virou o Charming, Ruby voltou a ser Red, August era Pinnochio e Graham, o caçador e Storybrooke, uma prisão.

Aquilo tudo fez Emma se lembrar da família Smith, se lembrou como se sentiu bem-vinda, como os sorrisos dos seus “ex-pais adotivos”, do quarto lindo e grande, dos bichinhos de pelúcia, de uma semana em uma boa escola, de segurança, então... A mãe descobriu a gravidez e tudo mudou... Para pior. Emma voltou para o sistema e as coisas só ficaram piores dali em diante. Ela também se lembrou de Neil, da segurança, do amor, do futuro, da esperança, do “finalmente pertenço”, então veio a traição, o choro, a prisão.

A situação em Storybrooke se parecia muito com todas as situações estranhas que vivera até então. Todas terminaram de forma trágica.

– Você está com uma expressão muito sombria, Xerife.

Emma respirou fundo e tentou consertar sua expressão.

– Não tente. – veio a resposta sarcástica – Só faz a expressão ficar pior.

– Bom saber que você presta tanta atenção em mim.

– Bem, como pode me culpar? Você está parecendo que vai jogar o carro em alguma árvore.

– Só estou pensando.

Regina não respondeu. Franziu as sobrancelhas e lambeu os lábios.

– É só que... Tudo isso é muito estranho. Gnomos, bruxas, maldições...

– Você pode pressentir mentiras, mas você é uma péssima mentirosa.

– Não estou mentindo...

– Claro que está. Não é isso que está te incomodando.

– Está me analisando agora, Dra. Mills?

Regina revirou os olhos.

– Eu estou numa missão suicida e você é quem está com crise existencial?

– Eu estou com um mau pressentimento. – admitiu. Parou o carro por causa do sinal vermelho e suspirou.

Regina pareceu preocupada.

– Você não é a única, Xerife.

As duas se calaram.

– Já sentiu isso antes? – perguntou Regina.

Emma engatou a primeira marcha e acelerou.

– Já.

– E o que houve?

– Um amigo morreu.

–-

O gnomo comia como um porco.

Qualquer coisa que Granny colocava na mesa, ele devorava como se não tivesse comido nada em semanas!... Melhor, séculos. A lanchonete estava silenciosa e só os barulhos de garfos/colheres no prato e os sons de mastigação do pequeno ser eram ouvidos.

Blue Fairy estava sentada em frente ao gnomo e bebericava lentamente seu café quente. Ruby só olhava com nojo do balcão e Granny sussurrou algo para Leroy, que soltou uma alta risada.

– Ela não vai vir? – perguntou o gnomo entre mordidas.

– Ela virá. – respondeu a fada com calma. – Mas ela está diferente.

Ele parou de comer e bebeu um longo gole de água.

– Imagino... Mas, as coisas vão se complicar.

– Você acha? – perguntou Snow. O gnomo olhou para ela pela primeira vez desde que chegara a cidade.

– Ahh, eu tenho certeza absoluta, minha jovem. As coisas vão ficar piores.

Ele abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas sua atenção foi imediatamente para a porta... Que foi aberta violentamente.

– Ah, mas é claro que a culpa é minha! – exclamou Regina entrando primeiro na lanchonete. – Fui quem estava dirigindo, certo?

– Você tirou a minha atenção! Eu estava indo muito bem até você começar a gritar comigo!

– Você deixou o carro morrer no meio da via principal!

– Eu estava distraída!

– No meio do trânsito?!

– Você me distraiu!

– Que desculpa esfarrapada!

– Mãe! – exclamou Henry correndo para a porta.

Pela primeira vez desde que entraram, Regina e Emma perceberam que estavam sendo observadas. Henry abraçou Emma pela cintura e olhou para Regina de uma forma que a bruxa não bem entendeu.

– Ora, ora, aquela que se chama “rainha”! – exclamou o gnomo se levantando. Seus olhos brilhavam de uma forma divertida. Limpou a boca com um guardanapo e andou lentamente até as duas mulheres e a criança, depois fez uma reverência.

Emma e Regina se olharam.

– Eu não te conheço. – disse Regina.

– Não, não me conhece, de fato, mas eu te conheço.

– Impossível.

Ele abriu um sorriso branco e riu. O gnomo era menor que um homem normal, vestido em roupas antigas britânicas feitas de tweed, com um colete, uma correntinha de ouro com um antigo relógio dourado. Os cabelos eram curtos e de um vermelho escuro, perfeitamente penteados de lado e costeletas.

As íris dos seus olhos eram grandes e muito verdes.

– Ouvi muito de você. Tanto na Floresta Encantada quanto aqui. O senhor Hustle, em especial, gosta bastante da sua companhia.

A confusão sumiu de Regina imediatamente e a postura da bruxa mudou.

– Foi o Hustle que te mandou aqui?

– Mandar é uma palavra forte.

– Eu sei como o Hustle se comporta. – ela abriu um sorriso. – Ele está com medo do que está acontecendo aqui, não é?

– Novamente, medo é uma palavra forte. Eu usaria receio, talvez curiosidade.

Blue Fairy se levantou. A xícara de café estava vazia em cima da mesa.

– Por favor, Ülther. Vamos direto ao assunto.

– Claro, claro. – ele se virou para Regina. – A situação aqui é de fato preocupante. Os portais que desembocam aqui podem trazer coisas perigosas e certas... criaturas, que preferimos bem longe daqui, se você bem me entende.

– Eu vou cuidar disso. Não preciso do Hustle se metendo onde ele não é chamado.

– Eu trouxe uma oferta de paz. Eu tenho absoluta certeza de que será do seu interesse.

Regina avançou, com os olhos castanhos escurecidos e com completo desprezo.

– Se ele acha que pode me comprar-!

O gnomo tirou um saquinho de couro do blazer e abriu um sorrisinho vencedor.

– A oferta de paz do senhor Hustle.

Regina pegou o saquinho e o abriu, levantou a sobrancelha e abriu um sorriso.

– Ora, mas ele está muito generoso.

– O meu senhor é generoso.

– O que aconteceu na Grécia vai contra essa afirmação.

– Ele também disse que sente muito e que se arrepende amargamente.

– Mas é claro que ele se arrepende. Eu fiz questão disso.

– Ele também lamenta isso.

Regina olhou para o saquinho e o guardou no bolso.

– É só para isso que você veio?

– Eu primeiro fui para Nova York, mas você não estava lá. Depois, fui para Boston e novamente me desanimei. Conversei com o Fred e ele me disse que você estava aqui.

– Só para me entregar isso? – colocou a mão no bolso.

Olhou para a Blue Fairy que sorriu.

– Entre outras coisas. Bem! – colou a mão na barriga. – a comida estava muito boa, obrigado por isso! – depois olhou para Regina e fez outra reverência. – Obrigado por não tentar me matar. O senhor Hustle me disse que você talvez tentasse.

– Se ele aparecer, eu não prometo me conter.

Ele riu.

– Só lhe digo uma coisa: as coisas vão ficar muito complicadas aqui. – ele afirmou. – Muitas coisas vão começar a sair desse portal se ninguém o fechar. O Senhor Hustle disse que se precisar, ele vai interferir e talvez, não só ele... Uma certa rainha do oriente também está bem atenta aos seus movimentos.

– Não sou eu quem vai fechar o portal. É preciso do pó de fada.

– E é por isso que eu recorri ao Reul Ghorm para isso.

Regina revirou os olhos.

– Então, para que a oferenda de paz?

Ele riu como se esperasse aquela pergunta.

– Ora, o Senhor Hustle disse que se sentiria muito mal se você morresse sem que ele se desculpasse.

Regina não respondeu, mas Emma o fez.

– Ei, ninguém aqui vai morrer.

Por alguma razão os olhares de Regina, do gnomo e da Blue Fairy demonstravam algo muito diferente.


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Notas finais do capítulo

Thanks!! x3



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