Chegando naquela sala, cheia de diplomas nas paredes e inúmeros livros na estante tive uma sensação muito estranha, como se algo me dissesse que algo muito ruim ia acontecer ou havia acontecido, mas tenho que parar de pensa ou então a diretora vai falar e eu não vou ouvir, Cleire não está aqui para me “salvar” dessa vez.

- Billie...

- Porque a senhora me chamou aqui?

- Olha Billie, você sempre foi um ótimo aluno e representou nossa escola muito bem e por isso gostaria de oferecer toda minha solidariedade para o que você precisar.

- Do que está falando?

- Querido, recebemos uma ligação, mas primeiro quero que se acalme...

- O que Aconteceu?!?!?! Fala logo !

- A sua mãe... Ela está internada.

- O que? Como assim? O que ela tem?

- Ela teve uma overdose, a encontraram caída no restaurante, foi a sua sorte.

- Sorte? Ela já acordou? Eu quero vê-la! Em que hospital ela está?

- Fique calmo, eu vou te levar até lá, mas não poderá vê-la ainda...

- Como Não?!?

- Ela está em coma Billie... Eu sinto muito...

- COMA? Você está brincando comigo?

- Não querido, mas ela teve sorte, se não a tivessem encontrado logo poderia ser pior...

Meu mundo caiu, o meu pior pesadelo estava mesmo acontecendo. Tudo aquilo não poderia ser verdade, a minha mãe, Por quê? Porque comigo? Meu deus... Ela não pode morrer, ela nunca foi muito como “mãe” pra mim, mas eu a amo tanto, eu não quero isso.

- Billie? Você está bem? – Como ela tem coragem de me perguntar isso.

- Estou, quer dizer... não estou, péssimo é a palavra...

- Calma querido, vai dar tudo certo, peça para Deus protege-la  que ele com certeza vai te ouvir... Vou rezar por ela também.

- Espero que pelo menos dessa vez eu seja ouvido...

- Querido, você quer avisar alguém? Ou chamar algum familiar para ir ao hospital?

- Quero, chame Cleire Wulkan.

- Tudo bem, ela é sua parente?

- É mais do que isso, é a única que se importa – Quando disse isso senti uma piedade no olhar dela, que só me dava mais vontade de “acordar” daquele que era o pior dos pesadelos.

Depois de alguns minutos que pareciam mais com séculos, Cleire chegou com o rosto todo molhado de lágrimas me abraçou e me acalmou de um jeito que só ela sabia:

- Joe, a sua mãe é muito forte, ela daqui a pouco está te xingando por não sair do porão, e enquanto ela não chegar e vou estar aqui com você pra tudo...

- Eu estou com medo, com muito medo...

- Não fica não, ou  o medo te consome... Mike está indo pra sua casa pra organizar tudo por lá e pra cuidar do restaurante, você não precisa se preocupar com nada, agora a gente vai lá no hospital pra gente estar lá quando ela acordar !