Tyrion Lannister, o que você pensa que estava fazendo? Quer perder a cabeça? Como se tivesse cometido um homicídio culposo sem intenção de matar Tyrion saiu desnorteado do quarto. Não estava vendo para ia, somente ia, era como se ele não estivesse mais no comando dos próprios pés. Os olhos viam, mas não registravam as imagens. Tudo passava como um borrão. Até que se cansou de coxear por aí e parou. Não conhecia aquele lugar. E ainda por cima estava escuro demais. Apenas a luz que provinha da lua iluminava aquele lugar. Onde diabos em vim parar? Onde diabos esses pés infernais me trouxeram? Quando se deu conta de onde estava, percebeu que estava fora do castelo. De algum modo conseguiu passar por escadarias e portões.

Pelo que Tyrion pode perceber era feito de madeira, algumas delas estavam tão velhas que tinham caídas, corroídas por vários insetos; em muitas outras havia buracos enormes que deixavam a luz da lua passar. O teto, ou melhor, o que restava dele era uma confusão de madeira, uma por cima da outra, sem um planejamento. Reconstruíram Winterfell e deixaram os restos dele por aqui. Um grande monte de lixo. O lugar era realmente grande, os buracos no teto não davam conta de iluminar todo o espaço; apenas devido aos furos nas paredes Tyrion conseguiu ver até onde elas iam. Pensando bem, tudo parece grande perto de um anão. Agora, como é que eu vim parar aqui? No canto mais escuro pilhas e pilhas de sacos cheios de sabe-se lá o que. Tyrion podia ouvir os ratos roendo pedaços em todos os cantos. Alguns deles passaram por ele guinchando. Alguém precisa dar um jeito nisso aqui antes que esses roedores comecem passear pelo castelo. Parecia que ninguém passava por ali há muito tempo. Talvez, desde que reformaram Winterfell. Depois de olhar aquele “armazém” por mais algum tempo Tyrion decidiu que era melhor voltar para dentro do castelo.

Já amanhecia e ele ainda vestia as roupas do baile, não seria bom se alguém o visse vestido assim por aí. Já pensam mal demais de mim, não posso deixar que me vejam assim. Teve que entrar no castelo por uma porta lateral por não conseguir encontrar aquela pela qual tinha saído. Demorou tanto tempo que quando finalmente chegou ao quarto a primeira luz da manhã invadia o quarto. Sansa ainda dormia. Melhor assim. Não saberia o que dizer a ela se me perguntasse o que havia acontecido horas antes. Nem mesmo ele sabia exatamente o que havia ocorrido antes no quarto de banho. Mas não se permitiu pensar no ocorrido por muito tempo. Tinha em mente ir ao quarto de banho e trocar de roupa, mas o sono o atacou antes que pudesse fazer qualquer coisa, deitou no primeiro lugar que viu, uma poltrona grande o bastante para um anão e fofa o bastante para algumas horas de sono.