Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 10
Apenas Memórias




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            No dia seguinte, Mônica acordou perto da hora do almoço. “Que preguiça”, pensou. Estava planejando visitar Magali e Cascão na casa do tio dele.

            Mas, para a sua surpresa, os dois estavam na casa de sua tia. Ela os tinha convidado para almoçar.

            - Falaí, Mô. Cansada? – perguntou Cascão.

            - Nossa, Cas. A festa foi f... Muito bacana. – disse Mônica.

            E, abrindo a porta da geladeira, ela pegou um iogurte e começou a tomá-lo.

            - Desculpe, Dona Melody. Podemos dar uma palavrinha com a Mônica? – perguntou Magali.

            - Claro, claro.

            Dona Melody saiu da sala de jantar. Mônica virou-se para Magali e Cascão.

            - Mô. Eu sei como você deve estar ansiosa para saber o que aconteceu no Bairro do Limoeiro desde que você veio para cá. – começou Magali.

            - É claro que eu estou querendo saber. E vocês também querem saber tudo o que aconteceu aqui, não é?

            - Com certeza. Mas eu posso começar? – perguntou Magali.

            - Claro. – Mônica acenou com a cabeça.

            - Bom, você se lembra do que viu naquela balada atrás da velha fábrica, há oito meses atrás? – perguntou Magali.

            - Infelizmente sim. – respondeu Mônica. – Mas eu soube que teve armação, não é?

            - Teve. – quem respondeu foi Cascão. – Foi a Carmem, que estava puta por estar sozinha. Daí ela dopou o Cebola e armou a cena toda.

            - Bom, como eu iria saber? – defendeu-se Mônica.

            - Continuando. –disse Magali. – Você saiu de lá furiosa. Depois, veio para cá. E nós reparamos que você estava mudando. Estava ficando metida. Por isso nos afastamos um pouco. Mas hoje vimos que estávamos errados. Você continua igual, só que mais popular e querida.

            - Mas não foi apenas você que mudou. – disse Cascão. – O Cebola começou a se meter com gente estranha e até começou a beber. Mas nós tentamos curá-lo. E conseguimos.

            - Quando fomos falar com a sua mãe, descobrimos a história do bebê. Todos ficaram em pânico, menos o Cebola. Ele ficou revoltado...

            - Que crianção! – interrompeu Mônica.

            - Deixe-me continuar. – pediu Magali. – Daí ele começou a sair com a Denise, que levou um chifre do Xaveco.

            - E com quem o Xaveco traiu a Denise? – perguntou Mônica.

            - Com a Carmem. A Denise nem olha mais na cara dela. – respondeu Magali.

            - Sério?

            - Super sério. – confirmou Magali.

            - Como tudo mudou. – murmurou Mônica.

            - Pois é. – disse Magali.

            - Mas você tem que pensar em tudo o que aconteceu e... – começou Cascão, mas foi interrompido por Mônica.

            - Cas, eu sei o que vocês vão me falar. Já estava com esse pensamento na festa. Mas não foi apenas lá que as coisas mudaram. O Bairro do Limoeiro e o que aconteceu na minha infância são memórias. Apenas memórias. Eu comecei a enxergar o Cebola como um amigo, depois que comecei a namorar com o Richard. E querem saber? Eu estou muito feliz. Espero que ele também esteja, junto com a Denise.

            - Mônica... Pelo menos você está feliz, amiga. – Magali a abraçou.

            - É Mô. Somos os seus amigos. Sempre vamos te apoiar. – falou Cascão. – Ah, e é claro que você entrou para as líderes de torcida por causa do...

            - Do Le Parkour. Valeu, Cascão. – Mônica sorriu.

            - Até que enfim você acertou o nome.

            Os três riram.

            - Ei, vamos aproveitar, porque amanhã tem aula. – avisou Mônica, sentando-se para almoçar. – Vocês vão precisar ralar para acompanhar o ritmo. Aqui é das oito da manhã até as três da tarde.

            - Cruzes. – protestou Cascão. – Pelo menos tem futebol aqui?

            - Tem sim. Só que aqui o futebol que você joga se chama soccer. E eu duvido que você fique de fora do time. E para você, Magali, tem uma vaga no time das líderes de torcida. Mas aqui não é como lá, heim?

            - Eu vou me esforçar. – riu Magali.

            E, rindo, os três começaram a comer a comida que Dona Melody tinha posto à mesa. Amber e Claire chegaram para almoçar também. Mônica estava feliz, pois estava tudo resolvido. Cebola estava em outra e ela esperava que ele a visse apenas como amiga da próxima vez que se encontrassem.

            No dia seguinte, Mônica foi buscar os amigos com o seu novo conversível. Quando chegaram à escola, o assunto ainda era a festa da Mônica. Todos elogiavam. Até Toni, que estava andando com as “orelhas abaixadas” depois da surra que tomou das Lions e das Bees.

            Cascão fez amizade com o time de futebol e Magali, com as garotas da torcida. Magali agora era uma Cat Power também. Eles estavam mudando. “Acho que é o clima da Califórnia. Deve ter algo nessa água.” pensou Mônica.

            Os dois se simpatizaram com Richard, apesar do diálogo entre eles ser meio complicado. Afinal, Magali e Cascão só sabiam o básico do inglês. Mônica era a intermediária. A tradutora.

            Um mês depois, todo o time de futebol e as líderes de torcida foram se encontrar no shopping. Magali e Cascão estavam se acostumando com o inglês. Não era tão difícil. O problema era ir ao cinema sem ler legenda. Mas o programa era esse. Eles estavam indo assistir a um filme de comédia. Magali e Cascão só entenderam algumas partes e riram de cenas sem falas.

            Mas, no geral, eles se enturmaram e foram se tornando populares.

            - Sabe, Magá. Dá para viver assim, não dá? – perguntou Cascão.

            - É. Acho que eu posso me acostumar com isso. – riu Magali.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =D
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E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =)
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@leocancellier



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