- Canção do Sol escrita por sakuraxjapan


Capítulo 1
O Violão I




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POV Bella

A vida não é justa. Mais se eu fosse pensar como outros, eu seria injusta comigo mesma. Não posso ficar perdendo o tempo que não tenho me lamentando com algo que está fora do meu alcance. Muitos acham estranho por eu ser tão feliz, enquanto eu deveria ser revoltada com todos. Mais o que eu posso fazer?  Eu realmente sou feliz, não importa o quão às pessoas estranhem isso. A morte é a única certeza que temos. A única diferença de mim para os outros é que a minha vá chegar mais cedo. E eu já aceitei esse meu destino. 

Sou Bella e tenho 19 anos. Sou portadora de uma doença rara que me tirou o direito de viver como as outras pessoas, minha pele não tem defesa contra a luz ultravioleta presentes nos raios solares, seria uma sentença de morte fica exposta nem que seja por poucos minutos ao sol. Por conseqüência disso durmo de dia, e vivo a noite. Meus pais se culpam até hoje por eu ter nascido assim, queria muito que eles entendessem que a culpa não é deles. Tento levar uma vida o mais normal possível, minha maior paixão é a musica, costumo escrever nas letras das canções tudo o que eu sinto. Apesar dos pesares eu ainda tenho um grande sonho, que as pessoa possam ouvir minhas musicas.

Minha melhor amiga é a Alice Greene, nos conhecemos desde muito novas, ela sempre me apoiou nos momentos que eu mais precisei. Ela é como se fosse uma irmã que eu nunca tive, e sou muito agradecida por ela existir em minha vida. Meus pais e Alice são o que eu mais tenho de precioso.

 

Seis horas da tarde. Hora de acordar. Eu sei que pode parecer estranho para você esse meu horário de despertar, mais por conseqüência da doença vivo uma rotina paralela as demais pessoas. Durmo durante o dia e a noite fico acordada. Tento levar minha vida da forma mais normal possível apesar da doença.

- Hora do café da manhã Bella.-  Eu ouvi minha mãe gritar do corredor enquanto vinha em direção ao meu quarto. Sobre o café da manhã, é uma pequena piada particular nossa. Como esse é meu horário de acordar, não falamos hora do jantar e sim hora do café da manhã.

- Claro Mãe - Falei enquanto me levantava da cama. Meus pais são donos de um restaurante. Tento ajudá-los sempre que possível, pois não temos funcionários. Só que a maior parte da noite eu fico ocupada. Costumo cantar em companhia do meu violão numa praça que fica próximo a nossa casa. Tenho uns CDs caseiros gravado com três musicas de minha composição, e sempre os levo comigo para a praça com a esperança de vendê-los, não pelo dinheiro, mais sim para levar minha musicas até as pessoas. Naturalmente sou ignorada na rua, ninguém para, para me ver cantando, só que não me importo com isso. Eu gosto de cantar e sei que um dia as pessoas me escutaram. Mesmo sendo ignorada por elas toda noite, eu não deixo de ir para praça. Cantar é a única coisa que me resta na vida.

- Bella, meu amor- Disse minha mãe já entrando no meu quarto e indo em direção as cortinas para abri-las, meu quarto tinha cortinas especial que impedia a entrada do sol, e as janelas também era forrada com uma película especial. Tudo para me proteger de qual quer raio ultra violenta que pudesse adentra no meu quarto durante o dia. Toda minha casa era assim, maior parte do dia ficava com janelas fechadas, portas fechadas. Qualquer raio do menor que seja poderia me causar danos gravíssimos e é por isso que todo cuidado é pouco.

- Meu amor, tenho uma novidade-  Disse minha mãe sentando-se na minha cama com um sorriso no rosto.

- Novidades?- Mostrei entusiasmo.

-Chegou uma cartinha para você.- Ele disse fazendo mistério, só que eu já imaginava o que podia ser. Há alguns semanas mandei uma musica minha para uma gravadora, era um concurso. E eu estava só esperando a resposta. Com certeza era isso.

- Jura Mãe? É de onde estou pensado?- Perguntei esperançosa.

- Por que não desce e você mesma não vê- Ela respondeu já se levantando e me fazendo levantar também em seguida. Meu quarto era no segundo andar da casa.

- Isso mesmo que vou fazer- Eu disse já indo em direção a escada. Meu maior sonho é gravar um cd, mais sempre fui rejeitada pelas gravadoras. Confessos que às vezes esses “nãos” me levavam a crer que talvez eu não fosse tão boa quanto eu imaginava que era. Agora espero que seja diferente. Ao descer as escadas avistei meu pai, ele estava sentando à mesa comendo.

- Oi minha filha, dormiu bem?- Ele disse assim que me viu.

- Como um anjo. Cadê a carta que chegou para mim?- Eu perguntei não me contendo de ansiedade. Tinha que ser uma resposta boa da gravadora.

-Aqui minha filha- Ele disse rindo pela minha reação. Então eu peguei a carta. Só que antes que eu pudesse ler, percebi que meus pais me olhavam mais ansiosos do que eu própria estava.

- Vocês não estão ocupados com o restaurante? Já deve está na hora de abrir- Eu disse como uma indireta para que ele pudessem me deixar sozinha. Era um momento meu, e se eu fosse rejeitada de novo, não queria chorar na frente deles.

- Claro filha.- Disse minha mãe já puxando meu pai pelo braço. - Estamos no restaurante, se precisar.- O restaurante era interligado com minha casa. Então eu não precisava sair na rua se quisesse ir para lá.

- Por favor permita que eu seja escolhida.- Pensei para mim mesma enquanto observava a carta entre minha mãos. Suspirei e então criei coragem para abri-la.

- Rejeitada na seleção final- Foi à primeira frase que eu li. Outra vez. Já era meio que se esperar, mais algo na carta me chamou a atenção. Havia algo escrito no cantinho da carta a caneta. Dizia: “Você já amou de verdade?” estranho, que será que escreveu isso? - Para mim algo como um amor normal é impossível- Respondi mentalmente. Minutos depois reconheci uma voz que se aproximava. Era Alice que havia chegado.

- O que foi?- Ela perguntou assim que viu minha expressão derrotada em meu rosto.

- Não fui selecionada de novo.-  Respondi num único suspiro. Era doloroso demais ficar repetindo isso. - Talvez eu não tenha talento. - Comentei enquanto ainda observava a carta.

- Eu realmente gosto de suas musicas. - Disse Alice tirando rapidamente a carta de minhas mãos para poder ler. - Deixe me mostrar algo que vai te animar.- Ela disse já soltando a carta no chão e me puxando pelo braço em direção a escada. Segundos depois já estávamos no meu quarto. Ela tinha um DVD em suas mãos.

- Como hoje é o primeiro dia de verão. Fui à praia e gravei tudo para que você possa ver. – Ela se sentou ao meu lado assim que apertou o play do aparelho. Tudo o que eu conhecia do mundo lá fora foi por meio de vídeos que Alice costuma gravar para mim. Para que assim eu pudesse ter uma noção de como é a vida das pessoas durante o dia.

- Olha aquele rapaz. - Ela disse bastante animada apontando para um dos meninos do vídeo.

- O que tem ele?- tentei mostrar interesse. Mais estava desanimada demais para isso.

- Não é o que você chama de quente? Ele é lindo. - Ela disse bem animada. Eu só rir. 

- Alice tem certeza que pegou esse vídeo para me mostrar como é durante o dia? - Perguntei franzindo a testa. Foi então que algo no vídeo me chamou a atenção. Tinha quatro rapazes que pareciam bem amigos, se divertiam feito crianças fazendo guerrinha de areia na praia. Mais só um deles prendeu minha total atenção. - Não pode ser, é ele. - Sussurrei assim que reconheci o garoto. 

- Bella? - Alice chamou minha atenção estalando os dedos na frente do meu rosto ao perceber que eu não prestava atenção nela.

- Que foi?- Perguntei assim que sair dos meus devaneios

 - Eu que perguntou o que foi. Aconteceu alguma coisa? Você ficou calada de repente. - Ela estava com uma expressão engraçada.

- Não foi nada, estava só imaginando como é ir à praia de dia. - Respondi rapidamente ao perceber que ela não notou meu interesse em um dos garotos do vídeo. Então percebi que já se passava das sete da noite. “Estou atrasada Alice, tenho que ir.” Falei pegando meu violão.

- Sei- Ela resmungou revirando os olhos.

- Não fala assim Alice. - Ela não entedia essa minha vontade de todas as noites cantar na praça se nem ao menos as pessoas paravam para me escutar. Mais cantar era a única coisa que restava para fazer. Já não me importava ser ignorada pelas pessoas se eu tivesse a musica em minha vida.  - Tchau amiga, te amo. - Beijei sua testa e sair em direção a rua.

Confesso que alguns anos atrás eu me perguntava todos os dias por que comigo? O que eu tinha feito para nascer assim? Pelo bem de quem eu vivia? Para que eu continuava a vivendo?  Pergunta comuns para uma pessoa condenada a morte. Pensamentos suficientes para me levar a depressão. E foi o que aconteceu há uns anos atrás. A revolta de me ver limitada a sonhar me machucou muito. Mais tive que aprender a conviver com isso, por meus pais. Não suportava vê-los se culparem por cada lagrimas que eu derramava, não queria que eles sofressem. Então a musica me salvou. Quando ouço alguém suspirar, a vida é dura, me pergunto, Comparado a que? A três anos atrás a musica e o garoto do vídeo me salvaram do buraco que eu me afundava a cada dia. Do abismo que se resumia minha frágil vida. Ele não sabe que o conheço. Ele se quer sonha da minha existência. Mais eu o amo. Devem se perguntar como? De onde o conheci? Como posso amar alguém que não me conhece? Vou explicar o porquê de eu ser tão agradecida a ele sem ele nem ao menos saber disso. 

Há exatamente três anos atrás eu fui internada por causa de uma fatura em uma das minhas pernas. Nessa época minha depressão estava no auge. Não sentia vontade de viver, passei dias internada no hospital me recuperando. Foi em um desses dias que o vi pela primeira vez. Na janela do meu quarto no hospital, o sol ainda não tinha nascido então isso me permita observar a rua. Era muito cedo, não passava das 4 da manhã e lá estava ele caminhado, talvez sem direção, triste, segurando um violão nas mãos. Isso me deixou curiosa, fiquei imaginando o que poderia ter acontecido para aquele garoto que o deixou assim. Sua beleza era incontestável. Um rapaz tão bonito, jovem e aparentemente saudável. O que ele conhecia da vida de verdade?  Sua pouca idade não o permitia sofrer assim. Então continuei a observá-lo da minha janela. Ele segurava o violão com tanta paixão, como seu fosse algo realmente valioso. Segundo depois o observei se distanciar, então me apoiei mais ainda na janela para ver até onde ele estava indo e percebi que se aproximava lentamente do final da rua onde tinha um lugar onde as pessoas depositavam o lixo. Estranhei mais continuei a observá-lo. Então o vi se ajoelhando no chão e pegando o violão que tinha em sua mão e o colocando sobre aqueles sacos de lixo. Isso me pegou de surpresa. Ele me pareceu gostar tanto daquele instrumento. Percebi que estava sofrendo ao fazer isso. Então para que fazer se não o queria? Não entendi. Então ele se levantou e foi embora, deixando o violão lá, jogando como se fosse realmente lixo. O que se passava na cabeça dele para fazer algo assim? Eu me perguntava. Mais não sabia a resposta. Vi que aquele violão significava muito para aquele rapaz, e que ele se arrependeria de ter feito isso, e se o fez agora foi por um impulso. Então tomei uma decisão, fui busca o violão em meio ao lixo. Os dias foram se passando e ele toda manhã passava por aquela rua, eu sentia vontade de ir falar com ele e lhe devolver o violão. Mais não tinha coragem. Acabou se tornando um habito observá-lo de minha janela todos os dias antes do dia amanhecer durante essa minha estadia no hospital. Eu amava olhá-lo. Até que chegou o dia em que eu tive alta e não poderia mais vê-lo. Isso me doeu. Mais voltei para casa, com seu violão em mãos. Desde dessa época a musica entrou na minha vida, comecei aprender sozinha a tocar violão, e jurei que para mim mesma que eu o devolveria para seu verdadeiro dono. E essa esperança de volta a vê-lo me deu animo para continuar a lutar por minha vida. Eu tinha uma pendência com aquele garoto. Eu queria entendê-lo. Saber o motivo que o fez tomar essa atitude de se separar de algo tão preciso para ele. Então tudo que envolvia musica me fazia lembrá-lo. Como uma forma de nunca esquecê-lo, passei a dedicar minha vida a cantar e a tocar. Essa é a historio do meu amor platônico. Cheguei a sonhar noites seguidas com ele. O dia em que eu poderia abraçá-lo. Deixei a cargo do destino me levar a reencontrá-lo de novo um dia. E foi isso que aconteceu agora, depois de três anos votei vê-lo, por meio de uma filmagem da Alice, e ele ainda era como nas minhas lembranças. Lindo, com um olhar envolvente. Esqueci de comentar que no violão havia um “R” gravado, será que seu nome começava com “R”?

Já se passava das sete da noite então como de costume fui à praça canta e tocar violão para pessoas. Mesmo que essas mesmas não notassem minha presença. Mais algo me chamou atenção, essa noite alguém havia parado para ver cantando. Isso já me bastaria para me deixar feliz, só que para minha surpresa a pessoa que estava parada a me observar era... “ele”. Como? Seria uma miragem que eu estava vendo? Não podia ser. Ao notar que eu tinha interrompido a musica para encará-lo ele voltou a andar rapidamente desviando seu olhar de mim. 

- Espere! - Eu gritei enquanto ia até seu encontro. Estava eufórica. Mais ele não parou, continuou a andar me ignorando. Coloquei-me na sua frente obrigando-o a parar e me olhar. Então ele me encarou. – Isto. - Eu falei levantando o violão com as mãos. - isto é seu, não é? - Perguntei ainda o fitando. Então vi que seus olhos foram de imediato em direção a letra gravada no violão.

- Não sei do que você está falando.-  Ele respondeu  rapidamente com certo rancor em sua voz.

- Eu sei que esse violão é seu. - Afirmei com convicção.

- Não. - Foi só o que ele disse, voltando a andar em seguida.

- Espera! - Eu o chamei. - Por que está fugindo? - Perguntei confusa por sua atitude.

- Por que está me seguindo?- Ele retrucou fazendo pouco caso de mim.

- Sempre quis perguntar uma coisa para você. - O puxei pelo braço fazendo-o parar de andar novamente.  

- É algo sobre entrar em alguma banda?- Ele parou me perguntando com desdém.

- Não- respondi rapidamente.

- Então fale com outra pessoa. – Ele replicou secamente voltando a andar logo em seguida.

- Não, tem que ser você. - Ele parou novamente e me encarou. Pegou o violão das minhas mãos, o avaliou com olhos, e isso me deixou feliz, só que em seguida ele simplesmente o jogou encima de um canteiro de rosas perto de onde estávamos e voltou a andar.

- Espere! O que você está fazendo? - Perguntei ao vê-lo jogar o violão assim. Ele não me respondeu, e continuou a andar me ignorando. O deixei ir e peguei o violão de volta em meio as rosas. Ele me pareceu não ter gostado de revê-lo. E isso me dava mais vontade de saber o porquê, de entender o motivo dessa raiva toda. Mais o que eu podia fazer? Ele me ignorou completamente não me dando nem tempo de perguntar seu nome. Por hoje acho que minha noite havia acabado. Resolvi voltar para casa. Mais feliz por ter reencontrado o dono do violão. E sei que votaria vê-lo de novo. Eu sentia isso. Hoje foi só o inicio de nossa aproximação.

Depois de praticamente ter sido ignorada por ele, voltei para casa. Era pouco mais das 9 da noite. Ao chegar dei de cara com Alice no meu quarto assistindo a um DVD. Ela ficava mais tempo na minha casa, no que na dela própria. Meus pais sempre diziam que Alice era como uma filha para eles, e tinha a total liberdade de entra e sair à hora que quisesse.

- Esqueceu alguma coisa?- Ela perguntou assim que me viu adentrar no quarto.

-Não. Hoje resolvi voltar mais cedo. – Respondi sentando-me ao seu lado.

-Como? Por quê?- Ela me olhou confusa. Eu nunca voltava antes das 3 da madrugada. Morávamos numa pequena cidade costeira considerada bem calma, não havia muitos registros de violência, e isso me permitia aproveitar a noite o máximo. Quase tudo ficava próximo a praia, incluindo minha a casa, então quando eu cansava de tocar, ia correndo para praia admirar a lua. Se eu não podia viver de dia, eu tentava viver a noite, mesmo achando solitário isso.

- Então Bella? Aconteceu alguma coisa? O que te fez voltar cedo? - Ela pausou o filme e me encarou. Suspirei. Eu não podia simplesmente confessar de fato para ela o que havia acontecido. Alice não sabia nada sobre “Ele”. Acho que era o único assunto relacionado a mim que ela não tinha conhecimento.

- Não aconteceu nada.

- Como não aconteceu nada? Você NUNCA volta cedo. Sentiu-se mau? Me fala se foi isso?- Sua expressão agora era preocupada.

- Não começa Alice. Estou bem, só sentir vontade de volta mais cedo. - Tentei tranqüilizá-la, mesmo sabendo que seria inútil. Meus pais e Alice sempre tomavam conta de mim. Às vezes essa preocupação toda deles me incomodava. Eu nunca comentei sobre essa minha insatisfação. Eu sabia que eles tinham medo por mim, eles zelavam por minha frágil saúde.       

- Então o que você estava assistindo?- Tentei mudar de assunto rapidamente. Peguei a capa do DVD para constatar que filme ela assistia antes de eu interrompe-la. Então percebi que se tratava da filmagem dos garotos na praia.

- Alice- A encarei com a sobrancelha arqueada. Ela riu sem graça.  

- Qual deles?- perguntei curiosa, ela só podia está interessada em um dos garotos, para assistir não sei quantas vezes esse mesmo vídeo. Confesso que esse pensamento me assustou. Imagina Alice e eu apaixonadas pelo mesmo homem.

- Esse.-  Ela falou bastante animada apontando para uns dos garotos.

-  Ahh!- respirei aliviada. Não era nele que ela estava interessada.

- Você os conhecem?- tentei mostrar naturalidade, como se eu não estivesse interessada pela resposta.  Mais num fundo eu estava “desesperada” por qualquer informação sobre “ele”.

-Não...  Por enquanto. - Ela respondeu com um sorriso no rosto. Se bem eu a conhecia, Alice faria de tudo para se aproximar do rapaz que a interessava, e isso me agradava, pois conseqüentemente eu descobriria o nome do dono do violão, se ambos eram amigos. 

-Bella preciso ir. Você vai ficar bem?- Ela perguntou. Eu ri. Alice nunca acreditava quando eu dizia que estava bem, então por que ela sempre insistia em perguntar? 

-Claro amiga. Não se preocupa, pode ir dormir tranqüila, e trate de sonhar com seu príncipe do vídeo. - Me despedi dela com um abraço apertado. Então ela foi. 

Hoje seria uma longa noite. Pausei a filmagem na a parte em que ele aparecia para assim ficar admirando-o. Vê-lo me inspira para escrever. Quando sinto algo especial, tento passar para o papel os meus sentimentos e ia ser isso que eu ia fazer agora. Eu escreveria uma musica para cantar na próxima vez que ele fosse me assistir na praça. Quer dizer, se houvesse uma próxima vez. Sei que fui ignorada por ele mais cedo, porém não me sentir ofendida. Pude ver pelos seus olhos que aquele não havia sido um bom dia para ele, por isso o perdoei. Talvez rever o seu violão tenha assustado-o um pouco. Eu fui muito tapada em abordá-lo daquela maneira. Ele deve ter achado que eu sou uma louca. A noite passou tranquilamente eu cheguei  a escrever o começo de uma musica, mais não cheguei a terminá-la.  Já se passava das três horas da tarde quando ouvi Alice entrar em meu quarto rapidamente me chamando de uma forma desesperada.

- Bella, acorda amiga.-  Ela me cutucou insistentemente me forçando a acordar. 

- Alice, pelo amor de Deus são três da tarde ainda. O que aconteceu? Quem morreu?- Sentei-me  na cama para encará-la ainda sonolenta.   

- Credo Bella, ninguém morreu. Que exagerada.

- Exagerada? Pelo menos não fui eu que entrei feito uma louca no seu quarto gritando seu nome. – Alice às vezes era tão afobada. Esse lado dela me divertia. Dela eu podia esperar qualquer coisa. Não duvido nada ela está desse jeito por que quebrou uma unha.

- Se ninguém morreu o que foi que aconteceu?- Me levantei da cama e fui até a penteadeira para escovar meus cabelos que estavam um desastre.

-Bom... é que ...- A não, ela estava gaguejando, isso não era um, bom sinal.

- Fala de uma vez Alice. - Lancei um olha ameaçador pelo reflexo do espelho. Ela riu.

- Preciso de sua ajuda. - Ela falou de uma só vez.

- O que foi que você aprontou dessa vez? - Perguntei agora me virando completamente para encará-la.

- Sabe o garoto do vídeo? - Ela começou a corar após falar isso. E eu comecei a me interessar pelo o que ela tinha a me dizer. Será que ela havia conseguido contato com ele? 

- Sei.- tentei manter a calma. Mais eu sentir meu coração acelerar com essa possibilidade.

- Pois bem. Ele me chamou para sair. - Ela disse e um único suspiro.

-Que?- Eu praticamente gritei. Ela me olhou assustada. Então me recompus. Disfarcei meu nervosismo.

- Quer dizer... Que bom. Mais como isso é possível se ontem você nem o conhecia?- Tentei deixar minha voz o mais uniforme possível. Não queria que ela notasse meu interesse nesse assunto em particular.

- Eu não conhecia mesmo. Mais hoje casualmente me esbarrei nele.

-Casualmente?- Arquei a sobrancelha. Nada que vinha da Alice seria por acaso.

-Sim, foi CASUALMNETE... Pois bem, voltando ao assunto... Começamos a conversar e ele me chamou para sair.

- Ow! E onde eu entro nessa historia?- perguntei curiosa.

-É que ele vai levar um amigo, e me pediu para também levar uma amiga. - ela me fitou com um olhar pidão, eu já sabia o que ela queria. 

-E você quer que eu seja essa amiga não é? – Conclui sarcasticamente, mais eu estava gostado da idéia. Algo me dizia que o amigo que ele levaria seria “ele”.

-Isso mesmo. Ninguém dá escola está disponível, então só me restou você. Eu sei que não vai querer. Mais se lembre que somos amigas, por fav...

-Eu vou.- Não deixei nem  ela terminar de falar.

-Como?- Ela me olhou espantada.

-Eu falei que vou. - repeti naturalmente.

-Serio?

-Você me convidou ou não? - Eu ri da desconfiança dela. Fui até minha cama e sentei novamente. Ela ainda estava me olhando com uma cara desconfiada.

- Por que essa cara Alice?- Comentei num tom divertido.

-Pensei que levaria horas para te convencer ai aceitar. - Ela franziu a testa.

-Estou fazendo isso por você amiga. – Eu menti. A verdade é que eu queria muito me encontrar de novo com o garoto dos meus sonhos, mais eu não ia falar isso para ela.

-O que você me pedi chorando que eu não faço sorrindo Alice. Quando vai ser?

-Hoje às sete da noite. - Ela respondeu meio receosa. 

- Perfeito para mim. – Concordei com um sorriso no rosto.

- Então eu passo aqui nesse horário. - Ela ainda não estava acreditando em mim. E eu dava margem a ela, pois se não fosse à possibilidade de vê-lo novamente, eu com certeza não aceitaria. Será que esse futuro ex namorado da Alice levaria logo “ele”? Estava torcendo para isso.  

Eu nunca fui muito vaidosa, meu guarda roupa se resumia basicamente a jeans e moletons, pois usando esses tipos roupas ficava mais fácil tocar violão. Mais nessa noite em particular eu queria me arrumar. Ficar o mais deslumbrante possível. Eu iria tirar de qualquer jeito a imagem errada que ele ficou de mim quando me viu ontem.  Já era 6:45 da noite e nada da Alice chegar. Será que ela esqueceu que me convidou? Após falar isso ela entrou como um raio no meu quarto.

-Bella estamos atrasadas. - Ela disse enquanto tentava recuperar o fôlego. Na certa havia corrido muito.

-Não. VOCÊ esta a atrasada por eu estou pronta desde seis da noite.- A repreendi. Apos falar isso seus olhos foram de imediato a roupa que eu usava. Percebi ela me analisando dos pés a cabeça.

-Por que você está vestida assim? Está até usando maquiagem. – Ela observou.

-Hã? Eu sempre me visto assim.- Fiz uma cara de inocente. Ela me olhou com uma expressão confusa.

-Vamos logo Alice, pois se não os meninos vão acabar desistindo de nos esperar. - A chamei não dando tempo de ela me interrogar.

Saímos do quarto. Quando já estávamos no andar de baixo da casa, percebi que havia esquecido algo. Pedir que ela esperasse só mais um minuto. 

-O que foi Bella?

-Esqueci minha bolsa no quarto. Vou lá buscar bem rapidinho.

Então eu voltei para meu quarto e peguei o que eu havia esquecido, mais ante de sair eu olhei pela ultima vez  em direção ao violão sobre minha cama. “Hoje eu vou encontrar seu dono” sussurrei baixinho. Suspirei e então sair. Já estávamos em frente ao restaurante que eles haviam marcado. Alice entrou na frente, ela precisava checar com um aparelhinho de mão se havia presença de raios ultravioleta. Não é só no sol que esses raios são encontrados. Luzes fluorescentes também transmitem esses mesmo raios.

-Checagem ultravioleta OK.- Ela falou enquanto voltava para fora. – Podemos entrar Bella.

Suspirei e entrei. Estava muito nervosa. E se não fosse ele. Alice avistou de longe o menino na qual ela estava interessada. Eles encontravam-se numa mesa perto da parede. O rapaz que o acompanhava estava de costa para mim, me impedindo de vê se era quem eu esperava que fosse. Alice já estava bem a minha frente. Eu pelo contrario andava o mais devagar possível. Quando ele sentiu minha aproximação olhou para trás, percebi o espanto em seu rosto ao constatar minha presença. Me aproximei timidamente da mesa deles e os cumprimentei. Era “ele”.   

 

PS: Só continuo se tiver comentarios.

 

 

 


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