Capitulo 1

´´ O presente ``

>Salem, Oregon

Dias atuais

Com um sobressalto Jayden se acordará. Estava Ensopado de suor e os cabelos loiros estavam grudados na testa. Os olhos avermelhados estudavam o cômodo atentamente, a procura de algum resquício da pessoa que vira em seus sonhos, mas nada encontrou, a não ser a escuridão que o impedia de ver o resto do cômodo.

Ultimamente andara sonhando que estava em Londres, há muitos anos , ele havia sido torturado e estava a beira da morte, então veio alguém, Persona, para terminar o trabalho, mas então fora salvo, e apesar disso, acabou por suicidar-se.

Jayden não conseguia entender o que significava o sonho, não conseguia ver a lógica em sua atitude de se matar logo que fora salvo. Mas não importava, fora só um sonho, dizia a si mesmo.

Apesar de dizer a si mesmo que fora apenas um sonho, todas as vezes que acordara, procurava Persona em seu quarto e nunca o encontrava, mas ainda continuava a repetir o gesto.

Só em lembrar-se de Persona, um arrepio percorreu todo o seu ser. Persona o assustava, mesmo que para um personagem fictício de um sonho, as vezes, sentia a presença de Persona, como se o estivesse observando.Ate chegara a sentir os sentimentos de ódio e ira, exalado pelo mesmo, e isso fazia arrepiar os cabelos de seu corpo.

Persona era um ser renovado após os beijos da morte, que era alimentado com o fôlego eterno, e vivia para ver as coisas horrendas do mundo e satisfazer seus próprios prazeres insanos. Era assim que Jayden o via.

Depois de acordado, o sono lhe havia esvaziado, como todas as outras vezes.

Jayden olhara para o relógio eletrônico, que ficava em cima de um criado mudo, marrom escuro, ao lado da cama. O relógio mostrava uma e quarenta e dois da manhã.

Uma pequena chama de felicidade se ascendeu em seu interior, por que era sexta-feira, o dia do seu aniversario de quinze anos. Não que ele comemorasse seu aniversario, seus pais eram ocupados demais, provavelmente não estariam em casa aquele dia, e ele não tinha amigos para comemorar.

Quando era menor, as outras crianças se assustavam com ele, pelo fato de seus olhos serem avermelhados, desde então, se acostumara a esconder o rosto, e como é dos feitos humanos julgar pela aparência, como se ela determinasse os princípios e caráter se um ser, Jayden fora julgado, e o resultado não fora satisfatório.

O sono fora chegando aos pocos, enfim, Jayden se entregara ao sono, e dessa vez teve um sono tranquilo e sem sonhos.

Ao amanhecer, quando a lua com todo o seu esplendor dera lugar ao luminoso e brilhante sol; Jayden fora acordado pelo estridente som do despertador.

Após ter desligado o despertador, passou alguns minutos deitado, pensando em mais um dia escolar, provavelmente seria o mesmo e monótono dia comum, nada que quebrasse a cansável rotina que era condenado a seguir todos os dias.

Um ruído vindo da porta interrompeu sua linha de pensamentos. Jayden levantou a cabeça e olhou para a porta, lá estava uma mulher de altura mediana, usando um vestido florido e sandálias rasteiras, cortara os cabelos pretos a altura dos ombros, realçado sua pele clara e os olhos cor de mel, que encarava Jayden com desconfiança.

–Jayden- Falou a mulher com a voz cansada e arrastada.

–Mãe- Falou o filho com a voz no mesmo estado.

–Acorde-se- Falou a mãe. Nos lábios esboçou-se um pequeno sorriso- Feliz aniversario, meu filho.

–Obrigada, mãe- Falou enquanto levantava-se da cama.

Mais uma vez uma expressão de cansaço se abatera no rosto da mãe.

–Sinto muito, mas eu seu pai não vamos poder estar aqui hoje. Eu terei que viajar a uma conferencia da empresa, e seu pai, tem plantão hoje.

Jayden se sentiu ligeiramente desapontado, ele já esperava aquilo, eram poucos os aniversários que comemoravam com os pais.

–Tudo bem- Falara com um falso sorriso no rosto.

Sua mãe se aproximara dele e lhe dera um beijo na testa, e depois se retirou do quarto.

Mais um aniversario sem os pais, já se acostumara a isso, mas não conseguira impedir que uma pequena tristeza lhe invadisse.

Jayden se olhara no espelho, que ficava em frente a sua cama, e nele viu um garoto com um corpo bem definido. Os cabelos dourados chegavam a altura dos olhos, a boca tinha um tom rosado natural, e os olhos de cor avermelhada, era algo que o garoto refletido no espelho, odiava em si mesmo. Foi por conta daqueles olhos que fora atormentado maior parte de sua vida.

Jayden não gostava de pensar sobre isso, portanto se dirigiu ao banheiro. Quando chegara lá, a porta estava trancada, e o som de água caindo sai da porta. Decidiu tomar o café da manhã, seu irmão sempre demorava demais no banho.

A cozinha estava vazia, e em cima da mesa de granito, estava um prato de ovos com bacon, Jayden se sentara em uma das extremidades da mesa e pegou o prato. Quando já estava na metade da refeição, uma voz suou atrás dele:

–Então você é o sortudo do dia.

Jayden olhara para trás e viu seu pai. Um homem alto, usando roupas pretas por baixo do jaleco branco. As mangas compridas do jaleco, ainda deixava expostos os pulsos morenos pai. Os cabelos negros precisavam ser cortados, os olhos castanhos escuros estavam fitados em Jayden, enquanto a boca esboçava um sorriso.

–O que?- Perguntara Jayden, com um sorriso recente no rosto- Posso matar Liem sem ser preso?

–Não...Mas por ter pegado o prato com ovos e bacon primeiro que eu- Respondeu Logan, seu pai, apontando o prato, quase acabado de Jayden- Embora eu ache que seja mais tentador para você matar o seu irmão.

–Quem Jayden quer matar?- Perguntara uma voz familiar atrás dele.

De novo, Jayden olhara para trás, e vira o seu irmão mais novo acompanhado de Megan, sua mãe. Ele tinha sete anos de idade, a pele era clara e os olhos cor de mel, como os da mãe, e os cabelos escuros e as feições, era do pai.

–Ele estava falando de Liem, David- Falara Logan ao filho menor- Só que é brincadeira- Apresou-se o pai a dizer, como se tivesse medo que o filho quisesse participar também do assassinato.

Todos se juntaram a mesa, menos seu irmão mais velho, Liem, que ainda estava tomando banho.

Rapidamente Jayden terminara de comer, e sem mais delongas, foi tomar banho. Quando chegara a porta do banheiro, ela se abriu, e seu irmão sairá.

Liem tinha a altura de alguém de dezessete anos de idade, embora tivesse dezesseis. Os cabelos eram incrivelmente negros, tanto quanto a noite podia ser, e sua pele clara fazia seus cabelos se destacarem. Liem estava com uma toalha enrolada na cintura, mostrando um corpo bem esculpido, e seus olhos verdes pareciam ser feitos de esmeralda viva.

–Eu já disse que você demora demais no banho?-perguntou Jayden.

–Sim- Respondeu Liem, saindo da frente do banheiro e indo em direção ao seu quarto- Todos os dias.

Um mesmo e monótono dia comum.

Jayden estava sentados em uma das ultimas carteiras da sala, escutando ColdPlay em seu iPod, enquanto o Sr.Robins tentava dar uma aula de historia aos alunos desinteressados. Não era como se Jayden sentasse nas ultimas carteiras porque não estava preocupado com nada e achasse que sua vida não valesse apena, muito pelo contrario, ele não tinha a necessidade de prestar atenção na aula, por que alem de ter memória fotográfica, aprendia muito rapidamente.

O Sr.Robins era baixo e gordo, o rosto era incrivelmente redondo, o nariz era grande, curvo e vermelho, tinha uma bigode que estava por fazer, e era careca no meio da cabeça.

Chegada a hora do almoço, Jayden sentara-se à mesa mais distante e vazia que encontrara. Logo depois se juntara a ele John Key. Jayden não considerava John um amigo, apenas um colega que falava com ele. John era alto e esguio, tinha a pele morena, e os longos cabelos negros pareciam competir com a própria noite, eram tão escuros que pareciam dançar como as chamas negras da noite eterna; os olhos eram negros tanto quanto um poço que nunca chegara ao seu fim. John era muito bonito, só que as pessoas pareciam não perceber isso. Ele sentou-se enfrente a Jayden e falou:

–Eu estava pensando, então percebi que nunca vi a cor de seu cabelo e de seus olhos- Sua voz era grossa e firme- Você fica se escondendo com esse capuz aí, que você usa.

–Sinto muito ter que desaponta-lo, mas você vai ter que se contentar apenas com o que já tem- Falara Jayden, dando uma mordida em seu hambúrguer.

–Mas o que eu tenho é um monte de nada- Exclamou John- Eu não consigo ver nada.

–Você pode ver minha boca- Comentou Jayden dando outra mordida no seu hambúrguer.

–Eu não quero sua boca, quero seus olhos

–Vamos parar com isso- Disse Jayden com um pouco mais de seriedade- Isso esta ficando um pouquinho gay.

John pareceu pensar sobre o assunto por fim falou:

–Tá certo, mas esse assunto fica pendente.

Jayden concordara, ele não iria falar sobreisso, iria evitar o assunto de alguma maneira.

–Você está mais alegre do que o comum- Percebera Jayden.

–Você percebeu?

–Claro, então, qual é o motivo dessa felicidade?-Perguntara Jayden curioso.

–Estou sentindo um cheiro agradável hoje

Jayden farejou o ar, para ver se sentia algo de diferente nele, mas sentiu apenas o cheiro de sempre, de carne de hambúrguer e ketchup.

Era a ultima aula; algo fez com que Jayden se desconcentrara da musica em seu iPod, um calafrio percorreu todo o seu ser, fazendo arrepiar todos os cabelos do seu corpo; sentiu-se ficar menor, como se sua mera existência fosse inútil perante a outra. Jayden sabia que só uma coisa o fazia sentir assim, Persona.

Virou-se esperando ver Persona, quase se decepcionara quando não viu, vira apenas John e outras pessoas, na qual não se dera o trabalho de aprender os nomes, copiando o que estava escrito no quadro.

Logo seu dia escolar acabara, e Jayden estava de volta a sua casa. Fora ate à cozinha a procura de seus pais, eles não estavam lá. Seu pai deveria estar no hospital, e sua mãe já deveria ter viajado, ela sempre levava David consigo.

–Jayden- Chamara Liem

Ao se virar, Liem jogou um pequeno pacote para Jayden, o mesmo pegou e o abriu. Eram duas canetas, uma inteira e a outra mordiscada na ponta.

–O que é isso?- Perguntara Jayden.

–Seu presente de aniversario- Respondeu seu irmão.

–Que generosidade de sua parte- Falara Jayden olhando para a caneta mordiscada- Era de algum cachorro antes de você me dar?

–Sim. Agora você tem uma desculpa para comprar um cachorro.

–Eu não gosto de cachorros. Você sabe disso não é?

Ao invés de responde, Liem jogara outro pacote para seu irmão.

–Outro presente?- Perguntara Jayden com o pacote na mão- O que é dessa vez,um par de meias?

–Não é meu- Respondera Liem se aproximando para ver o que continha o curioso pacote.

Jayden abrira o pacote, era uma pequena caixa de veludo negro, com as letras EZLescritas em dourado. Ao abrir a caixa, um pequeno pedaço de papel cairá em suas mãos, nele estava escrito três palavras:

Feliz aniversario. Use-o

Procurou alguma indicação de quem mandara aquele bilhete, mas nada encontrou. No fundo da caixa estava um anel. Jayden tirou o anel da caixa e o observou atentamente. Era um anel de ouro, com m grande rubi no centro; na parte de ouro foram entalhados delicadamente dois dragões, que abriam a boca, como se fossem engolir o rubi.

Jayden estava surpreso, mas Liem, percebeu Jayden, estava mais surpreso do que ele.