Lordes do Tempo: O Torneio de Sombras escrita por Thay


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira vez escrevendo,então espero que gostem
:)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286231/chapter/1

Londres

1875

Enquanto Ele seguia em frente, um cheiro que lhe era familiar impregnou o ar. O cheiro de sangue fazia com que ele revelasse quem realmente era. Continuou andando em direção ao odor de sangue , que se misturava ao cheiro de enxofre e fumaça que espreitavam nas ruas de Londres.

Quanto mais o cheiro se fortificava, mais perto estaria de seu objetivo. Ele sonhara com isso a milênios , então o dia finalmente chegaria , e seria hoje.

Ele chegou a certo ponto do beco, em que o cheiro de sangue sobrepunha a fumaça, e soube que chegou ao lugar onde atingiria sua meta, não existia lugar melhor que aquele , onde Ele , no declínio sombrio , subiria para reascender. Aquele lugar era perfeito, onde o desespero adquiria forma, onde o medo estava no seu ápice, e que todos aqueles homens estava sujeitos ao desejo da carne.

Ele parou de andar, e em pé observou o corpo que se estendia a sua frente. Uma poça de sangue se formava ao redor do corpo. Um mendigo que estava perto do corpo, tentava acordar o homem ensanguentado , visto que o mesmo não acordava , começou a tirar o paletó cheio de sangue ainda fresco, e o enrolou ao seu redor como tentativa de se esquentar.

Ele ficou olhando o mendigo; estava impressionado com a imundice humana, e mais uma vez, adquiriu um pouco de afeto por aquela espécie; gostava de comparar a humanidade a feras prestes a sair de seus covis.

Com a bengala que estava em mãos, Ele levantou o braço e o desceu em grande velocidade, o rosto do mendigo em contato com a bengala emitiu um ruído doloroso de osso quebrado.

–O senhor pode se retirar agora- Ele falou com a voz educada, como se dirigisse a um prezado cliente.

Como era de se esperar, o pobre mendigo não respondeu.

Ele avaliou a ponta de sua bengala, que agora estava manchada de sangue, era uma pena , ele adorava aquela bengala , e agora estava suja de resíduos impuros , mas isso não importaria por muito tempo , pois logo sua bengala estaria manchada por mais de um tipo de sangue.

Ele ergueu a bengala, e a ponta da mesma, abriu-se num pequeno compartimento, e dele saiu uma pequena lâmina, que ganhara um brilho fantasmagórico devido a luz do luar; a pequena lâmina parecia fria e gélida , como alguém que só fica feliz em presenciar os prazeres da dor.

Olhou atentamente para o corpo, estava vestido com calças e blusas sociais, sua blusa, inicialmente branca, estava mais para vermelha; um humano deplorável.

Ele tinha até certo afeto pela humanidade, adorava com eles de soterravam por suas próprias ganâncias, ignorando a dor que infligiam ao próximo, apenas para sustentar o vício de poder; e o que Ele odiava na humanidade, era o fato de viverem presos as sua próprias naturezas frágeis.

Ele se aproximou do corpo até então inerte, e quando estava prestes a perfura-lo, uma mão segurou a bengala.

Ele olhou para a mão que o impedia de completar o ato, estava tremula e sangrava bastante, porém firme.

–Devo dizer que estou impressionado que ainda tenha forças- Ele falou com a voz educada, embora o olhar que dirigia ao corpo fosse gélido e insano- Mas logo ela acabará, e você irá morrer, William.

–Sempre terei forças para resistir a você- William levantou o rosto, os cabelos negros estavam grudados na testa, os olhos de cor avermelhada fitavam Ele. No término de sua frase, William teve uma crise de tosse, e o sangue que saiu de sua boca se juntou ao que se aglomerava ao seu redor- Não caio tão fácil assim, Persona.

Persona olhou para William em sua forma humana, sabia que venceria dessa vez, William mal suportava sustentar o próprio olhar, quanto menos fugir.

Enfim Persona o encurralara, William estava encolhido como uma presa que via a chegada da morte, ouvia o arrastar das correntes, e sentia o abismo abrir embaixo de si.

–Eu não afirmaria isso se fosse você- Falou Persona, agora puxando a bengala para si- Seu estado é lamentável, vejo que Berial fez um bom trabalho com você.

–Eu acho que você deveria despedi-lo- Falou William enquanto se apoiava numa lata de lixo para sentar-se, com esse mínimo esforço, sua camisa adquiria mais uma mancha vermelha - Como você pode ver , ele trata mau os convidados.

–Irei lembrar-me de parabeniza-lo por isso- Falou Persona, com um tenebroso sorriso no rosto- Oferecemos o nosso melhor trabalho a você.

–Esqueci que você é um louco psicopata como o seu criado. Devo admitir que enquanto Berial me torturava me senti apaixonado pela indulgencia da morte, mas ele não queria me deixar morrer.

William sentiu o coração pesar ao se lembrar daqueles momentos tenebrosos, onde a morte lhe fazia visitas, e às vezes ele sentia vontade de sucumbir à tentação de receber os beijos da morte.

–Isso é por ordem minha, você sabe que sou eu que tenho que mata-lo- Persona sentiu momentaneamente o êxtase daquelas palavras e pelo que estava prestes a fazer; seu objetivo seria alcançado, e ele se ergueria no topo, com orgulho bélico.

–Eu não ficaria tão confiante se fosse você- Comentou William, mais uma vez tossindo sangue.

–O que você pode fazer nesse estado?- Sutilmente Persona se aproximou do homem ensanguentado, e gentilmente falou- Eu acabarei com sua vida, e você será atormentado pelo erro que cometeu.

William cuspiu um bolo de sangue no rosto de Persona.

Persona estremeceu de ira, aquele infértil e impuro sangue, da qual ele tanto se enojava, o sangue humano que carregava os pecados da existência, de onde vinham os desejos infrutíferos do homem.

–Eu irei derrubar a monarquia de Deus, e erguerei uma guerra herética contra o céu!- Falou Persona, sua voz expressava claramente sua ira brutal enquanto o seu ser queimava de raiva- Matarei todos os híbridos e filhos bastardos como você!

–Creio que não Persona- William, apesar do esforço que era necessário para manter os olhos abertos, fitou e observou Persona atentamente- Sempre me perguntei de onde veio essa sua lívida e venenosa ganância.

–Você não vivera tempo o suficiente para saber, essa dúvida morrera com você- Persona se levantou e encostou-se ao rosto de William a bengala, ou melhor, dizendo , a pequena e fantasmagórica lâmina, que ficou manchada pelo sangue que escorria do rosto do homem na qual tiraria a vida. A lâmina, que a pouco refletia uma lua prateada, agora mostrava uma lua de sangue- Sua pobre alma irá vagar sem rumo certo, e mais uma duvida para fazer pesar a sua consciência, e sua alma será torturado pela agonia eterna de ter errado!

Persona ergueu o braço e o desceu. Antes que a lâmina fizesse estragos o suficiente para que William morresse, uma mão cheia de cortes segurou a bengala, sendo que dessa vez, a mão não era de William.

Persona olhou para quem o impedia de agir, viu um homem loiro, os cabelos estavam pregados na testa, devido a certa quantidade de sangue que saia dela, o rosto estava com vários cortes, e os olhos incrivelmente verdes, fitavam Persona.Usava as roupas do mendigo que havia tentado acordar William , na mão esquerda , portava uma pequena adaga.

–Então você era o mendigo. Eu deveria ter percebido- Comentou persona.

–Deveria, mas não percebeu- Falou William , que agora estava de pé e com uma adaga na mão- Caso esteja se perguntando , ganhei essa adaga quando meu palito foi retirado.

–Você é mais burro do que eu pensava, William- Falou Persona calmamente- Você deveria saber que ainda não pode me vencer.

–Sabemos disso- Falou o homem Loiro, que por segundo algum, desviara os olhos de Persona- Mas você só vence se nós matar.

Persona sentiu uma pequena dúvida brotar em seu interior, pois entendeu o significado daquelas palavras, foi atingido pela fria e dura realidade, si viu mais uma vez lutando entre a raiva e a tristeza, entre a ira e o desespero, entre o caos e a noite eterna.

–Isso mesmo- Faliu William- Se matarmos a nós mesmos, você estará sujeito a mais uma busca solitária.

William posicionou a adaga em seu peito esquerdo, o homem loiro soltou Persona e repetiu o gesto, com um olhar determinado nos rostos, enfiaram a lâmina da adaga até sua empunhadura; o sangue jorrou do lugar esfaqueado, e uma expressão de dor excruciante substituiu o olhar determinado, mas durou pouco , pois seus corpos ,começando dos pés , viraram pó.

Logo Persona estava sozinho, num beco escuro e lamacento, aonde a neblina ia ficando mais densa.

–Aaaaaaaaaaahhhhhhhhhh!- O grito de Persona cortou o ar.

Não podia acreditar que tinha falhado mais uma vez, que aquela incansável busca dera uma vez mais no vazio, si viu olhando a própria alma vazia, desprovida de sentimentos, uma alma que vivera mais que o próprio tempo, que aprendera a escapulir do sopro da morte.

Seu sonho se fragmentara, seu orgulho bélico se despedaçara, e ele caia nas profundezas da mão do pecado.

Mas logo esses sentimentos fora substituídos pela raiva, pela ira, e todos os males que não proviam de Deus.

William tinha fugido mais uma vez, e de novo, Persona iria procura-lo, mas dessa vez, ele ganharia, por que sabia a quem se aliar, e sua aliança seria com aqueles que tinham como ambição o trono e a monarquia de Deus. Os Demônios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

desculpa gente se o prologo ficou pequeno.
Por favor comentem , mesmo que sejam criticas