Lembro-me claramente daquele dia na simples aldeia Nellvighton, estava na casa de minha avó Ruth aprendendo a bordar ou pelo menos tentando, não gostava das tarefas caseiras que eram impostas pela sociedade para as mulheres, não era justo, eu era moleca gostava de fazer travessuras como atirar pedras em andorinhas ou caçar lebres para fingir que eram os meus bonecos, bordar não era uma habilidade que eu tinha, pregava os pontos errados às vezes só para aborrecer a minha avó, uma tarefa que não era dificíl:

-Juliet você está pregando os pontos errados, você é realmente uma inútil, nunca será uma dama!

-Mas não quero ser uma vovó.

-Ah! Então busque um balde de água do poço para mim!

Enquanto esperava para pegar a água fiquei observando os arredores e encontrei um ser um pouco peculiar ao meu conhecimento, era parecido com uma lebre só que menor acho que era um coelho, branco como a neve com os olhos vermelhos, era um coelho albino. larguei o balde no chão e saí correndo atrás do coelho, não tinha a intenção de o matar como fazia com as lebres, só queria tê-lo.

Ele entrou na floresta que cercava e escondia a pequena aldeia, privando-a de qualquer tipo de contato com a tecnologia. Ele era veloz e ágil mas consegui acompanhar seu ritmo, ele foi me guiando até o coração da floresta e se escondeu em um arbusto, fui me aproximando lentamente do arbusto quando me deparei com uma fitinha vermelha familiar. Aquela fita vermelha era minha, e mais cedo eu tinha preso nos lindos e compridos fios loiros do cabelo da minha mãe Anna. Ainda me perguntando como a fitinha vermelha que estava abraçada nas medeixas loiras da minha estivera presa no arbusto no coração da floresta, quando virei o meu rosto para frente, vi a imagem mais chocante, tenebrosa e repugnante que eu jamais esquecerei, vi a morte, vi a minha mãe pendurada numa árvore pelo pescoço.  

Ela estava branca e gelada com os olhos azuis arregalados me encarando, seus dedos estavam arqueados como garras de um urso pardo ela estava dura e morta.