My Germany escrita por UmGreyjoy, Florita


Capítulo 1
Thomas Roys


Notas iniciais do capítulo

Hey people! Primeiro capítulo da fic. Aqui, vocês conhecerão um dos quatro protagonistas. Cada capítulo será do ponto de vista de um dos protagonistas, começando por ele.
Espero que gostem e nos vemos lá embaixo!



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Eu sempre fui uma criança amada. Meus pais Egbert e Lara me criaram da melhor maneira possível, em Leipzig, enquanto tentavam esconder a doença a que o mundo estava submetido. Os presságios da guerra eram evidentes para todos, exceto para uma criança como eu.

Em meados da década de 30, começou efetivamente o controle total do partido Nazista e a Alemanha não era mais a mesma. O terror estava diante de todos, fossem alemães ou não.

E meus pais eram meio alemães. Eles eram legítimos, mas protegiam qualquer pessoa, incluindo os judeus. E esse foi o motivo que os levou a morrer.

Porém naquela época eu pouco me importava com aquilo, achava que minha vida seria tranquila para sempre. Minhas preocupações eram baseadas principalmente em aprender a montar um cavalo e descobrir a época em que eu visitaria as gêmeas não idênticas Téz e Fênula, minhas amadas primas de Dortmund.

E quando eu tinha dez anos, assisti a morte de meus pais.

Era noite, e um judeu em fuga procurou refúgio na minha antiga casa. Meu pai, claro, aceitou protege-lo, mas a patrulha alemã invadiu a casa e ameaçou o judeu, que utilizou minha mãe como escudo humano e refém.

Os nervos estavam muito alterados, em algum momento houve um movimento brusco. O judeu atirou, e eu vi minha mãe caindo. Os soldados atiraram. Não acertaram o judeu, somente meu pai. E foi naquela noite que virei um órfão de guerra.

Fui recebido na casa de Baron Winterstorm, esposo de minha tia Vyra Roys e General de Dotmund. Nos próximos anos, minha vida levou um grande tombo. Passei de uma família que desprezava a violência para uma família do alto escalão Nazista.

Ou deveria ser assim, pois tanto Vyra, como as filhas seguiam em segredo a linha humanista de Egbert. Eram todas Roys, embora o sobrenome fosse Winterstorm. E eu carregava o sobrenome Roys, mas estava me tornando mais Winterstorm que todas elas juntas.

Possuía ódio demais, e Baron soube guiar esse meu ódio, me transformando em um perfeito projeto de Nazista. Eu queria vingança contra toda a raça judia por ter tirado meus pais de mim, e Baron utilizou sua influencia para me inserir muito jovem no exército alemão, mais precisamente nas patrulhas de Dortmund.

Eu era muito promissor. Com a Colt Dragoon que fora de meu pai, aprendi a atirar muito rápido. Não tinha dificuldade em acertar qualquer tipo de alvos a pequena e média distancia, com pouco mais de 14 anos.

Entrei logo depois no boxe, queria ser um soldado perfeito. Queria poder matar um homem com qualquer arma que tivesse disponível, incluindo seu próprio corpo.

E então matei meu primeiro judeu. A partir daí, Baron já me considerou apto a virar um patrulheiro, jogando-me em uma equipe de patrulha, e me dando a patente. Meu companheiro era um rapaz mais velho. Michael Strauss, e nos demos bem.

A cada dia que passava eu me venda mais ao Nazismo, e perdia mais a amizade das pessoas que eu mais amava no mundo, Fênula e Téz. Elas não estavam me reconhecendo, assim como Vyra, mas eu estava cego para o amor. Queria apenas vingança.

E finalmente a tive. O judeu que matou meus pais foi capturado e reconhecido. Baron usou sua influencia para coloca-lo por baixo do pano para a delegacia de Dortmund. E quando eu o vi, sabia que tinha que mata-lo. Meu coração ordenava isso.

Era uma situação muito embaraçosa a que eu estava. Era de manhã e estava dormindo a 3, na mesma cama que as filhas do Nazista. Tivemos uma ótima noite, mas por sorte Baron estava tão envolvido no próprio trabalho que fez vista grossa. Corri para a delegacia, minhas primas e Vyra atrás.

Logo que cheguei resolvi mata-lo com muita violência. Eu poderia ter dado um tiro, uma facada, matando-o rapidamente. Mas não. Eu o espanquei até a morte, com vários socos. No boxe eu havia aprendido onde bater, de modo que pude prolongar o máximo o sofrimento do judeu. Eu estava colérico, até que ele finalmente morreu. Pude ver a felicidade estampada no rosto de Baron, ele havia me ganhado. Pude ver a cobra nos olhos delas.

Aquilo foi o segundo de águas da minha vida. Paz, sossego, tranquilidade. Eu esperava conseguir essas coisas com a vingança. Tudo que consegui foi mais raiva, mais sentimento de vazio, e o desprezo de minhas primas. Téz, a ruiva, era muito delicada e me amava muito, foi condescendente comigo apesar de tudo. Já Fênula, loira deixou bem claro que me considerava um completo canalha. Elas tinham esperança de me mudar. Eu jogara essa esperança pela janela, e aparentemente nosso amor se rachou.

Elas foram embora semanas depois, para os EUA, com o intuito de fugir da guerra, e me abandonaram solitário e ressentido.

Baron e Strauss estavam super empolgados comigo, mas eu começava a me questionar a respeito do nazismo. Minhas dúvidas ficaram ainda maiores quando Vyra me deu um longo sermão, falando sobre meu pai, e sobre como ele desprezava a opressão. Me disse que a vingança que eu tinha feito só o havia envergonhado.

Fiquei em dúvida então. Por fora, era um ótimo ator dançando sobre as cordas de Hitler. Por dentro, não sabia mais o que era certo e errado. E minha perspectiva piorou quando eu fui capturado por um grupo de judeus fugitivos em uma floresta de minha cidade natal. Eles tatuaram uma suástica em meu peito a faca, e por sorte, fui liberto por um judeu que havia sido aliado por meu pai.

Senti na pele todo o medo de ser capturado e exposto a torturas, pude estar uma vez na pele dos judeus, ao menos que por algumas horas. Outra vez, participei do transporte de prisioneiros judeus para Auschwitz, o maior campo de concentração Nazista.

Conheci uma judia no caminho, Ashira Devet, e dividi um quarto por uma noite com ela durante o transporte. Eu gostei da garota, ela era inteligente e divertida, mas ainda assim uma judia. Me senti mal quando a vir ser abandonada o campo. Mas não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso.

Agora eu estava com 23 anos, um soldado muito capaz. Strauss meu parceiro, havia se descoberto papai, de uma filha basarda. Anoy Schmidt, de 7 anos, filha de uma prostituta. A mãe dela estava muito doente e pedira a Strauss que cuidasse da garota. Ele não sabia o que fazer com ela, e seus pais estavam odiando aquela situação. Todos eram Nazistas até a alma.

Baron aproveitou a oportunidade para conseguir uma transferência para nós dois, onde poderíamos nos mudar para trabalhar em Berlim, para ganhar experiência na Capital alemã. Eu não sabia se era Nazista ou não, mas sabia que minha vida tomaria um novo rumo, no momento que botei os pés em Berlim.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Deixem reviews, hein? Beijos!