I Will Save You escrita por WhiteTurtle


Capítulo 1
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Já expliquei tudo nas notas na fic. q
Então, espero que gostem. ;}



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Acordei assustada; quase num pulo.

Eu vinha tendo aquele pesadelo já há alguns anos e era sempre a mesma coisa.

Primeiro aparecia uma borboleta, daquelas azuis e grandes; depois eu seguia ela por uma trilha entre árvores e mais árvores, então ouvia um grito de socorro. Um nome, mas não o meu nome. Era uma voz feminina, de uma garota que aparentava ter minha idade. O grito era mais ou menos assim: "Por favor, me ajude! Meu nome é Miranda e você saberá como me achar."

Miranda? Eu não conhecia ninguém com esse nome. Não que isso importasse, já que era só um sonho.

Logo que a voz parava de ecoar, tudo ficava preto e eu me via sozinha nessa escuridão. De repente surgiam mais e mais borboletas azuis. Estranhamente elas me levavam até a cobertura de um prédio e era como se eu fosse cair de lá; porém, antes que eu caísse, alguém me segurava nos braços e me tirava dali.

Nesse momento eu olhava para o rosto da pessoa que me salvou, então podia notar que era eu mesma.

Aí então eu acordo, sempre nessa parte.

Olhei para a janela.

Os fachos de luz passavam pelas frestas da cortina. Já era de manhã e eu precisava ir para a escola.

Meus pais tinham saído para uma viagem de negócios há mais ou menos um ou dois meses. Realmente não me importo com isso, eles nunca ligam pra mim mesmo.

Sempre que eles saem eu fico com a senhora Thompson. Ela é velha, arcada, estrábica, manca e extremamente ranzinza. Por algum capricho do destino, eu tenho que aguentar ela desde os dez anos de idade - tenho quinze, no momento.

Meus pais dizem que ela foi a única babá decente que conseguiram achar para cuidar de mim. Fico me perguntando se não tinham outras mais novas ou menos chatas na lista. Se é que havia uma lista.

Levantei com uma preguiça enorme, não estava com nenhuma vontadede ir para aquela maldita escola. Provavelmente eu chegaria atrasada, mas nem me importo.

Fui até meu guarda-roupas, onde meu uniforme me esperava. Peguei-o e vesti rapidamente; dei umas batidas no meu cabelo. Não costumo pentear ele, já que é liso e fácil de arrumar. Coloquei as sapatilhas e peguei minha bolsa.

Saí do quarto com a pior cara de maldade que eu podia fazer. Se eu tivesse sorte, não encontraria a senhora Thompson no caminho; a cara de mal era só pro caso de eu encontrá-la.

Passei pela cozinha. Nem sinal dela.

Me esgueirei rapidamente até a sala e peguei meu iPod, que eu sempre deixava sobre a mesinha de centro.

Minha "missão" foi bem sucedida, já que consegui sair de casa sem as reclamações de minha babá.

Coloquei os fones de ouvido e coloquei uma música clássica. Era o que eu mais gostava de escutar de manhã, no caminho da escola.

Era um percurso relativamente curto, eu só tinha que andar uns quatro quarteirões e virar umas duas esquinas, nada que eu não pudesse aguentar.

Se quer saber, minha saúde nunca foi muito forte. Quando era pequena já tive problemas com doenças graves como pneumonia, meningite e até caxumba. Uma vez tive que ir ao psiquiatra, logo que a senhora Thompson começou a cuidar de mim. Acho que agora dá pra ver porque eu tenho uma certa repugnância a ela.

Na verdade o problema nem é ela. É só que assim que ela resolveu aparecer, eu comecei a ter os tais pesadelos e algumas alucinações. Não gosto de lembrar disso.

O curioso era que desde os dez anos de idade eu tinha o mesmo pesadelo, praticamente todas as noites; o mais curioso ainda era que eu acordava sempre na mesma parte, sempre.

Ah, já ia quase me esquecendo! Meu nome é Emily, Emily Marshall. Nasci em Londres, mas tive que me mudar por causa do trabalho dos meus pais. Agora, desde os quatro anos, moro em Sheffield.

Até que é legal aqui. É uma cidade bem histórica, com uma população grande e coisas das quais eu gosto bastante, na verdade.

Eu moro bem perto dos limites da cidade, ao norte. É só sair um pouquinho de Sheffield e eu encontro meu lugar favorito por aqui.

É um parque. É o lugar mais bonito que eu já conheci.

Lá tem árvores, as quais não são muito bem distribuídas, deixando alguns espaços para que as pessoas possam andar; tem um caminho feito com pedras; e bancos. Particularmente os bancos são minha parte favorita, já que eu sempre levo um livro para ler por lá - preciso de um lugar para sentar.

Perdida em meus pensamentos, nem me dei conta que já estava na porta da escola. Entrei, relutante. Como já disse, minha vontade não era estar ali, mas estava.


x x x x x x


Assim que o sinal anunciou o término das aulas, eu corri para a saída, rumo ao meu parque.

Eu corria eufóricamente, como se não houvesse um amanhã; não via a hora de me ver livre de todas aquelas pessoas e ir para um lugar sossegado.

Quando eu estava passando por uma das ruas menos movimentadas, tive que parar para esperar um ônibus passar - estranhamente, já que ônibus não costumavam passar por ali.

Havia uma garota parada do outro lado da rua. Sabe, nunca fui de reparar muito nas outras pessoas, porém aquela garota me chamou a atenção de um jeito incrível. Seus cabelos presos num coque frouxo e as roupas meio largas. Era da minha estatura. Bonita, mas tinha o rosto pálido e os olhos fundos, parecia estar doente, na verdade.

Fiquei olhando ela até o ônibus tapar minha visão; mas assim que ele saiu do meu campo de visão, a garota não estava mais lá. Como assim? Fiquei me perguntando se havia imaginado coisa ou se ela subiu no ônibus e eu não vi.

Deixei isso de lado por um momento e resolvi tomar meu caminho novamente. Pelo que eu sei, não é saudável se meter na vida dos outros. Não que eu estivesse me metendo na vida daquela garota, o problema é que eu me sentia assim. Me senti estranha por ter reparado tanto nela, por ter a encarado.

Por Deus, e agora? O que ela iria pensar de mim? É, estou sendo paranoica.

Segui para o meu parque.

Ao chegar lá, sentei embaixo da minha árvore favorita, abri minha mochila e tirei meu livro favorito de dentro dela. Devo ter lido uns dois ou três capítulos, então fechei o livro e o coloquei sobre minhas pernas. Fechei os olhos e deixei minha cabeça cair no encosto do banco. Dei uma breve cochilada, até acordar assustada com aquele maldito sonho novamente.

Até quando isso ia durar? Não estava mais aguentando, sinceramente.

Levantei minha cabeça e esfreguei os olhos. As pessoas que andavam por ali me olhavam como se eu fosse a pior espécie de criminosa, só por dormir num banco.

Certo.

Guardei meu livro de volta na mochila. Estava levantando quando notei a presença de alguém sentado ao meu lado.

Involuntariamente, olhei para ver quem era.

A garota de mais cedo.

O que ela estava fazendo ali? Por que estava me olhando? E por que sorria daquela maneira fúnebre?

- Olá, Emily - cumprimentou ela, me fitando.

Certo, agora a parada ficou mesmo sinistra, como ela sabia meu nome?

- Como - arregalei os olhos - sabe meu nome?

- Tenho uma missão para você.

Fiquei em silêncio, para que ela continuasse. Não que eu quisesse saber da continuação. Tinha medo do que poderia ser.

- Meu nome é Miranda e preciso que me salve - completou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Tenho muitos erros? Sei lá, essa é a segunda fic que escrevo, sou paranoica com isso. OASHAOSIAHOS
Bom, espero que tenham gostado. Esse capítulo foi curto, mas prometo que o próximo será mais longo. ;}



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