I Surrender escrita por QueenD, Summer


Capítulo 21
Capítulo 21 - Imaturidade


Notas iniciais do capítulo

Tan tan!
Bem, a gente nunca posta no meio da semana mas como atrasamos bastanteeee cá estamos
Obrigada à Sophia Santos pelo recomendação diva e cheia de glitter *---*



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Capítulo 21 - Imaturidade

Segurei o cabelo de Annie, tendo o cuidado de não deixar nenhum fio escapar.

– Arrrgh.

Ela levantou a cabeça, limpando a boca com as costas da mão.

– Me lembre da próxima vez não beber tanto assim.

– Não vai haver próxima vez, pois se você quase entrar em coma alcoólico, eu não vou bancar sua babá novamente.

Depois de dar descarga, Annie foi a pia e gargarejou com o enxaguante bucal do qual o conteúdo já estava na metade.

– O que aconteceu ontem mesmo? – falou assim que despejou o líquido, que estava em sua boca, na pia.

Soltei um suspiro já me preparando para o discurso da longa noite que havia sido ontem.

– Primeiro você bateu no Jason o acusando de estar me estuprando...

– Por que eu fiz isso?

– Porque ele estava me beijando, melhor, ele estava tentando me beijar, mas ai você chegou parecendo uma louca e deu um soco nele.

Annie estava com uma cara que eu não consegui interpretar direito. Algo entre dúvida e diversão. Ou seria ceticismo?

– Ah, como a ótima amiga e pessoa discreta que você é, saiu gritando para quem quisesse ouvir que eu era virgem.

– Ai meu Deus!

– O que?

Apesar de saber que vergonha era uma palavra que não existia no dicionário de Annie, não pude deixar de me perguntar se ela finalmente havia tomado vergonha na cara, e pela primeira vez na vida se sentiria arrependida de uma coisa que tinha feito. Era o mínimo depois de me fazer constranger daquele jeito.

– Eu não acredito!

– Annie... Você está bem? – Franzi o cenho, a acompanhando para fora do banheiro.

– Eu fiz mesmo tudo isso?

– Sim.

– Eu sou tão legal! – disse dando uma risada histérica depois.

Ok, eu tinha me enganado. Annie era um caso perdido, eu deveria logo desistir dela.

Revirando os olhos, sentei-me na minha cama.

– Se você quer saber, ontem você ficou praticamente pelada. – falei rapidamente, dizendo a mim mesma que aquela seria a minha última chance de tentar Annie sentir-se constrangida.

– Como assim? – Ela parou de rir, olhando atentamente para mim.

Vendo que havia conseguido sua atenção, dei um sorrisinho.

– Quando cheguei ontem, Nate veio correndo até mim, dizendo, ou melhor, implorando, para que eu desse um jeito em você. Quando entrai no meu quarto você vestia apenas calcinha e sutiã, – Fiz uma pausa dramática. – na frente do Dallas.

Annie escancarou a boca e corou ao mesmo tempo. Aquilo tinha sido mais reação do que eu esperava. Então ela não era um caso perdido, ainda entendia que havia limites para certas coisas.

– E ainda pediu para que ele tirasse a roupa e desse banho em você -

Cantarolei como quem não quer nada, afinal a vingança é um prato que se come frio.

Ela começou a engasgar com a própria saliva e eu não consegui segurar a risada que escapou por entre meus lábios.

– Aconteceu mais alguma coisa? – perguntou com os olhos fixos nos meus e por um instante eu achei que ela soubesse da nossa pequena conversa depois que eu dei banho nela.

Mas não teria como Annie saber. A não ser que tivesse fingindo que não se lembrava de nada. Minha amiga poderia ser boa em muitas coisas, porém atuar eu sabia que ela não conseguia, ainda mais com o seu jeito escandaloso, sincero – até demais – e desbocado.

– Nada que mereça ser dito.

Se você não achar que saber que sua melhor amiga está apaixonada pelo garoto que ela supostamente odeia, e que foi você mesma quem a alertou sobre isso, então não, realmente não tem nada para ser falado.

E também tinha toda a história do meu pai com Ashley, mas essa eu evitava falar a todo custo, e continuaria nesse ritmo enquanto pudesse.

Sabia que meus amigos mereciam a verdade e juro que queria contar para eles, mas sempre que eu pensava nesse assunto, minha mente bloqueava e era como se letreiros gigantes com luzes em neon piscassem dizendo “NÃO”, que era cedo demais para eu falar sobre isso.

– Nada importante? – Arqueou as sobrancelhas.

Pensei que Annie ficaria mais tempo pensando sobre ter ficado de sutiã e calcinha na frente de Dallas, mas parecia que já tinha se recuperado.

– Tem certeza de que você não se lembra do que aconteceu ontem? – falei meio indecisa.

– Ahá! Então há mesmo alguma coisa. – Aproximou-se apontando o dedo indicador para mim. – Pode começar a dizer.

Respirei fundo, ignorando os avisos que gritavam em minha mente, dizendo para eu não contar agora, deixar para mais tarde.

O problema era que eu sabia que se deixasse essa chance de contar, sempre seria assim, deixando para mais tarde, até chegar o dia de Dallas e Annie irem embora.

– Annie, eu devia ter te contado antes, sei que devia... – Enrolei, evitando olhá-la diretamente. Deveria haver um manual de instruções ensinando como contar que você foi enganado sua vida inteira por um pai canalha, sua madrasta vadia e, recentemente apaixonou-se por um garoto que você deveria odiar, e ah, é seu irmão postiço. – Tentei adiar contar pra você o máximo de tempo possível, mas isso é injusto com você, ent-

Meu discurso foi interrompido pelo barulho da porta sendo aberta com violência e vi a figura de meu pai entrar furioso em meu quarto, seguido por Dallas que tentava conte-lo.

– O que você tem na cabeça, Sophie Monroe, para andar por Londres sozinha de madrugada? – disse David com a voz alterada, um palavrão encerrou sua fala.

Ok, eu fiquei assustada tanto pelo modo repentino que os dois entraram, tanto porque eu nunca tinha ouço meu pai xingar, muito menos tão descontrolado assim.

Se antes eu encontrava-me nervosa com o que estava prestes a dizer para Annie, agora eu sentia que teria um ataque cardíaco. Era a primeira vez desde minha saída do hospital que David falava diretamente comigo.

Tenho certeza que se fosse por ele, teríamos conversado há muito tempo, mas eu vinha fazendo o possível para não dar de cara com meu pai.

– Senhor Monroe, seja sensato, deveria acalmar-se antes... - Dallas começou a dizer porém meu pai não parecia ouvi-lo.

– Como você não quer ser tratada como criança se age como uma?!

– Quem te disse isso? - perguntei num fio de voz.

Foi aterrorizante quando percebi que meu pai continuava o mesmo. Imponente, dando uma de senhor do mundo, mandão e controlador.

Fisicamente também não havia mudado nada. Confesso que esperava que ele ficasse pelo menos um pouco abatido por eu rejeitá-lo como vinha fazendo, mas parecia que David estava lidando com tudo aquilo com a maior facilidade.

– Blake deixou isso escapar acidentalmente. - Dallas falou disse com sarcasmo.

– Blake fez o favor de me pôr a par de suas imaturidades. – David corrigiu Dallas friamente.

Senti toda a raiva que estava acumulada transbordar e revidei no mesmo tom de voz. Meu pai não tinha o direito de depois de tudo que fez comigo, e para minha mãe, agir como se nada houvesse acontecido e que seria normal chegar, assim do nada, brigando.

– Então é isso, Blake sempre é o garoto perfeito, ele também te contou que ele foi o culpado de tudo isso?

Pelo canto do olho pude ver Annie aproximar-se de Dallas e juntos saírem do quarto silenciosamente.

– Não admito que coloque a culpe nos outros pelas suas irresponsabilidades!

– Quem é você para falar de responsabilidade e me dar lição de moral?

Colocando a mão na cabeça, como se estivesse com dor de cabeça,

David possuía uma expressão de impaciência.

– Eu sou seu pai, e você ainda me deve respeito.

– Uma pessoa como você não merece respeito.

– Não irei discutir com uma criança.

– Não sou criança. – Balancei a cabeça. – Se fosse uma, teria te perdoado sem pestanejar, e eu nunca vou te perdoar.

Com uma última troca de olhar, David, depois do que eu disse saiu do meu quarto sem dizer nada.

Cansada, desabei em minha cama.

Não sei por quanto tempo fiquei deitada, mas só parei de olhar para o entediante teto branco quando vi a sombra de alguém se projetando na parede.

Levantei-me rapidamente.

Assim que vi Blake, minha raiva voltou.

– Está feliz agora? – perguntei sarcasticamente, sabendo que com a altura que meu pai e eu discutíamos, qualquer um em casa tinha ouvido.

– Não sabia que ele iria ficar tão bravo.

– O que? – Ri cética do que Blake havia dito. – Você conhece David, sabe como ele é, e a culpa de eu voltar sozinha não foi de ninguém a não ser sua!

– Minha? – disse com a voz aumentando alguns tons. – Você com a sua bipolaridade que resolveu ir a pé, depois de me agarrar.

– Eu não te agarrei!

– Sim, você me agarrou.

– Mas você não protestou, pelo contrário. – Bufei de raiva, aproximando-me o suficiente para ficar ao alcance da porta.

– Não, não protestei. – Deu de ombros. – Eu queria te beijar.

Minha mão estancou na maçaneta, onde eu me preparava para bater a porta em sua cara.

– Eu... – Engoli em seco, sentindo meu estômago revirar-se de ansiedade. – Eu te odeio!

Tudo que consegui ver antes de bater a porta foi o Blake franzir o cenho.

Respirando fundo escorando-me na porta. Sentia vontade de a abrir para ver se ele ainda encontrava-se do outro lado.

Eu me odiava muito mais por gostar de Blake.


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Notas finais do capítulo

[Summer] Sábado passado eu e a Queen fizemos um vídeo na ask dela sensualizando dançando toxic com um ventilador na cara sem contar o fato de que eu levei um tombo mas isso não vem ao caso because eu shine like diamonds on the céu.
[QueenD] "because eu shine like diamonds on the céu." Chorando lágrimas de sangue depois dessa.
Ah, falando do vídeo, eu queria com todo carinho e amor que a pessoa que me chamou de metida seja estuprada por um negão ♥