I Surrender escrita por QueenD, Summer


Capítulo 20
Capítulo 20 - Irmão Assassino


Notas iniciais do capítulo

Annie está ozada nesse capítulo hmmm, Dallas approves.
Estava eu olhando a ask da Queen, quando me deparo com isso:
"Para quem foi a última pessoa que você disse "obrigado"?"
"minha mãe por ter feito uma coisa tão linda e perfeita >>EU"
http://sketchtoy.com/30906165
Queridona, eu SOU perfeita, beijos pros meus fãs ♥



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Capítulo 20 - Irmão Assassino

Acho que se eu pisasse em cacos de vidro não sentiria de tão dormente e doloridos que meus pés estavam. Sem falar no frio que me fazia, literalmente, tremer.

Isso se somava a minha raiva de Blake, se eu pudesse voltaria só pra matá-lo com minhas próprias mãos. Quando saí com raia de perto dele, eu esperava que o idiota me pedisse para ficar e ir com ele.

Como se isso fosse acontecer, sou uma pessoa muito iludida.

Por isso, lá estava eu, parecendo uma mendiga, acabada, cansada e desolada, andando pelas ruas de Londres em plena madrugada. Ninguém tinha vindo me procurar ou sequer ligar no meu celular.

Rezando para meus créditos não acabarem e eu ficar sem conexão com a internet que nesse momento era usada por mim para achar o caminho de casa através do GPS. Graças à Deus eu parecia estar seguindo o caminho certo.

Pelo menos eu não tinha tido um blecaute nem nada do tipo no meio da rua, bem, mais ou menos. Teve uma hora que eu tropecei e achei que iria desmaiar, mas isso não aconteceu, foi apenas um susto.

E isso tudo só podia ser culpa do Blake, ele nem ao menos se importou com minha pobre pessoa, aposto que enquanto eu estou vagando por uma cidade que eu mal conheço, de madrugada, sozinha e quase a ponto de ser estuprada por qualquer um levando em conta o que estou vestindo, ele está em seu quarto, comendo como um porco, sem nem um pingo de peso consciência. A vida é mesmo um mar de rosas.

Olhei para a tela de meu celular e vi que faltavam apenas algumas quadras para chegar em casa. Viva! Pelo menos alguma coisa estava dando certo.

Mas estava bom de mais pra ser verdade: quando já estava chegando na rua de casa vi dois caras que pareciam ser de gangues.

Eles me viram e isso foi o bastante para a minha pessoa entrar em pânico.

Mesmo sabendo que eles tinham me visto, abaixei-me atrás de um carro, os olhando pelo vidro fumê.

Ok, essa cena foi ridícula.

Para piorar, eles começaram a andar na minha direção. Fechei os olhos, respirando fundo.

Parece que eu não vou ser virgem até os quarenta anos, Annie.

Conforme os dois caras aproximavam-se, eu ia dando pequenos passos, contornando o carro, na esperança deles não conseguirem me ver. Até que um deles cansou da minha idiotice e disse em um tom alto:

– Ei, você!

Paralisei.

Calma, Sophie.

Estava tudo bem. Eu conseguia ver minha casa do lugar onde eu estava, era só gritar e...

Esquece. Se eu gritasse, quem viria me socorrer seriam David e Ashley, e daqueles dois eu queria o máximo de distância possível.

Ainda não havia contado para Annie nem Dallas a minha recém-descoberta, que meu pai era um traidor, mentiroso e que eu o odiava com todas as minhas forças, porque eu não me sentia bem para falar tudo aquilo em voz alta. Nem pensar sobre isso eu conseguia direito, era como uma tortura.

Não era como se eu possuísse muitas escolhas, por isso comecei a correr, fugindo dos meus possíveis assassinos.

– Loirinha, volta aqui! – Como se isso fosse acontecer.

Eu não consegui correr nem dois metros, e o que tinha me chamado de loirinha agarrou meu braço. Meus pés pareciam que iam desgrudar-se dos meus calcanhares, tanta era a dor misturada com dormência.

Uma nova onda de pânico me inundou.

Minha mente começou a falhar e vi pequenos fragmentos coloridos pintarem minha visão. Eu não conseguia respirar.

Ah, não, agora não! Eu não poderia ter um blecaute logo agora, tinha aguentado o caminho todo, sozinha e quando estou a uns sete metros de casa que eu tenho que ter um maldito blecaute?

Tentando não desmaiar, segurei com força o braço daquele homem que tinha a mão agarrada em mim.

O meu assassino falava coisas que eu não conseguia escutar.

Pisquei repetidas vezes, até os pontinhos saírem da minha visão e eu conseguir controlar minha respiração.

Ainda tonta, afastei-me dele, que para minha surpresa me olhava preocupado.

– Está me ouvindo? – perguntou com o seu amigo, parceiro de gangue, ou sei lá o que.

Não respondi. Minha cabeça rodava com pensamentos de que eu conseguira me controlar e não ter um blecaute. Isso não havia acontecido antes!

– Cara, acho que essa não é a garota que seu irmão falou, não. – disse o outro, falando pela primeira vez.

– Você é a Sophie, certo?

Hã?

– Não! – Respondi imediatamente.

– Então qual é o seu nome?

– É... Carly. Isso, esse é o meu nome.

Os dois olharam-se confusos, depois me observaram desconfiados.

– Mas Nate me disse que a garota era loira, com os olhos castanhos e que estaria com a roupa acabada.

O que? Minha aparência era tão ruim assim?

Ah, ótimo. Estou prestes a ser estuprada e só me importo com a parte de “a roupa acabada”. E espera, ele disse Nate?

– Nate? Que Nate?

– O meu irmão. – Ele revirou os olhos. – Nate pegou o carro em que estávamos para voltar com dois amigos dele. Ele entrou naquela casa ali, - Apontou para a minha casa. – e pediu todo preocupado que eu ficasse de olho numa garota que, de acordo com a descrição dele, se parece muito com você.

– Então... Vocês não vão me matar?

Os dois riram.

– Você é a Sophie?

– Talvez.

Ainda rindo, o irmão (?) de Nate pegou um celular no seu bolso e começou a discar um número.

Que droga estava acontecendo aqui?

Saindo do além, correndo apressadamente, surgiu Nate que, parado ao lado do seu irmão, era possível ver alguma semelhança entre os dois, embora Nate tivesse os cabelos loiros lisos e o irmão, a cabeça raspada.

– Sophie! – Nate me abraçou. – Fiquei tão preocupado com você. Aquela sua amiga, Annie, é louca, e sabe quem tem que cuidar do porre dela? Eu e o seu outro amiguinho, Dallas. Sabe o que mais? A su...

– Nathaniel, você quer parar de fofocar como uma garotinha? – O irmão de Nate interrompeu a falação dele, meio irritado. - Pronto, agora que já fiz a minha boa ação do dia, estou vazando com o Mason, até mais loirinha.

– Jack, você não vai embora agora! Eu preciso de uma carona para voltar para casa. – Nate disse bravo, eu nunca tinha o visto assim.

– Sim, eu vou. Pegue carona com aquele outro gay do seu amigo, o Blake. – Jack continuou andando junto com o seu colega, Mason.

Por alguma razão, o irmão de Nate me lembrou o Ethan.

Nate fez um bico emburrado com a boca, e não respondeu Jack.

Puxou-me pela minha mão até estarmos em minha casa.
Estranhei ele não falar nada sobre Blake, Nate tinha até certa admiração por ele.

– Por que você voltou sozinha? – Nate indagou baixo, enquanto andávamos em direção á escada.

– Você sabe, - Dei de ombros. – eu briguei com Blake, o mesmo de sempre.

Sim, eu briguei com ele, logo depois de nos beijarmos. E devo dizer que aquele foi o melhor beijo que já dei.

– Ele não poderia ter deixado você voltar sozinha!

– Blake chegou em casa?

– É, faz uns quinze minutos.

David nem Ashley tinham percebido a barulheira em casa?

– Como a Annie está?

– Impossível. – Ele balançou a cabeça, sorrindo. – Queríamos colocar ela debaixo do chuveiro, mas ela disse que só iria quando você chegasse.

Olhando para Nate, percebi que ele era mesmo meu amigo. Tinha ficado na minha casa, apenas me esperando e ainda deu carona para os meus amigos. Ele era o melhor no grupo de drogados de Blake.

– AH! Sophie, vozê chegou! – Annie pulou em cima de mim assim que abri a porta do meu quarto, sua voz era arrastada. Ela vestia nada mais do que sutiã e calcinha. – Vem partizipar da nossa feeeesta. Acrezita que eu quase consegui convencer Dallas a tirar a roupa também?

Olhei desesperada para Nate e ele me olhou de volta como se dissesse “Eu falei”.

Dallas estava escorado na beirada da minha cama, seus cabelos bagunçados.

– Annie, – Comecei hesitante. – você está... Bêbada.

Eu sou uma idiota.

Ela riu e afastou-se de mim, não parecendo nem um pouco incomodada de estar de calcinha e sutiã na frente de dois garotos.

Seu cheiro era de vômito e bebida.

– Vem. – Peguei sua mão e comecei a caminhar para o meu banheiro. – Você precisa de água fria.

– O que? Mas eu estou me sentinzo tão beeeem. Ah, espera, se o Dallas for zunto, eu topo.

A ignorei e continuei andando em direção ao banheiro, fazendo um aceno de cabeça para Dallas e Nate saírem. Deixei a porta do banheiro aberta, não tinha ninguém no quarto além de nós duas.

Abri o chuveiro e lembrei-me dos primeiros dias em que vim morar aqui, quando eu não sabia como usar o chuveiro e molhei o banheiro todo, Blake se intrometeu e veio me ajudar.

Coloquei Annie dentro do box e a empurrei para a ducha de água fria. Ela deu um gritinho e depois começou a rir como uma louca, caindo e me levando junto para o chão.

Ótimo. Agora eu não estou só com a aparência decadente, meu cabelo e maquiagem também devem estar um lixo. Como eu amo minha melhor amiga.

– OLHA A ZUA CARA SOPHIE. – Annie começou a rir histericamente, seus cabelos molhados grudavam-se no pescoço e rosto.

Sentei-me no azulejo branco, cansada emocionalmente e fisicamente.

– Não faça essa carinha, você parece triste. O que aconteceu?

Bem, pelo menos, a voz arrastada de bêbada de Annie estava menos evidente, quase normal.

– Nada.

Com impulso levantei-me, sentindo a água escorrer pelo meu corpo e o vestido ficar mais pesado por estar completamente ensopado.

Tirei Annie de dentro da água e peguei uma toalha, enrolando-a em seu corpo.

Depois de secá-la e vesti-la com uma camisola, a pus deitada em minha cama.

Fui ao banheiro, onde comecei a tirar minha roupa molhada. Eu era a decadência em pessoa. Minha maquiagem tinha borrado, meu cabelo tinha virado uma meleca amarela, escorrido e horroroso.

Lavei o rosto, tendo o cuidado de prender o cabelo e coloquei um pijama, indo me deitar ao lado de Annie.

– Sophie.

Assustei-me por Annie ainda estar acordada.

– O que?

– Por que você está triste? – Virou-se e ficou me encarando com seus olhos azuis refletindo no escuro.

– Eu não sei.

– É por causa do Blake?

– O que? Não!

Ficamos em silêncio, apenas nos encarando.

– Você gosta dele. – disse de repente.

– Não! – falei rápido demais.

– Sim, você gosta. – Sorriu. – Está apaixonada por ele.

Abri a boca para negar, mas recordei-me do que tinha acontecido mais cedo. O modo como eu tinha ficado ofendida com Blake, por motivos sem lógica.

Lentamente, comecei a lembrar de tudo que havíamos passado. Foi mais uma ficha caindo desde que me mudara para Londres.

Eu gostava do Blake.



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Notas finais do capítulo

[Summer] A Queen fez um desenho mostrando como ela imagina os personagens, ai que a gente foi ver como cada uma imagina de um jeito. A Sophie com o cabelo liso ou enrolado, a Ruby com o cabelo curto ou longo e por ai vai. Como vocês imaginam eles?
[QueenD] Summer, aquele desenho que você fez meu só prova o quanto você me ama. E eu ainda vou colocar como avatar a foto da gente conversando pelo facebook ontem (Nossa web hot, peitcholas da Summer, hmm).