Tom Riddle

      Sua parceira descia a escada de seu quarto até ele, linda em um vestido vermelho carmin, exeto pela cor pensou.                  Assim que a viu levantou-se do sofá e caminhou até ela, beijando-lhe a palma da mão.

        A garota corou fortemente soutando-lhe a mão abrupta e agressivamente, murmurando quase sem folego:

       -Senhor Riddle 

       -Me chame de apenas de Tom, é minha parceira esta noite Hermione, sendo assim podemos deixar as formalidades de lado.

       -Apenas por hoje? -Tom a olhou com satisfação. Estivera certo, ela não seria uma pessíma companhia nem de longe, era audaciosa.

       -Talvez.

       Ao saírem tomou-lhe a mão novamente, colocando-a em seu braço e segurando-a ali firmemente. Notou também como os amigos dela reagiram, ambos pareciam estar ali de prontidão, atentos e pasmos ao verem o rapaz de cabelos negros beijar a mão de sua amiga. Viu quando o ruivo levantou-se, vermelho como um pimentão, sendo parado por seu amigo. Naquele momento, Tom pensou que seria atacado, rodando sua varinha dentro do bolso.

Aquele trio parecia desconfiar dele, o que era estranho, sempre mantinha seus planos muito bem guardados por isso não podiam saber de nada. Mas o que quer quer fosse, descobriria.

          Professor Slughorn havia se superado desta vez, tanto na decoração quanto no jantar,  fino e requintado.

          Ao lado de um Tom relativamente quieto, Hermione passou o jantar todo trocando poucas palavras com todos a mesa. Quando Slughorn lhe pediu para contar um pouco de sua vida, ela se saiu com a mesma historia tragica de sempre.

          Os outros garotos presentes pareciam acha-la tão interesante, até mais do que suas proprias parceiras, o que deixou Tom incomodado por alguma razão.

          Quando o quarto garoto veio até Hermione pedindo gentilmente uma dança e recebendo ao invés uma doce recusa, Tom precipitou-se até ela.

          -Acho que a senhorita me deve uma dança, sendo minha parceira, Hermione - disse o nome dela sedutoramente com um lindo sorriso, entretanto falso.

           A garota de cabelos rebeldes dirigiu-se a Tom, falando abertamente pela primeira vez na noite.

           -Estou cansada, acho melhor eu ir me deitar. 

           -Ora. É apenas uma dança. Depois, permita-me acompanha-la - Tom concedeu-lhe seu melhor sorriso, vendo o nervosismo da moça enquanto a tomava pela mão até o centro da sala, onde alguns casais dançavam.

            Estava tocando uma musica suave, a cantora dançava pelas notas com sua voz aguda e apaixonada, uma melodia sobre seu amor morto e o brilho das estrelas.

            Tom segurou Hermione firmemente em seus braços, pondo uma mão em sua cintura. Reprimiu um sorriso ao notar a garota estremecer.

           Decidiu ser o momento ideal para confrontar Hermione, enquanto a cantora, ao fim da musica, entoava e alongava uma nota apaixonadamente.

            -A senhorita é muito intrigante.

            -Eu?

            -Sim. Tem muitos segredos e mistérios. Como por exemplo seu repentino aparecimento em Hogwarts. Para uma bruxa tão inteligente e talentosa detesto informar que tem diversas falhas em sua historia.

          -Do que esta falando?

          -Diga-me, por que estou intrigado. Como alguem pode simplesmente aparecer do nada em um castelo protegido por feitiços poderosos e tão antigos quanto o proprio, e ainda parecer conheçer com destreza seu interior?

          -Você deve ser louco Riddle!

          -Fale baixo senhorita Annex. Não quer chamar uma atenção desnecessaria para nós. Tenho certeza.  Sera este mesmo seu nome? Tenho palpites de que não.

          -Tenho certeza de que é mesmo louco. Todos sabem do porque de eu vir para aqui.  Contei a pouco tempo atrás toda a história, inclusive durante o jantar, deve lembrar-se.

          Ela estava visivelmente nervosa e irritada mas manteve a voz baixa, Alguns casais se aglomeravam em volta para ve-los dançar, inclusive o próprio professor Slughorn.

         -Claro que sim. Entretanto, posso ver que são mentiras. A senhorita não é nenhuma trouxa. 

         -Não tenha a audácia de me dizer o que sou ou não.

         -Mas não é. Tem sangue puro correndo em suas veias, de uma longa linhagem de poderosos sangues puro, pelo que poso ver. Caso contrario não estaria na sonserina, nunca houve um sangue ruim na casa das serpentes. Posso sentir o poder irradiar de você, um trouxa não poderia possuir essa afinidade, muito menos um que não houvesse estudado em uma grande escola com grandes professores... O ministério saberia de sua... situação, e a mandaria para uma escola. Não é permitido o uso de magia fora de Hogwarts. Eles tem meios de descobrir, acredite.

          Hermione desvensilhou-se dele.

         -Não vou ficar aqui ouvindo bobagens, Boa noite Riddle. 

          Tom apenas teve tempo de segurar-lhe o pulso antes de o professor Slughorn aparecer de sopetão.

          -Algum problema com vocês?

         -Nenhum professor. Hermione está apenas cansada e não quer me deixar acompanha-la até os dormitórios. Ficou nervosa quando lhe disse que era bobagem, é apenas um meio simples de demonstrar a noite maravilhosa que ela me proporcionou - Tom era capaz de mentir descaradamente.

       -Hermione, querida. Não precisa ficar nervosa. Tom não seria um cavalheiro se não a acompanhasse. Não estou certo?

       -Sim. Boa noite professor. Estou realmente cansada.

Slughorn despediu-se deles com uma rapida piscadela para Tom, que insistiu em tomar o braço de Hermione, sobre os protestos da mesma.

        Voltaram ao salão comunal em completo silêncio. Chegando lá encontraram um ruivo e um moreno apreensivos.

       -Boa noite senhorita -Tom despediu-se dela depositando um beijo suave em sua palma.

       Antes de sair novamente do salão comunal, pode ouvir a garota dizer aos amigos com a voz embargada "ele suspeita de nós!" e um suspiro de assombro dos outros dois. 

       Com um sorriso de escárnio e satisfação Tom dirigiu-se a enfermaria, iria resolver um assunto por vez.