POV. BELLE BLACK

Finalmente as aulas tinham acabado, e agora eu poderia deitar no sofá do salão comunal e ficar de pernas para ar, sem fazer nada.

_Onde pensa que vai Belle? – perguntou Harry.

_Para o salão comunal. Para onde mais seria? – perguntei como se aquilo fosse obvio.

_Que tal pra sala do professor Lupin? Esqueceu que temos aula com ele hoje? – perguntou.

_Eu não acredito nisso. – disse jogando os braços para baixo com raiva – Queria ficar deitada sem fazer nada. Ainda estou no ritmo de férias.

_Tudo bem, pode ir deitar... – disse ele dando de ombros.

_Eu não, quanto mais cedo eu aprender a me defender daqueles monstros, melhor. Vamos lá. – disse puxando-o pelo braço.

Assim que chegamos na sala do tio Aluado ele apareceu na ponta da escada sorridente.

_Vocês vieram!

_Sim. O Harry tinha esquecido, queria ficar deitado de pernas para o ar. Mas, eu o lembrei de e o trouxe até aqui. – Harry olhou-me espantado e indignado – O que foi? É a mais pura verdade. – disse cruzando os braços.

_Então vamos começar? – perguntou.

_Sim. – dissemos em coro.

Ele desceu as escadas e ficou de costas para um grande baú de madeira. Colocou uma das mãos no bolso de sua calça e com a outra gesticulou:

_A primeira coisa que precisam saber é que esse é um feitiço muito avançado, muito além do grau em que estão acostumados. – e olhando para mim e depois para Harry disse: - O feitiço do Patrono vai servir como um escudo, é ele que vai alimentar o dementador ao invés de você.

Assentimos com a cabeça e ele continuou.

_Agora repitam depois de mim: Expecto Patronum!

_Expecto Patronum. – repetimos.

_Muito bem. Agora vocês precisarão pensar em uma lembrança muito feliz e forte, deixe que ela tome conta de você, e depois repita o feitiço.

Ele foi até o lado direito do baú e disse:

_Quem irá primeiro?

Olhei para o Harry, meio com medo, tenho que admitir, ele olhou para mim e disse:

_Tudo bem, eu vou primeiro. – e deu um passo a frente segurando a varinha.

_Preparado? – perguntou o tio Aluado e Harry assentiu.

Ele então com um simples aceno abriu o baú, de onde saiu um horrível dementador com uma névoa ao redor. Senti uma tristeza no momento em que olhei para ele, um frio e senti como se nunca mais, em toda a minha vida, seria feliz novamente.

_Expecto Patronum! – disse Harry, porém nada aconteceu. – Expecto... Expecto...

E foi nessa hora em que escutei um grito chamando pelo meu nome, e no segundo seguinte tudo escureceu.

_Belle? – escutei me chamarem. – Belle?

Acordei e estava deitada no chão, Harry e tio Aluado estavam um em cada lado, agachados, e me ajudaram a sentar.

_Pegue esse chocolate vocês dois, vai ajudar. Ajuda mesmo. – disse.

_Que dementador horrível! – disse Harry.

_Era apenas um bicho-papão. Um dementador teria sido muito pior.

_Vamos novamente. – disse Harry levantando.

_Posso tentar desta vez? – perguntei a ele.

_Tudo bem.

Empunhei a minha varinha e fui para frente do baú, que estava fechado novamente.

_Pode abrir. – pedi.

Ele abriu o baú, e me deparei com aquele ser horrível e asqueroso bem a minha frente, entrei em pânico, porém, levantei minha varinha e disse:

_Expecto Patronum! – e uma luz começou a se formar na ponta de minha varinha e o empurrava para trás, e conforme eu abaixava a varinha ele ia entrando cada vez mais dentro do baú.

_Incrível! – disse tio Aluado fechando o baú. – Isso foi incrível!

_Parabéns Belle! – disse Harry contente também.

Abracei meu tio, muito feliz e logo em seguida o Harry, que retribuiu de um jeito estranho, e me afastei rapidamente.

_Sua vez Harry? – perguntou.

_Tudo bem.

Porém, assim que viramos para o baú havia um dementador ali, e começou a sugar as lembranças de Harry, eu olhei assustada para o dementador e coloquei a mão na boca para sufocar o grito de terror, tio Aluado entrou na nossa frente imediatamente e realizou o feitiço. Porém, o dementador saiu pela janela que estava aberta.

_Estão todos bens? – perguntou para nós.

Eu e Harry assentimos incapazes de dizer uma palavra pelo susto.

_Tio, aquilo não era um bicho-papão. – disse, percebendo que o baú estava fechado.

_Ele deve ter entrado pela janela. – completou Harry.

_Bom... Chega de aula por hoje, preciso comunicar Dumbledore sobre isso. – e tirando mais dois pedaços de chocolate de uma caixinha que havia em seu bolso disse: - Coma, vai fazer bem.

Harry e eu saímos da sala meio assustados ainda, devido ao ocorrido. Não abrimos a boca durante todo o percurso da sala até a Torre da Grifinória. Assim que entramos, topamos com Fred que estava meio cabisbaixo.

_O que houve Fred? – perguntou Harry.

_Hã? Nada, não aconteceu nada. – deu um sorriso forçado e saiu pelo buraco do retrato.

Olhei para o Harry e ele olhou para mim, ele deu de ombros e foi sentar-se no sofá, porém algo me dizia que deveria ir atrás do Fred, e foi isso o que eu fiz.

Ele virou em um corredor, um corredor aonde ninguém ia, o segui até que o vi sentado no chão jogando uma bolinha na parede e pegando-a, e repetindo o processo.

_Ei! – disse sentando-se ao lado dele. – O que houve? Sei que foi alguma coisa.

_Não foi nada. Mesmo.

_Sei... Sabe, quando a gente aprende a mentir, descobre as mentiras mais facilmente.

_Tudo bem. – rendeu-se – Eu... Eu briguei com o Jorge.

_O que? Vocês nunca brigam.

_Pois é, mas hoje brigamos. E brigamos feio. – disse olhando para os pés.

_Brigaram por quê?

_Porque ele queria fazer uma pegadinha com uma pessoa, e eu disse que não iriamos fazer, e ele perguntou o porquê e eu não disse. Ele ficou muito chateado, porque nunca escondo nada dele e acabamos brigando...

_E... Será que você poderia me dizer quem era essa pessoa? A pessoa em que iriam fazer a tal pegadinha? – ele olhou-me meio confuso, pelo motivo de eu querer saber e completei – Sim, porque para você recusar de fazer a pegadinha essa pessoa deve ser muito importante para você. – concluí rindo.

_Essa pessoa era você.