SETE

MINHA MÃE VAI EMBORA

Nós chegamos até nosso destino, o aeroporto internacional de Guarulhos, eu ainda estava em silencio, eu não tinha visto minha mãe falar sobre o dinheiro das passagens, quando fui me dar conta ela só havia feito malas para mim, então tive que aceitar os fatos, minha mãe não iria comigo até a tribo, eu iria sozinho com Breno, então tive que conversar com minha mãe.

 — Mãe, você sabe que não vai poder ir para a tribo comigo não é?
 — Filho, eu sei disso, é muito duro para mim, me livrar de alguém que cuidei durante doze anos seguidos, eu sabia que isso aconteceria, e você tem que saber, não vou nem entrar com você!
 — Como assim mãe? Não vai pegar o avião com a gente?
 — Filho, quem disse que você vai de avião?
 — Não vamos de avião? Como assim?
 — Pedro, Breno irá te explicar tudo, agora tenho que voltar, os monstros podem te encontrar, e eu posso ser atacada, mas eu quero que você saiba que eu te amo! Sempre que Íris deixar você me visitar, vou estar sempre á sua espera, você será sempre meu filho, não esqueça disso, você terá uma nova família, mas nunca se esqueça, que sempre estarei te esperando, filho, você é tudo de mais importante para mim!

 Neste momento, eu senti meus olhos borbulhando em lágrimas, nunca tinha visto minha mãe falar daquela maneira comigo, por mais que ela dissesse que nós iríamos nos ver de novo, eu não conseguia acreditar, era difícil pensar que sua mãe poderia criar uma nova vida sem você, e se esquecer de você, mas como eu conhecia minha mãe, eu sabia que ela nunca deixaria isso acontecer, não importa o que acontecesse ela sempre estaria me esperando. Então eu olhei nos olhos dela, e vi que ela estava sofrendo bem mais do que eu, ela deveria estar sentindo uma dor que eu nunca vou saber como é, aquele sentimento de ser mãe, eu nunca saberia como seria, então com todo o fervor das emoções, eu disse:

 — Mãe, eu te amo!

  Depois disso, ela me deu um abraço, aquele abraço foi marcante na minha vida, depois ainda tinha que me lembrar, que faltava uma semana para que eu completasse treze anos, eu ainda estava abraçando minha mãe, quando olhei por cima de seu ombro e vi, já era noite, deviam ser umas sete ou oito horas, o dia já estava acabando, provavelmente eu chegaria a tribo no sábado, hoje era quinta feira, e o dia já estava acabando, então minha mãe disse:

— Filho, eu preciso ir, você sabe disso, vou pegar o ônibus com o horário mais próximo para São José dos Campos, quero chegar ainda hoje lá, se cuide filho, quanto mais tempo ficarmos nos despedindo vai ser muito pior quando você se for.

 Depois disso minha mãe se despediu e foi embora, seguiu o caminho para fora do aeroporto, então eu fiquei sozinho com minhas malas e Breno.