Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

GENTE! Espero que não tenham ficado bravos comigo pela demora! Estava muito ocupada com as outras coisas, como a escola, mas agora estou aqui novamente! O trecho sublinhado no capítulo faz parte de um poema meu.



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Nove



Entrando na sala do Nicolas pude ver que ele estava bem melhor. Suas feições cansadas desapareceram e os arranhões já estavam bem menores.

_Oi, baixinha_ ele riu_ senti a sua falta.

Ele pegou a minha mão e me beijou como no dia anterior. Eu sorri para ele, sentindo o beijo frio, beijo rápido, mas não sentia mais aquela vontade de ficar ali, abraça-lo, cuidar dele totalmente. Eu já não me sentia mais responsável pelas coisas erradas que ele fazia, ou pela segurança dele; eu simplesmente não me sentia mais responsável.

A gente nem conversou muito, porque a Talita não parava de beijar ele e o Miguel me puxou novamente para fora da sala.

_Quer ir ao cinema comigo?

_E-eu, Miguel?_ ri_ que filme a gente iria ver caso eu aceitasse?

_Bem, eu já comprei os nossos ingressos, senhorita_ ele riu_ eu acho que você gosta de Crepúsculo... acertei?

Eu ri, mas não discretamente, eu apoiei no ombro dele e pus a mão no rosto. Ele realmente tinha falado aquilo?!

_É, Miguel... sinto muito, mas não gosto não. Mas já que você já comprou, né?

_Isso é um sim?

_É_ eu pisquei.

Ele me puxou para perto de uma forma gentil e educada, digna de um médico, depois me deu um beijo na bochecha e pude sentir que ele estava sorrindo. Ele podia me surpreender (e o fazia) a todos os momentos...

Eu e a Talita saímos do hospital antes mesmo de completar uma hora que estivéssemos ali_ na verdade eu estava saindo, e Talita veio atrás de mim, surpresa por eu não a ter chamado, mas fato é que se eu tivesse feito isso ela nem daria atenção.

Depois que cruzamos a rua, decidimos ir almoçar. Não em casa, mas num restaurante enorme que só ela conhecia. Não ficava muito longe do hospital, que por sua vez não ficava longe da minha casa. Eu mal pude prestar atenção no que ela falava, pois pensava apenas na proposta do Miguel. Decidi, então, contar para ela, porque querendo ou não eu não tinha condições de “decidir” sozinha, embora eu já soubesse a resposta dela:

_Talita..._sorri e olhei como se estivesse revelando algo que não queria_ o Miguel me convidou pra ir ao cinema com ele!

_Sério, Mag?_ os olhões dela, que estavam concentrados no copo de suco sobre a mesa, me olharam entusiasmados, na esperança de que eu mesma completasse a frase já completa, com algo do tipo “eu acho que gosto dele”, ou “mas não vamos só pro cinema...”, mas fiquei ali com o rosto vermelho, esperando o que ela ia dizer_ Nossa, que máximo! Vocês vão ver qual filme? Quer dizer, amiga, vocês vão pro cinema pra ver filme, né?

_Claro! Ele comprou ingressos pra ver Crepúsculo. Eu não...

_Crepúsculo? Você não gosta disso, Mag! Hm... você tá indo por causa do Miguel, não do filme, né?

Nos olhamos. Eu não tinha parado pra pensar que podíamos simplesmente não ir ao cinema ou trocarmos o ingresso por outro filme, só de saber que, mesmo sendo algo chato, seria algo com o Miguel, eu topei. Logo de cara. E na verdade eu estava feliz por saber que estaria com ele, não porque veria o filme.

_É...

_Não preciso dizer que ele tá gostando de você, né? E...

Nesse momento, olho feio para Talita, mas não adianta nada porque ela completa a frase em alto e bom tom:

_...você tá gostando do Miguel!

Assim que ela fala isso, ele entra no restaurante. Não sei por que ele estava ali, por que naquela hora, mas estava ali, entrando pela porta, sem o jaleco de médio, com calça jeans e blusa branca. Ele ouviu a voz da Talita assim que cruzou nossa mesa_ assim que ela terminou de falar_ e olhou para a gente, normalmente:

_Olá! Vocês por aqui?

Talita não pode conter o riso. Não por causa dele, mas por causa de toda a situação, porque aparecia apenas em novela essas coincidências, como onde o mocinho e a mocinha se encontram e se apaixonam a primeira vista. Eu, que não sabia se ele tinha ouvido ou não, apenas respondi:

_É...

A Talita, mesmo sendo engraçadinha, não era traíra. Ela fingiu profissionalmente que não estava surpresa por encontra-lo ali e justamente naquela hora_ coisa que eu não fiz muito bem_ e continuou de forma invejavelmente tranquila:

_Quer sentar aqui com a gente? Nós ainda não acabamos de almoçar.

_An... posso?_ ele me olhou nos olhos daquele jeito que só ele fazia e me fez sentir frio na barriga, como se eu não tivesse resposta à altura, mesmo essa sendo um “pode”. Parecia que ele era sempre melhor e mais surpreendente que eu estava preparada.

Olhei para ele tentando desvendar seus olhos. Aqueles olhos azuis profundos, que diziam tudo e não diziam absolutamente nada. Tentava ver suas feições para ver se ele tinha ouvido a Talita ou não, como um risinho ou um olhar “eu sabia”, mas ele só me passava um “fique tranquila”, como se não fosse adequado falar mais nada. Nada além de “pode”.

_Pode, claro!

Ele então sorriu e virou as costas, indo preparar seu prato. Talita pegava o copo de suco que ainda estava cheio enquanto me olhava com o olhar de “hmmmm, safadinha”. Eu ri, era a única coisa que podia fazer.

Miguel, mesmo sendo alto e forte, não comia muito. Ele chegou à nossa mesa e sentou-se ao meu lado. O barulho de todo o restaurante não me deixava ficar constrangida por não falar nada, mas se todos estivessem quietos assim como eu, seria o maior mico.

Terminamos de comer e ficamos conversando. À essa altura nem me preocupava mais se ele tinha ouvido ou não, porque ele simplesmente não me deixava envergonhada, nem nervosa. Ele aceitava o jeito “timidamente estranho” que eu tinha, ele conversava e gostava de mim pelo que eu era, de verdade.

Não precisa ser bonito, nem sombrio: precisa ser meu.”

_Então... você gosta desse restaurante?_ fui eu perguntar a coisa mais ridícula do mundo.

_Gosto, sim. Tem tantos outros restaurantes mais perto do hospital, mas todos são ruins. Eu gosto desse aqui.

“Tem tantas outras garotas que querem me namorar, mas todas são estúpidas. Eu quero é você.” Foi exatamente o que eu entendi sair da boca dele. E parecia que era essa a intenção dele, me provocar esse exemplo, como se me falasse o que queria através de coisas normais. É, era isso: ele fazia coisas especiais para mim através de coisas simples para os outros.



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Notas finais do capítulo

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