Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Não fiquem bravos comigo, é uma história, vai ter seu final feliz, se é que vocês me entendem...



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Dez


Chegou então o dia. O dia em que eu ia ver se eu gostava do Miguel mesmo ou não, o dia no qual provavelmente pensaria um milhão de coisas e possibilidades quase improváveis, muitas coisas ruins e boas, o dia em que eu ficaria nervosa e atrapalhada. Ou o dia do cinema, como quiser.

Ainda de manhã, liguei para a Roberta para ver se ela podia ir à minha casa e me ajudar a escolher a roupa para sair, mas ela não atendia. Não que ela estivesse dormindo, longe disso. A Roberta era aquele tipo de pessoa perfeitamente em forma, que se exercitava ao extremo para compensar as bobagens que ela comia, provavelmente estava na academia. Tentei ligar de novo, na hora perto do almoço, e ela atendeu. Ela podia vir à minha casa assim que acabasse de almoçar, e assim foi feito.

Nós escolhemos juntas um look incrível, embora não fosse muito importante. Uma saia colorida, uma blusa salmão e um casaquinho branco, o problema mesmo foi o salto: um enorme, preto, lindo. O problema é que eu não sabia andar de salto...

_Tem certeza que você vai com isso, Magda?

­_Tenho! Você não consegue andar de salto alto?

Ela pegou um par de salto alto que havia dentro do meu guarda roupa. Colocou-o e desfilou pelo meu quarto todo, e eu realmente me senti uma idiota por não saber usar um daqueles. Depois ela os tirou e disse:

_Não é tão difícil assim. Concentra o seu peso na parte da frente do pé, mas não deixe a parte de trás sair do chão. Você entendeu?

_Entendi, é claro. Mas como você consegue?

Nós rimos. Eu estava decidida demais para desistir de usar salto, aquela pergunta nem mesmo valia a pena ser respondida.

_Faltam duas horas pro cinema.

_Magda! Então é melhor correr, você ainda tem que tomar banho e fazer a maquiagem!

_Maquiagem?! Rô, eu vou no cinema, não no tapete vermelho!_ eu ri.

Ela não gostou muito da brincadeira, até mesmo porque eu devia ser a única garota de 19 anos que não passava maquiagem para esse tipo de evento.

_Ai, tá bom... você pode me ajudar na maquiagem?

_________________

Depois que estava pronta, a Roberta estava mais orgulhosa que mãe de filho que passou no vestibular. Ela me olhava como se eu fosse uma bonequinha de porcelana, como se eu fosse linda. E eu, que nem sabia como andar com aqueles saltos enormes, estava apenas esperando Miguel.

Miguel...

Ele chegou exatamente quando eu fiquei pronta para ir com ele, outra coincidência que foi muito prática pra mim, porque eu não aguentaria andar muito. A Roberta foi embora assim que ele chegou, nem ao menos o viu...

Devo confessar, o Miguel estava como um deus grego. De fato, ele era lindo. Mas as suas feições masculinas e ao mesmo tempo delicadas, a sua aparência mais leve, mais disposta, e seu aprazível jeito de conversar com as pessoas; só apareciam mesmo sem aquela doentia figura de médico.

_Oi, Magda. Você está linda...

_Ah..._ eu coloquei meu cabelo pra trás da orelha, e ele viu que eu fiquei com vergonha_ obrigada. Você também está...

_Sexy? Gostoso?_ ele sorriu, como se falasse “estou apenas brincando”, pra me tirar daquela tensão ridícula que eu mesma causei.

_Hm... lindo seria apropriado._ enquanto minha vontade era falar “é, sexy e gostoso”.

Nós rimos e ele deu partida no carro. Ah, me desculpe. Era um Camaro branco, não muito chamativo, mas lindo, assim como o dono...

Chegamos ao cinema, e Miguel logo me puxou para a fila. Ele me ofereceu chocolate, pipoca, mas eu aceitei apenas a Coca-Cola.

_Viciada nisso?

_Sim...

_Pois saiba_ ele ergueu uma de suas sobrancelhas, o que o deixou ainda mais bonito_ que eu sou viciado em chocolate. As pessoas precisam de alguma coisa pra se viciar, mesmo sendo algo saudável, mesmo não sendo droga. Ou... mesmo que seja Coca-Cola e chocolate.

Talvez eu fosse viciada em Miguel, também.

_________________

Na metade do filme, o Miguel me chamou para fora da sala do cinema. Ainda bem, porque eu não estava mais aguentando o filme. Saímos de mãos dadas, rapidamente, para que as pessoas não notassem a nossa ausência, ou, se notassem, não tivessem tempo de nos parar.

A gente estava sorrindo como crianças bobas.

_Você quer ir aonde? A escolha é sua, senhorita_ ele piscou o olho pra mim.

_Você está com fome?

_Depende. Você está?

_Fome, não. Vontade de comer. Vamos na pizzaria?

Saímos do cinema e fomos direto para a pizzaria.

_Pizza de que?

_Bem... se eu escolho as coisas hoje, então eu estou MANDANDO você escolher a pizza_ sorri, olhando para aqueles olhões lindos.

Ele riu, e ergueu novamente a sobrancelha por estar surpreso. Dessa vez, ele não me surpreendeu, mas eu o surpreendi, e eu adorei isso, porque finalmente eu não fiquei me sentido idiota perto dele. Eu finalmente estava chegando “à altura” dele.

Ele pediu pizza grega. Um príncipe grego comendo pizza grega. Depois que a pizza chegou, pedimos cerveja e ficamos conversando.

_Magda... me desculpa por não ter comprado os tickets para um filme que você gosta.

_Miguel?! Imagina, não liga pra isso não. A sua intenção foi mais importante...

Nessa hora, eu entorno a cerveja do meu copo na blusa do Miguel. Eu tentei parar o tempo e voltar da parte em que eu não tinha feito isso, mas não deu, e tudo o que eu pude fazer foi “desculpa!!” e ele só pode rir.

_Tá tudo bem, tá tudo bem!_ ele se levantou e olhou para a camisa, que estava marcando perfeitamente seu tórax, me revelando outra informação: ele era super sarado.

Eu não sei, mas acho que fiquei olhando demais para ele, porque ele percebeu. Então, pedimos para embrulhar a pizza toda e fomos direto para a casa dele, onde ele podia trocar a camisa.

_Bem... Magda, vai no meu quarto e escolhe uma camisa pra mim, por favor?

_Claro, né. Eu que fiz besteira..._ri_ onde fica seu quarto?

_Na segunda porta à esquerda.

Eu então, escolhi uma camisa preta, bonita, que havia achado entre as demais. Quando volto para a sala, lá está: Miguel, sem camisa, tão natural quanto como se eu fosse a sua mãe ou alguém muito próximo.

Ele me olhou e eu já nem podia mais controlar meus olhos_ e para quê?_, ele se aproximou mais e mais de mim, a princípio para pegar a camisa. Mas ele me olhava sério, sem demora, sem perda de tempo. Então...

Nos beijamos.



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Notas finais do capítulo

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