Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente bonita! Está aqui o outro capítulo, boa leitura.



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_Oi..._ Afonso sorria, sem camisa, com o cabelo bagunçado, ainda um pouco sonolento, deitado na cama.

Eu ainda tentava abrir os meus olhos quando Afonso pula em cima de mim:

_Você não vai ver o café da manhã que eu fiz pra gente?

_Não. Afonso, me deixa dormir!_ virei e coloquei o travesseiro no rosto.

_Ah, é assim, Magda? Poxa..._ ele vai andando lentamente até que eu não perceba mais os seus passos, porém ele se aproximava cada vez mais._... eu fiz o café com tanto carinho!_ e então ele me pega no colo.

Ele começa a tentar fazer cosquinha e me carregar ao mesmo tempo, o que fez tanto a ele quanto a mim, tirar aquele sono todo do rosto.

_Ah, para, Afonso! Eu vou cair...

_Não, não vai, não. Eu estou te segurando. Juro.

Pendurei-me em seu pescoço e dei-lhe um beijo. Ele me tirou do seu colo, colocou suas mãos no meu rosto, aliviado por eu ter desencanado sobre o que tinha acontecido no dia anterior. Nos olhamos tão seriamente, como se estivéssemos arrependidos por não termos feito nada na noite passada.

_Afonso..._ minha voz saía meio trêmula.

Ele me pegou no colo novamente, só que dessa vez, de frente para ele.

_Oi..._ ele me deu um beijo e ia passando uma de suas mãos dentro da camisa que eu usava, até que eu o interrompi, insegura:

_O café vai esfriar.

_Deixa..._ ele me jogou na cama dele novamente, imprensando seu corpo contra o meu.

_Não, Afonso... eu... estou com fome.

_Eu também, Magda._ ele me olhava de um jeito tão forte que eu mal podia dizer alguma outra coisa._ Eu também estou com fome.

Eu o empurrei para o lado, um pouco sem paciência.

_Então é pra cozinha que nós vamos, Afonso. Pra cozinha.

Saí andando, e ele veio atrás de mim, um pouco desapontado, embora não quisesse dizer.

Quando cheguei à cozinha, encontrei tigelinhas com frutas, todas coloridas, mais dois copões de chocolate e uma série de biscoitinhos salgados e doces que não acabava mais.

_Nossa, Afonso, que lindo!_ olhei para ele, que ainda não sabia se me encarava ou não.

Fui pra perto dele, sem querer parecer muito grossa.

_Você deve ter se levantado há um tempão pra arrumar isso tudo..._ o abracei.

Mas Afonso simplesmente desfez nosso abraço.

_O que foi?

_Magda... sempre que eu tento fazer alguma coisa com você, você foge. Estou cansado disso.

_Fujo? Como assim?!

_Ontem, por exemplo. E agora._ disse, passando a mão no cabelo, como quem quer falar mas tem medo de magoar.

Fiquei encarando-o, em dúvida.

Ele saiu da cozinha, vestiu uma camisa e voltou.

_Então... vai comer ou não?

Sentei-me na cadeira, enquanto ele pegava da gaveta dois pratinhos.

_______________

_Afonso... como eu vou ficar aqui assim?!_ olhava para mim mesma, com a camisa dele.

_Ué... se quiser tirar..._ ele riu, indo em direção ao portão._ Vem, vamos buscar alguma coisa pra você vestir._ ele sorria e estendia sua mão para mim.

 Fomos descendo a rua_ afinal, eu morava bem perto dele_ e eu agarrada no braço dele, para que não prestassem muita atenção na minha “roupa”.

_Tem certeza que você quer ir desse jeito? Ainda dá pra você voltar.

_Já estamos na metade do caminho, não é?_ nos olhamos.

Quando estamos dobrando a esquina, damos de cara...

...com o Miguel.

Lindo e loiro, caminhando na direção oposta à nossa. Eu fiquei com os olhos enormes, principalmente por estar com a camisa_ nem mais, nem menos_ do Afonso, e agarrada ao seu braço. Mas em compensação, eu e Miguel não estávamos brigados e na última vez que nos falamos, ele deixou claro que não sentia nada por mim...

Afonso, sem muito saber sobre Miguel, foi o primeiro a cumprimentar:

_Oi! Você é o Miguel, né?

Miguel olhou, meio surpreso por nos ver, mas logo respondendo:

_Ah_ ele cumprimentou Afonso_ sou eu mesmo._ ele sorriu, um pouco em dúvida.

_Oi, Miguel.

_Olá..._ ele me olhou de cima à baixo, tão indiscreto que até Afonso percebeu.

_É... então... a gente tem que ir. Até mais..._ disse Afonso, me puxando para mais perto, enquanto saíamos.

_Tchau. Tchau, Magda.

_Tchau, Miguel.

Depois de andarmos mais um pouco, Afonso virou para trás, reparando em Miguel.

_Cara estranho... você viu como ele ficou te olhando?

Eu apenas fiquei quieta. Mas de algum modo, eu tinha que falar pra ele quem era Miguel. Eu me sentia culpada, mesmo sem ter nada a esconder.

_É... sabe quando você dizia que quando eu esquecesse o “ele”, você estaria disposto a ficar comigo? Então... o Miguel é esse “ele”.

Ele me olhou, meio chocado.

_Ah... sim. Mas..._ ele olha de novo para trás_ não há mais nada entre...

_Não, não há mais nada.

Ele ficou me olhando feio, como se não tivesse acreditado.

A verdade é que eu não quero nada com quem não me quer. Miguel, por mais que eu não acreditasse e por mais que eu ainda o amasse, me negou várias vezes. O problema não era Paola. O problema era eu.

_______________

Quando chegamos ao meu apartamento, estava parada, tentando convencer o porteiro de que era minha amiga, a Talita.

_Mas olha, o senhor não me conhece?

_Conheço, sim, senhorita. Mas a Magda não está em casa. Ela não me disse que você viria, então eu não posso deixar você entrar.

_Mas é que...

O porteiro olhou para o lado, onde eu e Afonso vínhamos.

_Olha ela ai, ó.

Ela me olhou, e olhou para Afonso, com o rosto inchado e o cabelo todo bagunçado, maltratado. Parecia que alguém havia dado uma surra nela.

_Oi.

Eu olhei para Afonso, sem muita reação. Afonso agia tão naturalmente, como se já esperasse algo do tipo.

Ela, sabendo que não teria resposta, veio para cima da gente, se humilhando:

_Olha, Magda, por favor, me desculpe! E-eu não fiz por querer, eu só...

_Talita._ ela me olhou com os olhos grandes, esperando as minhas próximas palavras.

Todo mundo quieto, até o porteiro prestava atenção na nossa conversa. Afonso ainda estava agarrado a mim, metralhando-a pelos olhos.

No fundo, eu sentia pena dela, queria leva-la para o meu apartamento e saber o que ela queria tanto falar. Mas eu sempre fiz isso e sempre me dei mal, sempre via que isso era uma fraqueza. Eu me deixava de lado para entender os outros, e isso é uma coisa gravíssima.

Depois da separação com Miguel, eu aprendi que o que é perfeito, na verdade, ESTÁ perfeito. Tudo é questão de movimento. Miguel era tudo o que eu tinha, e agora não significava mais nada. Doía muito para mim, ter que admitir isso dessa forma, sem consolo dos outros, sem outra chance. Mas Miguel escolheu isso e eu já não podia fazer nada.

O que aconteceu com a Talita, que sempre foi minha amiga, não era surpresa. É claro, ninguém esperava que ela faria algo desse tipo comigo, mas ninguém esperava que Miguel fosse terminar comigo por causa da Paola.

Nada é constante, senão a mudança. Assim como eu não me apego ao Afonso, porque eu sei que isso tudo, esse paraíso, pode virar um inferno. Depende de mim, porém não depende exclusivamente de mim.

Talita escolheu o que ela fez.

_Sai daqui, Talita.

_Mas, Magda! Por favor..._ ela começa a chorar.

_Sai daqui!

Ela pegou meu braço e o agarrou com tanta força, que se Afonso não estivesse perto de mim o suficiente para me segurar, eu teria caído.

_Magda! Por favor!

Eu fiquei chocada. Talita nunca tinha ficado tão feia na vida dela.

_Ela mandou você sair!_ Afonso entrou na minha frente, tentando me proteger daquela Talita louca.

Talita saiu correndo, chorando alto.

_Vem, vamos._ ele me puxou para dentro do meu apartamento.


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Notas finais do capítulo

reviewsssss?