Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 27
Capítulo 27




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Afonso me puxou pelo braço e me levou pra fora da boate.

Estávamos descendo a rua, e a música da boate ficava cada vez mais baixa, enquanto ouvia-se cada vez mais o barulho suave e ao mesmo tempo grosseiro das ondas do mar da praia.

Eu não pensava em nada, como se algo estivesse anestesiado o meu cérebro, e eu fizesse apenas o que me pedissem para fazer. Até que chegamos no carro dele.

_E aí, gatinha... entra aí._ ele abriu a porta do carro.

Ele me olhava de cima à baixo, e depois de tanta bebida, eu quase vomitei quando senti seu olhar. Eu o encarava sério, mas estava apenas relembrando as palavras que ele disse.

"Eu só sabia o seu nome." "Mas que se dane, eu não tinha mais ninguém." "'Entra aí'". "Aonde estava eu chegando? Longe do Miguel, ou longe de mim mesma?" "Cala a boca, Magda, veja só o que você está pensando. É só um cara, só mais um..."

Ele me encarava, esperando pacientemente a minha resposta.

_Então... entra ou não?

Eu estava ali, parada, feito uma idiota, olhando pro seu rosto.

_Olha, se você não quiser, você não precisa entrar, mas você quer ou não?!

Eu apenas entrei. Ele sorriu pra mim, que agora estava sentada no banco de trás. Ele sentou-se em cima de mim e fechou a porta do carro.

_Bem melhor agora, né..._ eu já nem notava mais o bafo de álcool, afinal, também estava bêbada.

Dentro do carro estava tudo escuro, e ninguém podia ver lá dentro porque havia uma grossa capa de insufilme cobrindo as janelas. Ele foi tirando minha saia, beijando minhas coxas. Eu abri mais minhas pernas, apenas para poder olhar no seu rosto, que já estava subindo novamente, para me beijar na boca. Eu virei o rosto.

_Sem beijo na boca.

Ele me olhou rapidamente, ainda concentrado no que fazia.

_Tá bom, então.

Eu olho para o lado, onde dava para ver as ondas da praia, e eu me lembrei do Nicolas. Fechei os olhos, querendo esquecer tudo, apenas ficar ali, seja lá onde eu estivesse, com Afonso, seja ele quem for. E as coisas aconteceram assim, sem me apegar a ele, sem ele se apegar a mim.

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_Magda, acorda._ ele me chamou no meio da madrugada.

Estávamos molhados de suor, ou Deus sabe lá do quê. Eu o olhei em fresta, mal lembrando o motivo de eu estar ali. Ele sorriu.

_Você dormiu assim que a gente...

Ele reparou na minha careta ao lembrar do que tínhamos feito, então logo parou de falar e mudou de assunto.

_Você sabe voltar pra casa?

Eu neguei com a cabeça, embora eu pudesse muito bem voltar pra casa, já que ficava perto dali.

_Bem, então... você pode ficar aqui até amanhã.

Ele saiu do banco de trás e foi para o banco de motorista. Ligou o carro, e eu ainda meio acordada, pude perceber que ele dirigia com pressa.

_________________

_Bom dia!

Eu estava na cama do Afonso. Não sei como eu fui parar ali e nem o que fizemos ali, só sabia que tinha acordado.

_O que eu estou fazendo aqui?!

Ele riu.

_Calma, eu não... me aproveitei de você._ ele chegou perto de mim_ fizemos apenas o que você quis.

Eu fiquei com raiva, quis sair dali o quanto antes.

_Eu quero ir embora! Deixa eu sair daqui.

_Claro._ ele apontou para a porta do quarto_ Pode sair, Magda. Só te trouxe pra cá porque você ia ficar mais confortável.

Eu o ignorei e fui em direção a porta, ainda meio tonta. Até que eu me viro na porta de entrada e olho pra dentro da casa_ enorme_, e grito para que ele pudesse ouvir:

_Obrigada.

Quando saí da casa, pude ver exatamente onde eu estava. Isso significava que eu sabia como voltar pra casa sem deixá-lo saber onde ela era_ perfeito. Fui caminhando lentamente, procurando mostrar indiferença entre os demais pedestres. Meu corpo estava dolorido.

Cheguei ao meu apartamento, e mal pude ouvir o que o porteiro disse pra mim.

Subi os degraus desgraçadamente lenta, olhando para baixo, tentando lembrar do dia anterior. Havia sido divertido.

Quando acabo de subir os degraus, ainda olhando para baixo, puxo minha chave do bolso do casaco e finalmente olho para frente: e lá estava, na porta do meu apartamento, de bom humor e disposto a conversar comigo, Miguel.


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Notas finais do capítulo

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