Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo dia, Magda chega em casa. Entre outras coisas, Nicolas a beija e eles saem juntos. Magda se sente a sua amiga, mas se uma forma mais intensa. O que será que acontece?!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/285196/chapter/2

Dois

Depois de um dia cansativo, finalmente estava chegando. Havia cuidado da minha prima de cinco anos para minha tia sair, e ela dá muito trabalho. Ora que ver desenho, ora quer que eu a conte uma história; ou dorme ou come chocolate. Ela fala muito! Falava sobre a escola, sobre seus coleguinhas, sobre o desenho que ela tinha feito da sua “mamãe” e que a professora_ a “tia”_ tinha lhe dado uma estrelinha por se comportar bem. No fundo, eu adoro ficar com ela, mas eu não quero ter essa experiência de novo.

Estava chegando em meu apartamento. Meu, porque meus pais viajam o tempo todo. Ligam todos os dias, mas não estão realmente preocupados comigo, ligam para saber se já tomei banho, se já comi alguma coisa, se tenho feito muitas atividades, etc. É, não vou falar que ficar longe dos pais por um tempo_ um tempão_ é ruim, sobretudo porque não tenho regras de chegar em casa; mas é chato não ter com quem conversar o dia todo. O Nicolas vem aqui todo dia, mas ele não pode ficar aqui o dia inteiro porque ele tem que cuidar do irmão dele, o Paulo. A Talita vem às quintas, porque ela mora numa cidade longe e não pode ficar vindo aqui toda hora.

Subo de elevador e pego a chave. Umas senhorinhas passam por mim. Encaixo a chave na fechadura e em segundos a grande porta branca do apartamento 37 se abre. Enfim em casa!

Tiro meu sapato, entro no banheiro para tomar banho. Visto uma roupa confortável_ blusão e short_ e vou fazer minha janta. Quando falo “fazer janta” parece que eu realmente me preocupo em fazer um banquete, mas normalmente como macarrão instantâneo porque sou muito preguiçosa na cozinha. Meu telefone toca, eram os meus pais. Conversamos por alguns minutos e logo desliguei.

Estava acabando de fazer meu macarrão quando o Nicolas chegou.

_Oi, Nicolas! Entra aí.

_Você estava em casa? Já vim aqui umas quatro vezes!

_Eu tinha saído, fiquei tomando conta da Lulu para a minha tia sair...

_A sua prima?

_Sim. Ela fala demais! Você já jantou?

_Não, eu não janto às..._ele olha o relógio_ 06h23min da noite! Só você deve jantar tão cedo.

Ele foi para cozinha, pegou um copo e encheu de refrigerante.

Eu estava sentada no tapete, apoiando meus cotovelos na mesinha de centro, os quais estavam ao lado do meu prato de macarrão. Estava vendo um dos episódios de Glee, mas não estava prestando atenção; para falar a verdade, não sabia quem era “Art” e não acompanhava as temporadas, apenas havia ligado a televisão nesse canal. O Nicolas sentou-se na janela da sala, que dá para o trânsito caótico do Rio de Janeiro.

_Olha o que eu estou fazendo, Magda._ ele ria. Na verdade, nunca vou entender o que se passa na cabeça dele...

_O que você está fazendo?! Se você cair, serei acusada pela sua morte... e, sai daí, anda!

_Você não vai me tirar daqui?

Rimos juntos. Cheguei perto da janela aonde ele ia se “atirar” e olhei para baixo. Muitas luzinhas vermelhas e brancas, muito barulho. Olhei para ele, que já não estava sorrindo.

_Você não quer mesmo que eu te tire..._ficamos face a face. Seus olhos procuravam os meus com tanta intensidade que até fiquei com vergonha, olhos esses que nunca haviam olhado com tanta necessidade para os meus.

Ele beijou. O Nicolas me beijou. O meu melhor amigo me beijou. A pessoa que mais me tira de ressacas me beijou. Essas três pessoas me beijaram na mesma hora e eu era uma só! Quase me afastei quando ele me beijou. Quase...

Se eu já tinha beijado ele antes? Já. Umas três ou quatro vezes; mas não significa que ele sinta algo por mim e/ou vice-versa. Ele sorriu para mim como se falasse: “por isso gosto de ser seu amigo”, depois pulou para dentro da salinha, finalizando de vez o possível pulo do sexto andar. Eu achei engraçado o jeito que ele teve para me aproximar dele, principalmente porque ele podia mesmo cair lá embaixo. Mas já me acostumei com o jeito dele, apesar de sempre parecer um garotinho perto de mim. E de repente percebi que meu macarrão ainda estava no fogão...

_O MACARRÃO!_ levei as mãos à cabeça como se tivesse acontecido algo muito mais grave do que o que realmente aconteceu. Saí correndo para a cozinha e desliguei o fogão, o macarrão já estava queimado e havia começado colar na panela. Terrível!

O Nicolas começou a rir.

_Topa sair comigo? Você escolhe o restaurante. E... é por minha conta_ ele pisca o olho.

_Opa, mas é claro!_ sorri um sorriso largo até demais..._ Vou só trocar de roupa.

Fui escolher minha roupa e já estava sem meu short e o blusão quando percebo que Nicolas está apoiado na porta me observando. Dei um pulo desajeitado e, mesmo estando de sutiã e calcinha, por impulso peguei meu blusão e me cobri de novo.

_Ei!! O que você está fazendo aqui?! Sai! Anda!

_Hm, belas pernas._ e saiu rindo.

Dessa vez, ao invés de apenas fechar a porta, tranquei-a; no fundo, não gostava das coisas que ele fazia, mas como ele fazia.

_________________

Saímos com o carro dele. Eu pedi lasanha, e ele, salmão grelhado (sempre com um gosto mais fino que o meu). Depois, fomos para a casa dele, que fica num condomínio fechado. Já era um pouco tarde, às 11h46min da noite.

_Foi incrível, sério._ sorri, tentando passar a impressão de que realmente achei legal._ o mais incrível é que eu não tive que pagar.

_Incrível? Muito obrigado por me chamar de pobre! Da próxima vez você me convida, aí você vai ter que pagar_ ele piscou o olho e riu. É, melhores amigos não são príncipes.

Uma pausa. Não que estivéssemos sem assunto, mas estávamos pensando em como nos despedir.

_Vou embora.

_Quer que eu te leve?

_Não precisa.

_Tem certeza?

_Tenho. Tá bom, me leva em casa... tá muito tarde_ ri.

Chegamos na entrada do prédio de carro (depois que ele comprou o Fusion, não anda à pé nem mesmo para comprar pão).

_Pode ir, vaca.

_Confessa que vai sentir minha falta, anda.

_Sentir sua falta? Há, há.

Cheguei perto da janela do carro dele; olhei para ele como se estivesse o desafiando, o que era verdade.

_Sim, você vai sentir minha falta, e vai me ligar amanha de manhã para me acordar. Eu te conheço, Nicolas!

_Bem, que eu ia te ligar, ia... tchau, vaca!

_Tchau, benzinho._ “benzinho” é uma forma carinhosa que quer dizer “idiota”. Entrei dentro do prédio e sumi no meio da escuridão.

Quando cheguei no meu apartamento, fui direto para a janela: o Nicolas estava lá ainda, e jogou um beijo para mim. Rimos, mas depois percebi que ele não me via mais como aquela amiga, como eu sempre fui. E fiquei pensando se ainda o via como meu melhor amigo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hey, Ho. Let's Go!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.