Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Doze



_É... desculpa pela bagunça_ eu sorri numa tentativa quase válida, de convencer a Fatinha de que no quarto do Miguel, não houve nada.

_Ah, não precisa me explicar nada, não. Eu sou a empregada docês, eu tô aqui pra arrumar a bagunça_ ela sorriu e me mostrava que era mais ingênua que eu esperava.

_Deixa eu achar a minha roupa..._ eu disse, nem mais preocupada com a empregada, mais para sair dali, mesmo. Eu revirei a cama, até achar tudo.

Depois que já estava mais “apresentável”, perguntei pra ela:

_Fatinha?

_Oi?

_O Miguel traz muitas garotas pra cá?

_Vish... quanto tempo eu não vejo ele com uma mulher dentro dessa casa, você vai fazer bem pra ele_ não reparando no meu sorriso idiota, ela me pergunta_ você aceita um cafezinho?

_________________


Mais tarde, encontro a Talita no caminho para o hospital.

_Oi! Como foi o filme ontem?

_Filme?!

_É, Crepúsculo! Peraí... vocês não viram filme, né? Ah! Eu sabia! Eu sabia, Magda! Vocês estão juntos? Digo, namorando? O que aconteceu entre vocês? Magda!

_Calma! A gente saiu no meio do filme pra comer pizza, aí eu entornei cerveja na blusa dele e ele teve que ir em casa pegar outra blusa...

_E aí? Você foi com ele?

_Fui.

Ela começou a dar pulinhos na calçada como se fôssemos somente eu e ela. Eu ri.

_E aí, Magda? Conta, conta!

_Aí que a gente se beijou.

_Rolou mais alguma coisa? Tipo,...

_Sim, Talita. Satisfeita?

Fui andando, ignorando a cara de “chocada” da Talita, mais com pressa que com raiva. Ela saiu correndo atrás de mim, numa tentativa de arrancar mais detalhes.

_Magda! Que máximo, amiga! Até que enfim, hein. O que rolou entre vocês dois? Tipo, beijo, mais o que?

_Tatá, hello-o!

_O que isso quer dizer? Que vocês...

_É, né.

Ela começou a gritar e rir ao mesmo tempo, muito mais entusiasmada que eu, de fato. Só não contei tudo, nem detalhes para ela porque não sabia se o Miguel acharia isso bom. E, querendo ou não, eu também não sabia se estávamos namorando.

_Então vocês dois estão juntos?

_Não sei, não sei se o Miguel quer ficar comigo. Foi só um... rolo.

_Um rolo? Magda, olha pra você mesma! Olha como você está, muito mais disposta, muito mais radiante! As energias boas estão em volta de você..._começou ela com aquele papo Hippie de sempre. Mas eu não pude prestar atenção nela, estava recapitulando tudo o que eu tinha dito.

“Foi só um rolo”. Será? Será que se o Miguel não gostasse de mim de verdade, ele não teria feito aquilo tudo? Digo, não teria sido tão carinhoso comigo, não teria tantos cuidados? E não teria me chamado de “amor”? E como eu posso falar que não gosto de um homem que me dá tanta segurança e liberdade como ele?

Chegamos no hospital, e a Talita corre para dentro da sala de Nicolas. Ele já estava bem melhor, os ferimentos feios agora nem apareciam direito, e o rosto dele estava bem mais feliz.

_Oi, Mag!_ ele abriu os braços para me receber num grande abraço_ está vendo? Eu estou bem melhor.

_Sim, estou vendo! E esse cabelo, hein? Vai cortar ou não?_ o cabelo dele estava quase batendo no ombro, jogado para trás. Não pelo tempo em que estava no hospital, porque não tinha nem uma semana direito, mas sim porque ele não havia cortado há cinco meses. Cinco meses!

Assim que encontrei Miguel, olhei para ele como “O que a gente faz? Se beija? Se abraça? O que?!”, e ele entendeu muito bem o que eu quis dizer, porque ele simplesmente sorriu para mim e me deu um beijo na bochecha. Um beijo na bochecha não seria adequado entre nós dois, mas seria adequado enquanto estivéssemos perto das outras pessoas. Ou pelo menos até resolvermos se estamos juntos ou não.

_Oi, Magda...

_Oi, Miguel. Tudo bom?

_Tudo... dormiu bem?_ ele riu.

_Nós não dormimos, Miguel_ ri também.

Ele me olhou como se estivesse se lembrando da noite passada. Sorriu, com os olhos brilhantes, que me diziam “minha garota”.

Entramos novamente na sala, onde o Nicolas e a Talita conversavam.

_É, Nicolas... acho que você pode ir pra casa hoje.

_Sério?!_ Nicolas olhou desconfiado para o Miguel.

_Sim! Mas nada de fazer muitas coisas, se não vai ter que voltar.

_“Muitas coisas”, tipo...?

Talita olhava para dentro da sua bolsa, talvez procurando o celular, totalmente alheia à conversa. Nicolas olhou para Miguel, de modo a fazer com que o Miguel entenda que “coisas” Nicolas estava perguntando. Miguel riu e olhou rapidamente pra mim, se certificando de que eu não estava prestando atenção no que ele iria dizer_ mas eu estava. Ele, então, voltou-se para Nicolas e fez um gesto de: “Tá bom, isso eu deixo” e eles riram.

Era incrível ver Nicolas falando dessas coisas sem sentir ciúme dele com a Talita. Nada havia me convencido de desistir dele, mas eu também não sabia ao certo o que procurava. Nicolas era imaturo até um certo ponto, mas ao mesmo tempo era um completo cavalheiro. Desde me resgatar da praia onde eu estava bêbada até perguntar esse tipo de pergunta boba, eu o conhecia como se tivesse narrando toda a sua vida, todos os fatos, as suas piadas, os seus medos. Mas ao mesmo tempo tudo o que ele fazia era mais bonito e gracioso que eu podia esperar.

_Gente, vamos marcar um dia pra nos vermos? Digo, eu, o Nick, a Mag e o Miguel._ a Talita fala enquanto presta atenção na tela do celular, encostada na cama do Nicolas, que abraçava a sua cintura, deitado.

O Miguel foi andando em minha direção, sorrindo de um jeito tão hipnotizante quanto os seus olhos, enquanto respondia a Talita:

_Mas é claro, que tal... amanhã?

Ela parou de olhar a tela do celular e olhou para ele, surpresa por, invés de receber um “quem sabe?”, ouvir um “claro!”.

_Então tá! Gente, amanhã, na casa...

_Na minha casa._ Miguel sorriu, interrompendo-a.

Já prevendo o que a Talita ia perguntar, respondeu:

_Depois eu mostro pra vocês como chegar lá.

_________________

_Na sua casa? Mas por que?_ falei, passando a mão na latinha de Coca-Cola sobre a mesa.

Eu e Miguel nem estávamos mais no hospital, e Nicolas tinha ido para casa com a Talita, que provavelmente não iria demorar muito lá. Estávamos na mesma cafeteria que tínhamos nos encontrado antes, do outro lado da rua do hospital.

_Porque eu queria te convidar mais tarde, mas já que você perguntou, bem... quer ir amanhã na minha casa?_ ele balançava o café.

_Bem..._sorri e me ajeitei na cadeira_ posso perguntar pra quê?

Nós dois sabíamos pra quê eu iria lá.

Ele sorriu, olhando para os meus olhos tão intensamente que, se nós não tivéssemos feito nada ainda, teria me intimidado. Depois, seus olhos foram para baixo, calmos, até chegarem ao meu decote. Eles penetraram com tanta intensidade que eu senti como se Miguel tivesse saído da cadeira e tirado a minha blusa. Subiu um arrepio em mim.

_Magda, você me deixa louco... sabia?_ ele estava falando sério, com vontade de mim.

_Na verdade, é você quem me deixa louca..._ olhei para ele, sorrindo_ você não se lembra de ontem?

Ele saiu do lado oposto da mesa e sentou-se do meu lado, me beijou com necessidade, como se nem estivéssemos na cafeteria. Ele me puxou mais pra perto dele, e continuou me beijando. Tão forte, tão intenso, tão surpreendente...

De repente eu paro seu beijo, me lembrando que não estávamos na casa dele.

_Eu tenho que esperar até amanhã, mesmo?_ disse a ele, beijando seus lábios, mas nem tão violentamente quanto ele.

Miguel pagou a conta e fomos direto pra sua casa.



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