Happy Hunger Games For The First Time escrita por carstairs


Capítulo 5
Colheita dos distritos 8 e 9


Notas iniciais do capítulo

Heey, meus lindos! Feliz 2013! Então, eu peço MUITAS desculpas pela demora para postar esse capítulo, mesmo! Então, para recompensar vocês, fiz esse capítulo GIGANTESCO! Espero que gostem :)



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No distrito 8...

Bridgit Sandler acabara de se arrumar, para ir para a fábrica. O habitual uniforme laranja a deixava com muito calor, mas era melhor do que nada.


Ela foi até a sala, vendo se conseguiria um pão para o café da manhã. Todos os distritos, incluindo a sua família, estavam passando por um período complicado e nem sempre conseguiam realizar todas as refeições. Só o seu almoço que estava garantido, já que a fábrica que servia.


–Bridgit, aonde está indo?- era sua irmã mais velha, Ali. Os cabelos loiros estavam presos em sua habitual trança e ela segurava um vestido azul em sua mão direita.


–Para a fábrica. Você não vai?- a menina negou com a cabeça.


–Hoje é o dia da colheita, não vamos trabalhar.


Certo, hoje seria o dia em que vão sortear quem irá morrer. Emocionante.


– Ah. Tinha me esquecido.


–Está muito distraída, não?


–Filha, esqueceu, não é?


Sua mãe apareceu na cozinha. Ela era uma mulher de 48 anos bem disposta, que trabalhava o dia todo na fábrica. Seu pai apareceu logo em seguida, e apoiou a mão no ombro da esposa.


–Sim, mamãe.


–Venha, vou te arrumar- Bridgit franziu o cenho.


– Pra que?


–Precisa estar arrumada, oras. Venha e não discuta. – a menina se calou e seguiu a mãe.


A sua mãe foi até seu quarto e pegou um vestido vermelho em seu armário e o colocou na frente do corpo da filha.


–Vai ficar perfeito- disse ela, sorrindo.


–Vou usar um vestido seu?- perguntou a menina


–Claro! O único vestido que você tem não é adequado para a ocasião!


Ela sentou a filha em sua cadeira e começou a pentear seus rebeldes cabelos. Depois de algum tempo, conseguiu fazer uma trança muito bem trabalhada. Deu a ela um par de sapatilhas delicadas, que a filha reclamou por elas estarem machucando seus pés.


–Cale-se, Bridgit- repreendeu-a a mãe, com as duas mãos na cintura fina- Você está linda! Agora vamos.


Ela deu uma mão para Bridgit e a outra para Ali. O pai as seguiu até a praça principal, aonde tudo aconteceria.



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Mark Lionel estava sentado na sua mesa de estudos, com um livro sobre os vários tipos de tecidos aberto. Seu pai era o dono da fábrica do distrito 8, então ele sempre estudou isso, desde que era pequeno.


–Mark! – chamou sua mãe. O garoto respirou fundo e foi em direção a voz. Sua mãe estava dando banho no seu irmão mais novo, Charlie.


–O que foi, mãe?


–Você já devia ter se arrumado! Está na hora!


–Mãe, depois.


– Mark Lionel! Trate de fazer o que eu estou mandando, entendeu?


Mark assentiu e foi trocar de roupa. Algum tempo depois, ele e a sua família saíram de casa.


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–Bom diaaaa, distrito 8!- era uma mulher em cima do palco. Ela usava uma peruca azul e seu rosto era repleto de maquiagem. O seu grande sorriso conseguia mostrar todos os seus dentes coloridos.- Animados?


–Digamos que não!- alguém gritou, e a mulher logo o olhou feio.


–Muito bem. Acho que vocês já sabem de todo esse blá, blá, blá. Apesar de eu amar o filme, eu estou ansiosa demais, não vou passá-lo para vocês. Quem será a nossa menina sortuda?


Ela andou até uma caixa de madeira e tirou de lá um papel. Com muita calma, ela o desdobrou e gritou o nome com alegria:




– Bridgit Sandler! Ora, que nome interessante! Pode subir, minha jovem.


Os outros olharam a menina morena no fundo. As lágrimas começaram a descer. Ela alisou o vestido e tirou as sapatilhas, andando até o palco descalça.


– Nossa bela tributo!- disse a mulher, acariciando a bochecha molhada de Bridgit.- Quem será o nosso garoto?- ela foi até a outra caixa e tirou um papel- Mark Lionel, senhoras e senhores! Meu querido suba ao palco, por favor!


Bridgit começou a chorar mais. Mark era como um irmão para ela.


O menino sentiu os olhos ardendo, mas se esforçou para não chorar, não queria parecer fraco. Ele subiu ao palco e abraçou Bridgit forte.


–Eu vou te proteger. Eu prometo- disse ela, dando um beijo na testa do menino logo em seguida. Eles se soltaram e ficaram de mãos dadas até serem afastados dali.


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No distrito 9...


Talvez possamos dizer que no distrito 9 tudo parecia normal para só uma pessoa: Lana Mall. Ela acordou cedo, como todos os dias. Pegou sua faca na gaveta da mesinha da sala e foi para a floresta. Como ainda era cedo, nem tantos pacificadores estavam rondando por ali. A jovem conseguia despistar todos e passou pela cerca elétrica, que estava sempre ligada. Lana possuía muitas marcas por ter esbarrado na cerca diversas vezes, mas com o tempo ela aprendeu a ser cuidadosa.


Ela conseguia ouvir os pássaros piando, e isso era delicioso de se escutar. Viu um esquilo subindo por uma árvore próxima e , rapidamente, atirou a faca nele. Sorriu com o resultado e se pôs a caçar mais.


Depois de algumas horas, ela voltou para casa, satisfeita. Finalmente sua família teria um bom jantar. Tinham conseguido isso por algum tempo, graças a ela, que arriscava a sua própria vida.


Sua mãe já a esperava, como todas as manhãs. Elas sempre guardavam pelo menos um passarinho, para poderem vendê-lo e comprarem um pão ou uma fruta. No dia anterior, Lana havia conseguido caçar muito mais do que o normal, e tinha trocado dois pássaros e um esquilo, o que significava que teriam um bom café da manhã.



– Demorou, querida- disse sua mãe, a abraçando.


– Acho que...


Lana não terminou a frase, alguém havia batido na porta.


–Quem será?- perguntou sua mãe, se levantando e indo em direção a pequena porta.


– Senhora Mall?- Lana só conseguia ouvir a voz, e parecia um homem.- Encontramos o seu marido jogado na rua.- sua mãe suspirou fundo.


– Muito obrigada, Peter.


–A senhora sabe que eu sou um pacificador, não posso fazer essas coisas. Já está sendo isso todos os dias, a senhora não pode mais deixar isso acontecer.


–Eu sei, eu sei. Isso não vai se repetir, eu garanto. Muito obrigada- a mulher saiu de trás da porta junto com o marido. Este cambaleava e falava palavras sem nexo. Foi andando até o quarto que ele e sua mãe dividiam e bateu a porta.


Sua mãe se despediu do pacificador e fechou a porta.


– Ele está bêbado?- perguntou Lana, erguendo uma sobrancelha enquanto cortava uma maçã.


–Sim- respondeu sua mãe


–Talvez drogado?


–Lana!


– O que foi? Eu estou só estou falando a verdade.


–Filha, por favor...- ela se sentou em uma cadeira e abaixou a cabeça, o que deixou que seus belos cabelos loiros caíssem sobre o rosto.


– Mãe, você vai ter que mandá-lo para fora de casa, está sendo assim sempre- a mulher olhou para a filha, com os olhos marejados. Essa era a única situação em que a senhora Mall se tornava fraca, ela amava o marido, mas não conseguia mais suportar isso. Ela cerrou os punhos, fazendo força para uma lágrima não cair. Tinha ensinado a vida toda a sua filha a ser forte, a passar em cima das dificuldades com coragem. Chorava muito pouco, e nunca na frente de ninguém. Ela tinha belos olhos azuis e uma pele muito branca, tão branca que você poderia achar que ela é albina. Não agüentou por muito tempo, e nos seus cílios compridos pesavam lágrimas, e essas logo já escorriam livremente pela face.


– Eu não posso- foram as únicas palavras que ela conseguiu pronunciar, com a sua voz rouca, que veio acompanhada de um soluço silencioso- Por favor, minha filha, eu não consigo.


–Mãe...- a filha estava surpresa, e sua única e correta reação foi se jogar nos braços magros da mãe, dando a ela o máximo de carinho possível. Acariciou seus macios cabelos e a apertava mais forte a cada soluço.


–Me peça qualquer coisa, menos isso- sua voz falhou no final e ela sentia a garganta estar seca. Seu coração batia rápido e seu corpo tremia devia aos soluços. As duas se soltaram e Lana olhou para a mulher que tanto amava. Seu rosto ‘pálido estilo britânico” estava molhado e os grandes olhos azuis vermelhos. Seus lábios finos e rosados tremiam.


– Não fique assim, por favor, mãe.- disse Lana, secando as lágrimas que ainda insistiam cair dos olhos da mãe com o polegar. – Mas isso está prejudicando você.


–Eu sei- a mulher fungou- Você sabe que dia é hoje?


– Quarta- feira, o que tem demais?- a senhora Mall negou com a cabeça.


– É o dia da Colheita.


O coração de Lana deu um pulo. Ela havia se escrito 20 vezes, com o intuito de ajudar sua mãe, não se importando com o risco que corria de talvez ser sorteada.


– Ah. Sim, me lembrei agora.


– Filha, você se escreveu quantas vezes?


A loira mordeu o lábio inferior, ela não havia contado a mãe.


–Não me lembro- mentiu ela


–Lana...- a mãe a repreendeu pelo seu tom de voz e pelo o seu olhar.


–Vinte vezes.- respondeu ela, fechando os olhos logo em seguida, esperando a horrível reação da mãe.


– Lana! Eu te disse para não se escrever mais de duas vezes!


– Mãe, não fique brava, por favor- ela ouviu a mulher suspirando, então abriu os olhos.


–Tudo bem, querida. Você deve se arrumar agora, venha.


Ela estendeu a mão para a filha, levando-a até o quarto. Deu um banho nela e pegou um lindo vestido lilás dentro do armário, junto com belas sapatilhas prateadas. Fez um coque caprichado e sorriu ao ver que sua filha parecia uma verdadeira princesa, pena que a razão para ela estar assim não é boa.


– Você está linda- ela beijou a testa de Lana e as duas caminharam até o local da colheita.



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Era bem cedo, e Norman Felt já estava de pé. O jovem acordou seu irmão, Jonas, que dormia no mesmo quarto que o seu.


–Levanta, Jonas- disse ele, sacudindo o menino de 8 anos


– Mais um pouquinho- resmungou ele, colocando o travesseiro em cima da cabeça, fazendo Norman rir. Ele e o irmão eram bem amigos.


– Já está na hora, seu preguiçoso. – ele puxou as cobertas e pegou o menino no colo, fazendo ele gritar de susto.


–Norman! Você é maluco! Eu queria apenas dormir- o loiro colocou o irmãozinho no chão e sorriu.


– Você é preguiçoso demais, Jonas. Hoje é o dia da colheita.


– E daí? Eu não tenho idade para participar! Bom dia, eu vou dormir- ele deu três passos em direção ao quarto, mas Norman o puxou pelo braço.


– Nada disso, todos devem comparecer a colheita. E eu participo.


– Norman, você não vai ser sorteado, sabe muito bem disso- o irmão mais velho deu de ombros.


–Quem sabe? Talvez eu seja.


– Ei, Norman. Aquela não é a Lana?


Jonas estava olhando pela janela do quarto. Norman foi ao lado do irmão. De fato era Lana, usando uma roupa suja e uma faca na mão, provavelmente indo caçar, como todos os dias.


–Sim, o que tem ela?- Jonas deu um sorriso engraçado e ergueu as sobrancelhas.


– Eu sei.


–Sabe do que?- o irmão mais velho franziu o cenho, realmente em duvida do que o menino sabia.


–Que você é apaixonado por ela- Jonas fez uma expressão que dizia “não é óbvio?”.


–Quem te disse isso?- Norman cerrou os dentes e o garoto apenas deu de ombros.


–Não precisa ser muito inteligente para saber.


– Meninos- sua mãe os chamara.


– Na cozinha!- gritou Jonas


Eles viram os seus pais chegando até o cômodo, com roupas bem formais.


–Por que ainda não estão vestidos?- perguntou o pai.


– Teve alguém que demorou para acordar- disse Norman, lançando um olhar ao irmão.


–Ei! Não é justo!


–Está bem, sem brigas- disse a mãe- Vão se arrumar.

Os meninos assentiram e foram trocar de roupa.


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Todos do distrito 9 se encontravam na Praça Principal, esperando para quem seria designado a morrer.


– Olá, olá. Feliz Jogos Vorazes!


Os olhos de todos foram até o grande palco, aonde havia um homem e uma mulher.


–Bom...- disse a mulher.


–...dia- completou o homem.


Eles eram iguais, provavelmente gêmeos. Usavam perucas roxas e ambos estavam com roupas douradas, a mulher de vestido e o homem de terno.


– Hoje nós iremos....


–...escolher nossos tributos!


–Primeiro as damas!- disse a mulher pegando um papel.-Lana Mall!


Claro que todo o distrito se virou para vê-la. Lana não ficou parada, correu até sua mãe e segurou suas frágeis mãos.


–Eu vou conseguir, mãe. Eu prometo- a senhora Mall novamente havia se derramado em lágrimas, mas dessa vez fora a primeira vez em público.


–Filha, eu te amo.- ela soluçou e abraçou a filha


Antes de Lana conseguir falar alguma coisa, vieram dois pacificadores e a arrastaram dali a força, para colocá-la no palco.


–MÃE!- gritava ela- EU TE AMO! EU VOU CONSEGUIR, EU PROMETO!- as lágrimas pareciam cachoeiras, tanto para a mãe, quanto para a filha.


Os dois pacificadores continuarem segurando-a no palco, com medo dela fugir.


–Meu...- disse a mulher


–...deus- completou o homem.- Agora, nosso tributo masculino- ele pegou um papel- Norman Felt!


Isso era tudo. Ele ficou paralisado, com a multidão ao seu redor o encarando. Ele tinha sido sorteado, e ainda teria que competir com Lana. O jovem engoliu em seco e caminhou lentamente até o palco, aonde conseguiu ver sua família chorando, e Jonas tentando sair dos braços da mãe, para provavelmente correr até ele.


– Nossos...-disse o homem.

–...tributos!- completou a mulher.



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Notas finais do capítulo

E aí? Reviews?