Dezesseis escrita por Gabriela Celina


Capítulo 3
Capítulo 2




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Eu encostei na porta do carro e peguei uma cerveja. Sim é muito ruim, não eu nunca tinha provado. Não sabia o que fazer com a garrafa foi quando Tyrese chegou, já me encoxando, ele me desencostou do carro, foi para trás de mim, e pegou minha cerveja.

– Ei, isso não é bebida pra iniciante.

– É cerveja cara, o que pode ser mais "light" que isso?

– Energético, e é isso que você vai beber.

– Você acha que é minha mãe? Tipo, acho que eu sei o que eu quero beber.

– Eu acho que você não sabe, e olha, a bebida é minha. - ele disse tomando um gole da cerveja que me roubara.

Eu virei de costas e fui até Liz, meus passos eram pesados, e eu não olhei pra trás.

– Temos que ir, agora!

– Ah cara o que foi? - ela e puxou em um canto - Faz ideia de quando a gente vai ter essa chance de novo? Garotos do ensino médio que se danem, agora é nossa oportunidade, se você quiser ir Ash, tudo bem, mas por favor, não me faz ter que abandonar isso. - ela apontou para os garotos.

Liz tinha razão, olha, você tem que entender, nós nunca - nunca mesmo - saímos com garotos, quer dizer eu nunca tive um encontro, e agora, lá estavam aqueles caras gatos, dando mole pra gente, e eu não ligava pro que ia acontecer, pela primeira vez, não estava pensando no que meus pais iam achar de eu beber.

– Quer saber, você tá certa. E também, dá pra ficar bebada com energético? Porque eu vou fazer de tudo pra ficar.

Voltei até o Tyrese, e comecei a me exibir, eu não sabia o que tava rolando, eu apenas fui até lá, e me esforcei ao máximo pra ser sexy com um jeans largo boca de sino e um suéter, a e claro, meus melhores amigos, óculos de grau... Eu peguei uma lata de energético na mala do carro, me apoiando no corpo de Tyrese, meio que forçando pra ele me sentir, quando eu fiquei ereta novamente ele colocou a mão direita no meu cabelo, e a esquerda que ele segurava a garrafa de cerveja no meu quadril. Rápido demais?

– Cara, você é gata, mas vai com calma, falou? Não to afim de partir nada hoje.

Esse cara é o mestre das patadas ou o que? Tipo, eu espero, realmente espero que ele faça sem querer. Só que ele continua fazendo, minha única vontade é de ir embora. Tipo, ele tem talento pra te fazer se sentir uma porcaria, talvez seja drama meu, sou muito boa nisso, mas, o que ele disse é verdade.

– Olha, então eu não to entendendo nada, sério porque... - ele me interrompeu, com um beijo, me tirou do chão e continuou por uns trinta segundos.

– Pronto, você fica melhor assim, agora toma uma bebida, relaxa. Sabe, pode até rolar, mas agora, tudo que eu quero de você é o silêncio.

Que? Só eu que não estou entendendo nada? Primeiro ele me chama, depois ele me beija, e agora me manda calar a boca. Eu pensava em dizer um monte de coisas pra ele, mas nada vinha na minha cabeça, então fiquei na minha, só bebendo meu energético, até que, ele voltou e se sentou ao meu lado, trazendo uma dose de whiskey.

Liz estava com os outros amigos de Tyrese, seis jovens universitários, mais velhos, vinte e um talvez. Eles não pareciam ligar pro fato de Liz ser menor, e nem ela ligava, ela já estava tonta de tanta bebida. Achei que talvez fosse melhor a gente ir embora.

– Sinto muito pelo o que eu disse - ele começou, com uma voz de arrependimento e uma cara de... - eu sou esqueci que você é uma criança ainda, tem quantos anos?

– Quinze.

– Que? Tá falando sério? Vocês duas tem que ir embora. Ah! - ele disse se levantando - Aonde você mora? Eu vou te levar pra casa antes que seus pais descubram, e ah...

– Okay, que tal evitarmos "ah"s é o seguinte, se você puder levar minha amiga pra casa, eu moro pro outro lado, e ela, hum.. tá mais pra lá do que pra cá.

Dei um beijo nele, meio tímido, sim, mas acho que ele gostou, já tivera me dado o meu primeiro. Mas então, me virei, dei um abraço na minha amiga e falei pra ela que era hora de ir, me virei e fui embora, pra casa da minha mãe, o que eu ia dizer sobre o bafo? Ah, caso ela estivesse em casa, o que não era muito o estilo dela - depois que se separou do meu pai, minha mãe não tem tido uma vida muito regrada, está sempre trocando de emprego, trazendo homens estranhos lá pra casa, entre outras coisas que eu prefiro não comentar.

Quando eu cheguei em casa, a luz da varanda estava acesa, de acordo com nosso código minha mãe estava em casa e com homem. Então fui direto pro meu quarto, coloquei meu iPod pra tocar, playlist, hum... preferi o aleatório, o que era estranho, eu tinha uma pra cada sentimento, mas parecia que nenhum daqueles sentimentos era o que eu estava sentindo.

Me deitei pesadamente, me lembrei de tudo que acontecera hoje, foi quando me lembrei que tinha que fazer uma mala para a viagem de a amanhã, para passar meu aniversário com meu pai. Me levantei, peguei a mala no armário e coloquei minhas roupas preferidas, meu pai mora no Texas, então casacos pesados seriam desnecessários, separei meus documentos para amanhã.

Me minha mãe só teria a manhã do meu aniversário para passar comigo, e mesmo assim ela preferiu levar um cara lá pra casa, que provavelmente acordaria amanhã de ressaca e me confundiria com minha mãe, o que não era muito difícil de qualquer modo. Quando me deitei de novo meu celular estava tocando. Era a Liz. Ou, deveria ser...


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Notas finais do capítulo

Não é sempre que eu escrevo coisas do tipo "serveja" mas as vezes faltam letras nas minhas palavras, então desculpa, mas é isso.



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