The New Girl On Fire escrita por Sophia
Notas iniciais do capítulo
espero que gostem :)
O capitólio é tão assustador como o que contam, durante a nossa entrada, que fiquei colada á janela, vendo os enormes prédios por todo o lado. O céu está limpo, o sol a brilhar esplendorosamente. Parecia a cidade perfeita, não fosse o seu passado e o futuro tenebroso que a aguardava.
-É assustador, não é, Mockingbird? – Ouvi atrás de mim, olhei para Allan. Ele já começava a irritar-me com as alcunhas que Allan me dava, eu não era um símbolo da revolução, eu nem devia estar naquele comboio. O sorteio tinha sido sabotado para que eu entrasse, para que a bisneta de Katniss Everdeen e Peeta Mellark.
-Já te disse, o meu nome é Kara. – Suspirei. – Allan, tenho medo. – Murmurei, sentindo a pele eriçar-se, como galinha e a boca a ficar seca. Allan sentou-se á minha frente e agarrou na minha mão. – Eu vou morrer, eles vão fazer de tudo para eu morrer… - Murmurei, sentindo uma lágrima quente descer pela minha maçã do rosto.
Eu e Allan nunca nos déramos muito bem, mas estava com tanto medo e ele era a única pessoa conhecida naquele comboio que, me deixei levar, começando as lágrimas a caírem e os soluços tornaram-se bastante audíveis. Allan deu-me um pequeno abraço, algo que não acontecia desde os nossos tempos de infância mais remotos. Quando o meu pai quis que eu e Allan fossemos amigos e íamos brincar para o bosque.
-Hey, lembras-te quando brincávamos aos jogos no bosque? A única diferença aqui é que há adversários…- Murmurou Allan, afastando-se de mim. Encarei-o, ainda com a vista turva e notei um meio sorriso a firmar-lhe os lábios definidos.
-E lembras-te que a última vez que jogamos, eu ia acabando contigo? Não somos uma equipa e, só te queres aproveitar agora que estou num momento frágil. – E dizendo isto saí do comboio que parara de andar.
Havia cidadãos por todos os lados a gritar o meu nome e o de Allan, esquecendo-se que havia mais dois concorrentes do distrito. As pessoas, se podia chamar-se aquilo de pessoas, tinham perucas de várias cores e roupas tão exuberantes quanto um papagaio. O meu cérebro começou a andar a roda, sentindo-me exausta da noite que não dormira no comboio e estava com medo. Achei que ia cair, ali em frente dos cidadãos loucos do Capitólio, não fosse a mão firme de Melissa agarrar o meu braço discretamente. Olhámos uma para a outra e, baixei um pouco a cabeça em sinal de agradecimento.
Uma jovem de cabelo liso escorrido rosa, com os olhos anormalmente grandes de um tom mel e a pele falsamente morena, conduziu-nos a uma carrinha que nos levou aos cinco para o local da nossa breve estadia. Durante o caminho, ela apresentou-se como Pinkie, nome que Allan perguntou se era verdadeiro e, a rapariga num meio sorriso disse que não. A chegada ao nosso andar do distrito 12 foi calma, a mesa já estava posta com todo o tipo de comida. Comecei com as pernas de frango com arroz (algo que só se comia em dias mesmo muito especiais), bebi sumo natural e aproveitei a sobremesa ao máximo, repetindo umas três vezes.
Com a chegada da noite, dirigi-me ao que seria o meu quarto nos próximos dias. Tinha uma grande cama de casal, de lençóis brancos, bordados a dourado e uma colcha de pele aos pés. Havia uma casa de banho privada e um roupeiro.
Tomei banho, tirei o vestido branco que fazia dois dias que o usava e tirei do armário um pijama simples, há moda do distrito 12. Entrei na cama e, deixei-me levar por imagens do meu distrito, os bosques vazios de pessoas, o cheio da chuva quando molhava as terras. Lembrei-me dos meus pais, em como deviam estar desgostosos. Eu também choraria, mas tinha os olhos secos e não valia a pena chorar. Isto ia mesmo acontecer, os malditos Jogos iam acontecer. E eu, bisneta de Katniss, estava neles.
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