The New Girl On Fire escrita por Sophia
-Nome, por favor. – Ouvi o pacificador, sentando atrás de uma mesa metalizada, enquanto puxava uma folha em branco e uma caneta com o símbolo do Capitólio a dourado.
- Kara… - Murmurei, suspirando. O pacificador escreveu o meu primeiro nome e, olhou para mim, esperando o resto. Passei a mão livre pela testa e respirei fundo. – Kara Everdeen Mellark. – A minha mãe abdicara do seu nome de família para por o da minha bisavó a famosa Katniss Everdeen e, agora, nunca sentira tanta vergonha em ter Mellark e Everdeen como meus sobrenomes. Não agora, que os Jogos iam recomeçar. Imaginava o contentamento do Capitólio ao ver-me na arena. O pacificador olhou para mim, com o brilho de pena no olhar, dando-me depois a saca de comida.
-Idade, Miss Mellark? – Perguntou, já eu ia arrastando os pés no chão poeirento. Suspirei, olhando para ele.
-16. – Respondi, tentando parecer confiante. O pacificador soltou um longo suspiro. Sim, eu ainda estava na corrida para os Jogos. E tinha quase a certeza em como estava na mira. Coloquei a saca atrás das costas e retomei o caminho, ouvi um assobio já a meio da minha travessia. Olhei para o lado esquerdo e, lá estava ele. O bisneto de Gale Hawthorne, este mudara-se para o distrito 12 anos depois da revolução já com a sua mulher e cá tiveram o seu primeiro filho. Todos os seus descendentes foram homens, incluindo Allan Hawthorne. Tem os misteriosos olhos verdes, a pele morena dos dias que passa á caça, tal como o seu bisavó e, o cabelo cor de azeviche, negro como a noite. A sua boca forma um meio sorriso, quando vê-me a mirá-lo.
-Então, rapariga em chamas! Pronta para os novos jogos da fome? – Disse rindo-se, colocando o arco atrás das costas. Sorri.
-Estás a tornar-te cada vez mais descuidado, Allan. Já sabes que, a partir de agora, não poderás sair mais da periferia do Distrito. A não ser que queiras ser apanhado. – Gozei, retomando a andar, o seu sorriso desvaneceu-se e indo-se embora disse:
-Até mais logo, miúda em chamas.
Na minha casa estava uma algazarra medonha, a minha mãe chorava enquanto engomava o meu vestido mais caro, branco, cintado e com um pequeno decote. A minha irmã de cinco anos brincava, sem se aperceber do que se passaria hoje, ao pé da lareira de pedra. A minha mãe ao ver-me, abraçou-me e encheu-me as maçãs do rosto de beijos e lágrimas.
-Mãe, têm calma…ainda não fui escolhida. – Brinquei aliviando o stress e, pondo a saca em cima da mesa de pinho gasta. – Vou tomar um banho e preparar-me. – Disse, virando para o corredor que levava a minha humilde casa de banho. Esperei que a água aquecesse e entrei dentro do pequeno chuveiro. Saí, enrolada á toalha e fui buscar o vestido á sala. Vesti-o no quarto e estava a pentear o cabelo castanho claro, quando a minha mãe entrou, tirando-me a escova das mãos e penteando-me com cuidado. Olhei-me ao espelho. Eu podia ser escolhida, os meus olhos puxados ao meu pai, verdes acinzentados miravam a minha imagem ao espelho, com tanto medo no rosto que tive de me conter para não chorar. Ao menos, esta edição tinha direito a grupos, não iria estar sozinha. A minha mãe faz-me uma trança, em homenagem a minha bisavó e sorri por entre as lágrimas. O meu pai chega ao meu quarto e ao ver-me, chora.
-Estás tão parecida a ela… - Murmura, beijando a minha testa fria com os seus lábios quentes. Sorri.
O som do hino do Capitólio soo pela cidade inteira e saímos os três do quarto a correr, a minha mãe pegou na minha irmã e fomos para a praça central. Onde normalmente é o mercado, pus-me no aglomerado de raparigas, separando-me dos meus pais. Olhei para os rapazes e vi Allan, que me piscou o olho e li nos seus lábios “boa sorte” fazendo o antigo símbolo dos distritos, beijando os dedos. Sorri abanando a cabeça e repeti o gesto, virando-me para o palco, onde estavam duas urnas de vidro, um painel com o símbolo do Capitólio e um homem novo, de expressões frias e sinistras.
-Sou o Arthur Lake. O novo chefe do Capitólio e consequentemente dos 13 distritos. – Tossicou olhando pela multidão. – Como sabem, este ano retomamos os Jogos da Fome, onde quatro jovens de cada distrito irão lutar, em homenagem ao poder do Capitólio. – Sorriu friamente e senti os seus olhos gelados cruzarem os meus. Ele sabia quem eu era. – Bem, iremos começar com o sorteio dos tributos. – Fez um breve sorriso e, olhando-me nos olhos, outra vez disse: - Primeiro as senhoras.
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espero que tenham gostado, comentem :)