Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 23
Capítulo 23




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Fazia quase quatro anos que eu me casara com Tom, nesse meio tempo meu estágio no Ministério terminou, mas Kipling fez questão de me manter como seu braço direito mesmo ele tendo insinuado algumas vezes que há uma chance de eu em breve ser chamada para trabalhar com o ministro em pessoa. Já Tom continuou trabalhando na Borgin & Burkes, mas como em tudo que fazia, meu marido se mostrou um excelente vendedor e um especialista em artefatos das trevas o que me assustava um pouco. Ele também tinha criado o péssimo hábito de chamar o seu grupinho de seguidores para a nossa casa, mas de tanto eu reclamar ele começou a recebê-los enquanto eu estou no Ministério.

Eillen e eu mantivemos contato através de cartas, pois tínhamos poucas oportunidades de nos encontramos depois que a verdade sobre o seu casamento se tornou pública, na verdade eu fui proibida de vê-la, mas como a opinião alheia nunca foi algo que me afetasse, nossa amizade se manteve a mesma que sempre.

Quanto a minha família as coisas em sua maioria não mudaram muito, Argos continua sendo um mulherengo solteirão, coisa que eu realmente duvido que um dia mude, Ignatio e Lucretia continuavam sem filhos para o desespero do meu pai que queria muito um herdeiro para manter o nome da família, corria inclusive um boato de que na verdade minha cunhada não podia ter filhos. Para ser sincera a única coisa que mudou de verdade foi a situação de Othy, pois ele se formou em Hogwarts e agora trabalha no St Mungus juntamente com Aurora, meu pai literalmente surtou quando descobriu isso, mas eu consegui proteger meu irmãozinho e acabou que nenhum de nós foi deserdado ou foi parar no hospital gravemente ferido, embora meu pai tenha se recusado terminantemente a levar a profissão a diante. Para a sorte dele, Othy tinha um irmã que pode ajudá-lo e agora ele já está até conseguindo se sustentar sozinho e juntando dinheiro para comprar uma casa e poder enfim pedir Aurora em casamento.

Um último detalhe que merece ser comentado é sobre Ink, alguns meses depois do meu casamento eu o tornei livre, afinal essa sempre fora a minha ideia, mas ele quis continuar comigo. De acordo com ele era o único lugar onde ele queria estar e não vou negar que gosto da sua companhia, muito embora Tom não possa sequer desconfiar que temos um elfo livre ou teremos uma discussão muito feita, algo que eu não tenho a mínima vontade que aconteça.

Eu estava trabalhando no Ministério, como de costume, organizando umas fichas das últimas investigações da seção de aurores quando Kipling entrou na sala, aparentemente bastante irritado.

- O que aconteceu? – Eu perguntei sem me dar ao trabalho de virar para encará-lo.

- Acho que as pessoas estão começando a esquecer qual é a verdadeira função dos Aurores. – Ele esbravejou. – Nós cuidamos de casos de bruxos que mexem com as artes das trevas e no máximo com a própria arte das trevas, mas nós não somos a policia do mundo bruxo e muito menos o departamento de homicídio.

- Do que você está falando?

- Uma mulher solteira foi encontrada morta ontem a noite por causa de um envenenamento, mas o elfo doméstico dela, que já é bem idoso por sinal, admitiu ter colocado algo no chá dela e já encontraram o veneno. Claramente não foi um crime proposital, mas a lei deve e será cumprida, porém os parentes dela fizeram um requerimento para que os aurores investiguem o caso mais a fundo. – Ele explicou, mas eu podia notar a irritação crescendo em sua voz conforme ele continuava. – O que é completamente incoerente e desnecessário uma vez que já tivemos uma confissão.

- Qual era o nome dela? – Perguntei por mera curiosidade embora algo no fundo da minha mente estivesse me incomodando.

- Hepzibá Smith.

Eu deixei que a pasta que estava segurando caísse no chão tamanho fora o meu choque com a descoberta, mas por sorte eu havia permanecido de costa para Kipling de maneira que ele não era capaz de ver minha expressão.

- Tudo bem com você, Mirach?

- Claro, eu só fiquei um pouco surpresa, ela costumava ir até minha casa para encomendar os vestidos da minha mãe. – Menti me obrigando a manter a minha voz normal.

- É realmente lamentável que isso tenha acontecido, mas não há nada que o nosso departamento possa fazer.

Eu me limitei a concordar com a cabeça, uma vez que estava muito longe de me sentir bem, porque eu conhecia esse nome, na verdade eu havia passado as últimas semanas o ouvindo diariamente assim como a seus tesouros, Dois dias atrás ficara sabendo de dois objetos que atraíram a atenção de Tom em demasia e infelizmente eu sempre soube muito bem que Tom não media esforços para conseguir o que queria.

E foi só então que entendi o que tanto me incomodava minutos atrás, eu sabia que por mais que um elfo doméstico odiasse seu dono ou principalmente se fosse velho seria capaz de envenenar seu amo mesmo que apenas por acidente, mas pior do que isso era o fado de que anos atrás eu vira um caso parecido, onde alguém sem nenhum motivo aparente admitia ter cometido o crime, e nesse caso específico eu sabia que Tom era o verdadeiro culpado.

Passei o resto do dia distraída com meus próprios pensamentos, mal me contendo para que desse o horário e eu pudesse ir para casa tirar essa história a limpo, pois embora fosse altamente improvável eu ainda tinha a esperança de tudo não passar de uma mera coincidência.

- Até amanhã Kipling. – Me despedi dele e assim que deixei a sala aparatei para casa.

Para a minha sorte não havia vozes o que indicava que Tom estava sozinho coisa que foi comprovada quando me deparei com ele sentado no sofá de nossa sala com uma taça e um medalhão a sua frente.

- Não acredito que matou aquela mulher por isso!

- Não julgue tão precipitadamente, estamos falando de uma taça que pertenceu à própria Helga Hufflepuff e um medalhão de Salazar que nós dois sabemos ser meu por direito uma vez que descendo dele. – Ele comentou se virando para me encarar. – E a propósito, eu não a matei.

- Francamente Tom, acho que te conheço o bastante para não acreditar nisso.

- Assim você me magoa Mirach, além do mais não sou culpado por o elfo doméstico tê-la envenenado.

- Nós dois sabemos muito bem que ele ter confessado o crime não significa que... espere um momento como você sabe que foi o elfo doméstico se essa informação só sai no Profeta Diário de amanhã?

Ele parou por um instante me encarando surpreso, mas minha expressão não se alterou ainda mais agora que ele acabara de confirmar todas as minhas suspeitas.

- Não é o que você está pensando...

- É claro que é o que eu estou pensando! – Eu gritei o cortando. – Fez exatamente como da última vez, cometeu o crime e alterou a memória de alguém como se ele fosse o culpado apenas para não chegarem até você, primeiro com Morfino e agora com um elfo doméstico, não acha que passou dos limites?

- Eu tinha motivos, essas relíquias não foram feitas para passarem a eternidade dentro do cofre empoeirado de uma velha. – Ele falou enquanto se levantava, um sinal claro de que estava ficando irritado.

- Que motivo grandioso, realmente justifica sem problemas o fato de você ter matado mais uma pessoa. – Eu retruquei ironicamente. – Porque eu acho que não.

- Não entendo porque isso te deixou tão irritada.

- Pelo simples fato de que essa não foi a primeira vez que você faz uma coisa como essa Tom, não sei por quanto tempo serei capaz de proteger você e seus amiguinhos se continuarem assim.

- Do que você está falando?

- Achei que já tínhamos concordado que eu não sou estúpida. Achou mesmo que eu não sabia que aquele seu grupinho idiota da escola continuou a existir e que vocês estão ligados a aqueles ataques aos trouxas que vem acontecendo nos últimos anos? É um verdadeiro milagre que ninguém tenha feito a ligação até agora. – Eu despejei o que sempre soube ser verdade mesmo que no fundo tentasse fingir que nada disso estava acontecendo. – Isso tem que parar e tem que para JÁ!

- Mirach eu não quero discutir com você.

- É um pouco tarde para isso, não acha?

- O que você que então?

- Eu já disse, não estava me escutando? Eu quero que pare com isso.

- Tudo bem eu entendi seu ponto. – Ele falou colocando as mãos a frente do corpo em sinal de rendição. – O que me diz de um acordo?

- De que tipo de acordo estamos falando?

- Quero deixar a Borgin & Burkes, não há nada mais para mim lá, mas quero ir para a Albânia...

- Albânia, Tom? O que, em nome de Merlin, você quer ir fazer na Albânia?

- É lá que se desenvolvem os melhores estudos sobre as Artes das Trevas, minha querida, para dizer a verdade já faz um tempo que desejo ir para lá ganhar a experiência que Dippet tanto queria.

- Não me entenda mal Tom, não existem muitas coisas me prendendo a Londres, mas não estou disposta a largar o Ministério. Não fiz isso pelo meu pai e sem sombra de dúvidas não farei isso por você.

- Eu não seria tolo de lhe propor isso, só proponho que nos mudemos para lá, afinal como sabemos você nunca teve problemas para aparatar grandes distâncias.

- Hipoteticamente falando, digamos que eu concorde com isso, qual seria a minha parte no acordo?

- Se formos para lá eu prometo parar com os ataques.

- Isso é mesmo verdade?

- Você tem a minha palavra Mirach.

- Então nós vamos.

Eu sabia que era tolice confiar que isso seria verdade, mas eu precisava acreditar que sim, eu precisava acreditar que ele estaria disposto a mudar. Que ele estaria disposto a mudar por mim.


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